remeReme: Revista Mineira de EnfermagemReme : Rev. Min. Enferm.1415-27622316-9389Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMGBelo Horizonte, MG, BrazilS1415-27622009000200013S1415-2762(09)01300213PesquisasRepresentações de mulheres frente à indicação de histerectomiaRepresentaciones de mujeres ante la indicación de histerectomíaRepresentations of women facing hysterectomy indicationNunesMaria da Penha da Rosa SilveiraGomesVera Lúcia de OliveiraFernandesGeani Maria MachadoFonsecaAdriana Dora daGrupo de Estudos e Pesquisas sobre Enfermagem, Gênero e SociedadeFURGEscola de Enfermagem Secretaria Municipal do Rio Grande/RSFURGHospital Universitário Centro CirúrgicoFURG0620091322492553007200930122008This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.Texto completo somente em PDF (PT)

Com o objetivo de relacionar os anseios, mitos e tabus das mulheres em pré-operatório de histerectomia às questões de gênero e sexualidade, realizou-se esta pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva, baseada na teoria das representações sociais. Os dados foram coletados entre abril e junho de 2006, no ambulatório de ginecologia do Hospital Universitário, por meio de entrevistas semiestruturadas, com 13 informantes e tratados pela análise de conteúdo temática. No perfil das informantes, percebeu-se a predominância com idade entre 40 e 45 anos, havendo sete casadas e nove com filhos ou filhas. A patologia de maior incidência foi a miomatose uterina. As categorias analíticas apreendidas foram: o motivo da consulta; tipo de vida conjugal; mitos e percepções do parceiro acerca da cirurgia. A maternidade permeou grande parte das expectativas e esboçou uma polaridade de representações. Enquanto as informantes mães consideravam o procedimento uma cirurgia comum, considerando-o como a solução dos problemas advindos do quadro clínico e a consequente melhoria na qualidade de vida; as demais ancoravam o significado da perda do útero ao seu potencial reprodutivo, objetivando-o como órgão vital para sua realização como mulheres. Percebeu-se que as representações, quanto à prática da histerectomia, apresentaram-se embasadas no significado do útero como um órgão associado à reprodução, à sexualidade e, mais especificamente, à feminilidade. Assim, no processo de cuidar dessas mulheres, há necessidade de pensá-las holisticamente, de maneira que suas diferentes representações sejam reconhecidas e valorizadas, contribuindo para o melhor enfrentamento dessa prática cirúrgica, além da prevenção de possíveis conflitos pessoais e conjugais.

Esta investigación cualitativa, exploratorio-descriptiva se realizó en el preoperatorio de histerectomía con el objetivo de identificar los anhelos, mitos y tabúes de las mujeres vinculados al género y sexualidad, en base a la Teoría de las Representaciones Sociales. Los datos fueron recogidos entre abril y julio de 2006 en el ambulatorio de ginecología del Hospital Universitario. Se realizaron entrevistas semiestructuradas con trece informantes y los datos se trataron mediante el análisis de contenido temático. En el perfil de las informantes se percibió el predominio de edad entre 40 y 45 años, con siete mujeres casadas y nueve con hijos o hijas. La patología de mayor incidencia fue la miomatosis uterina. Las categorías analíticas captadas fueron: motivo de la consulta; tipo de vida conyugal; mitos y percepciones de la pareja acerca de la cirugía. La maternidad se reflejó en gran parte de las expectativas y esbozó una polaridad de representaciones. Mientras las informantes madres consideraban que el procedimiento era una cirugía común y la veían como solución a los problemas derivados del cuadro clínico y consiguiente mejora en la calidad de vida, las demás sentían que la pérdida del útero estaba relacionada con su potencial reproductivo ya que se trata de un órgano vital para su realización como mujeres. Se observó que las representaciones de las mujeres, en cuanto a la práctica de la histerectomía, se basaron en el significado del útero como órgano vinculado a la reproducción, a la sexualidad y, más específicamente, a la feminidad. Por lo tanto, en el proceso de cuidar de esas mujeres, hay que pensar en ellas de forma integral, de modo a que sus distintas representaciones sean reconocidas y valoradas, contribuyendo a enfrentar mejor aquella práctica quirúrgica, además de prevenir posibles conflictos personales y conyugales.

This is a qualitative and exploratory-descriptive research that aims to associate the myths, desires and taboos of women undergoing hysterectomy preoperative with gender and sexuality questions. It is based on the Theory of Social Representations. The data were collected through semi-structured interviews between April and June of 2006, at the gynecology ambulatory of a University Hospital. Thirteen patients were interviewed and data underwent thematic content analysis. Most patients had 40 to 45 years, seven of them were married and nine had children. The most incident pathology was uterine miomatosis. The analytics categories obtained were: the reason for the consultation; the kind of married life; and the partner's myths and perceptions of the surgery. Motherhood permeated many of the expectations and different perceptions were noted: while patients who had children considered it to be a regular surgery and expected it to be the solution for clinical problems, those without children associated the surgery with their reproductive potential, seeing the uterus as a vital organ to their fulfillment. We noticed that the representations related to hysterectomy are based on the significance of the uterus as an organ associated with reproduction, sexuality and femininity.Therefore, in order to provide care to these women it is necessary to think about them in a holistic way, recognizing and appreciating their representations, making it easier to face the surgery and, moreover, preventing personal and marital conflicts.

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