Trata-se de pesquisa qualitativa cujo objetivo é estudar a violência física praticada contra a criança, sob a ótica de pais ou responsáveis agressores. Foram abordadas(os) mães ou responsáveis que já haviam sido formalmente denunciadas(os) por maus tratos a crianças ou adolescentes. O estudo foi realizado com o apoio e a intervenção do Programa Famílias Acolhedoras, da Gerência de Proteção Especial (GEP), vinculada à Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. O tamanho da amostra foi definido pelo critério da saturação, segundo o qual as entrevistas são encerradas quando as informações se esgotam, o que é verificado mediante a repetição de conceitos. Doze pessoas compuseram a amostra. Como técnica de coleta de dados optou-se pela entrevista semi-estruturada. Considerando que os comportamentos, sentimentos, opiniões e atitudes são construídos nas interações sociais por meio da linguagem, neste trabalho foram buscadas as representações existentes no grupo sobre o objeto de estudo, ou seja, a violência física na infância. Assim, foram utilizados como base os fundamentos teóricos e metodológicos das representações sociais. Os autores consideram que a violência praticada contra a criança pelos seus próprios cuidadores se contrapõem ao ato de cuidar, uma vez que o cuidado representa atenção, zelo e envolvimento afetivo. Constatou-se, ao final, que o castigo físico é considerado como uma prática comum, banalizada e, até mesmo, legitimada pela sociedade.
Se trata de una investigación cualitativa cuyo objetivo ha sido estudiar la violencia física contra niños desde la óptica de los padres o de los responsables agresores. Se entrevistaron madres o responsables denunciados formalmente por agresiones y malos tratos hacia niños o adolescentes. El estudio fue realizado con el apoyo y la intervención del programa social Familias Acogedoras, de la Gestión de Protección Especial - GEP, vinculada a la Secretaria Municipal Adjunta de Asistencia Social de la Municipalidad de la ciudad de Belo Horizonte, MG. El tamaño de la muestra fue definido por el criterio de saturación según el cual las entrevistas terminan cuando la información se agota, lo cual se comprueba cuando empiezan a repetirse los conceptos. La muestra consistió en doce personas. Para la recogida de datos se opto por la técnica de la entrevista semiestructurada. Considerando que los comportamientos, sentimientos, opiniones se construyen en la interacción social por medio del lenguaje, en este trabajo se buscaron las representaciones existentes en el grupo sobre el objeto de este estudio, es decir, la violencia física contra niños, en base a los fundamentos teóricos y en las representaciones sociales. Los autores consideran que la violencia contra niños por sus propios cuidadores es opuesto al acto de cuidar porque que cuidado significa atención y compromiso afectivo. Se ha comprobado que el castigo físico es una práctica común, banalizada e inclusive legitimada por la sociedad.
This is qualitative research and the objective is to study the physical violence on children, from the point of view of abusive parents or guardians. Mothers and guardians formally reported for child and teenager abuse were questioned.The study was done with the support and intervention of the Famílias Acolhedoras Program, from Gerência de Proteção Especial - GEP (Special Protection Department) linked to the Municipal Association of Social Assistance of the Belo Horizonte City Hall. The size of the sample was defined by the saturation criterion, according to which the interviews are concluded when the information ends. This is verified when concepts keep repeating. There were twelve people in the sample. Data collection was done through a semi-structured interview. Given that behavior, feelings, opinions and attitudes are based on social interactions through language, this paper sought examples of the object of the study in the group, that is, physical violence in childhood. The theoretical and methodological bases of social representation were used. The authors consider that physical violence against children by their own parents/guardians goes against the act of taking care, since care means attention, zeal and affective involvement. It was shown that physical punishment is a fairly common practice, and even approved by society.