Redignificando a utopia como instrumento da crítica

Autores

  • Felipe Araújo Castro Universidade Federal Rural do Semi-Árido

DOI:

https://doi.org/10.35699/2525-8036.2017.5019

Palavras-chave:

Ernst Bloch, Utopia, Socialismo utópico e socialismo científico, Novo espírito utópico, Técnica capitalista e técnica de aliança

Resumo

O objetivo do presente trabalho é explicitar o sentido positivo original da ideia de Utopia e de seus usos, para então analisar criticamente o processo de descrédito da categoria em representações de meras fantasias irrealizáveis, sobretudo, a partir da modernidade, com o desenvolvimento e intensificação da ciência e da técnica no contexto do capitalismo. Pretende-se enfatizar a importante contribuição da crítica elaborada por Marx e Engels acerca da separação entre socialismo utópico e socialismo científico para o processo de descrédito das funções utópicas, destacando a posterior recepção e vulgarização dessa crítica pelas correntes economicistas do marxismo. Por fim, defende-se a utilidade e necessidade do resgate da utopia na contemporaneidade, sustentando nossa posição em autores inseridos na teoria crítica e comprometidos com a busca de um novo espírito utópico que redignifique seus usos. Nesse contexto, destaca-se o conceito de utopia concreta em Ernst Bloch e sua proposta de uma nova relação entre homem e natureza, baseada numa técnica de aliança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Felipe Araújo Castro, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Professor do Magistério Superior na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Doutorando no programa de Pós Graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Contato: felipeacastro@gmail.com

Referências

ABENSOUR, Miguel. “A história da utopia e o destino de sua crítica”. In:____. O novo espírito utópico; Urias Arantes (Org.). Tradução de Claudio Stieltjes et al. Campinas: Editora Unicamp, 1990.

ADAMS Robert; LOGAN, George. “Introdução”. In: MORE, Thomas. Utopia. Tradução de Jefferson Camargo e Marcelo Cipolla. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido de Almeida. São Paulo: Zahar: 1985.

ADORNO, Theodor. Dialética negativa. Tradução de Marco Antonio Casanova. Revisão Técnica de Eduardo Silva. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

ARANTES, Paulo. “Depois de junho o silêncio será total”. In:____. O novo tempo do mundo: e outros estudos sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2014.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. Tradução de Francisco Machado. Porto Alegre: Zouk, 2014.

BLOCH, Ernst. Héritage de ce temps.Paris: Payot, 1978.BLOCH, Ernst. On Karl Marx. Traduzido por John Maxwell. Nova Iorque: Herder and Herder, 1971.

BLOCH, Ernst. O princípio esperança. vol. 1. Tradução de Nélio Schneider. Rio de Janeiro: Ed. UERJ; Contraponto, 2005.

BLOCH, Ernst. O princípio esperança. vol. 2. Tradução de Werner Fuchs. Rio de Janeiro: Ed. EUERJ; Contraponto, 2006a.

BLOCH, Ernst. O princípio esperança. vol. 3. Tradução de Nélio Schneider. Rio de Janeiro: Ed. UERJ; Contraponto, 2006b.BLOCH, Ernst. Thomas Münzer: o teólogo da revolução. Tradução de Vamerich Chacon e Celeste Galeão. Rio de Janiero: Tempo Brasileiro, 1973.

CLAEYS, Gregory. Utopia: a história de uma ideia.Tradução de Pedro Barros. São Paulo: Edições Sesc, 2013.

COGGIOLA, Osvaldo. “Introdução”. In: ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. Manifesto comunista. Oswaldo Coggiola (org.). Tradução do manifesto de Álvaro Pina e Ivana Jinkings. São Paulo: Boitempo, 2010.

DARDOT Pierre; LAVAL Christian, A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução de Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.

DUPUY, Jean-Pierre. “A traição da opulência ou o colapso da utopia econômica”. Tradução de Ana Maria Szapiro. In: NOVAES, Adauto. (Org.). O novo espírito utópico: mutações. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016.

DUPUY, Jean-Pierre. The Mark of sacred. Stanford: Stanford University, 2013.

EAGLETON, Terry. Ideologia. Tradução de Silvana Vieira e Luis Carlos Borges. São Paulo: Boitempo, 1997.

ENGELS, Friedrich. Do socialismo utópico ao socialismo científico. Tradução de Roberto Goldkorn. 10 ed. São Paulo: Global, 1989.

ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. Manifesto comunista. COGGIOLA, Oswaldo (Org.).Tradução de Álvaro Pina e Ivana Jinkings. Boitempo: São Paulo, 2010.

FUKUYAMA, Francis. The end of history and the last man. New York: The Free Press, 1992.

HABERMAS, Jürgen. “Ernst Bloch: um Schelling marxista”. In:____; Freitag e Rouanet (Orgs.). Habermas: sociologia. São Paulo: Ática, 1980

HAYEK, Friedrich August Von. Direito, legislação, liberdade: uma nova formulação dos princípios liberais de justiça e economia política. Tradução de Anna Maria Capovilla et al. São Paulo: Visão, 1985.

HAYEK, Friedrich Von. “The results of human action but not human design”. In: ____. Studies in philosophy, politics and economics. Londres: Routledge, 1967.

IANNI, Octavio. “Ciência e utopia”. In: ____ (Org.). A sociologia e o mundo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

LAPOUJADE, David. “Por uma utopia não utópica?”. Tradução de Paulo Neves. In: NOVAES, Adauto. (Org.). O novo espírito utópico: mutações. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016.

LEYS, Colin. A política a serviço do Estado: democracia liberal e interesse público. Tradução de Maria de Medina. Rio de Janeiro: Record, 2004.

LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia: o romantismo na contracorrente da modernidade. Tradução de Nair Fonseca. São Paulo: Boitempo, 2015.

LÖWY, Michael. “Utopía e romanticismo revolucionario de Ernst Bloch”. In: VEDDA, Miguel (Org.). Ernst Bloch: tendencias y latencias de un pensamiento. Buenos Aires: Herramienta, 2007.

LÖWY, Michael. Walter Benjamin: uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. Tradução de Wanda Brandt [tradução das teses], Jeanne Gagnebin e Marcos Müller. São Paulo: Boitempo, 2005.

MANDEL, Ernst. O capitalismo tardio. 2 ed. Tradução de Carlos Matos, Regis Andrade e Dinah Azevedo. São Paulo: Nova Cultura, 1985.

MANNHEIM, Karl. Ideologia e utopia. Tradução de Sérgio Santeiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

MARCUSE, Herbert. “Ecologia e crítica da sociedade moderna”. In:____. A grande recusa hoje. Petrópolis: Vozes, 1999.

MARCUSE, Herbert. “O fim da utopia”. In:____. O fim da utopia. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

MARCUSE, Herbert. O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade industrial avançada. Tradução de Robespierre de Oliveira, Déborah Antunes e Rafael Silva. São Paulo: Edipro, 2015.

MASCARO, Alyson Leandro. Utopia e direito: Ernst Bloch e a ontologia jurídica da utopia. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

MORE, Thomas. Utopia. Tradução de Jefferson Camargo e Marcelo Cipolla. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MÜLLER, Jan-Werner. “Populistas: as causas da eleição da eleição de Trump – e o que ele pode fazer na presidência.”. Tradução de Sérgio Tellaroli. Piauí, São Paulo, jan. 2017, pp. 44-48.

NEUMANN, Franz. O império do direito: teoria política e sistema jurídico na sociedade moderna. Tradução de Rúrion Melo. São Paulo: Quartier Latin, 2013.

NOBRE, Marcos. A teoria crítica. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

ONFRAY, Michel. Contra história da filosofia: eudemonismo social. vol. 5. Tradução de Ivone Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

SILVA, Franklin Leopoldo. “História e utopia”. In: NOVAES, Adauto. (Org.). O novo espírito utópico: mutações. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016.

SOUZA, Jessé. A radiografia do golpe: entenda como e por que você foi enganado. Rio de Janeiro: Leya, 2016.

THOMPSON, Peter. “Introduction: the privatization of hope and the crisis of negation”. In: THOMPSON, Peter; ZIZEK, Slavoj (Orgs.) The privatization of hope: Ernst Bloch and the future of Utopia. Londres: Duke University Press, 2013.

Downloads

Publicado

28-07-2017

Como Citar

CASTRO, F. A. Redignificando a utopia como instrumento da crítica. Revista de Ciências do Estado, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 26–59, 2017. DOI: 10.35699/2525-8036.2017.5019. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revice/article/view/e5019. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê