Ontologia como Lógica: a dialética como exercício de “conceitualização” em Hegel

Autores

  • Mirian Monteiro Kussumi Puc-Rio

Resumo

Embora a Fenomenologia do Espírito possa ser considerada a obra mais conhecida e discutida de Hegel, podemos dizer que ela não bastaria para dar conta da completude do sistema metafísico hegeliano. Assim, caberia à Lógica explicar o conteúdo ontológico que fundamentaria o fenomenológico. Ao invés de tratar do modo como a consciência se expande para o exterior, Hegel demonstraria, na Ciência da Lógica, a penetração na interioridade do Absoluto. Disso se segue que, embora a fenomenologia e a Lógica versem sobre conteúdos diferentes, podemos dizer que o modo de funcionamento seria o mesmo: a dialética como método que perfaz o desenvolvimento da consciência, apareceria também na lógica. Isso significa dizer que a compreensão dialética se refere a um agir ou modo de funcionamento da consciência que seria análogo ao do próprio Absoluto. Esse processo seria conforme a lei formal da dialética, ou seja, conforme essa estrutura particular das relações que conduz seus momentos. Do mesmo modo que a consciência encontra o negativo (antítese) de forma a superá-lo, conservando- o (Aufhebung), similarmente, o Absoluto também se movimentaria a partir da suprassunção da negatividade. Desenvolvimento, desdobramento ou processo, o que está em jogo é entender como funcionaria o devir dialético. Nesse sentido, o artigo proposto pretende estabelecer como a Ciência da lógica é posterior à Fenomenologia, sendo, contudo, fundamental a ela. E embora os dois textos se distanciem tematicamente, buscamos demonstrar a analogia ou proporcionalidade nos mesmos, tendo como critério a identidade do seu modo de funcionamento (método dialético).

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Publicado

2017-04-24