https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/issue/feed(Des)troços: revista de pensamento radical2024-10-23T09:54:34-03:00Andityas Soares de Moura Costa Matos | Editor-chefedestrocos@direito.ufmg.brOpen Journal Systems<p><em><span style="font-weight: 400;">(Des)troços: revista de pensamento radical</span></em><span style="font-weight: 400;"> (e-ISSN 2763-518X) é um periódico eletrônico semestral, de acesso aberto, publicação contínua do grupo de pesquisa </span><em><span style="font-weight: 400;">O estado de exceção no Brasil contemporâneo: para uma leitura crítica do argumento de emergência no cenário político-jurídico nacional</span></em><span style="font-weight: 400;"> da Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Nossa linha editorial propõe escovar a tradição filosófica a contrapelo, fazendo emergir correntes subterrâneas ou marginais do pensamento com o objetivo de promover uma crítica radical e não disciplinar dos discursos filosóficos que moldaram e moldam a construção do Direito e do Estado no Ocidente. Esses discursos, embasados em visões autoritárias do político, ocultam estruturas e dispositivos de dominação, tais como gênero, classe, raça e sexualidade, os quais acabam por normalizar a exceção e legitimar a violência do poder político-jurídico.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O periódico aceita trabalhos em fluxo contínuo para os dois números do volume anual, além de contribuições para os dossiês temáticos.</span></p>https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/55369Por um pensamento da potência2024-10-20T22:42:34-03:00Andityas Soares de Moura Costa Matosvergiliopublius@hotmail.comThiago César Carvalho dos Santoscarvalho.thiagoc@gmail.com2024-10-21T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Andityas Soares de Moura Costa Matos, Thiago César Carvalho dos Santoshttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/49321Voix féministes et l’érotisme2024-05-29T01:28:21-03:00Beaton Galafabgalafa@unima.ac.mw<p>Embora as mulheres continuem a ser marginalizadas em várias esferas de suas vidas, há uma saída improvável para sua voz sufocada: a ficção erótica. Por meio do erotismo, a figura feminina tira o poder da masculinidade na sociedade misógina do mundo. Sob esse ângulo, este artigo examina como a ficção erótica, por meio de <em>Corps à corps en liberté</em>, de Julie Bray, amplifica a voz feminista para tornar as mulheres poderosas sobre os homens. Assim, discutimos como a figura feminina nessa coleção assume o poder tanto sobre o corpo masculino quanto sobre o seu próprio corpo, desafiando o equilíbrio arquetípico de poder que geralmente favorece o homem na sociedade contemporânea. Argumentamos que a mudança no equilíbrio de poder alcançada pela personagem feminina é possibilitada pelo erotismo feminino. Nossa análise da coleção adota uma perspectiva psicanalítica feminista, por meio da qual encontramos a mulher como mestre de seu próprio corpo, a emasculação do homem e o surgimento da mulher rebelde contra uma sociedade misógina.</p>2024-05-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Beaton Galafahttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51964Introdução aos desafios das “novas censuras”2024-10-03T10:16:21-03:00Isabelle Barbérisisabelle.barberis@u-paris.frFransuelen Geremias Silvafransuelensilva@hotmail.comMarco Antônio Sousa Alvesmarcofilosofia@ufmg.br<p>No texto "<em>Introdução aos desafios das ‘novas censuras’</em>", Isabelle Barbéris explora as características distintivas das formas contemporâneas de censura. Ela destaca que essas novas censuras são mais amplas e difusas, emanando não apenas do Estado, mas também de grupos sociais e indivíduos. Além disso, são frequentemente fundamentadas em critérios identitários e políticos, visando proteger grupos minoritários ou ideologias específicas. A autora discute a função da “boa censura”, sugerindo que, nas "novas censuras", a proteção de grupos pode ser mais uma questão de visibilidade do que de defesa de interesses legítimos. Ela também aborda a complexidade dessas censuras, que muitas vezes operam de forma indireta, através de mecanismos como autocensura e controle do sentido, ou até mesmo dentro de um contexto de excesso de informação. Para tanto Barbéris recorre a teorias de autores como Michel Foucault e Pierre Bourdieu, que contribuíram para uma crítica da censura tradicional. Ela conclui ressaltando a importância de compreender essas novas formas de censura para proteger a liberdade artística e fortalecer a democracia.</p>2024-09-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Isabelle Barbéris; Fransuelen Geremias Silva, Marco Antônio Sousa Alveshttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51934Deslizes ao corpóreo, ou sobre os efeitos dos deslumbramentos do esconjuro2024-10-06T21:41:10-03:00Leandro Assis Santosleandroas30@hotmail.com<p>O presente artigo visa reconstruir a partir das reflexões de Georges Bataille o que se entende por esconjuro e sexualidade. Para tanto, delimitar um <em>affaire </em>filosófico com as noções de dispêndio, transgressão e interdito são centrais, uma vez que nosso filósofo recorre a elementos de escatologia a fim de delimitar o espaço mais íntimo da corporeidade. Esta será entendida a partir de sua imanência, haja vista que não existe nenhuma perspectiva de metafísico ou religioso (guarda-se aqui a diferença com o sagrado) no interior da obra do pensador francês. Dessa maneira, o intuito desse trabalho é especificar o lugar mais próprio do esconjuro na vida humana, partindo do que é mais baixo e vil, como procede nosso autor. Partindo desse propósito, nossa pesquisa objetiva explicitar quais os meandros que perpassam a dinâmica mais própria dos prazeres que, por sua vez, delimitam o espaço de nossa corporeidade, bem como acerca da própria “carne” do mundo.</p>2024-10-06T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Leandro Assis Santoshttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/53124Letras, cartas, direito, alquimia e polaridades2024-06-24T11:31:48-03:00Fabian Steinhauerrevistadestrocos@gmail.comRicardo Spindola Dinizrevistadestrocos@gmail.comAndityas Soares de Moura Costa Matosvergiliopublius@hotmail.com2024-07-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Fabian Steinhauer; Ricardo Spindola Diniz, Andityas Soares de Moura Costa Matoshttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/52755Presentación de Anarkía / Anarcolepsis2024-05-27T00:00:56-03:00Simón Royo Hernándezsiroyo@rocketmail.com<p>Apresentação do livro: ROYO HERNÁNDEZ, Simón. Anarkía/ Anarcolepsis. Madrid: Editorial Manuscritos, 2024.</p>2024-05-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Simón Royo Hernándezhttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51950Grupo de estudos em esquizoanálise2024-10-15T19:06:58-03:00André Rossia.rossi.psi@gmail.comArthur Marins Francoarthur.mfranco2@gmail.comKelly Dias Vieira diasvieirakelly@gmail.comTarso Ferrari Trindadetarsoferrari@gmail.comVictor Hugo Soares Quintan victor.quintan@gmail.com<p>Este artigo tem por objetivo realizar um estudo de caso clínico-institucional de um grupo de estudos de esquizoanálise. Partindo da experiência do grupo no que se refere à dificuldade de permanência nele, com entradas e saídas constantes de pessoas, utilizou-se uma metodologia cartográfica com destaque para o acompanhamento de processos e a tomada do coletivo de forças como plano da experiência. Dessa forma, chegou-se à formulação de que tais entradas e saídas seriam um analisador do grupo, podendo esse indicar, no que se refere à leitura da obra de Deleuze e Guattari, a modalidade grupal como uma aposta potente e mais acolhedora não apenas para o estudo desses autores mas também para certa formação clínica. Para além da vivência específica do grupo, tal analisador também pode apontar uma dificuldade no momento atual, em decorrência de nossa sociedade neoliberal, de constituição de grupalidades e de fomento pela busca de respostas individualizantes e imediatas para problemas que possuem certa complexidade. Nesse sentido, a criação de grupos surge como um modo de resistência a tal modo de vida neoliberal, indicando possibilidades inauditas de transformação da realidade.</p>2024-10-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 André Rossi, Arthur Marins Franco, Kelly Dias Vieira , Tarso Ferrari Trindade, Victor Hugo Soares Quintan https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51720Por um modo de pesquisa subversivo e insurgente2024-09-26T21:45:40-03:00Daniele de Andrade Ferrazzadaferrazza@uem.brMateus Alexandre Pratas Rezendemateusapratas@gmail.com<p>Na década de 1980 foi lançado o livro “Mil Platôs: esquizofrenia e capitalismo 2”, de autoria de Félix Guattari e Gilles Deleuze, trazendo contornos de um campo de saber diverso, preocupados com novas formas de pensar a multiplicidade da vida e os processos de subjetivação, tecendo críticas e inaugurando instrumentos que repercutem até os dias atuais no pensamento contemporâneo. Dentre as inquietações provocadas, a cartografia tem sido operacionalizada enquanto estratégia metodológica na produção de um saber rizomático. O presente artigo acompanha o fragmento de uma trajetória de pesquisa cartográfica que se realiza no âmbito de um equipamento de saúde pública e tem como objetivo coletivizar a experiência do pesquisar, buscando disparar novos encontros e defender um modo de pesquisa subversivo e insurgente.</p>2024-09-26T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Daniele de Andrade Ferrazza, Mateus Alexandre Pratas Rezendehttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51903Deligny, Rancière e Deleuze2024-09-26T21:45:37-03:00Danielle Aparecida do Nascimento dos Santospesquisadoradanielle@gmail.comJucimara Pagnozi Voltarelijucimarapagnozi@hotmail.comRafael dos Santos Reisraphael.zaratustra@gmail.com<p>Neste artigo compartilhamos os escritos de autores do pós-estruturalismo, os franceses Jacques Rancière nas obras: <em>A partilha do sensível</em> (2009), e<em> O inconsciente estético</em> (2009), Fernand Deligny com a obra <em>Vagabundos eficazes</em> (2018) e Gilles Deleuze nas obras <em>Lógica do Sentido</em> (2015), e com Félix Guattari nas obras <em>O que é a filosofia?</em> (2004), <em>Mil Platôs</em> (2012) e <em>O anti-Édipo</em> (2011). O objetivo é relacionar o conceito de estética de Rancière com a vivência de inclusão de Deligny, para delimitar um possível início de um Regime Estético Inclusivo da Arte, que criaria encontros que vão além do nosso pensamento sobre o encontro com a diferença, valorizando a diferença em sua essência sem passar por um filtro normatizador. Para isso, foi realizado também um diálogo com outros autores que utilizam destes referenciais. As fontes de busca foram as bases de dados BDTD, SciELO e Periódico Capes sem recorte temporal. Concluímos que na história não há uma decisão de ruptura as artes e inclusão já colocada, mas sim com decisão de reinterpretação das artes e da inclusão.</p>2024-09-26T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, Jucimara Pagnozi Voltareli, Rafael dos Santos Reishttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51931O dispositivo de medicalização na Educação e a produção do sujeito medicalizado2024-10-03T10:16:16-03:00Débora Santos da Silvadebora.silva003@edu.pucrs.brJosé Luís Ferrarojose.luis@pucrs.br<p>O dispositivo da medicalização, situado em um contexto de primazia da racionalidade neoliberal, tem atravessado enunciados discursivos e práticas em educação. O alastramento do saber-poder biomédico às demais esferas da vida social, por sua vez, acaba por reduzir as subjetividades ao seu caráter biologizante, suprimindo singularidades e quaisquer possibilidades de potencialização da existência. A partir disso, este artigo propõe uma problematização voltada à compreensão das formas de produção do sujeito medicalizado e da insurgência de um dispositivo de medicalização que suprime a <em>diferença</em>, além de apontar a necessidade da produção de resistência para a garantia de subjetividades dissidentes. Indica-se, assim, a emergência de uma normatividade que preconiza a cisão normal/patológico em relação àquilo que é considerado como “boa” conduta, traduzida a partir de entidades nosológicas psiquiátricas. Ainda, observa-se a presença da <em>diferença </em>caracterizada como desvio às normas estabelecidas, o que permite conjugar o dispositivo da medicalização e suas tecnologias de poder, como os diagnósticos e medicações. Por fim, sugere-se a reafirmação da <em>diferença </em>como forma de contraconduta ao saber-poder biomédico, além do questionamento à medicalização como nova normalidade, configurada como dispositivo de controle social.</p>2024-10-03T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Débora Santos da Silva, José Luís Ferrarohttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51945A equação “tempo = dinheiro” como campo transcendental capitalista2024-10-15T19:07:01-03:00Émerson dos Santos Pirolaemerson.pirola@acad.pucrs.br<p>O artigo propõe, através da filosofia deleuzeana e da pesquisa em teoria monetária social de base simmeliana, um estudo transcendental sobre a natureza do dinheiro, que o afirma como campo de individuação múltipla, procurando uma resposta ao problema do dinheiro que vá além do nível empírico. Através de intuições marxistas e marxianas (principalmente com Postone), o artigo propõe um modo de entender como se deu e se dá a identificação entre tempo e dinheiro sob a máquina social capitalista, através da emergência do tempo abstrato e descodificado. Assim, o tempo-dinheiro acaba por constituir o campo transcendental em que se subjetivam os sujeitos capitalistas, bem como o campo de individuação que define o que será ou não produzido e consumido, quando, como e por quem. Analisamos então como a subjetivação se dá de modo desigual e diferencial entre ricos e pobres, capitalistas e proletários, visto que a uns o tempo, em suas três dimensões (passado, presente e futuro), lhes pertence, e a outros lhes escapa, lhes é capturado. Por fim, discutimos o papel da economia de dívida nessa subjetivação e ligamos o fenômeno ao horizonte de expectativas decrescentes (Arantes) que marca o contemporâneo, em que o porvir é fechado de antemão, submetido ao passado enquanto capital acumulado, trabalho morto.</p>2024-10-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Émerson dos Santos Pirolahttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51949Maquinação das subjetividades contemporâneas2024-10-14T14:25:55-03:00Gerson Carlos Rigoni Bonfá Junior bonfajunior@gmail.com<p>Este artigo explora os mecanismos através dos quais as subjetividades são controladas pelo poder em operações de individuação transcendente. Com objetivo de pensar em resistências a essas operações de captura do poder, utilizamos um repertório conceitual articulado a partir de Nietzsche, Foucault, Deleuze e Guattari. Através dessa exploração bibliográfica, apresentamos como as sociedades se constituem como fábricas equipadas com máquinas e tecnologias de assujeitamento, sendo o que muda ao longo do tempo é o modo de operar e o maquinário de que dispõem. No contexto ocidental contemporâneo, a máquina capitalista vigora nessa relação tecnologia-sujeito, cuja principal conexão é o poder e o desejo. O movimento desse texto articula conceitos para violentar determinadas imagens do pensamento cuja práxis serve às maquinarias de subjetivação que tomam para si os fluxos desejantes dos sujeitos. Conclui-se que é necessário cultivar a vida com critérios éticos que não levem em consideração sistemas de juízo transcendentes, metafísicos ou morais, mas critérios de intensidade que partem do reconhecimento de que não na conservação, mas na diferenciação imanente se fortalece a vida. Assim, apostamos na atividade afirmativa de uma existência que, para além dos ideais modelizantes, toma a si como princípio de singularização numa experiência de automodelagem subjetiva.</p>2024-10-08T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Gerson Carlos Rigoni Bonfá Junior https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51947Mangue2024-10-14T14:25:57-03:00Homero Pereira de Oliveira Juniorhomerojrr@hotmail.comDomenico Uhng Hurdomenico@ufg.br<p>O objetivo deste artigo é problematizar o mangue em relação ao conceito de rizoma para a esquizoanálise. Com uma perspectiva contracolonial, investigamos o mangue e nos servimos de seu referencial ecológico para cartografar e elaborar alguns de seus princípios de efetuação, hipotetizando um potencial intensivo <em>superior</em> ao rizoma. Como método, realizamos uma pesquisa teórica, em uma espécie de cartografia bibliográfica, sobre artigos que versam sobre o mangue, articulando-os ao arcabouço teórico-metodológico da esquizoanálise de Deleuze e Guattari. Como resultados, encontramos no mangue não apenas os princípios de conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura a-significante, cartografia e decalcomania, mas também outros dois que elaboramos: os princípios da <em>envoltura do fora</em> e da <em>produção de vida</em>. O mangue traz uma envoltura para uma ligação aberta entre ecossistemas, assim como a partir da morte, putrefação e decomposição vai gerar um caldeirão de novas vidas, num<em> devir-vida</em>. Essa análise alarga nossa compreensão do rizoma e sua efetuação em diferentes contextos, enfatizando a importância de trabalhar conceitos e potencializar uma perspectiva contracolonial da esquizoanálise, realçando um horizonte local, cotidiano e territorial brasileiro.</p>2024-10-08T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Homero Pereira de Oliveira Junior, Domenico Uhng Hurhttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51769Psicologia e ecologia2024-10-03T10:16:18-03:00Guilherme Dutra Ponceguilhermedponce@gmail.com<p style="font-weight: 400;">Este trabalho procura investigar, na escuta analítica, as reverberações de uma postura crítica tanto à percepção dita “natural”, quanto à memória dita “de sujeito”, em especial como propõe Deleuze, em seu estudo de Bergson e Cinema, e Guattari, ao elaborar uma ecologia dos functores ontológicos. O trabalho pretende ativar um modo de inconsciente que se aproxima mais da concepção imanente de Terra-floresta dos Yanomami, especialmente a partir de relatos do xamã Davi Kopenawa; pensando então o inconsciente a partir de seu valor de fertilidade, rumo aos cristais de tempo, ou ritornelos, dos quais o tempo nasce. Tempo heterogêneo, que nos compõe em termos de durações. Pretende-se, por fim, expor e analisar como isso se desenrola na prática clínica.</p>2024-09-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Guilherme Dutra Poncehttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51951Cinecartografando imagens aberrantes do filme Honeyland (2019)2024-10-14T14:25:50-03:00Keyme Gomes Lourençokeymelourenco@gmail.comLúcia de Fátima Dinelli Estevinholestevinho@gmail.com<p>Neste artigo foram criadas e experimentadas cinecartografias do filme <em>Honeyland </em>(2019), a partir de mergulhos profundos nas suas imagens cinematográficas. É uma produção teórica, narrativa e experimentativa, que dialoga com referencial teórico das filosofias da diferença, principalmente os estudos de cinema de Gilles Deleuze e suas escritas em platôs sobre virtualidades, multiplicidades e potências com Félix Guattari. Discute sobre o cartógrafo e o cartografar de Sueli Rolnik e sobre os movimentos aberrantes que existem nas imagens de David Lapoujade. Mais do que cartografias, forjamos no trabalho cinecartografias, entendendo estas como uma cartografia das imagens dos filmes. Dividimos a escrita em quatropartes. Na primeira e na segunda tecemos aproximações entre os conceitos importantes trazidos pelas leituras como fazemos considerações teórico-metodológicas acerca da cartografia e da cinecartografia. Na terceira parte, tecemos narrativas e algumas considerações construídas com as imagens cinecartografadas do filme e as contaminações que ecoaram após o encontro com a pesquisa. Por fim, na última parte tecemos algumas considerações. Ensaios vazaram pelo texto na experimentação do filme e de seus movimentos e montaram juntos todo um rizoma. Pudemos cinecartografar movimentos que forçaram e violentaram o pensamento produzindo narrativas outras e lugares e territórios e afecções e rostos.</p>2024-10-14T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Keyme Gomes Lourenço, Lúcia de Fátima Dinelli Estevinhohttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51978O mecanicismo das paixões humanas no eterno retorno do Édipo2024-10-23T09:54:34-03:00Luiz Carlos Santos da Silvaluizsilva@ufu.br<p>O presente artigo tem por objetivo apresentar o mito do Édipo em uma analogia direta com a matéria e o método das modernas filosofias naturais e políticas sobre o homem e sobre o cidadão. Com esse intuito, procuramos revelar algumas relações interessantes entre mito e filosofia a partir de autores como Hesíodo, Aristóteles, Bacon, Hobbes e Descartes, destacando o modo como esses pensadores teriam se apropriado do mito do Édipo para fundamentar suas respectivas filosofias. Sob a inspiração antiedipiana de uma crítica à história da filosofia greco-romana, nosso objetivo principal é revelar uma influência mitológica da matéria edipiana nas bases da tradição filosófica das ciências e da própria política estatal.</p>2024-10-21T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Luiz Carlos Santos da Silvahttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51857Um breve olhar sobre máquina como conceito em “O Anti-Édipo” de Deleuze e Guattari2024-10-15T19:07:04-03:00Luiz Gustavo Duartelgduarte@proton.meMaira Sayuri Sakay Bortolettomairuska@gmail.com<p>Este artigo visa apresentar o conceito de ‘máquina’ proposto por Deleuze e Guattari em sua obra <em>O anti-Édipo</em> (1972). Emergindo de um processo crítico aos estruturalismos da época, o uso deste conceito apresentou uma ruptura significativa e uma nova abordagem pelos autores. Tal abordagem possibilitou a emergência de fluxos, fomentando novas discussões teóricas que não somente questionaram as fundações do estruturalismo, mas também desempenharam um papel crucial na formulação de uma teoria do inconsciente e na exploração da relação entre o homem e a sociedade sob uma perspectiva maquínica. O conceito de ‘máquina’ revelou-se robusto e aplicável, conforme demonstrado pela sua elaboração subsequente e expansão em <em>Mil Platôs</em> (1980), assim como pela sua contínua adoção e adaptação por diversos acadêmicos e pensadores contemporâneos.</p>2024-10-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Luiz Gustavo Duarte, Maira Sayuri Sakay Bortolettohttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/51952Pistas para uma ontologia fractal em Félix Guattari2024-10-14T14:25:53-03:00Miguel Delanoy Polidorimiguel.polidori@gmail.comLuciano Bedin da Costabedin.costa@gmail.comJosé Ricardo Kreutzjrkreutz@gmail.com<p>O presente artigo realiza uma investigação teórico-conceitual do conceito de fractalização na filosofia da diferença e na esquizoanálise, com o objetivo de explorar a ontologia fractal proposta por Félix Guattari em seus últimos trabalhos. Para isso, propomos um entendimento da geometria fractal na matemática, mapeamos algumas pistas das primeiras aparições da geometria fractal na filosofia da diferença e propomos um trajeto teórico pelos conceitos de espaço liso e espaço estriado em <em>Mil platôs</em>, seguido pela teoria das linhas, para enfim chegarmos na ontologia fractal, que vimos estar articulada à ontologia maquínica proposta por Guattari em <em>Caosmose</em>. Ao enfatizarmos as dimensões éticas, estéticas e políticas da fractalização, concluímos que a ontologia fractal pode vir a ser uma ferramenta analítica útil para a criação de metamodelizações capazes de lidar com o pluralismo ontológico e com os contínuos mecanismos de captura e homogeneização nos processos de subjetivação.</p>2024-10-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Miguel Delanoy Polidori, Luciano Bedin da Costa, José Ricardo Kreutzhttps://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/54859Retornar (de fora)2024-09-26T21:45:34-03:00Frédéric Neyratdestrocos@direito.ufmg.br<p>O devir é um conceito fundamental na filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, sendo, no entanto, indissociável do conceito recalcado de retorno. O retorno é definido, neste artigo, como a existência pura do fora. É desse fora, oculto nas camadas do tempo, que a política revolucionária necessita hoje.</p>2024-09-26T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Frédéric Neyrat; Thiago César Carvalho dos Santos