Revista Geonomos https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos <p>Revista do Centro de Pesquisa Professor Manoel Teixeira da Costa, órgão complementar do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, que visa aumentar a comunicação entre os geocientistas, publicando artigos originais e inéditos de caráter técnico-científico nos campos relacionados à Geologia e Geociências. Publicada desde 1993, tem a periodicidade composta por dois volumes anuais.</p> Centro de Pesquisas Professor Manoel Teixeira da Costa - Instituto de Geociências da UFMG en-US Revista Geonomos 0104-4486 <p>Os direitos autorais dos trabalhos publicados na <strong><em>Geonomos</em></strong> são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.</p> A MINERALOGIA DOS SOLOS TROPICAIS: ESTADO DA ARTE E RELAÇÃO COM O USO E MANEJO https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29650 <p>O estudo de mineralogia de solos tropicais possui grande amplitude cientifica e prática, considerando que boa parte de todo processo de sorção e nutrição das plantas está associado à matriz mineral dos solos. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma revisão do estado da arte da caracterização mineralógica dos solos tropicais brasileiros, de modo a fomentar informações sobre a gênese dos solos nesses ambientes, bem como analisar a relação mineralogia x uso e manejo dos solos. Em uma visão global, o entendimento da mineralogia se faz necessário nos sistemas tropicais devido à enorme abrangência em termos quantitativos, qualitativos e geográficos, dos minerais constituintes dos solos, sobretudo nos Latossolos cauliníticos, oxídicos (Fe), e mesmo gibbsíticos, além daqueles contidos nos Argissolos e Cambissolos, dentre outros. Neste caso, a magnetita e maghemita também poderiam ter uma maior ponderação dentro da taxonomia devido à grande ocorrência em solos brasileiros e a relação existente entre a susceptibilidade magnética e algumas práticas de manejo. Desta forma, sistemas de classificação são preparados tendo como base os conhecimentos adquiridos e ordenamentos a partir dos estudos de solos, incluindo a mineralogia, que repercutem diretamente no auxílio ao manejo das áreas.</p> <p>Palavras-Chave: Latossolos; Óxidos de ferro; Gibbsita; Caulinita.</p> Thiago T. C. Pereira Fábio S. Oliveira Diana F. Freitas Bruna D. Damasceno Adriana C. Dias Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29650 A Serra das Cambotas: terminação Meridional do Supergrupo Espinhaço no Quadrilátero Ferrífero, MG https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29651 <p>O posicionamento estratigráfico das rochas agrupadas como Formação Cambotas, (Quadrilátero Ferrífero, sudeste do Cráton São Francisco) tem sido objeto de discussão desde sua caracterização na década de sessenta. Nosso estudo traz dados estruturais e estratigráficos da Formação Cambotas, obtidos em sua seção tipo ao longo das serras do Tamanduá e das Cambotas, visando definir as relações estratigráfico-temporais que caracterizam o conjunto da Formação Cambotas e seu entorno. Além disso, apresentamos dados isotópicos (U-Pb em LA-ICP-MS) visando contribuir em especial na correlação temporal da unidade. Os grandes sistemas de cisalhamento já descritos na literatura foram avaliados, bem como as características texturais e sedimentológicas. A Formação Cambotas corresponde a uma unidade que agrupa ortoquartzitos e quartzitos arcoseanos, cuja relação estratigráfica de base é regida por contatos tectônicos, por meio do Sistema de Cisalhamento Fundão-Cambotas e pela Falha Córrego do Garimpo. Para proveniência via análise isotópica U-Pb em LA-ICPMS de grãos de zircão detrítico, foi coletada amostra da seção tipo da Formação Cambotas na serra homônima, correspondente a ortoquartzito de granulação fina, em que foram coletados e analisados 210 grãos de zircão. Os resultados indicam idade máxima de sedimentação no Estateriano, em torno de 1755 ± 71 Ma, provendo ainda picos de idades entre 1923 e 3010 Ma, indicando significativa contribuição de áreas fonte de idade Paleoproterozoica a Neoarqueana. À luz do conhecimento estratigráfico atual, o pico de análises concordantes com idade estateriana (~1,7 Ga) descarta a correlação da Formação Cambotas com rochas dos supergrupos Minas ou Rio das Velhas. Com isso, propõe-se que a Formação Cambotas configura a terminação meridional do Supergrupo Espinhaço, correspondente a uma bacia restrita, com multiplicidade de áreas fonte. Essa variedade está relacionada com a complexidade estrutural e estratigráfica à qual esteve submetida a região nordeste do atual Quadrilátero Ferrífero durante sua gênese. A comparação da amostra analisada com amostras avaliadas em outros trabalhos apresenta similaridade de idade, corroborando para a proposição atual.</p> <p>Palavras-Chave: Formação Cambotas, Quadrilátero Ferrífero, Geocronologia U-Pb</p> Ana P. C. Daher Michele A. F. Costa Tiago A. Novo Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29651 Caracterização geológica-estrutural da conexão Araçuaí - São Francisco na área-tipo da Formação Rio Pardo Grande (Supergrupo Espinhaço, Minas Gerais) https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29652 <p>Na Serra do Espinhaço Meridional, a região entre os distritos de Rodeador (Monjolos) e Conselheiro Mata (Diamantina), em Minas Gerais, está localizada no contato entre a porção sudeste do Cráton do São Francisco e a porção ocidental do Orógeno Araçuaí. Afloram no local as formações Córrego Pereira e Rio Pardo Grande (Grupo Conselheiro Mata), Duas Barras (Grupo Macaúbas), e Sete Lagoas, Serra de Santa Helena e Lagoa do Jacaré (Grupo Bambuí), além de diques da Suíte Pedro Lessa. Foi realizada a caracterização geológica-estrutural da área, com destaque para a Formação Rio Pardo Grande, unidade de topo do Supergrupo Espinhaço, pouco estudada até então. A Formação Rio Pardo Grande depositou-se em ambiente marinho a plataformal, e é constituída, na base, por metarritmitos, metapelitos e metarenitos finos (Fácies Fl), com lentes de metarenito grosso e metaconglomerado (Fácies Gsm), e metadolomitos com estromatólitos no topo (Fácies De). O registro de metaconglomerados da Fácies Gsm indica a ocorrência de uma regressão marinha ao final da deposição do Grupo Conselheiro Mata, modificando o modelo deposicional da unidade. A estruturação da região é marcada por expressivas deformações de caráter dúctil e rúptil desenvolvidas durante o Evento Brasiliano, separadas em duas fases deformacionais. É representada principalmente por dois grandes anticlinais de eixo NNW-SSE na porção leste da área, falha de empurrão de direção N-S e mergulho para leste, amplas dobras abertas regionais com vergência para oeste, além de fraturas subverticais orientadas segundo WNW-ESE e NNW-SSE. Indicadores cinemáticos na região apontam transporte de massa de leste para oeste.</p> <p>Palavras-Chave: Cráton do São Francisco, Orógeno Araçuaí, Formação Rio Pardo Grande, caracterização estrutural</p> Ana L. B. Araújo Débora M. D. Barbosa Pedro A. S. Rosa Jorge Roncato Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29652 A Pequena Idade do Gelo: evidências históricas e geológicas de mudança climática https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29653 <p>O entendimento das mudanças climáticas desafia professores de escola básica a realizar abordagens interdisciplinares, já que o conhecimento cientifico sobre os fatores que controlam o clima é construído a partir de diferentes fontes. Esta pesquisa reuniu dados sobre o registro histórico, geológico, biológico, geomorfológico e artistico da “Pequena Idade do Gelo”, ocorrida entre os séculos XVI e XIX, quando houve grande resfriamento no Hemisfério Norte, além de outros efeitos em escala mundial. A base de dados recuperada na pesquisa ajuda a compreender os processos determinantes das variações climáticas do Holoceno e ilumina a situação contemporânea. O estudo focalizou métodos de datação do registro paleoclimático do Quaternário e relacionou eras glaciais com variações eustáticas (nível do mar). Os resultados revelam o importante impacto dos eventos extremos na sociedade, além de evidenciar distintos modelos paleoclimáticos, produzidos por diversos autores, que permitem identificar tendências de mudança climática. Observa-se que os modelos nem sempre guardam convergência entre si.</p> <p>Palavras-Chave: Paleoclimatologia, Quaternário, Mudança climática, Ambiente, Geociências.</p> Celso D. R. Carneiro Gabriel B.F. Freitas Lucca M. Franco Pedro W. Gonçalves Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29653 SPELEOLOGICAL POTENTIAL OF THE SUMIDOURO STATE PARK / MG https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29654 <p>Thematic mapping for the speleological potential of the Sumidouro State Park / mg. The Sumidouro State Park (PESU) constitutes a Conservation Unit located in the Environmental Protection Area (APA) Karst Lagoa Santa, between the municipalities of Lagoa Santa and Pedro Leopoldo, northern portion of the Metropolitan Region of Belo Horizonte, housing a rich speleological heritage. Currently, there are 49 known cavities registered in the database of the National Center for Research and Conservation of Caves (CECAV). It is estimated that there are more caves inserted in the park not yet registered by the agency. Thus, this work aimed to develop a predictive model in order to indicate areas with a higher potential for the occurrence of caves, in the light of geotechnologies. In order to perform the speleological potential calculation, data were collected on the existing features that are intrinsically linked to the formation of caves: geology, hydrography, exokarstic features present in the study area, hypsometry and slope. After data acquisition, values were assigned to them and, through map algebra, it was possible to identify areas with a higher and very higher degree of potential for the occurrence of caves. Because of the development of this model, it is expected that it will have application in other areas of study. Future fieldwork should be carried out to confirm and register new cavities pointed out in the mapped areas, especially those registered as having high potential.</p> <p>Keywords: karst; Apa; Lagoa Santa; speleological potential; multicriteria analysis.</p> Fernanda Mara Coelho Pizani Ana Paula da Silva Job Tolentino Junior Marcelo Antonio Nero Jarbas Lima Dias Sampaio Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29654 ESTUDO DO POTENCIAL GEOTURÍSTICO DO PATRIMÔNIO MINEIRO DA SERRA DE OURO PRETO, SUDESTE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/29655 <p>A presença de ouro de aluvião nos córregos do Tripuí e Ribeirão do Carmo, na região de Ouro Preto e Mariana, localizada na porção sul do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, levou à nucleação dos primeiros centros urbanos do estado. No século XVIII, a região possuía diversas minas de ouro no flanco sul do Anticlinal de Mariana que foram fechadas após o fim da exploração do mineral, deixando um registro arqueológico, histórico, cientifico e cultural associado à geologia local. O presente artigo tem como objetivo a criação de um georroteiro no flanco sul do Anticlinal de Mariana, também conhecido como Serra de Ouro Preto, por meio da inventariação do patrimônio mineiro e geológico dos geossítios da região, realizada com a coleta de dados em visitas de campo. As galerias mineiras tiveram maior destaque neste trabalho, pois são classificadas como geossítios de acordo com parâmetros de relevância turística, social e ambiental. As visitas aos geossítios possibilitaram o diagóstico da situação dos mesmos em relação à preservação do patrimônio e em relação aos meios turísticos e ambientais. Após a realização da pesquisa, serão realizadas atividades de extensão para divulgação destes geossítios nas comunidades próximas. O fomento à pesquisa e extensão nas comunidades do entorno dos geossítios, portanto, é de grande valia, uma vez que esses grupos locais poderão desenvolver e resgatar sua identidade, além de criar mecanismos de desenvolvimento sustentável em práticas geoturísticas</p> <p>Palavras-Chave: Geoconservação; Patrimônio Mineiro; Georroteiro</p> Yanne S. Queiroz Edgar A. Santos Mariana R. Madeira Beatriz C. Nardy Alesson P. M. Guirra Renata D. A. Freitas Vanessa S. R. Assis Adivane T. Costa Paulo T. A. Castro Copyright (c) 2021 Revista Geonomos 2021-02-26 2021-02-26 10.18285/geonomos.v28i1.29655