Temporalidades

Administração fazendária na capitania da Bahia:

Hyllo Nader de Araújo Salles — 2024-03-12

O presente artigo tem objetivo analisar a arrecadação do direito de 3$500 réis, cobrado por escravos desembarcados em Salvador, procedidos da Costa da Mina. Este rendimento estava aplicado ao pagamento do aparato administrativo, militar e eclesiástico das Ilhas de São Tomé e do Príncipe. A análise centrará na atuação das instituições fazendárias responsáveis pela sua administração na capitania da Bahia: a provedoria-mor do Estado do Brasil e a alfândega de Salvador. Portanto, um estudo de administração fazendária, circunscrito à História Econômica. Para se compreender a arrecadação do direito, utilizar-se-á a legislação que versava sobre a matéria e a correspondência trocada entre os diferentes oficiais, percebendo não só a sua estrutura, mas a dinâmica do seu funcionamento. Assim, o presente estudo torna possível verificar as práticas fiscais: os mecanismos da arrecadação do direito de 3$500 réis na Bahia e nas Ilhas de São Tomé e do Príncipe; bem como a aplicação dos créditos.

Uma análise das práticas de corrupção no governo da província do Grão-Pará (1869-1889)

GISELE MENDES CAMARÇO LEITE — 2024-03-12

Este artigo busca problematizar a corrupção no governo da província do Grão-Pará, entre os anos de 1869 e 1889, através de pesquisa documental baseada em periódicos localizados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e na historiografia sobre a política do Império brasileiro no século XIX. O objetivo é interpretar as peculiaridades políticas e sociais do período imperial, considerando que o Brasil enfrentava contratempos como a intensificação da disputa entre liberais e conservadores, debates sobre a decadência do sistema eleitoral, a questão escravocrata, a Guerra do Paraguai, dentre outros, que, não poucas vezes, desaguavam na discussão sobre a corrupção no governo. As fontes hemerográficas, como os jornais paraenses e a literatura, foram a base para a pesquisa, onde foi possível localizar narrativas e contestações sobre condutas e práticas ilícitas, incluindo fraudes nas eleições e na administração. Estes fatos culminaram com um longo processo de decadência e desgaste do sistema monárquico que teve sua derrocada política no ano de 1889, com a Proclamação da República.

Um olhar crítico em tempos de extremos:

Rayssa Silva Vieira — 2024-03-12

A Guerra Fria foi, decerto, o período em que se explicitou notoriamente o embate entre os dois blocos hegemônicos capitalista e comunista. A partir desse cenário, a presente pesquisa tem como intuito analisar o campo político sob perspectiva do posicionamento crítico do sociólogo francês Raymond Aron. Tal trabalho, vinculado ao projeto “Democracia em Tempo de Guerra Fria”, foi iniciado em outubro de 2020 e desenvolvido, desde então, com uma abordagem político-econômica acerca da dicotomia do período. É respaldado, ainda, pelo referencial teórico-metodológico da História Conceitual do Político, lançando mão, também, das obras autorais de Aron. A hipótese percebida inicialmente, de que o raciocínio de Aron tenderia para um hibridismo do modelo político-econômico, foi confirmada com base na afinidade e convergência dos argumentos aronianos com as teses difundidas por John Maynard Keynes.

Memória e experiência colonial no trabalho de Anton Kannemeyer

Márcio dos Santos Rodrigues — 2024-03-12

Este artigo examina memória da experiência colonial no continente africano e da segregação racial na África do Sul, por meio da análise de duas obras do artista sul-africano Anton Kannemeyer: Pappa in Afrika (2010) e Pappa in Doubt (2016). Essas obras utilizam expressões da cultura visual e da mídia de massas, tais como charges e histórias em quadrinhos (HQs), para levantar polêmicas sobre a história política do continente e, em um nível mais particular, de seu país de origem. Kannemeyer é um artista branco que reconhece seu lugar simbólico privilegiado na África do Sul pós-apartheid, enquanto critica o legado africâner ao país. Busca-se associar a análise do conteúdo textual e imagético das obras de Kannemeyer ao contexto em que foram produzidas e às experiências históricas do passado colonial a que se referem.

O fenômeno da (des)ocupação patrimonial

Vitor de Souza Morais — 2024-03-12

Debate-se o fenômeno da patrimonialização no Brasil e suas práticas, desde a seleção do que tombar às ações protetivas implementadas em prol de sua preservação. Discussão realizada a partir do patrimônio tombado no centro de Goiânia, em específico, do edifício do Grande Hotel, uma das primeiras obras Déco construídas como expressão de um ideal de modernidade, protegido pelo tombamento federal em 2003. Com o declínio de seu uso original permanece uma clara dicotomia entre o que o Estado intenta para a edificação e o que acontece objetivamente em seu arredor. Condição que abre o questionamento sobre as atividades desenvolvidas em seu interior e entorno. As ações contribuem para sua percepção como bem cultural? Como esse espaço é visto hoje? Através de um estudo prospectivo, identifica-se as formas de apropriação do edifício, proposta pelos órgãos de gestão do patrimônio e os movimentos culturais que se apropriam dos espaços a seu redor. Discute-se o paradoxo instaurado: entre o aparente congelamento da edificação frente ao potencial de uso. Explanação realizada a partir de jornais e trabalhos que enfocam o edifício e suas transformações no decorrer do tempo, recorre-se também ao Processo de Tombamento do acervo na cidade.

Entre o Arkheîon e seus Arcontes

Luiz Antonio Sabeh — 2024-03-12

Este artigo problematiza as práticas arquivísticas dos Estados Nacionais modernos a partir de uma reflexão teórica inicial possibilitada pela atuação prática de estagiários de graduação do curso de História-Licenciatura na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal de Alfenas, MG (UNIFAL-MG). Apresentamos, primeiramente, uma discussão sobre os arquivos modernos, considerando as contribuições recentes dos campos do arquivismo, da história, da antropologia e da filosofia para uma análise biográfica e etnográfica dos arquivos. Em seguida, apresentamos elementos relacionados à trajetória normativa que conduziu a uma prática específica de digitalização de documentos na UNIFAL-MG. Por fim, apresentamos os relatos de campo dos estagiários que nos permitiram associar nossa interpretação dessas práticas às reflexões teóricas propostas no início do artigo.

Patrimônio cultural no Brasil

Gleidson De Pinho Tavares — 2024-03-12

O objetivo deste artigo é oferecer melhor entendimento sobre a política cultural no Brasil e de compreendermos como a técnica do saber fazer se tornou reconhecida como patrimônio pelo Estado. Neste sentido, observa-se como a imaterialidade do processo cultural é atualmente valorizada e como ela passou a ser reconhecida dentro da própria sociedade. A transmissão deste saber, dos sentidos e dos significados do objeto cultural, passados de geração a geração, que sempre esteve presente nas comunidades tradicionais e no mundo rural, encontram-se ressalvadas pelo Estado, através do registro de bens culturais para que o próprio grupo detentor desta cultura venha protegê-la. Para tanto, iniciamos este artigo analisando a construção de uma memória para o país ainda no século XIX. Posteriormente, apresenta-se as ações individuais de alguns estados que em busca de proteger o patrimônio material de suas localidades, criaram projetos para este fim.

Editorial

André Luis Martins Amaral — 2024-03-12

Os “crimes contra o recto ministério do Santo Ofício” na capitania de Minas Gerais (1701-1821)

Matheus Antônio da Silva Sousa — 2024-03-12

No quadro dos delitos perseguidos pela Inquisição portuguesa, para além de constarem práticas como o judaísmo, a bigamia, a sodomia, a solicitação e a feitiçaria, havia um conjunto de ações entendidas como perturbadoras do bom funcionamento do tribunal e denominadas “crimes contra o recto ministério do Santo Ofício”. Assim, à Inquisição portuguesa interessava atuar também contra aqueles que impediam e perturbavam seu regular procedimento, quer fossem agentes inquisitoriais que abusavam de sua autoridade, quer fossem indivíduos comuns que ofereciam obstáculos à atuação do Santo Ofício. À vista disso, buscaremos apresentar, no presente trabalho, um mapeamento das denúncias e processos envolvendo os crimes contra o Santo Ofício na capitania de Minas Gerais entre 1722 e 1821, focalizando a natureza do delito e seu comportamento nas terras do ouro.

A capelania militar enquanto universo possível para notabilidade e mobilidade social

Gyovana de Almeida Félix Machado — 2024-03-12

Este artigo consistirá na explanação de parte do que foi desenvolvido em uma monografia de final de curso elaborada enquanto requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em História. Sob o conceito “pastoral”, de Foucault, buscou-se investigar sobre o desempenho do ofício de capelão na capelania militar das Minas do Ouro a partir de sua coexistência em duas esferas, a saber, a religiosa (inerente à própria gênese de sua formação) e a militar (em sua atuação nas Ordens deste cunho) e as possíveis implicações do ofício para os capelães entre os anos em que solicitaram tal ofício, 1799 a 1801.

A biografia e a escrita de si

EVELINE ALMEIDA DE SOUSA — 2024-03-12

Neste artigo analiso as relações entre o relato de viagem, os indícios de uma escrita de si e os usos políticos desse tipo de registro, por meio da obra Viagem de Cuiabá ao Rio de Janeiro, pelo Paraguay, Corrientes, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de 1847, de Henrique Beaurepaire Rohan. O objetivo deste trabalho é narrar a volta do engenheiro militar para o Rio de Janeiro, em 1846, após dois anos servindo na província do Mato Grosso. A memória é marcada pela descrição das paisagens, dos aspectos sociais, culturais e políticos do Paraguai e configura-se como um primeiro exercício de escrita corográfica do engenheiro, gênero comum entre os militares do Império. Além da descrição pretensamente objetiva, o texto carrega intenções veladas e marcas pessoais que apontam para a construção de uma “escrita de si” (GOMES, 2004) e de uma “imagem para os outros” (POLLAK, 1992), que o autor construía possivelmente em busca de reconhecimento político e intelectual, principalmente no campo socioprofissional no qual atuava.

Trilhos da Transformação

Miguel Vitor Araujo Vieira — 2024-03-12

O presente artigo analisa a chegada das ferrovias ao Brasil na segunda metade do século XIX. Neste período, o mundo passava por profundas transformações – sobretudo no que diz respeito as inovações tecnológicas. A sociedade capitalista emergia reestruturando a organização social com a promessa de crescimento e poder. As ferrovias, expressão deste momento histórico, alcançaram diversos países para além da Europa, não só pelo potencial para as demandas industriais de transporte, mas por terem se tornado um dos símbolos mais latentes da modernidade europeia que o Brasil vai tomar como referência do ideal de progresso. Para que se problematize o que as linhas férreas representaram no território nacional diversos autores com perspectivas diferentes acerca do tema são utilizados. Assim sendo, o texto busca por responder como a cultura de progresso desencadeada pela Revolução Industrial na Europa repercutiu nos trópicos. Para tal, foi preciso analisar a situação política, econômica e social do Brasil, especialmente nas décadas de 1850 e 1860.

Fortes no foro e no desaforo? Autoridades locais e republicanos nos periódicos pós-Proclamação: Santa Cruz-RN (1889-1902)

Francisco Alves da Fonseca Neto — 2024-03-12

O presente artigo pretende explorar as disputas políticas entre autoridades locais e grupos republicanos no município potiguar de Santa Cruz, região do Seridó, nos anos seguintes à Proclamação da República. Para isso, foram tomadas como principais fontes jornais do período, sobretudo o de título A República, ferramenta chave para explorarmos os casos de dois personagens da vida social e política da referida localidade. Os resultados e análises apresentados nesta pesquisa visam examinar as múltiplas estratégias adotadas pelos agentes a partir de uma perspectiva local, com destaque o uso da imprensa. Evidenciaremos também os ecos do panorama geral de efervescência e tensionamento das relações de poder nesses contextos específicos, o que nos permitiu verificar e interpretar as dinâmicas estabelecidas do micro ao macro.

Reminiscências de um tempo em comum

Vinícius Bonsignori — 2024-03-12

Neste artigo procuramos investigar as relações entre africanos e belgas, assim como entre seus descendentes, na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, durante os séculos XIX e XX. As fontes utilizadas constituíram-se de entrevistas orais realizadas na década de 1980 e 1990 no âmbito da Fundação Frei Godofredo da cidade de Gaspar (SC) e registros de batismo da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Itajaí (1839-1888) e da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo de Gaspar (1861-1888). A partir das análises e cruzamento das informações contidas nas fontes, percebemos que durante o século XIX houve uma aproximação entre esses dois “grupos”, cujos laços de solidariedade estabelecidos permaneceram na memória oral no século seguinte.

Sobre os rastros e registros do nome. Os Bins em Porto Alegre:

Jessica Bitencourt Lopes — 2024-03-12

Alberto Bins foi uma personalidade ilustre da indústria e política gaúcha. Seu nome e sobrenome, além de indicar uma importante avenida localizada no centro de Porto Alegre/RS, pode nos revelar aspectos da dominação e do poder na capital gaúcha, como o perfil das elites políticas e econômicas e os conflitos que marcaram o período de início da república até os anos finais da Era Vargas. Contudo, o sobrenome Bins tem uma existência social anterior a Alberto, pensando nisso, e na preocupação de se compreender a construção do poder político-empresarial dessa personalidade da história do Rio Grande do Sul, o presente artigo parte de uma investigação dos rastros e registros do sobrenome Bins, especialmente em inventários post-mortem. Dessa forma, esta pesquisa pretendeu investigar a história dessa família imigrante, suas estratégias, composição e as articulações de capitais econômicos, sociais e culturais que elevaram o sobrenome Bins a um espaço de poder tanto no ambiente político, como no espaço empresarial.

Modernidade desiludida

Juliano Lima Schualtz — 2024-03-12

Em 2022 se comemorou o centenário de morte do escritor carioca Lima Barreto (1881 – 1922), da Semana de Arte Moderna (1922) e do Bicentenário da Independência do Brasil (1822), constituindo três momentos-chave para a história e memória literária, cultural e política do país. Muitas páginas e canetas foram gastas em trabalhos diversos sobre a obra de Lima Barreto. No entanto, o presente artigo busca levantar e elaborar questões relativas à experiência do tempo do negro na modernidade brasileira, tendo como eixo o romance inicial do autor, isto é, o “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909). Para refletir sobre a experiência do tempo, proponho pensar em formas de temporalização do tempo (HARTOG, 2019) e formas de temporalização da raça (um conceito que está em desenvolvimento), analisando a Primeira República e, tomando de empréstimo, aspectos da trajetória do escritor. Por fim, busca-se pensar a relação entre tempos, raça, memória e modernidade através do diálogo entre historiografia e literatura.

Lirismo e martírio

Cássila das Neves Ribeiro da Silva — 2024-03-12

O presente artigo tem por objetivo analisar o assassinato de Annita Levy por seu marido, o escritor João Pereira Barreto, em 1912, crime que ficou conhecido como “A tragedia de Icarahy”. Considerando que o assassinato de uma mulher resultou na absolvição do acusado, este artigo também tangencia a condição feminina na Primeira República. O caso se inclui nos chamados “crimes da paixão” que se tornaram uma preocupação social no início do século XX no Brasil. Em vista disso, discute-se a condenação pública de João Pereira Barreto, impulsionada por parcela da imprensa de grande circulação no Rio de Janeiro, a despeito de sua absolvição perante o tribunal.

Uma Breve elucidação sobre o "Populismo"

João Vitor dos Santos — 2024-03-12

Utilizado para descrever o enquadramento político do Brasil que cerca o período entre o fim do Estado Novo e a queda de João Goulart, o termo “populismo” acaba por aviltar a complexidade histórica de um dos períodos mais importantes da contemporaneidade brasileira: a experiência democrática dos anos 1945-1964. Deste modo, o presente artigo objetiva debruçar-se sobre esta palavra para além das concepções ainda presentes nos livros didáticos e no imaginário popular, analisando a esfera contextual do uso do termo no que toca sua contribuição para a edificação de pressupostos simplistas a seu respeito e de suas representações no pós-ditadura militar. Com base nas discussões de especialistas da temática e do excerto temporal — tais como Angela de Castro Gomes, Jorge Ferreira, Maria Helena Rolim Capelato, Vânia Maria Losada Moreira, e outros — o trabalho converge a bibliografia produzida para com a questão e evidencia as relações firmadas entre povo e governantes, além de apresentar o arbítrio que a sentença possui e contribui para legitimar as razões difundidas pela ala antidemocrática defensora do golpe militar de 1964.

Relatos de uma subjetividade descongelada. Uma história de vida (1930-2017)

Luiza Porto de Faria — 2024-03-12

O propósito deste artigo é examinar os procedimentos de reconstrução da memória engendrados por João Batista (1930 – 2017), ex-paciente internado compulsoriamente em um asilo-colônia construído para isolar as pessoas atingidas pela hanseníase. Nesse sentido, a pesquisa baseia-se em quatro entrevistas de história oral de vida, nas quais são abordadas questões relacionadas à metodologia utilizada, à restauração da identidade do sujeito, aos mecanismos de reintegração social e ao processo de reconstrução do indivíduo e de suas memórias após os anos de confinamento.

JK, Editora Abril e Globo: Popularização da literatura nos anos de nacional-desenvolvimentismo

Gabriel Alves Mendes — 2024-03-12

Na década de 1950, especialmente durante o governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil passou por uma nova onda de modernização também de cunho nacional-desenvolvimentista, agora travada no campo das discussões dos anos 50 e 60. A mídia e a comunicação não ficaram de fora desta esfera, da qual surgiram diversas editoras com o propósito de ampliar o mercado consumidor. Neste contexto, surge a Editora Abril, que foi responsável por moldar formidáveis mudanças no cenário de produção e consumo destes materiais no Brasil, com a produção e divulgação de livros, dentre eles clássicos da literatura; revistas; enciclopédias e jornais, com um perfil mais popular. O caráter massivo e industrial garantia preços mais baixos, que ampliaram acesso de camadas mais baixas da população. Algumas formatações também se somaram à iniciativa, como a criação de livros de bolso, a expansão da distribuição e também certos designs que tornavam os produtos mais atraentes e mais fáceis ao consumo popular. Para além da Editora Abril, algumas outras iniciativas acompanharam também o cenário, como a Editora Globo.

Os estudos do professor João Gabriel Baptista e a consolidação da Geografia enquanto campo científico no Piauí a partir da segunda metade do século XX

Marcus Pierre de Carvalho Baptista — 2024-03-12

Na segunda metade do século XX João Gabriel Baptista (1920-2010), engenheiro formado na Bahia em 1946, torna-se em 1962 professor universitário no curso de Geografia na Faculdade Católica de Filosofia do Piauí. A partir de então, passa a publicar uma produção profícua acerca da geografia do Piauí, inserindo-se nas redes de sociabilidades intelectuais e nos espaços acadêmicos existentes na época no estado. Esta conjuntura permitiu ao indivíduo tornar-se um intelectual e elaborar uma produção sistemática na área de Geografia do Piauí, com a publicação de sete livros autorais, sendo um dos principais responsáveis pela constituição do saber científico de geografia no estado. O objetivo deste artigo foi analisar as condições históricas que possibilitaram a inserção do indivíduo nestas redes, a elaboração de seu pensamento e obras de Geografia, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental. Destacou-se a pertinência do contexto de época para sua constituição enquanto intelectual, para a produção de suas obras e sua relevância para a Geografia no Piauí.

A inserção do rio Tocantins na política hidroelétrica brasileira (1984-2012)

Lucas André da Luz Silva Dias — 2024-03-12

A expansão de grandes usinas hidrelétricas pelo curso do rio Tocantins, atrelada à periodicidade dessas construções e aos discursos utilizados para sustentá-las, conferem ao rio o lugar de nova fronteira energética brasileira. No presente trabalho, objetivamos demonstrar como esse processo se construiu, evidenciando não ser somente fruto do acaso, mas que as obras hidrelétricas na Amazônia são um projeto do Estado brasileiro. Para tais fins, utilizaremos um diálogo bibliográfico com autores que nos fazem refletir, em um primeiro momento, sobre a política hidroelétrica brasileira e, posteriormente, nos permitem problematizar a entrada do rio Tocantins nessa lógica predatória de construções de barragens. Com isso, pretendemos demonstrar a necessidade de pensarmos em novas fontes alternativas de energia, uma vez que a fonte de origem hidráulica vem transformando drasticamente as relações homem-natureza.

“A revolução legalista”:

Joel Marcos Brasil de Sousa Batista — 2024-03-12

O artigo visa analisar as representações produzidas pelos jornais piauienses O Dia e O Dominical, sobre o golpe civil-militar de 1964. Como objetivo específico foi investigado a maneira que os jornais repercutiram as reformas de base, golpe de 64 e o governo ditatorial que foi instalado. A questão norteadora da investigação histórica tratou do uso do termo “Revolução” como construção linguística e discursiva, referente aos acontecimentos que resultaram na deposição do presidente João Goulart. Foram utilizados os jornais O Dia e O Dominical como fontes históricas. A metodologia utilizada instrumentalizou a produção hemerográfica com abordagem qualitativa, bibliográfica e de análise do discurso. Além disso, a pesquisa foi feita tendo como principais referências teóricas: Bourdieu (1989), Certeau (1998), Castro (2022), Motta (2021), Napolitano (2020) e Oliveira (2008 e 2020).

Os elementos conservadores do autoritarismo na Ditadura Militar (1964-1985)

Rodrigo de Souza Costa — 2024-03-12

Neste artigo discutiremos aspectos conservadores presentes na Ditadura Militar (1964-1985), tendo como ponto de partida um verbete do “Dicionário crítico do pensamento da direita”. O nosso objetivo é demonstrar a interseção histórica entre conservadorismo e autoritarismo enquanto elementos constituintes da sociedade capitalista. Considerando as características autocráticas da burguesia na periferia do capitalismo, o conservadorismo é um dos instrumentos dessa dominação que toma formas autoritárias. No Brasil o autoritarismo teve seus ideólogos conservadores, nacionais e estrangeiros, que influenciaram as bases doutrinárias dos governos militares. A intenção não é negar a diversidade de perspectiva política e ideológica no período, mas traçar a trajetória do autoritarismo e o seu papel nos eventos políticos, econômicos e sociais, assim como evidenciar seus fundamentos conservadores.

Histórias de luta:

Izabella Cardoso da Silva Campagnol — 2024-03-12

Neste artigo, pretende-se verificar como dois periódicos veiculados no período entre 1970 e 2000 representaram diferentemente as guerrilheiras participantes da Guerrilha do Araguaia, experiência de luta armada rural ocorrida entre 1966 a 1974, na região Sul do Pará, Goiás e Maranhão. Por meio da análise das tensões políticas verificadas no período, propomos compreender como as guerrilheiras foram retratadas, levando também em consideração a memória hegemônica construída a respeito da ditadura ao longo dos anos e as questões de gênero implicadas no período.

Livros na fogueira: as chamas provocadas pela censura

Gustavo Orsolon de Souza — 2024-03-12

O artigo tem o objetivo de analisar a entrevista de “Censura”, funcionário da Censura Federal, concedida ao Jornal do Brasil, em 1977, em um momento em que poucos aceitavam falar sobre as ações do governo. O foco do diálogo são os livros apreendidos e enviados para a incineração. A ideia é acompanhar o desenrolar do depoimento, contextualizando com outras fontes e bibliografia, para verificar as condições que levavam uma produção literária a ser encaminhada para a fogueira, assim como, conhecer as possíveis limitações relacionadas à censura de livros.

História e linguagem: O (dis)curso de “Botão de Rosa” como lampejo no desnudamento da ditadura militar brasileira

Andréia Souza de Araújo — 2024-03-12

A narrativa literária brasileira nos anos 70 foi marcada pela presença de textos que indagassem os discursos às críticas sociais, especialmente ao regime militar brasileiro. No presente artigo, investigamos os principais aspectos dessa literatura, tanto na história quanto na linguagem, tomando como principal referência o conto “Botão de rosa” de Murilo Rubião. Na análise da narrativa, vemos como se deu a assunção dos movimentos de resistência, com valores propagados desde o advento das revoluções constitucionalistas da década de 30, passando pelas manifestações literárias das vanguardas poéticas da década de 50 até chegar no golpe de estado. A novidade de tal publicação na década de 70 consiste na denúncia social num único espaço textual, desnudando as incógnitas da repreensão social em uma fusão de uma intensa realidade histórica. Nesse esteio, as representações literárias se revelam imprescindíveis como lampejo esperançoso à crítica de censura da violência. Ao abordar temas como violência, repressão e fuga, o conto passa a necessitar de uma abordagem moderna para que não seja censurado como as literaturas tradicionais, especialmente por tratar de tabus por meio da narrativa.

As crianças e as leis: as representações das crianças no Concílio de Trento e nas Ordenações do Reino de Portugal

Juliana de Mello Moraes — 2024-03-12

Esse artigo analisa as representações das crianças em três legislações importantes para o Império português na Idade Moderna, respectivamente: o Concílio de Trento (1545-1563), lei maior da Igreja Católica entre os séculos XVI e XIX, as Ordenações Manuelinas (1521) e as Ordenações Filipinas (1603), ambos códigos régios aplicados ao direito secular no Império ultramarino português. Para tanto, se avalia o percurso historiográfico e a análise das fontes parametrizadas pelo campo de estudos da História Cultural. A abordagem utilizada na pesquisa é a de análise comparativa entre as leis, associada à discussão bibliográfica e historiográfica pertinente sobre o tema. Assim, ao abordar essas legislações enquanto fontes, busca-se conectá-las teoricamente aos jogos culturais de representações, apropriações e práticas que perpassavam o cotidiano daquelas sociedades e o novo lugar social a ser definido e ocupado pelas crianças naquele período.

Os Conflitos Entre Patrões e Empregados na Inglaterra do Século XIX a Partir da Obra Norte de Sul

Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla — 2024-03-12

A presente pesquisa tomou como fonte o livro Norte e Sul escrita em 1855 pela autora inglesa Elizabeth Cleghorn Gaskell (1810-1865). Com base nessa obra, questionamos em que medida é possível perceber tensões geográficas de desenvolvimento entre dois extremos: o Norte industrializado e o Sul agrícola, e quais caraterísticas das relações sociais apresentadas nessa publicação, especialmente as de trabalho, podem esclarecer sobre o que denominamos de Questão Social. Queremos, especialmente, apresentar esse período, não somente sob à luz das relações entre patrões e empregados e conflito de classes, mas também elucidar uma visão feminina de gênero sobre esse contexto.

Perfis românticos e formação intelectual:

Joachin de Melo Azevedo Sobrinho — 2024-03-12

O objetivo geral deste estudo é analisar o debate acerca da função da literatura e dos intelectuais entre os autores Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e Friedrich Schiller (1759-1805), tidos como principais representantes da tendência estética conhecida como romantismo alemão. Sendo assim, é possível relacionar história, literatura e modernidade na medida em que esses escritores, por meio de artigos de opinião, correspondências e romances, fizeram da escrita uma ferramenta para criticar a disseminação do racionalismo iluminista na Alemanha durante a transição do século XVIII para o século XIX. Portanto, ao analisar os debates de Schiller e Goethe, presentes nas correspondências trocadas entre os dois autores, de 1794 até 1803, abordaremos questões como redes de sociabilidades intelectuais, tensões culturais entre as tendências universalistas do iluminismo e a leitura que o romantismo alemão realizou da Razão.

“A peste das bexigas”: epidemias de varíola e assistência jesuítica na América Portuguesa (1500-1759)

Poliana Orosa Rodrigues — 2024-03-12

O presente artigo analisa o cuidado oferecido pelos jesuítas durante as epidemias de varíola que assolaram a América Portuguesa e também apresentar as principais terapêuticas aplicadas pelos jesuítas nos Colégios. Neste projeto de investigação, tem-se como foco a análise das cartas jesuíticas e obras sobre a temática curativa produzidas pelos missionários. O Brasil foi assolado por diversas epidemias de bexigas durante todo o período colonial, tendo os homens da Companhia de Jesus sido importantes âncoras de saúde. Nesse sentido, busca-se analisar a presença da varíola em seus registros e compreender o lugar que os jesuítas ocuparam nesse período, considerando as possibilidades curativas disponíveis

A construção da “Tese Yates”:

Lucas Augusto Pietra — 2024-03-12

Este artigo busca, através da restituição do ambiente intelectual de produção do livro Giordano Bruno e a Tradição Hermética, de Frances A. Yates, observar a dinâmica que se estabeleceu entre o texto e o paradigma que lhe foi atribuído posteriormente – a chamada “tese Yates”. Para isso, seguimos a recepção do texto por uma década a partir do momento de sua publicação, 1964, quando o paradigma é fundado por Robert Westman e James McGuire. Na primeira parte do trabalho, além da retomada de aspectos constitutivos do texto e da história de sua recepção, foram analisadas resenhas publicadas em periódicos acadêmicos que tangessem diretamente o trabalho de Yates. A seguir, avaliamos as reações oriundas da história da ciência à luz da dita “tese Yates” e, por conseguinte, as visões que recaíram sobre os ensaios de Westman e McGuire.

Os traços do paraíso em William Blake

Fernando Glaybson do Nascimento Santos — 2024-03-12

William Blake foi um artista de originalidade ímpar que nunca recebeu o devido reconhecimento em vida. Um dos motivos para esse ostracismo do mainstream artístico inglês costuma ser atribuído a criação de uma arte desviante dos padrões de sua época. Este artigo tem como objetivo investigar a relação entre o universo pictórico de Blake e as matrizes culturais, visuais, míticas e religiosas do barroco através da linguagem emblemática expressa nas gravuras de For Children: The Gates of Paradise de 1793, analisando-as a partir do método iconográficoiconológico de Erwin Panofsky e estabelecendo um diálogo com autores que empreenderam pesquisas similares.

Notas do Subsolo como novela científica

Rafael Sarto Muller — 2024-03-12

Notas do Subsolo, de Dostoiévski, tem sido apontada na literatura científica como obra que coloca em questão o racionalismo de sua época. Além disso, vem sendo estudada a partir de paradigmas psicanalíticos e materialistas por uma série de pesquisadores contemporâneos. Perspectivada como uma novela científica (especificamente epistemológica), operamos uma inversão epistemológica: usaremos o arcabouço teórico do homem do subsolo para estudar os métodos (notadamente psicanálise e materialismo dialético) que foram usados para estudá-lo [ao homem do subsolo]. Como resultados, demonstramos a psicanálise como uma pseudociência e o materialismo dialético, quando usado nas ciências históricas, como uma protociência. Concluímos identificando no “método do subsolo” os traços característicos do ceticismo como base filosófica para o fazer científico.

Miami Sound Machine

Igor Lemos Moreira — 2024-03-12

Fundada nos anos 1970, a Miami Sound Machine foi uma das principais bandas a representarem as comunidades cubanas exiladas globalmente. Liderado por Emílio Estefan, o grupo se tornou mundialmente conhecido após o single Conga (1985) e por ter tido como vocalista ao longo de toda a sua atividade a cantora Gloria Estefan. No entanto, apesar de sua importância para as culturas do exílio cubano, poucos são os estudos que analisam a proposta e produção da Miami Sound Machine. O presente artigo propõe um primeiro estudo sistemático sobre o grupo, em formato de notas de pesquisa, como parte dos resultados de uma pesquisa mais ampla sobre a biografia política e artística da cantora Gloria Estefan. A partir da análise da trajetória do grupo e de seu primeiro álbum, orientado pelas relações entre História e Música, pelos Estudos sobre Performance e os estudos de trajetória, demonstramos de que forma foi elaborado um projeto artístico que representasse um determinado projeto sobre o exílio e, mais particularmente, sobre a experiência cubano-americana defendida pelo Miami Sound.

A materialidade discursiva das propagandas ideológicas na narrativa de The Purge: Anarchy (2014)

Sabrina Alves Ferreira — 2024-03-12

Neste artigo objetivamos analisar a materialidade discursiva das propagandas ideológicas que são apresentadas no filme The Purge: Anarchy (2014) para produzir efeitos de sentido em relação à política expurgatória instituída nos Estados Unidos onde, uma vez por ano, no período de 12h, qualquer crime se torna legal. O intuito é partir da análise de dois discursos apresentados na película, um emitido de maneira oficial na mídia, assinado pela entidade NFFA (New Founding Fathers of American) e o outro transmitido por streaming pelo ativista social Carmelo. Partindo dessa dicotomia, analisaremos como os discursos têm condições de produção diferentes e de que modo os efeitos de sentido produzidos pela midiatização tentaram atuar no imaginário social. Como resultado, partindo de uma Análise do Discurso derivada das discussões de Patrick Charaudeau e Eni Orlandi, foi possível observar como a propaganda emitida pela NFFA sustentou e reproduziu vontades de verdades ancoradas na memória na tentativa de legitimar uma política genocida, e como o discurso de Carmelo oferece uma reação a partir da busca pela legitimidade.

As políticas de reconhecimento do patrimônio cultural afro-brasileiro no Rio de Janeiro

Juliana Oakim Bandeira de Mello — 2024-03-12

Este texto transita pelas diferentes políticas de valorização de bens culturais implementadas no Brasil, em especial, no Rio de Janeiro, que são relacionadas a identidades culturais afro-brasileiras. Partindo desde uma construção mítica de igualdade racial, passa pelas políticas implementadas durante o período da redemocratização, avança sobre o alargamento do conceito de patrimônio cultural imaterial e segue até o reconhecimento do Cais do Valongo como patrimônio mundial. Ao atravessar este longo percurso, o texto pretende investigar os potenciais e as limitações destas políticas na construção de uma democracia efetiva e na promoção da diversidade cultural e racial brasileira.

Instrução Pública e popularização da ciência no Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1891-1898)

Diego Ramon Silva Machado — 2024-03-12

Este artigo tem por objetivo investigar como ocorreu a popularização da ciência no Museu Paraense de História Natural e Etnografia – MPHNE, no período de 1891 a 1898, enquanto prática da Instrução Pública no Pará. A partir de regulamentos, regimentos internos da Instituição, Estatutos da Sociedade Zeladora do Museu Paraense, relatórios oficiais de governadores do Grão-Pará e jornais da época, o trabalho destaca que, desde sua instalação, o MPHNE teve como objetivos a popularização da ciência ao público em geral, tendo quatro principais estratégias para esse fim: (a) visitações escolares, (b) conferências públicas, (c) instruções impressas para coleta de animais e plantas, todas elas divulgadas no Boletim do Museu Paraense de História natural e Etnografia e (d) visitação do Parque Zoobotânico. Os resultados apontam que durante os primeiros anos da República no Pará o Museu foi visto por governantes, diretores da Instrução Pública e do próprio Museu como um projeto republicano de modernidade, pautado na linguagem pedagógica do método de ensino intuitivo ou lição de coisas, opondo-se, portanto, à cultura livresca em fins do Século XIX.

Políticas de corporalidade e autonomismo nas experiências de militância da Comisión por el Derecho al Aborto (1988-2007)

Rafaela Zimkovicz — 2024-03-12

Este trabalho objetiva analisar as estratégias e formulações teórico-políticas desenvolvidas pela Comisión por el Derecho al Aborto (1988-2007, Argentina), organização feminista que articulou a Campaña Nacional por el Aborto Legal, Seguro y Gratuito (2005-atual). Para tanto, analisam-se os 16 volumes do boletim Nuevos Aportes, publicado pelo coletivo no período, priorizando, metodologicamente, suas dimensões de materialidade cultural e de circulação. Em diálogo com o feminismo pós-estruturalista (Butler, 2003; 2018; 2019) e a crítica da colonialidade neoliberal latino-americana (Brown, 2018; Gago, 2015; Segato, 2016), identifica-se a consolidação de um projeto de crescente radicalidade, manifestada pela recusa do fenômeno de onguização; afirmação subversiva do aborto enquanto potência corporal; e formação de alianças intersetoriais. Propõe-se, a partir do dessilenciamento prático do aborto e da auto-elaboração histórica denotada por seu Archivo Feminista, que essas militâncias fraturam a totalidade de escritas históricas e dos sistemas de subjetivação normativa a ela conectados (Haraway, 1995; Scott, 2007).

Percepção De Professoras (Es) Da Educação Básica Sobre O Ensino Remoto No Maranhão (Br) Durante A Pandemia Da Covid-19

Richard Oliveira Jardim — 2024-03-12

O fenômeno global da disseminação do vírus SARS-CoV-2 trouxe consigo bruscas mudanças na forma de conduzir trabalhos e as relações interpessoais em todos os setores da sociedade com destaque, nesta pesquisa, ao sistema educacional. O trabalho justifica-se pela necessidade de refletir a prática educacional em períodos atípicos e reformulações das práticas docentes. O objetivo, deste trabalho, é evidenciar a percepção de professoras (es) da educação básica sobre a adesão ao ensino remoto no estado do Maranhão. Para tanto, utilizou-se o método qualiqualitativo, seguindo os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento e revisão bibliográfica; coleta de dados primários, a partir de questionário disponibilizado virtualmente, através da plataforma google forms e divulgado em grupos de redes sociais a professores da rede pública e particular de ensino básico no Estado. Foi possível identificar alguns desafios enfrentados pela comunidade escolar, uma vez que, a tecnologia é vista como um instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem. A maioria das escolas não apresentam esse suporte para o oferecimento de aulas remotas e as professoras (es) não tiveram uma formação adequada para estarem lecionando à distância.

Contra os negacionismos:

Elvis de Almeida Diana — 2024-03-12

Neste artigo, buscamos realizar uma revisão bibliográfica acerca da relação entre a História Pública e o Ensino de História enquanto um meio necessário no combate aos negacionismos históricos e aos abusos do passado. Para isso, dividimos este manuscrito em três partes. Na primeira, tratamos sobre os negacionismos e como essa prática é uma ameaça à historiografia, ao ensino de história e à democracia. Na segunda, debruçamo-nos sobre o necessário papel do Ensino de História e a História Pública frente a tais ameaças, ressaltando as relações entre esses âmbitos e a teoria da história. Por fim, destacamos como a união entre a História Pública e o Ensino de História consiste em uma complementaridade essencial no combate aos negacionismos sobre o conhecimento histórico, enfatizando a função do historiador e do professor de História como intelectuais públicos e éticos, na tarefa de realizar mediações entre a Universidade e diversos grupos sociais, com base nas proposições de Marta Rovai (2018), Fernando Penna e Rodrigo Ferreira (2018).

Apresentação

Andrezza Alves Velloso — 2024-03-12

Elementos pré-textuais

2024-03-12

Sumário

2024-03-12

Liberalismo versus Democracia

Rodrigo José Fernandes de Barros — 2024-03-12

Por uma História Social do(a)s trabalhadore(a)s: apontamentos e perspectivas

Alberta Jorgia Félix Paulino — 2024-03-12

Vanguarda centenária: territórios e temporalidades dos modernismos brasileiros

Natália Zampella — 2024-03-12

As memórias de Krzysztof Arciszewski

David Prado Machado — 2024-03-12

Entrevista com André Onofre Limírio Chaves

André Luis Martins Amaral — 2024-03-12