Trabalho & Educação | v.28 | n.3 | p.147-160 | set-dez | 2019
de doar o terreno onde seria construída a escola; à CSN os encargos da construção e
também da manutenção da escola e ao MEC, a infraestrutura interna necessária tais
como mobiliário, equipamentos das oficinas, laboratórios, refeitório, administração, além
da assistência técnica e pedagógica. Também estabelecia que a administração da
escola fosse de responsabilidade da CSN que, por sua vez, criou uma fundação para
administrar não apenas esta escola, mas qualquer outro estabelecimento de ensino
criado por convênio semelhante e de responsabilidade da empresa, sem fins lucrativos.
A preocupação que se dava, era a de não introduzir seus métodos de administração
empresarial devido às diferentes necessidades da gestão de uma escola. Assim, a
Fundação General Edmundo Macedo Soares e Silva-FUGEMSS foi instituída por um
ato público em 20 de abril de 1961, estando a Escola Industrial General Edmundo
Macedo Soares e Silva-EIGEMSS vinculada à CSN por seu intermédio. (FUGEMSS,
1962).
Em consonância com a legislação educacional deste período, a EIGEMSS iniciou seus
trabalhos ofertando gratuitamente os cursos de Ginásio Industrial até o ano de 1974 e
Aprendizagem Industrial até o ano de 1998. Estes cursos foram regulamentados pela
primeira LDB nº 4024/61. O curso ginasial era ofertado como ensino técnico e o curso
de Aprendizagem Industrial foi implantado por meio do Acordo CSN-SENAI e seu
Programa Geral de Ensino e Treinamento da CSN do Setor de Minas Gerais-SMG.
Este programa era voltado para os aprendizes e operários da CSN, com objetivo de
atender à preparação de mão de obra na formação de aprendizes e aperfeiçoamento,
além da promoção socioprofissional do trabalhador, “permitindo-lhe acesso e um novo
status socioeconômico” (CSN; SMG; FUGEMSS, 1968, p. 1 – grifo do autor).
Em 1969, o Curso Técnico de Eletromecânica foi implantado e, por se tratar de um
curso do segundo ciclo, levou a gestão da EIMGEMSS a solicitar à Diretoria de Ensino
Industrial de Minas Gerais-DEI-MG a autorização para a sua transformação em Colégio
Técnico Industrial. O parecer elaborado pela inspeção técnica explica que o
estabelecimento ainda não tinha todos os elementos necessários para ser considerado
como tal. No entanto, por haver vários aspectos relevantes a serem considerados em
relação aos resultados alcançados até então, pela excelente qualidade de ensino,
obteve a autorização a título experimental. A responsabilidade da supervisão e
certificados foi direcionada para Escola Pandiá Calógeras de Volta Redonda (DEI-MG,
1969). Assim, no período entre 1969 e 1973, a EIGEMSS foi denominada Colégio
Técnico General Edmundo de Macedo Soares e Silva-COTEGEMSS. Pouco mais de
quatro anos depois este curso foi extinto e a escola retomou o seu nome de origem.
No passar de diferentes contextos políticos e econômicos do país, na década de
noventa do século passado, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso várias
privatizações de empresas públicas ocorreram. Fato este que definiu novos caminhos
para a CSN (privatizada em 1993) e gerou impactos econômicos no país. Isto, atrelado
à publicação da LDB nº 9394/96, resultou em uma nova configuração da EIGEMSS no
ano 2000. Seu nome passou a ser Centro de Educação Profissional e Tecnológica
General Edmundo Macedo Soares e Silva-CET e assumiu a educação profissional
como sua principal atividade. A FUGEMSS passou a ser denominada Fundação CSN
para o Desenvolvimento Social e a Construção da Cidadania. A partir de então, embora
a mantenedora da escola fosse a CSN por meio da Fundação, a instituição passou a
fazer parte da rede particular de ensino, com a oferta de bolsas de estudo. Atualmente
são oferecidos Cursos de Aprendizagem Industrial-CAI, ensino fundamental, ensino
médio, cursos técnicos nas formas subsequente e concomitante, programas de