Trabalho & Educação | v.28 | n.3 | p.7-12 | set-dez | 2019
Maria Jose B. P. FLORES, e Ângela I. L. de Freitas DALBEN, em “Configurações da
docência em uma universidade pública no brasil e na argentina”, nos apresentam
uma análise comparada da docência em uma universidade pública no Brasil e na
Argentina a partir de dados da faixa etária e das condições de trabalho dos professores.
Discute-se as configurações assumidas pela docência nestas universidades baseando-
se na compreensão da educação superior como bem público e a profissionalidade
docente estabelecida nesse processo. Considerando as transformações recentes no
âmbito das universidades públicas da Argentina (as universidades nacionais) e do
Brasil (as universidades federais), e reconhecendo as especificidades da constituição
delas nos diferentes países, selecionou-se duas universidades com proximidades em
termos de capacidade atendimento e projeção no cenário acadêmico. Nesse contexto,
realizou-se a pesquisa com 373 professores argentinos e 104 professores brasileiros,
por meio de questionário e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam uma
disparidade de condições entre os docentes das duas universidades que podem ser
compreendidos mediante uma leitura sócio-histórica do arranjo da educação superior
nos respectivos países e suas influências sobre a universidade e, consequentemente,
sobre a profissionalidade docente.
Renata Bento LEME, Maria José Ferreira RUIZ e Sandra Regina de Oliveira GARCIA,
em “A interferência do empresariado nas políticas para a educação do
trabalhador”, nos apontam os caminhos históricos que levaram o governo federal a
sancionar a Lei n. 13415/2017, da reforma do ensino médio. O artigo objetiva ainda
discutir a tendência histórica da interferência dos empresários na elaboração das
políticas educacionais, voltadas para o ensino médio e para a educação profissional, no
Brasil. Apresenta indícios destas interferências desde a elaboração da Lei Capanema,
passando pelo período ditatorial, em que a profissionalização compulsória foi colocada
em prática por meio da Lei n. 5692/1971.
Renan ARAÚJO, e Lilian Fávaro Alegrâncio IWASSE, em “Formação docente e a
pedagogia do “aprender a aprender”: as reformas da educação na era da infâmia
do capital”, expõem, apoiados em fontes bibliográficas, em dados empíricos e na
análise documental, as deliberações das Conferências “Educação para Todos”
realizadas em Jomtien (1990), Dakar (2000) e Incheon (2015). Adicionalmente,
procuram compreender como seus compromissos têm se inserido nos Planos
Nacionais de Educação (2001-2011 e 2014-2024), leis, decretos, orientações,
programas e políticas públicas. Esses documentos disseminadores das teses da
Pedagogia do “Aprender a Aprender” sugerem uma formação docente cujo perfil
formativo dos professores deve ter como referência as premissas das novas
competências e habilidades exigidos nos processos formativos.
Renan Monticeli FURTADO, e Hélder Ferreira ISAYAMA, em artigo intitulado “Um
perfil de egressos do curso de educação física da Universidade Federal de Minas
Gerais”, investigam o perfil dos egressos formados em Educação Física na
Universidade Federal de Minas Gerais, no período de 2011 a 2017. 101 egressos
responderam e participaram da pesquisa e os dados demonstram que os campos de
atuação com maior intervenção dos egressos são: escola (22%), personal trainer
(17,4%), academias de ginástica (14,4%), escolinhas de esporte (12,9%) treinamento
funcional (6,8%), alto rendimento esportivo (5,3%) e recreação (3,8%). A metade dos
egressos se formaram como bacharéis, 30% como licenciados e 20% possuem as
duas formações, sendo que, 35% dos egressos optaram por completar a formação e