Trabalho & Educação | v.29 | n.2 | p.169-182 | maio-ago. | 2020
disso, quando se trata de planejamento conjunto, o percentual de docentes que o faz é
baixo, 34,8% com professores da mesma área e apenas 17,4% de áreas diferentes.
No escopo desse trabalho, então, sugere-se o que recomendam Cambraia e Zanon
(2018): que as reflexões aqui apontadas incentivem processos de estudo coletivos, a
criação de grupos de pesquisa-ação crítica e emancipatória, sendo uma maneira de
repensar a prática curricular e reparar a necessidade permanente de formação.
Nesse sentido, a construção do currículo integrado e a concretização do ensino médio
integrado só serão possíveis quando houver a superação da dicotomia entre a educação
para o “fazer” versus educação para o “pensar”, com a compreensão da identidade dos
Institutos Federais, com o fim da resistência ao trabalho conjunto entre as áreas
propedêutica e técnica, bem como com a clareza e a compreensão sobre o que de fato
postula o ensino médio integrado e de como se pode promover, dentro dessa
perspectiva, um currículo integrado.
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