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DOI: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2020.24529
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
FORMAÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO TÉCNICO EM
ADMINISTRAÇÃO DO IFNMG CAMPUS ARINOS
1
Training of technical course in Administration of IFNMG Campus Arinos
MOTA, Valdinice
2
BRAGA, Denise
3
RESUMO
Este artigo analisa como o Curso cnico em Administração do IFNMG Campus Arinos repercute na
inserção social e profissional no Vale do Urucuia, a partir da vio dos egressos. Buscamos estudar o
envolvimento dos alunos com as disciplinas ofertadas, seus interesses, realidades, dificuldades e o
incômodo: qual o papel do Campus Arinos na formação destas pessoas? O Curso Técnico em
Administração contribui para a inserção social e profissional dos alunos? Para este estudo foi feita a
coleta priria de dois conjuntos de informações e dados, simultaneamente, sendo utilizada
abordagem quantiqualitativa. A pesquisa de enfoque quantitativo com os egressos foi realizada
mediante aplicação de questionário on-line com perguntas fechadas. Foram obtidos 118 conjuntos de
respostas dos egressos de 161 questionários disponibilizados e realizadas 7 entrevistas, com um
egresso de cada turma. A pesquisa revela forte aceitação do curso por parte dos alunos, no entanto,
ressalta também limitações que afetam o desenvolvimento do egresso em relação à sua inserção
profissional. Esperamos ter sinalizado pontos merecedores de reflexões por parte dos gestores da
educação pública no Brasil.
Palavras-chave: Ensino cnico. Pesquisa com egressos. Educação profissional.
ABSTRACT
This article analyzes how the Technical Course in Administration at IFNMG - Campus Arinos has
repercussions on social and professional insertion in the Urucuia Valley, from the perspective of the
graduates. We seek to study the involvement of students with the subjects offered, their interests,
realities, difficulties and discomfort: what is the role of Campus Arinos in the training of these people?
Does the Technical Course in Administration contribute to the social and professional insertion of
students? For this study, the primary collection of two sets of information and data was made
simultaneously, using a quantitative-qualitative approach. The research with a quantitative focus with the
alumni was carried out by applying an online questionnaire with closed questions. 118 sets of responses
were obtained from the graduates of 161 questionnaires made available and 7 interviews were
conducted, with one graduate from each class. The research reveals strong acceptance of the course
by the students, however, it also highlights limitations that affect the development of the graduate in
relation to his professional insertion. We hope to have signaled points worthy of reflection on the part of
public education managers in Brazil.
Keywords: Technical education. Search with graduates. Professional education.
1
O texto passou pela avaliação de Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFVJM), tem financiamento Do IFNMG; é resultante de pesquisa
de dissertação do Mestrado em Educação da UFVJM.
2
Mestre em Educação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, Graduação em Administração pela
Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Professora de Ensino Básico e Tecnológico do Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais IFNMG. Coordenadora do curso de Bacharelado em Administração IFNMG Campus Arinos. E-mail:
valdinice.mota@ifnmg.edu.br
3
Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Professora Adjunta da Universidade Federal
dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM. Coordenadora do curso de Licenciatura e Pedagogia UFVJM. Docente do Programa de
Pós-Graduação Mestrado em Educação. E-mail: denise.braga@ufvjm.edu.br.
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INTRODUÇÃO
Na primeira década do século XXI, no Brasil, no período de 2003 a 2016, a educão
profissional da Rede Federal de Ensino vivenciou a maior expansão de sua história.
Segundo o Portal do Ministério da Educação e Cultura - MEC (2004), foram construídas
mais de 500 novas unidades referentes ao plano de expansão da educação profissional,
totalizando 644 campi em funcionamento. Atualmente, são 38 Institutos Federais
presentes em todos os estados, que oferecem cursos de qualificão para todas as
pessoas que tenham interesse nas conquistas científicas e tecnológicas, no Ensino
Médio Integrado, aos cursos superiores de tecnologia e licenciaturas.
Esta pesquisa buscou responder especificamente a seguinte pergunta: de que forma o
Curso Técnico em Administração do IFNMG Campus Arinos repercute na inserção
social e profissional no Vale do Urucuia, a partir da visão dos egressos? Assim, o objetivo
geral deste trabalho consiste em analisar a prática social dos egressos, sua inserção no
mundo do trabalho e seu efeito em termos de melhoria da renda e qualidade de vida,
com os seguintes objetivos específicos: identificar a inserção social e profissional dos
egressos do Curso Técnico em Administrão no período de 2011 a 2017 no Vale do
Urucuia; analisar a correlão existente entre a formação obtida no Curso Técnico em
Administração e possíveis transformações sociais e profissionais na vida dos egressos;
levantar dados que auxiliem na implementação de políticas de acompanhamento de
egressos no IFNMG - Campus Arinos.
A justificativa para o presente trabalho é que, na região do Vale do Urucuia, não são
correntes as ões de realizar análises de impacto em programas de qualificação
profissional. Apontamos ainda, o acompanhamento de transformações, na perspectiva
de uma avaliação contínua da formação ofertada no IFNMG Campus Arinos, dos seus
currículos, do perfil profissional dos egressos e a necessidade de uma formão
profissional continuada.
O Curso Técnico em Administração no IFNMG Campus Arinos tem a duração de 3
Módulos/semestrais. O ingresso no curso acontece por meio de inscrição em processo
seletivo com entrada anual. Podem ser admitidos no curso alunos que estejam cursando
a ou a 3ª séries do ensino médio ou que já tenham concluído o Ensino Médio (IFNMG,
2017). Foi criado a partir do projeto de expansão da Rede Federal de Ensino e atendeu
aos anseios da comunidade, por meio de audiência pública ocorrida na cidade, ainda em
2008, na definição dos cursos para serem ofertados pela Instituição, conforme previsto
no PDI 2014 2018.
Atualmente, os Cursos de nível cnico do Campus Arinos visam atender às deficiências
de tecnologias e o de obra qualificada na região, e buscam formas de reverter o
êxodo, assegurar condições de renda e sustentabilidade nas suas respectivas regiões
(BRASIL, 2017). Sendo assim, a pesquisa é importante para o IFNMG e a sociedade,
pois apresenta informões sobre a formação dos egressos e sua relação com a
inserção profissional, evidenciando os impactos da formação dos egressos no
desenvolvimento social e econômico da região.
Na estrutura deste artigo, abordaremos a história da educação profissional no Brasil,
contextualizaremos o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais Campus Arinos, bem
como a origem, os desdobramentos e a legislação que instituiu o IFNMG Campus
Arinos. Apresentaremos o tipo e abordagem da pesquisa, os instrumentos e as técnicas
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de coleta e análise dos dados, bem como relataremos quem foram os sujeitos da
pesquisa. E, ao final, abordaremos os resultados e discuses.
Nas considerões finais, momento em que, com base na análise da pesquisa,
identificaremos e passaremos a compreender com maior clareza a inserção profissional
e social dos egressos do Curso Técnico em Administração do IFNMG Campus Arinos.
Assim, esperamos que a pesquisa contribua com os estudos sobre a inserção do
egresso dos cursos técnicos profissionalizantes no mundo do trabalho, sem que com
isso eles deixem de dar continuidade aos estudos em vel superior.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL
A educão profissional, em sua relação com o trabalho, historicamente esteve
relacionada à formação de mão de obra, e foi utilizada para tal finalidade a educação de
jovens e adultos das classes menos favorecidas. No curso da história, a aprendizagem
foi direcionada ao desenvolvimento de habilidades manuais, ficando o conhecimento das
disciplinas propedêuticas em um plano secundário, havendo claramente uma separão
de classes: os que pensam e os que executam. Para Frigoto, Ciavatta e Ramos,
Como formação humana, o que se busca e garantir ao adolescente, ao jovem e ao adulto
trabalhador o direito a uma formação completa para a leitura do mundo e para a atuação
como cidadão pertencente a um país, integrado dignamente a sua sociedade política.
Formação que, neste sentido, supõe a compreensão das relações sociais subjacentes a
todos os fenômenos (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005, p. 85).
Moura (2007) também chama a atenção para isso, ao afirmar que a educação até o
século XIX reforçava a reprodão das classes sociais. A educação propedêutica com
ênfase nas ciências, letras e artes era destinada aos filhos das classes altas e buscava,
com isso, formar os futuros dirigentes, ao passo que, para as demais classes, o acesso
aos conhecimentos citados foi negado. Assim, por consequência uma relação da
educação marcada pela dualidade estrutural do ensino, visando, para as classes
populares, a formação da massa de trabalhadores.
Durante o governo Vargas, acabou a vinculão dos recursos para a educão e as
escolas vocacionais e pré-vocacionais foram criadas. Segundo Moura (2007), as
escolas vocacionais e pré-vocacionais deveriam preparar os filhos dos operários com
a colaboração dos sindicatos e das indústrias.
Após a Reforma Capanema em 1942, a educação brasileira ficou estruturada em dois
níveis: básico e superior. Essa reforma estabeleceu um sistema paralelo de educação,
acentuando a velha tradição, o ensino propeutico e o ensino profissional, instituiu
cursos profissionalizantes e formalizou a dualidade do ensino no Brasil.Consolidou-se
assim a dualidade dentro do sistema público de Ensino, levada às últimas consequências
na dualidade de sistemas, resultado final da gestão Capanema no que tange ao ensino
técnico-profissional (XAVIER, 1990, p. 114).
Com a publicão da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educão Nacional (LDBEN),
Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, os egressos do ensino técnico puderam
candidatar-se a cursos superiores (BRASIL, 1961). Ao mesmo tempo em que a
legislão amparava os egressos dos cursos técnicos a ingressarem nos cursos
superiores, intensificava a necessidade de oferta de educação profissional, reforçando o
discurso de qualificação para atender o processo produtivo.
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Em 1971, sob o regime ditatorial, aconteceu uma profunda reforma da educação básica
promovida pela Lei nº 5.692/71, visando estruturar o vel dio como sendo
profissionalizante para todos. Assim, o governo autoritário, como opção política
sustentada em um modelo de desenvolvimento econômico por ele potencializado,
decidiu dar uma resposta às classes populares: a utilização da formação técnica
profissionalizante, em nível de 2º grau, para garantir a inserção no mercado de trabalho
(MOURA, 2007).
Analisando a reforma que tornou a educação profissional compulsória na Lei nº
5.692/1971 (BRASIL, 1971), visto a obrigatoriedade dos cursos técnicos no 2º grau, com
disciplinas da área propedêutica e técnicas, todas as pessoas teriam acesso à mesma
formação. Mas, segundo Moura (2007), a realidade foi diferente, pois, na prática, a
obrigatoriedade foi somente na educão pública e as escolas privadas continuaram
com os currículos propedêuticos, formando para acesso à Educação Superior,
atendendo às classes com condições financeiras para pagar pelo ensino.
[...] a velha dualidade ressurgiu no âmbito da legislação com todo o seu vigor, reafirmando-
se novamente na oferta propedêutica, como a via preferencial para ingresso no nível
superior, permanecendo os velhos ramos como vias preferenciais de acesso ao mundo de
trabalho (KUENZER, 1997, p. 24).
A educação profissional nos sistemas blicos estaduais ocorreu em áreas em que não
havia demandas por uma infraestrutura específica e especializada, proliferando cursos
que, rapidamente, foram saturados de profissionais no mundo do trabalho, banalizados
de formação e desprestígio, por falta de financiamentos e de formação de professores
(MOURA, 2007).
Na esfera federal, a atuão das Escolas Técnicas Federais foi diferente dos demais
sistemas públicos, porque contou com financiamento adequado, corpo docente
especializado e com política de remunerão muito diferente. Assim, as Escolas
Técnicas Federais, consolidaram-se como referência de qualidade na formação de
técnicos de nível médio, sendo importante ressaltar que elas não mantiveram seus
currículos nos limites restritos de instrumentalidade para o mundo do trabalho,
estabelecidos pela Lei nº 5.691/1971 (MOURA, 2007).
Com a Lei nº 8.948, de 8 de dezembro de 1994 (BRASIL, 1994), o Governo Federal trata
da instituição do Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando,
gradualmente, as Escolas Técnicas Federais e as Escolas Agrotécnicas Federais em
Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), mediante decreto próprio para cada
instituição e em função de critérios que foram estabelecidos pelo Ministério da Educação.
Para tanto, levou em considerão as instalões físicas, os laboratórios e equipamentos
adequados, as condições técnico-pedagógicas e administrativas, e os recursos
humanos e financeiros necessários à atividade de cada centro.
Em meio a transformações difíceis e polêmicas da educação profissional de nosso ps,
retoma-se, em 1999 com o Parecer CNE/CEB nº 16/99 (BRASIL, 1999), o processo de
modificação das Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação
Tecnológica, iniciado em 1978.
Assim, foram construídas 140 unidades de ensino, de 1909 a 2002, na Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica brasileira. O Decreto 5.154/2004 permitiu a
integração do Ensino Técnico ao Ensino Médio, articulou as disciplinas propedêuticas
com as disciplinas técnicas de forma integrada e com ampliação da carga horária total
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do curso, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Em 2005, com a
publicação da Lei 11.195, que trata da expansão da oferta de educão profissional,
mediante a criação de novas unidades de ensino por parte da União, ocorre o
lançamento da primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educão
Profissional e Tecnológica, com a construção de 64 novas unidades de ensino (BRASIL,
2017).
A Rede Federal de Educão Profissional e Tecnológica brasileira vivenciou a maior
expansão de sua história entre 2003 e 2016, segundo o Portal do Ministério da Educação
e Cultura - MEC (BRASIL, 2017).
A Rede Federal de Educão Profissional e Tecnológica está alicerçada em uma hisria
de implantação de 100 anos, cujas atividades iniciais eram instrumento de uma política
voltada para os desafortunados e, hoje, cobrindo todo o território nacional, presta um
serviço à nação, dando continuidade à sua missão de qualificar profissionais para os
setores diversos da economia do Brasil e configura-se como uma relevante organização
para que todas as pessoas tenham acesso às conquistas científicas e tecnológicas
(BRASIL, 2017).
A EDUCAÇÃO PÚBLICA A PARTIR DO IFNMG CAMPUS ARINOS
O IFNMG foi criado em 29 de dezembro de 2008, pela Lei nº 11.892, mediante
integração do Centro Federal de Educação Tecnológica de Januária e da Escola
Agrotécnica Federal de Salinas, instituições com mais de 50 anos de experiência na
oferta da educão profissional. Atualmente, agrega outros sete Campi (Almenara,
Araçuaí, Arinos, Pirapora, Montes Claros, Diamantina, Teófilo Otoni) e a Unidade de
Educação Profissional Campus Avançado de Janaúba e Porteirinha, vinculadas ao
IFNMG Campus Montes Claros (BRASIL, 2013).
O município de Arinos teve, no ano de 2009, a instalação do IFNMG. Após ser escolhido
como sede, a instituição contou com o apoio de diferentes parceiros. O IFNMG
Campus Arinos está situado em área rural a aproximadamente 5,0km do centro
municipal, possui área própria de 579.000m
2
devidamente escriturada e registrada no
Cartório de Registro de Iveis de Arinos, toda em nome do IFNMG Campus Arinos.
Dentro de uma perspectiva microeconômica de crescimento da economia da região, a
política de educão profissional e tecnológica do IFNMG Campus Arinos assume
cada vez mais importância, sendo a única instituição de ensino público que oferece a
educação profissional e tecnológica na região, pois constituielemento estratégico para
a constrão da cidadania e para melhor inserção de jovens e trabalhadores na
sociedade contemporânea, plena de grandes transformações e marcadamente
tecnológica (MEC, 2004, p. 7).
Assim, constitui um grande desafio para o IFNMG Campus Arinos implementar as
políticas de educação profissional e tecnológica em função de problemas econômicos,
estruturais, sociais e culturais da região do Vale do Urucuia, pois, segundo o Programa
das Nões Unidas para o Desenvolvimento (BRASIL, 2013), a cidade situa-se em uma
região com vulnerabilidade social significativa com o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) de 0,656 em 2013. Em relação aos 853 municípios de Minas Gerais,
Arinos ocupa a 592ª posição, sendo que 591 (69,28%) municípios estão com o IDHM
(longevidade, educação e renda) melhor e 262 (30,72%) municípios estão em situação
pior ou igual.
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Considerar a multiplicidade dos papéis das organizações torna-se fundamental não
apenas políticas públicas que tenham impacto na realidade social da região, mas uma
política educacional que possa potencializar o aproveitamento de oportunidades, com
vistas à formação de determinada cidadania (NEVES, 2000), compreender, sobretudo,
o trabalho como um princípio educativo, com significado econômico, social, histórico,
político e cultural da sua formação. O IFNMG buscou expressar, através do seu PDI, no
período 2014-2018, o compromisso com as demandas da sociedade.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa se configura em uma abordagem quantiqualitativa e a coleta de dados de
informões se efetivou por meio de análise documental das pastas dos alunos,
questionário e entrevista com os egressos do curso. Os questionários foram aplicados
aos egressos, disponibilizando link de acesso nos e-mail e WhatsApp através do Google
docs. O questionário é considerado como a forma mais comum de se coletar dados em
uma pesquisa nas ciências humanas ou sociais (MALHEIROS, 2011, p.137).
Os sujeitos do estudo foram 161 egressos do Curso Técnico em Administração, do
período entre 2011 e 2017, como resultado da consulta e levantamento de dados,
realizados nas atas das formaturas, arquivadas na Secretaria do Ensino Médio do
Campus Arinos. A pesquisa se iniciou por meio de contato com a Dirão de Ensino do
IFNMG Campus Arinos para obteão do TCLE, quando foi apresentada a proposta
da pesquisa.
A partir da autorização assinada, iniciaram-se as consultas nos documentos de
matrícula, arquivados na Secretaria do Ensino Médio do IFNMG Campus Arinos. O
objetivo foi relacionar os nomes, endereços e telefones dos egressos com a colaborão
da Secretaria do Ensino Médio do IFNMG Campus Arinos, para o posterior contato,
por meio de ligações telefônicas, e-mail e grupos de egressos no WhatsApp.
Com as informações coletadas, foram aplicados os questionários para 154 egressos, e
realizadas 7 entrevistas, com um egresso de cada turma. Ao final, foi realizada análise
dos dados e apresentação dos resultados. A análise do questionário foi realizada por
meio de técnicas de estatísticasica no cálculo de percentual para as questões com
uma opção para marcar, pois percentual é uma medida que descreve quantas vezes
uma ocorrência aparece a cada cem (MALHEIROS, 2011, p.173) e para as questões
por escala, analisadas através da escala de Likert, que busca desenvolver um conjunto
de afirmações relacionadas a uma definição, para as quais os respondentes possam
emitir seu grau de concordância (JÚNIOR E COSTA, 2014).
A alise das entrevistas e documentos foi por meio de análise do conteúdo, utilizando
o método lógico-semântico com o qual o pesquisador se debruçará sobre o contdo
coletado, o importa a forma escolhida ou estética do discurso, o conteúdo passa a ser
preponderante (MALHEIROS, 2011, p. 207).
A PERCEPÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO
Os egressos do curso são predominantemente do sexo feminino (61%). Por um lado, é
sabido que não só é a população feminina que procura este tipo de ensino, tendo em
vista uma necessidade de qualificação, mas, por outro lado, é essencial notar que a
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conclusão do curso por parte do sexo masculino (39%) é muito reduzida em relação ao
sexo feminino.
Os principais efeitos do Curso Técnico em Administração no desenvolvimento
socioeconômico e/ou cultural na Região do Vale do Urucuia concentram-se na mão de
obra qualificada para o mundo do trabalho, tanto para investir em negócio próprio quanto
para trabalhar nas instituições públicas e privadas da região. Todos os entrevistados
destacaram como benefício os conhecimentos adquiridos e consequentemente a
qualificação na área.
Portanto, o Curso Técnico em Administração está condizente, em relação à formação
oferecida para atender à necessidade local por qualificação profissional, na visão dos
entrevistados, pois, segundo eles, os conhecimentos adquiridos proporcionaram a
qualificação necessária para o mundo do trabalho. Quanto às ofertas na região de
emprego na área técnica em Administração, 58% responderam que há pouca oferta de
emprego ou trabalho, 30% responderam que praticamente não há oferta de emprego
para os profissionais da sua área técnica, 9% acreditam que há oferta de emprego ou
trabalho, 2% não sabem e 1% há muitas ofertas de emprego ou trabalho para os
profissionais da sua área técnica.
Os egressos do curso encontram dificuldades de inserção no mundo do trabalho na
região e remuneração adequada. 39% dos egressos recebem até 1 salário mínimo e
40% estão entre 1 e 2 salários mínimos. Na vio de 55% dos egressos, a remuneração
em relão ao mercado está na média, mas 32% consideram que estão abaixo da
média, 8% muito abaixo da média e somente 5% acima da média do mercado.
Na questão sobre vida profissional pregressa, buscamos analisar se houve
transformação após a conclusão do curso. 52% dos egressos já trabalhavam no
mercado formal antes de iniciar o curso, 28% no mercado informal e, por fim, 20% o
trabalhavam. Relacionando estes dados com a situação de empregabilidade atual,
percebemos que o Curso Técnico em Administração possibilitou a redão do número
de desempregados em 8%.
Mesmo com a oferta dos cursos de graduação do Campus Arinos, 40% dos egressos
não continuaram os estudos. A fragilidade dos conteúdos adquiridos na vida escolar
geralmente insuficientes contribuiu para a dificuldade no acesso às vagas oferecidas no
ensino superior, pois, das 5 escolas estaduais da cidade de Arinos, somente 2 escolas
estaduais apresentaram participação maior que 50% no Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem).
Dos 7 entrevistados, somente 2 acreditam que a mão de obra qualificada buscou se fixar
na região, pois, segundo os egressos, a maioria dos colegas está trabalhando em outras
regiões, principalmente em Brasília - DF. Analisando a percepção dos 7 entrevistados,
percebemos, pelas respostas, que a formação obtida na instituição constitui uma solução
para a evolão profissional.
Por outro lado, 4 entrevistados afirmam que, na realidade, existe escassez de
oportunidade de emprego na região. Em outras palavras, consideram a região muito
pobre, sendo que o mercado de trabalho ficou saturado com poucas turmas formadas.
Contrapondo-se ao que preconiza o Projeto Pedagógico do Curso - PPC (IFNMG, 2017),
pode-se observar que em geral não qualquer garantia de que os egressos
permaneçam em suas localidades de origem para atender o projeto do curso.
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De forma geral, a maioria dos egressos (52%) nunca trabalhou na área técnica de
formação, pois 85% dos egressos estão entre muito satisfeitos e satisfeitos com o curso.
Nesse sentido, podemos concluir que a falta de oferta de empregos na região para área
técnica de Administração justifica as respostas.
Uma das preocupações da educação profissional está relacionada ao aproveitamento
da formação obtida, bem como se o diferencial da qualidade de ensino da instituição
constituiu de fato um diferencial para a vida dos egressos. Buscamos avaliar esta
questão por meio do questionamento em relação ao trabalho atual e à formação no
Curso Técnico em Administração. 41% dos egressos consideram que o trabalho está
relacionado com área profissional do curso e 16% consideram fortemente relacionada,
19% consideram fracamente relacionada, 17% consideram que não tem nenhuma
relação com o curso, e 7% não sabem informar.
Correlações negativas foram identificadas, entre o vel de aprendizagem durante o
curso e atuação dos egressos na área de formação, pois 56% dos egressos não
trabalham na área de atuação do Curso de Administrão, sendo o motivo a falta de
ofertas de trabalho na região. Então, observa-se que não existe uma fórmula para
vincular a formação no curso com a absorção dos egressos pelo mundo do trabalho,
sendo que este possui diversas variáveis sobre as quais a escola não possui controle,
mas busca-se minimizá-las com ões para aproximar os alunos com o mundo do
trabalho, por meio do estágio, projetos de extensão e eventos institucionais com a
participação dos empresários da região.
A inserção no mundo do trabalho significa, nesta perspectiva, a solução para esse futuro,
que lhes propiciará um negócio próprio, um emprego estável, uma boa qualidade de vida,
um futuro digno para eles e para sua falia. Assim, os egressos almejam encontrar na
vida profissional a plena realizão da identidade pessoal e ocupacional.
Frigotto (2007) alerta para o fato de as políticas de formação profissional e de inserção
de trabalhadores apagarem a perspectiva do coletivo e realçarem a competição
individual. Assim, configura-se “nessas políticas, uma perspectiva estrita de adaptão
aos objetivos do mercado e não aos direitos sociais dos trabalhadores e objetivos sociais
mais amplos (FRIGOTTO, 2007, p. 1130).
Conforme sinalizam Frigotto e Ciavatta (2006), existe uma regressão teórica e política,
sob a ideologia neoliberal, focando os processos formativos dentro da ideia do cidadão
produtivo subordinado à lógica mercantil. Tal afirmação caracteriza-se pelo desejo por
um trabalhador flexível, que possua “as competências que se enquadram na lógica do
cidadão produtivo, prontamente adaptável e que produz, em tempo mínimo, qualidade
máxima e cuja mercadoria ou serviço se realizem no mercado imediatamente
(FRIGOTTO; CIAVATTA, 2006, p. 523).
Os dados analisados na pesquisa também corroboram as observações de Frigotto
(2007). Elas estão de acordo com uma lógica unidimensional mercantil e se
fundamentam na ideia de que é o indivíduo o responsável por seu sucesso ou insucesso.
Porém, encontramos na história do Brasil uma sociedade profundamente estruturada
nas rzes da escravio, em que as oportunidades de trabalhos não avançaram com a
mesma proporção dos níveis de educão formal. O desafio é implementar políticas
públicas que superem a dualidade entre formação geral e qualificação profissional
(FAHEL; RAMBLA; LAZZAROTTI, BRONZO, 2013).
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Após a análise dos resultados, observamos que 48% dos egressos não continuaram os
estudos em vel superior. Identificamos assim a necessidade de incluir a oferta do Curso
Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio no Campus Arinos, um curso na
área de negócios que oriente aos estudantes a realização de múltiplas escolhas, uma
proposta do Ensino Médio Integrado que inclui as disciplinas propedêuticas e
proporciona a formação para o ingresso também no Ensino Superior, além da
preparação para o mundo do trabalho. Ou seja, integração de conhecimentos gerais e
específicos no Ensino Médio, que contemple a formação básica e a profissional de
maneira que as pessoas se tornem capazes de compreender a realidade e de produzir
a vida (RAMOS, 2007).
Concluímos perguntando qual a percepção em relação à melhoria de qualidade de vida
após a conclusão do curso. Segundo as respostas dos egressos, 37% responderam que
melhorou em grande parte, 20% melhorou um pouco, 18% melhorou totalmente, 16%
não melhorou e 9% melhorou a metade.
Portanto, 55% dos respondentes (melhorou em grande parte e melhorou totalmente)
avaliaram que a formação obtida no IFNMG Campus Arinos se traduziu em benecios
para a sua vida pessoal. Constatamos que 107 (91%) egressos estão trabalhando no
mercado formal, enquanto 11 (9%) se encontram desempregados. Entre os egressos
que se encontram empregados, a maior parte trabalha no setor privado (87%) e 13% no
setor público. A grande parte dos egressos concentra-se no setor privado. Entre os que
trabalham, 45% estão com carteira assinada, 9% sem carteira assinada, destacando que
7% se tornaram proprietários de empresas. Quanto à carga horária semanal de trabalho,
a maior parte dos egressos (55%) trabalha no regime de 40 a 44h. Outra parcela está
com carga horária acima de 44h (13%), algo que pode gerar descontentamento e,
consequente, diminuição da qualidade de vida,
Em relão aos respondentes, observamos que a maioria possui renda mensal na faixa
salarial de 1 salário e acima de 1 a 2 salários mínimos (79%), ou seja, um nível de renda
baixo (podendo ser considerado de sobrevivência). Nas faixas de mais de 2 a 3 salários
e 3 a 4 salários, respectivamente, 7% e 5%, concentra-se a segunda maior parcela dos
egressos (12%), parcela em que o egresso se aproxima do nível de renda equivalente
ao do salário nimo necessário calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (DIESSE), o equivalente a R$ 3,92 mil em janeiro de 2019.
Tomando-se a parcela de inseridos no mundo do trabalho, foram cruzadas variáveis que
associam a melhoria da qualidade de vida, em virtude da formação obtida no curso, com
o vel de satisfão atual, em relão ao nível de satisfação atual em relação ao
exercício da atividade profissional. Nesse contexto, cruzando as duas variáveis,
podemos concluir que, segundo os egressos, 55% dos que melhoraram o nível de
qualidade de vida após a conclusão do curso estão entre os 65% dos egressos satisfeitos
com a sua atividade profissional na atualidade. Qualidade de vida, neste sentido, pode
ser definida como a soma das condições econômicas, ambientais, científico-culturais e
políticas coletivamente construídas e postas à disposição dos indivíduos para que estes
possam realizar suas potencialidades (HERCULANO, PORTO, FREITAS, 2000).
Por outro lado, conforme os dados da pesquisa, muitos egressos, mesmo concluindo a
formação proposta pela instituição, não encontram oportunidades de trabalho na área de
formação. Notamos uma parcela de respostas que demonstra insatisfação (18%) e
indiferença (16%) em relação a sua atividade profissional atualmente e,
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consequentemente, respostas que a qualidade de vida melhorou pouco (20%) e não
melhorou (16%).
Em face da escassez relativa de oferta de trabalho na região, em especial na cidade de
Arinos, é necessário aprofundar os estudos para os motivos da migrão dos jovens da
região para as capitais. Como se verifica, a percepção dos próprios egressos denota a
exisncia de carências estruturais, algo que tem dificultado a inserção no mundo do
trabalho. Isto sugere que o pressuposto da qualificação profissional como pré-requisito
para inserção laboral (quase que imediata) precisa ser revisto, a fim de que haja
convergência entre a política de educação e de outras políticas de investimento
produtivo.
Conforme os dados da pesquisa, realmente não se pode afirmar que existam estímulos
suficientes à permanência de profissionais na Região do Vale do Urucuia, pelas próprias
condições estruturais da região. Todavia, alguns buscam superar as dificuldades de
maneira proativa, como um egresso destaca:Então, eu vejo esta queso de trabalhar
por conta própria. A egressa Line relatou na entrevista que foi a partir do curso Técnico
em Administração que firmei mais a ideia de montar o Ateliê, e aprendi que era possível
colocar a minha ideia em prática.
A educação profissional a serviço das transformações sociais deve ser o objetivo de
todos os profissionais envolvidos neste processo de formação, sendo assim, na análise
dos dados restou clara a necessidade de revisão no currículo do curso com a inclusão
de mais disciplinas práticas, e integração com a realidade regional, que garantam ao
aluno as condições de aplicabilidade dos conhecimentos obtidos durante o curso, aliados
à teoria e à prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste processo de investigão, pudemos perceber que, nossa inquietação
acerca do tema proposto é também a inquietação de muitos autores pelo movimento do
pensamento através do método materialista histórico-dialético, cuja realidade do mundo
do trabalho atualmente apresenta grandes desafios para as instituições de ensino
profissional e tecnológico. É importante ressaltar que estes desafios são o conjunto de
realidades que compõem o nosso país, desde sua colonização, pois tratar uma
dualidade na educação que nasceu com a história do Brasil não é uma tarefa fácil. Muitos
jovens o concluíram os cursos ou não continuam os estudos devido à necessidade de
provimento do próprio sustento ou o sustento das suas famílias, principalmente os que
se encontram em situação de pobreza.
Os principais resultados da pesquisa apontam que o Curso Técnico em Administração
tem resultados positivos para a inserção no mercado de trabalho, mas as análises
relativas aos salários dos trabalhadores apontam que há diferenças entre os salários da
categoria ao nível nacional. Portanto, mesmo a inserção no mundo produtivo, de forma
qualificada, não produz efeitos positivos em curto prazo sobre o salário.
Os egressos estão satisfeitos com o curso e com o IFNMG Campus Arinos, contudo,
de forma geral, entendem a necessidade urgente da inclusão de disciplinas práticas, da
reformulação da matriz curricular do curso, reconhecem lacunas no conhecimento que
construíram. Teoria e prática devem ser integradas, segundo os entrevistados, a fim de
garantir a formão do ser humano por inteiro e do profissional administrador.
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As sugestões as a presente pesquisa se dão no sentido de revisão da matriz curricular,
na capacitação docente para que se pense em novas práticas pedagógicas, sempre
levando em considerão o mundo do trabalho e suas transformações. Os egressos
sugeriram ainda a criação de projetos de extensão que garantam a aplicabilidade das
teorias e uma reflexão sobre o perfil do administrador, assegurando a inserção
profissional do Técnico em Administração nas mais diversas formas: gestores no serviço
público e privado, identificação de novas oportunidades de negócio próprio, gestores na
agricultura familiar.
Reforçamos a importância de constantes revisões curriculares, para que as
transformações do mundo não fiquem de fora das transformações dos sujeitos, em suas
vidas e como profissionais, sendo a instituição de ensino, fundamental para esta
evolução. Torna-se relevante repensar a educação profissional, atentos aos aspectos
que incidem na inserção de egressos, tendo em vista a responsabilidade social dos
Institutos Federais de Educação. A necessidade de mudança é apontada pelos egressos
e convém retomar as sugestões por eles expostas: incluir aulas práticas; buscar
parcerias com as instituições públicas e privadas da região para encaminhar os alunos
para os estágios com possibilidade de futura contratação; criar estratégias para diminuir
a reteão e evasão no curso.
Nesse sentido, propomos, ao fim deste estudo, a oferta do Cursocnico em
Administração Integrado ao Ensino Médio no IFNMG Campus Arinos, com o currículo
que integra a formação e o mundo do trabalho. Os núcleos de formação seriam divididos
em: núcleo comum, as Ciências Humanas, Linguagens, Ciências Exatas e Ciências da
Natureza; núcleo cnico, composto pelas disciplinas que tratam dos conhecimentos,
competências e habilidades fundamentais para os diversos desafios colocados pelo
mundo do trabalho, bem como dos instrumentos pertinentes ao eixo tecnológico do
curso; núcleo politécnico, espaço de organização curricular de interseção entre os
conhecimentos, competências e habilidades de componentes curriculares, do núcleo
comum ou do núcleo técnico, que podem integrar-se através de projetos.
Esta pesquisa apresenta, portanto, dados interessantes para o cenário de políticas
públicas de qualificação profissional, direcionadas às regiões com baixo índice de
desenvolvimento, demonstrando que ações efetivas para a inserção no mundo do
trabalho devem ser fomentadas e ampliadas na região. Pelos resultados apresentados,
a opção por ofertar cursos técnicos de nível médio cria melhores oportunidades para o
primeiro emprego em condições favoráveis de trabalho. Essa inclusão produtiva é fator
de suma importância para a própria integrão das camadas menos favorecidas da
região à sociedade.
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Data da submissão: 07/08/2020
Data da aprovação: 12/12/2020