seus alunos e familiares acolhendo desejos e intenções, interpretando as intenções, os
sentimentos e as diferentes formas de comunicação e ação para compreender se o trabalho
que vem desenvolvendo, a metodologia, os recursos estão sendo aceitos positivamente por
todos beneficiando assim o desenvolvimento do estudante e quebrando a resistência da
família (CHAGAS e GONÇALVES, 2017, p. 910).
No que diz respeito a valorização pelos familiares dos alunos do AEE, 57,14% dos
docentes acreditam que são “muito valorizados” por eles e 42,85% acreditam que são
“valorizados em parte” pelos familiares.
Apesar dos dados apresentarem uma situação favorável, ainda é menor que o notado
com os filhos. Alguns estudos demonstram a importância de valorização do AEE pelos
pais como a pesquisa de Silva (2014), realizado com quatro docentes que atuam com
Atendimento Educacional Especializado (AEE) em quatro escolas indígenas do
município de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul.
Os resultados indicaram uma série de problemas que interferem diretamente no trabalho
dos professores: espaço físico inadequado, falta de recursos materiais didático
pedagógicos, falta de formação continuada específica e uma língua de sinais em Guarani
(idioma falado pelos indígenas da região do estudo).
Apesar disso, o estudo revelou que, de acordo com os docentes entrevistados, existe
uma grande valorização por parte dos pais dos alunos de AEE, já que o professor é visto
como uma “autoridade” dentro da tribo, de maneira que até aqueles docentes que não
são indígenas afirmaram que não tem interesse em deixar de trabalhar naquela
localidade, ainda que se pudessem trocar por um local de trabalho mais próximo da sua
residência.
De acordo com Mauch e Santana (2016), em uma pesquisa em diversos municípios
brasileiros, foi possível perceber que hoje em dia existe um envolvimento maior dos
familiares dos alunos com deficiência na educação inclusiva, o que pode acarretar em
uma valorização maior do trabalho realizado pelo professor de Atendimento Educacional
Especializado na Sala de Recursos Multifuncionais. E ainda:
Em vários municípios estudados, os coordenadores dos setores responsáveis pelas
políticas de educação inclusiva afirmaram que as famílias dos alunos com deficiência, TEA,
TGD e altas habilidades/superdotação estão mais participativas. Uma das razões apontadas
em diferentes municípios é o maior conhecimento em relação aos direitos das pessoas com
deficiência, especialmente a educação inclusiva. Além disso, as famílias têm sido
mobilizadas pelas redes de ensino para questões concretas, como o direito ao AEE, a troca
de informações sobre os alunos (outros atendimentos clínicos recebidos, características
pessoais, discussão de estratégias para o atendimento escolar etc.), e também têm sido
envolvidas em outros espaços de participação, como conselhos, elaboração do Projeto
Político-Pedagógico, avaliações etc. (MAUCH e SANTANA, 2016, p. 40).
O próximo item diz respeito a valorização dos outros professores da escola que atuam
nas salas de aula regulares. Neste caso os dados demonstram que 42,85% das
docentes de AEE acreditam que “são valorizados em parte”, 35,71% acham que são
“muito valorizados” e 21,42% das docentes de AEE consideram que o seu trabalho é
“desvalorizado” pelos professores das salas de aula regular. Esta foi a primeira questão
que algumas docentes marcaram o item “desvalorizado”.
Estudos como o de Fuck (2014) retratam uma realidade no mínimo curiosa, onde os
professores que atuam nas salas de aula regular atribuem aos professores das Salas de
Recursos Multifuncionais uma supervalorização na medida em que enxergam neles os