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DOI: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2021.25315
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
RELATO DE UMA VIVÊNCIA NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA NOVA
ESPERANÇA DO MUNICÍPIO DE TAIOBEIRAS/MG
1
Report of a firsthand experience at the Agricultural Family School Nova
Esperança in Tabaoeiras / MG
COSTA, Karina
2
GREGÓRIO, Sandra Regina
3
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo observar e vivenciar a rotina dos funcionários e jovens que estudam
na Escola Família Agrícola Nova Esperança e entender a importância da mesma para suas vidas e
para a região. É uma pesquisa de cunho qualitativo, utilizando para isto o todo da observação
participante, bem como análise documental e conversas informais com os sujeitos da pesquisa. Assim,
iremos relatar um breve histórico do surgimento das EFAs no Brasil, em Minas Gerais e na região do
Alto Rio Pardo. Em sequência, abordar sobre a pedagogia da alternância, metodologia utilizada pelas
EFAs, que é uma forma de proporcionar aos jovens que vivem na zona rural uma educação de
qualidade, valorizando os aspectos culturais, sociais, comunitários e políticos. Por fim, faremos um
relato de uma vivência na EFA Nova Esperança, situada no município de Taiobeiras, microrregião do
Alto Rio Pardo de Minas Gerais, onde destacaremos o apoio desta Escola Família Agrícola para o
desenvolvimento do conhecimento e habilidades desses alunos, contribuindo para que ao final do curso
eles estejam capacitados e aptos a entrar tanto no mercado de trabalho, como também conscientes da
importância de sua permanência em suas reges, tornando-se assim referências e apoio para o
crescimento e fortalecimento da agricultura familiar da região.
Palavras-chave: Educação do campo. Pedagogia da alternância. Vivência pedagógica.
ABSTRACT
This study aimed at observing and experiencing the routine of workers and young people who study at
the Agricultural Family School Nova Esperança to understand its importance in their lives and in the
region. It is a qualitative research, utilizing the participant observation method, as well as document
analysis and informal conversations with research subjects. In this sense, we will report a brief history
about the beginning of Agricultural Family Schools (EFAs) in Brazil, in Minas Gerais and in the Alto Rio
Pardo region. Next, we will address the pedagogy of alternation, methodology utilized by the EFAs, it is
a way of providing access to quality education to young people living in rural areas, valuing cultural,
social, community and political aspects. Finally, we will report on the firsthand experience at the AFS
Nova Esperança, located at the Taiobeiras Township, micro-region of the Alto Rio Pardo in Minas
Gerais. We will highlight the support from the Agricultural Family School to the development of
knowledge and skills of its students, enabling the students to leave school qualified to join the job market,
and conscious of the importance of residing in their regions, becoming reference and support for the
growth and strengthening the regions family agriculture.
Keywords: Rural education. Pedagogy of alternation. Pedagogical experience.
1
Este artigo é resultado de um estágio pedagógico realizado em 2019 e 2020 como requisito para o Programa de Pós Graduação em
Educação Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
2
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Graduação em
Administração pela Universidade do Norte do Paraná. Servidor Técnico Administrativo do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. E-
mail: karina_c@outlook.com.br.
3
Professora titular da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Doutora em Ciência de Alimentos pela UNICAMP. Mestre em Ciência
e Tecnologia de Alimentos pela UFRRJ. E-mail: gregorio.sandra@gmail.com.
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INTRODUÇÃO
A Educação do Campo sugere uma matriz de formação que não está centralizada
apenas no conhecimento cognitivo, mas em inserir o contexto da vida do educando ao
ensino e o relacionar com a realidade destes alunos.
A ideia de criar uma Escola Família Agrícola (EFA) na região do Alto do Rio Pardo
começou em 2008, quando as famílias que moravam na zona rural desta região não
estavam satisfeitas de que seus filhos tivessem que se deslocar para a zona urbana para
ter acesso à escola. Assim, surgiu a demanda da necessidade da criação de uma escola
com um modelo diferente de ensino e que desse a oportunidade para esses jovens de
cursar o ensino médio e se profissionalizarem simultaneamente.
A partir disso, começaram a discussões sobre o tema e assim surgiu a necessidade da
criação de uma associação dos moradores da região para que esse sonho pudesse se
concretizar. Entre os anos de 2007 e 2009 foram realizados os trabalhos de articulão
entre as instituições para a implantão da EFA Nova Esperança, com destaque para a
atuação e assessoria da Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas de Minas
Gerais AMEFA.
Em 27 de janeiro de 2011 a Associação Escola Falia Agrícola do Alto Rio Pardo -
AEFARP foi efetivamente criada, dando icio à organização da documentação escolar
para criação e administrão da EFA Nova Esperança. As atividades da escola se
iniciaram no dia 16 de abril de 2012, contando com 73 estudantes e oito funcionários,
ofertando o ensino médio integrado ao curso técnico profissionalizante em Agropecuária.
O município de Taiobeiras foi escolhido como sede da escola por estar localizado em
posição geográfica central no território,
[...] e pela disponibilidade política do prefeito da época em tornar o munipio uma refencia
na região. Além disso, foi a única prefeitura disposta a contribuir com a contrapartida do
projeto, o que envolveu o serviço de infraestrutura e legalização do terreno (SANTOS, 2017,
p.24).
Como destacam Queiroz e Silva (2007) a formação que é desenvolvida nas EFAs
buscam a reflexão, a valorização e a promoção de propostas de resistência e intervenção
na sociedade, por meio da atuação dos jovens envolvidos pela articulação com o
desenvolvimento humano e social, visando a melhoria das condições materiais dos
jovens e suas famílias e a consequente transformação da realidade no campo.
Segundo a Secretaria Executiva da União Nacional das Escolas Família Agrícola do
Brasil UNEFAB, 19 mil jovens estavam matriculados em EFAs e em Casas Familiares
Rurais - CFRs em 2016 com a atuação de 1.862 educadores, abrangendo 1.382
municípios em todo o país. Estima-se que 71.888 famílias foram beneficiadas, sendo
359.440 pessoas de forma direta e 1.780 milhões indiretamente. E ainda, através de um
estudo de caso foi relatado que 65% dos jovens egressos permanecem no campo ou
vinculados às atividades agropecuárias (UNEFAB, 2007).
Este artigo tem por objetivo fazer uma breve abordagem sobre o surgimento das EFAs
no Brasil e no estado de Minas Gerais, com destaque para a EFA Nova Esperança, que
é localizada no município de Taiobeiras/MG, bem como relatar a sua relevância para os
alunos da região do Alto do Rio Pardo através de um período de vivência com os
mesmos.
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BREVE HISTÓRICO DAS EFAS NA REGIÃO DE MINAS GERAIS
O projeto das Escolas Família Agrícola surgiu na Fraa, em 1935, por iniciativa de
líderes católicos e hoje este modelo de escola já se encontra espalhado no mundo todo.
Os caminhos da Educação Rural no Brasil se iniciaram na década de 1930,
paralelamente ao início da industrialização, que foi responsável por gerar um processo
de intenso êxodo rural e crescente urbanização da população. Ela nasce marcada pelo
discurso de que o campo deveria ser modernizado e da necessidade de adaptar o
camponês e suas práticas, sinônimo de atraso, aos novos padrões de agricultura que
dariam suporte ao novo modelo industrial (SANTOS, 2017).
Para a pesquisadora Cláudia Passador (2006) esta origem da concepção de Educação
Rural no Brasil, se deu em 1889 com a Proclamação da República, mas só se constitui
como educação pública efetivamente nacional nos anos 30 após a criação do Ministério
da Educação (PASSADOR, 2006).
Em 1947 a nova Constituição Brasileira propôs que a Educação Rural fosse transferida
para a responsabilidade de empresas privadas. A partir disso a educação brasileira
incorporou uma matriz curricular urbanizada e industrializada, passando a representar os
interesses sociais, culturais e educacionais das elites brasileiras. Assim, podemos
observar o descaso histórico do estado brasileiro no que tange o plano educacional para
as comunidades rurais, o que veio a provocar altos índices de analfabetismo e baixo nível
de escolaridade (PINHEIRO, 2011). Neste período metade da população vivendo no
campo era constituída por analfabetos, em sua maioria pauperizada por um sistema
social marcado pela desigualdade e pela opressão (WEFFORT, 1967, p. 10).
Em 1998 a partir da I Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo, a
expressão Educação Rural passou a ser substituída pela Educação do Campo. Nesta
Conferência também foi assumido o compromisso de mobilização da sociedade e de
órgãos governamentais em prol de políticas públicas que garantem o direito à educão
para a população do campo (ANDRADE e,DI PIERRO, 2004, p. 22).
No estado de Minas Gerais, o primeiro registro sobre escola rural aconteceu em 13 de
agosto de 1892, através da lei estadual nº 41, que definia as especificidades no currículo
escolar rural, o tornando menos complexo e mais prático, além de apresentar uma
política de melhoria das instalações físicas das escolas que só abrangiam aquelas
figuradas em regiões tidas como urbanas e também estabelecia que os salários dos
professores das escolas rurais fossem menores. Musial (2011) relata em seu trabalho
como era a realidade dos inspetores em visitas às escolas rurais e afirma que geralmente
essas escolas funcionavam nas próprias casas dos professores, com uma infra-
estrutura em ssimo estado, além da ausência quase total de material didático e
mobiliário. Para a pesquisadora, foi construída uma ideia pela populão de que a escola
rural era "precária, decadente, arcaica, isolada, miserável e não merecedora de
investimento do governo do estado, e por isso, não poderia ser considerada e nem estar
inserida como um grupo escolar (MUSIAL, 2011, p. 258).
As EFAs em Minas Gerais são organizadas através da Associação Mineira das Escolas
Família Agrícola (AMEFA), que foi criada em 24 de julho de 1993 e tem o objetivo de
promover, coordenar e representar as EFAs em âmbito estadual. O surgimento da
primeira EFA em Minas Gerais foi no município de Muriaé entre 1983 e 1984 (BEGNAMI,
2018).
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Hoje existem ao todo 21 EFAs atuantes em todas as regiões do Estado, como podemos
ver no quadro 1, com destaque para a EFA Nova Esperança, localizada no Norte do
estado e objeto de estudo deste artigo (FREITAS, 2015, p.145).
Quadro 1- Escolas Família Agrícolas no estado de Minas Gerais
REGIÃO
MUNICÍPIO
EFA
ALTO JEQUITINHONHA
Veredinha
EFA de Veredinha
Simonésia
EFA ME Margarida Alves
Conceição Ipanema
EFA fund. Margarida Alves
Araponga
EFA Puris
Acaiaca
EFA Paulo Freire
Sem Peixe
EFA de Camões
Jequeri
EFA de Jequeri
ZONA DA MATA
Ervália
EFA Serra do Brigadeiro
MÉDIO E BAIXO
JEQUITINHONHA
Virgem da Lapa
EFA V. da Lapa
Araçuaí
EFA Araçuaí
Itinga
EFA de Jaca
Itaobim
EFA Bontempo
Comercinho
EFA Vida Comunitária
Jequitinhonha
EFA Renascer
MUCURÍ
Itaipé
EFACIL
Malacacheta
EFASET
NOROESTE
Natalândia
EFA de Natalândia
NORTE
São Francisco
EFA Tabocal
Taiobeiras
EFA Nova Esperança
SUL
Cruzília
EFA de Cruzília
VERTENTES
Catas Ag. da Noruega
EFA Dom Luciano
TOTAL
21 EFAS
Fonte: (FREITAS; SANTOS, 2015)
*Dados não encontrados
O Território Alto Rio Pardo, microrregião localizada no Norte de Minas Gerais, é
composto atualmente por 16 municípios: Águas Vermelhas, Berizal, Curral de Dentro,
Fruta de Leite, Indaiabira, Montezuma, Ninheira, Novorizonte, Rio Pardo de Minas,
Rubelita, Salinas, Santa Cruz de Salinas, Santo Annio do Retiro, São João do Paraíso,
Taiobeiras e Vargem Grande do Rio Pardo (figura 1).
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Figura 1- Municípios que compõe o terririo Alto Rio Pardo
Fonte: Vieira (2017)
O território possui uma área total de 16.447,35 k, abrangendo uma população de
192.165 habitantes, sendo que 33.142 destes vivem em situação de extrema pobreza
segundo o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE. O mesmo ainda conta com 45% de sua população vivendo no campo, segundo
o Sistema de Informões Territoriais do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA,
e 16.097 estabelecimentos de agricultura familiar com 45.090 pessoas ocupadas nessa
atividade (IBGE, 2010).
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA
A primeira região do país a receber a Pedagogia da Alternância, trazida por imigrantes
italianos, foi o sul do Espírito Santo, na década de 1960, em plena Ditadura Militar (1964
1985). Entre eles estava o jovem sacerdote católico Pe. Humberto Pietrogrande, que
passou a se articular com os agricultores e entidades locais, contribuindo muito para que
nascesse um movimento transformador de educação do campo, que não ficou só no
Brasil, mas também teve influência e se espalhou para outros países da América do Sul
(JESUS, 2011).
A formação através da pedagogia da alternância se estrutura em quatro grandes pilares,
que podem ser observados abaixo na figura 2. Quanto aos meios: a gestão é
desempenhada por uma associação de agricultores e a metodologia utilizada é a
pedagogia da alternância. Quanto aos fins: uma formação integral para duas gerações:
pais e filhos e o compromisso com o desenvolvimento econômico e social local.
Figura 2- Os quatro pilares da pedagogia da alternância
Fonte: Calvó (2005) apud Gimonet (2007).
Segundo a União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil - UNEFAB (2011),
a Pedagogia da Alternância, es embasada no princípio de que a vida ensina mais que
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a escola, por isso o tempo escolar é alternado e integrado com o tempo familiar. A
Pedagogia da Alternância acredita na experiência coletiva como elemento da verdadeira
aprendizagem, uma aprendizagem crítica e dialética. É uma proposta que tem por base
a socialização do saber, a valorização da cultura popular, o diálogo para um
aprofundamento científico e aprimoramento de todos esses saberes com o objetivo de
que haja uma efetiva transformação do meio.
Ao chegar à sala de aula, os alunos já trazem consigo uma bagagem de conhecimentos
prévios sobre a natureza em geral, resultantes das suas próprias relações com a
natureza, sejam elas por curiosidade ou necessidade. Esses conhecimentos vêm das
relações que o sujeito constitui ao longo da vida, de acordo com o meio social e cultural
em que vive e estão relacionados à influência familiar, religiosa, política, ecomica,
intelectual, entre outras.
Freire (1987) reforça ainda que a identidade cultural do aluno é constituída por suas
experiências do cotidiano. Assim, independentemente de sua condição social e
econômica, o meio em que ele vive exerce influência em seus conhecimentos iniciais,
mesmo que tenham alguma base científica, pois são conhecimentos que ele já possui
ao chegar à escola.
O ensino médio integrado à formação profissional deve provocar o entendimento crítico
de como funciona e se organiza a sociedade humana em suas relações sociais. Tal
requisito é indispensável para formar sujeitos emancipados, criativos, leitores críticos da
realidade em que vivem e com condições de agir sobre ela. Este domínio também é
condição prévia para compreender e poder atuar com as novas bases técnico-científicas
do processo produtivo (FRIGOTTO, 2012, p. 76).
A Pedagogia da Alternância é sustentada pela necessidade e desejo da relação
integração entre escola, família e comunidade. Ela tem sido utilizada em sua essência
em várias experiências na Educação do Campo, visando à efetivação de um projeto
formativo vinculado às suas raízes (CALDART, 2011). A autora também apresenta a
divisão estabelecida pela pedagogia da alternância em Tempo Escola e Tempo
Comunidade.
A Pedagogia da Alternância é composta porrios instrumentos pedagógicos. Em seu
plano de formação é organizado a programação do ano letivo em contdos vivenciais.
Este é construído coletivamente através da escuta dos educandos, famílias e
comunidades, sendo a equipe pedagógica responsável por planejar para que seja
colocada em prática a formão subsidiada em tal debate. Estes instrumentos
pedagógicos são: caderno da realidade, caderno ditico, visitas de estudo, intervenções
externas, estágios, caderno de acompanhamento, projeto profissional do jovem, visitas
às famílias e a avaliação, citados por Queiroz (2004).
As seções de Alternância são guiadas por Planos de Estudos (PE), elaborados
coletivamente, sendo cada um com uma temática diversa, temas geradores articulados
entre si para compor o Plano de Formação (GIMONET, 2007). É através do plano de
estudo que o aluno pode problematizar sua realidade para poder atuar nela. Uma
atividade fundamental no desenvolvimento do Plano de Estudo é a Colocação em
Comum, em que os estudantes [...] depois de terem observado, dialogado e sintetizado
por escrito, tem a possibilidade de expor, no espaço escolar, para os colegas e os
monitores, a síntese sobre o tema do PE (QUEIROZ, 2004, p.135). Esse procedimento
é a socialização da sua ação investigativa e pesquisadora em casa. Assim, é papel dos
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monitores, além de fomentar esse debate, organizar as aulas para que elas contemplem
os desafios apresentados.
Complementando o processo, ainda acontecem visitas de estudo com atividades fora da
escola ou de caráter interventivo, as quais [...] propiciam aos jovens descobertas de
realizações, de empreendimentos, de organismos, de serviços, de lugares... e
oportunidades de encontro com seus atores... [...] (GIMONET, 2007, p.47). Visitas
externas também são comuns e recomendadas para compor o debate sobre as
temáticas dos Planos de Estudos, propiciando ao aluno um conhecimento prático, no
qual um parceiro da escola é convidado para contribuir na formação.
O Plano de estudo é concluído com a atividade de retorno, que é o momento em que o
aluno deve envolver sua comunidade de origem no que está sendo aprendido por ele.
Geralmente é desenvolvido uma campanha, palestra, aplicação prática ou outro tipo de
intervenção na sociedade. Então é muito importante que os espaços e tempos de
formação estejam articulados e em movimento para que o processo de aprendizagem
ocorra de maneira satisfatória.
Outro aspecto pedagógico fundamental na experiência das EFAs é a convivência entre
os próprios alunos, os sujeitos do processo, que além de compartilharem a intensa rotina
escolar e de internato, são motivados a fazerem todas as atividades e trabalhos em
equipe, seguindo regras e horários determinados pela escola (QUEIROZ, 2004).
Ao iniciar os estudos na EFA, o jovem também é orientado a planejar o seu Projeto
Profissional do Jovem, o PPJ, sendo que este deve ser alimentado pelos estudos que
serão desenvolvidos durante os três anos de formação, com o objetivo de articular e
facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho e gerar renda para seu sustento.
Por fim, ao final dos 3 anos de curso, o PPJ é avaliado por uma banca e sua aprovação
é requisito para a conclusão do curso (FREITAS; SANTOS, 2015).
RELATO DA VIVÊNCIA NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA NOVA ESPERANÇA
Foi realizada uma vivência na EFA Nova Esperança, localizada na rodovia MG 404, km
07, Comunidade Matrona, município de Taiobeiras-MG, por um período de 10 dias de
observação, com acompanhamento das atividades da escola, participando/observando
a rotina escolar, com o intuito de compreender a realidade e proposta educacional de
uma Escola Família Agrícola.
A escola foi criada em 2012 para atender as demandas da zona rural da região do Alto
Rio Pardo por iniciativa dos sindicatos e famílias da região. Atualmente atende jovens de
09 municípios da região.
A vivência na EFA Nova Esperaa foi dividida em duas partes.
A primeira parte foi realizada em dezembro de 2019, quando foi posvel estar presente
durante a quinzena das turmas de segundo e terceiro ano. Durante esses dias foi
realizado o acompanhamento das atividades de rotina dos alunos e a chegada deles à
EFA para iniciar o período de vivência na escola. A segunda parte da vivência na EFA
Nova Esperança foi realizada em janeiro de 2020, onde foi observado o período de
adaptação dos alunos do primeiro ano, período este que também é utilizado como uma
das etapas de seleção para o ingresso na escola.
A Escola Família Agrícola Nova Esperança conta com uma ótima infra-estrutura, capaz
proporcionar aos alunos um amplo espaço de aprendizagem teórica e prática. A escola
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possui uma área administrativa e pedagógica, um alojamento masculino, um alojamento
feminino, um alojamento dos monitores, duas salas de aula, uma agroindústria, um
refeitório, uma quadra esportiva, áreas de convivência, áreas de crião animal e áreas
de produção vegetal.
Uma característica muito marcante da escola é o cuidado que funcionários e alunos têm
em manter a escola sempre bonita e com um ambiente agradável, com os jardins e
canteiros sempre limpos e podados.
A principal fonte de recursos da EFA Nova Esperança é repassada anualmente pelo
governo estadual, quando a Secretaria Estadual de Educão elabora uma resolução
com o recurso para o ano letivo em vigor, que é estabelecido de acordo com um valor
per capita dos alunos matriculados. Como a escola é uma instituição comunitária, que
funciona com financiamento participativo, ela conta ainda com a colaboração de R$ 50
reais (cinqüenta reais) mensais por aluno em dinheiro, recursos ou serviços. Os
sindicatos que estão diretamente envolvidos também são responsáveis por um recurso
de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) que deveria ser mensal, mas atualmente
é esporádico. A prefeitura de Taiobeiras também contribui custeando algumas despesas
e reparos e, no ensejo de sua construção, também fizeram a doação do terreno.
Algumas prefeituras, com mais relevância como a de Rio Pardo de Minas, por sua vez,
se responsabilizam pelo transporte dos alunos (SOUZA, 2019).
Atualmente, a escola possui 13 funcionários fixos, sendo 05 administrativos e 08
professores, além de 04 professores externos, que vão à escola somente no horário de
suas aulas e dão suporte aos professores internos. Quanto ao número de alunos,
segundo o censo escolar de 2019, estavam matriculados na escola 96 alunos, sendo 37
do primeiro ano, 12 do segundo ano e 47 do terceiro ano, que por sua vez teve que ser
dividido em duas turmas para que o processo de ensino não ficasse prejudicado devido
ao grande número de alunos em uma mesma turma (BRASIL, 2019).
O calendário anual da EFA Nova Esperaa está atualmente organizado em 213 dias
letivos, contando com uma semana de adaptação, e 10 sessões escolares de doze dias
cada, desconsiderando sábados e domingos. Os alunos são divididos em dois grandes
grupos para intercalar as quinzenas: um grupo com alunos do primeiro ano e outro grupo
com alunos do segundo e terceiro ano. Estes grupos se intercalam entre 18 dias em
casa, que caracterizam os tempos comunidade e 12 dias na sede da EFA, que é o tempo
escola (SOUZA, 2019).
Destaca-se a importância da integração entre comunidade e escola para que os jovens
adquiram formação prática e visão para atuação e intervenção transformadora em seus
espaços, colocando em prática nas suas casas tudo o que é aprendido durante os
tempos de vivência na escola. A intensa convivência em regime de internato, com
atividades divididas entre os três turnos e divisão das tarefas para organização de todos
os espaços da escola e realização das atividades colaboram para o desenvolvimento
das afinidades de convivência.
A EFA tem a clara intenção de formar cidadãos politicamente instruídos e capacitados
para ocupar seus espaços de reivindicação como associações, sindicatos e cargos
públicos para a construção coletiva e efetivão de políticas públicas que contemplem
as necessidades do território. Na figura a seguir (figura 3), pode-se visualizar uma das
várias frases de referência que estão pintadas nas paredes da escola que ilustram a
proposta político pedagógica e caracterizam a militância presente nas EFAs. Esta, em
especial, do ano de 1997, é do autor Florestan Fernandes (1997), sociólogo e político
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brasileiro, que em sua vida se concentrou na pesquisa e interpretão das condições e
possibilidades das transformações sociais, tendo a revolução social como um de seus
temas mais frequentes. Para o autor, a educação deveria ser laica, gratuita e libertadora.
Figura 3. Frase na parede da EFA Nova Esperança
Fonte: Acervo da autora Karina Costa (2019)
A matriz curricular do curso de ensino médio integrado ao técnico em agropecria está
elaborada de acordo com a Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, aprovada em 22 de fevereiro de 2019
(BRASIL, 1996) e atualizada pela resolução n.º 3, de 21 de novembro de 2018 (BRASIL,
2018).
Para garantir a uniformidade do ensino em todo o território nacional, o Ministério da
Educação elaborou a Base Nacional Comum Curricular BNCC, que é um
[...] documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica que tem por finalidade a construção de conhecimentos,
no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores (BRASIL, 2017, p.7).
Com base nestas diretrizes, a matriz curricular da EFA Nova Esperança é composta
pelas seguintes disciplinas: Linguagens, códigos e suas tecnologias que compreende as
disciplinas de Língua portuguesa, Educão física e Artes. Ciências da natureza,
Matemática e suas tecnologias que compreendem as disciplinas de Geografia, História,
Filosofia, Sociologia. Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias que
compreende as disciplinas de Matetica, física, Química e Biologia.
As demais disciplinas são dedicadas à parte profissionalizante. No primeiro ano do curso
são: Fundamentos da agroecologia, Fundamentos da agricultura e pecuária, Solos,
Gestão rural, Topografia e instalações rurais e Agroindústria I.
No segundo ano são: Mecanização agrícola, Sistema integrado de produção vegetal I,
Administração e economia rural, Agroindústria II, Sistema integrado de produção animal
I e Manejo fitossanitário.
No terceiro ano são: Sistema integrado de produção vegetal II, Empreendedorismo,
Sistema integrado de produção animal II, Manejo da biodiversidade e sistemas
agroflorestais, Geso de recursos hídricos no semiárido e Legislação e políticas públicas
para agricultura familiar.
Na parte diversificada, que é comum aos três anos, tem as disciplinas de informática e
Língua inglesa. Ainda comum aos três anos, os alunos possuem no currículo a parte dos
instrumentos pedagógicos, que consistem no plano de estudo, Caderno da realidade e
Prática na família/esgio.
As disciplinas ministradas na escola totalizam uma carga horária de 900 h/ano. Para a
complementação da carga horária, os alunos recebem trabalhos que devem ser
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realizados no período em que estiverem em suas casas. Estes trabalhos são chamados
de Prática na família/comunidade, onde eles devem desenvolver trabalhos e projetos
que irão contribuir de alguma forma para o crescimento da sua comunidade, bem como
melhorar a realidade do local em que vivem.
Neste período de vivência, tamm foi possível fazer um acompanhamento das aulas
práticas, que são realizadas diariamente logo após término das aulas teóricas. Como
integração à formação profissional, os alunos têm aulas nas grandes temáticas de
Agricultura, Zootecnia e Agroindústia. A escola se esforça ao ximo para conseguir
produzir os alimentos que serão consumidos nas refeições.
A EFA possui na unidade de zootecnia criões de frangos e suínos para consumo da
carne e de bovinos para abastecimento de leite. Os suínos inicialmente foram doados
pela prefeitura de Taiobeiras, juntamente com a doação do terreno para construção da
escola. Após o início de suas atividades, a escola conseguiu financiamento através do
projeto Bem Diverso, que é uma parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que
conta com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). Com esta parceria
foi possível fazer a aquisição de bovinos e aves, além da construção da infra estrutura
necessária para recebê-los, como curral, postura e suinocultura.
A escola também conta com uma agroindústria, que é responsável por todas as
atividades de transformação e beneficiamento dos produtos de origem agropecuária
animal ou vegetal, como produção de embutidos, queijos, farinhas, doces, panificação,
dentre outros (IPEA, 2013). Quando há excedentes e surgem demandas externas, a
escola faz a comercialização desses produtos e o valor arrecadado é utilizado para
compra de insumos que o são produzidos no local.
Neste modelo de escola, o professor também é chamado monitor. Estes profissionais
estão diretamente ligados à formação do jovem/aluno, não atuando somente na sala de
aula ministrando os conteúdos, mas participando das diversas atividades educativas que
a experiência em alternância proporciona, posicionando-se como um educador em
tempo integral.
Os funciorios da parte administrativa da EFA Nova Esperança também contribuem
com os professores na orientação e monitoramento das aulas práticas. Para isto, os
horários da EFA são bem organizados e cumpridos com rigor. Os alunos são divididos
em grupos e em cada quinzena um grupo fica responsável pela gestão e execução das
atividades da escola.
Durante a vivência também foi possível participar como banca avaliadora das
apresentações do PPJ - Projeto Profissional do Jovem, que é um dos requisitos
necessários para a conclusão do curso. Os temas escolhidos pelos jovens foram muito
variados, como produção de cocadas, produção de tempero, construção de uma
agroindústria, crião de suínos, produção de mandioca, etc. Todos esses projetos são
elaborados desde o início do curso com o objetivo de serem transformados em realidade
na própria comunidade do aluno e têm como objetivo ser um fator de crescimento
profissional e geração de renda para a família ao concluírem o curso de formação técnica
na EFA.
Quanto ao ingresso na escola, o aluno deverá fazer a inscrição e passar por algumas
etapas de seleção, que são: prova escrita, visita à família e entrevista. A etapa da
entrevista é realizada após o aluno ficar na escola por uma semana de adaptação, onde
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irá conhecer a rotina da escola e saber se tem o perfil para ser um aluno da EFA. Nesta
semana os alunos vivem um pouco de como é a rotina da escola de um modo geral,
passando por todos os setores durante as práticas.
No primeiro dia da semana de adaptação da turma do primeiro ano do ensino médio do
ano de 2020, compareceram 35 alunos, dos 60 que haviam se inscrito, na faixa etária
média de 15 anos. A primeira desistência já aconteceu ao final do primeiro dia. Ao
perceber o pequeno número de alunos, o diretor da EFA decidiu ligar para as famílias
dos que não compareceram para verificar o motivo de sua ausência na semana de
formação. Algumas famílias relataram que tiveram problemas com o transporte, uma vez
que as prefeituras de suas cidades não mandaram o carro como haviam combinado,
enquanto outras relataram que decidiram não mandar os filhos para estudar fora de casa.
Durante toda a semana, os professores/monitores fizeram atividades com o intuito de
deixar os alunos mais à vontade e também conhecer mais sobre a EFA, sobre o curso
em agropecuária, a educação do campo, além de mostrar as portas que esta experiência
poderia abrir para eles. A formação na Pedagogia da Alternância dialoga com a figura do
monitor, que é responsável pela formação alternada, pois este não é apenas um docente
na sua formação tradicional, mas um formador que exerce múltiplos papéis, essenciais
na intersão dos componentes da pedagogia da alternância. A alterncia, nesse
sentido, oferece aos estudantes inúmeras possibilidades de mudaas, intensamente
(re)vividas na estreita relação entre escola, comunidade e apoio familiar (GIMONET,
2007).
As atividades desta semana de adaptação foram realizadas em forma de oficinas,
iniciando com músicas com temas voltados para a Educão do Campo. Uma das
músicas ensinadas para os alunos foi a canção Não vou sair do campo pra poder ir pra
escola, educação do campo é direito e não esmola, do autor Gilvan Santos. Esta canção
pode expressar o sentido da luta que os movimento sociais do campo vêm travando por
uma educação que dialogue com a realidade dos povos do campo e com um projeto de
desenvolvimento sustentável, socialmente justo, capaz de proporcionar a permanência
do jovem no meio rural (TEDESCO, 2018, p.391).
Vale destacar nesta semana uma importante observação em relação à vontade de
estudar na EFA expressada por um aluno que estava em fase final de tratamento de
leucemia e, por isso, não podia realizar todas as práticas, principalmente as que exigiam
ficar muito tempo no sol e fazendo muito esforço. Mesmo com suas condições limitadas,
ele ficou até o final da semana e se mostrou muito esperançoso de que iria conseguir
uma vaga para estudar na EFA. Em seu relato, ele afirmou que gostou muito da EFA
"[...] por estarem dispostos a adaptar a escola para que eu possa estudar aqui e isso eu
não encontrei em outros lugares".
Ao final da semana de adaptação, os professores pediram que os alunos escrevessem
uma carta de intenção, relatando o porquê eles gostariam de estudar na EFA. Com
essas cartas emos, foram iniciadas as entrevistas individuais para concluir a etapa
de seleção e fazer uma análise, ainda que superficial, do perfil dos alunos, definindo
assim quem iria dar continuidade e ter a matrícula deferida.
Durantes as entrevistas, os professores procuraram conhecer mais sobre a vida dos
jovens, como seus hábitos, restrições alimentares e de saúde, convincia com a família
e amigos, suas habilidades e dificuldades nas disciplinas escolares, como tomaram
conhecimento da escola, o que os motivou a entrar na EFA, como foi a semana de
adaptação e quais dificuldades encontraram, entre outros. Para isso, com participão
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do diretor e dos professores, foi elaborado na própria EFA um formulário, com perguntas
pré-estabelecidas, para que todas as entrevistas ocorressem igualmente. Todas as
informações foram anotadas pelos professores e ao final das entrevistas eles se
reuniram para avaliar quais alunos teriam perfil para continuar a estudar na EFA.
Nas entrevistas os alunos tinham a oportunidade de demonstrar seu interesse em
estudar na EFA e relatar as experiências vividas durante a semana. Dentre os motivos
citados por eles, os que mais chamaram atenção foram esses relatos: "Aqui a gente
aprende para o mundo", "Quero colocar os conhecimentos que eu aprender aqui em
prática na minha casa", "Quero buscar um futuro melhor pra mim", "Não gostei no
primeiro dia, mas agora eu não quero ir embora por nada", "Quero ter uma profissão
quando terminar o ensino médio", "Quero ter conhecimento técnico para poder colocar
em prática na minha casa". Tais relatos deixam claro a inflncia que a escola tem na
vida desses jovens, uma vez que a maioria afirmou que conheceu a escola através de
familiares e conhecidos que já estudaram e recomendaram.
Outros fatores que tiveram influência notória na decisão desses jovens foi o fato de a
escola vir se destacando nos resultados com seus alunos egressos. De acordo com o
INEP/ENEM 2018, a média geral dos alunos da EFA no ano de 2018 foi de 487,89, onde
a média geral do município, considerando a rede particular de ensino, foi de 547,09 e a
do país foi de 608,29 (MEC, 2018).
Os casos mais recentes da efetividade do ensino na EFA o de alunos que se formaram
em 2019: uma aluna tirou 940 na redação do Enem e conseguiu uma vaga em uma
universidade pública, outras duas alunas passaram no vestibular e começaram a cursar
engenharia de alimentos no IF de Salinas e outro aluno, neste mesmo ano, que passou
em direito com bolsa de 70% em uma universidade de São Paulo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A EFA Nova Esperança foi uma 'aposta' feita pelos moradores da região e que vem dado
muito certo, gerando frutos para a região, uma vez que ela possui uma educação
diferenciada, utilizando a metodologia da Pedagogia da Alternância, o que torna possível
que os jovens estudem, se profissionalizem, levem esses conhecimentos para casa e os
apliquem na sua realidade.
Observou-se que os quatro pilares da Pedagogia da Alterncia (Associação Local,
Alternância, Formação Integral e Desenvolvimento do Meio), juntamente com os demais
instrumentos pedagógicos (Plano de Estudos, Colocação em Comum, Caderno de
Acompanhamento, Caderno da Realidade, Visita as Famílias, Visita de Estudos,
Tutoria...) podem contribuir para o desenvolvimento pessoal dos alunos, de suas famílias
e até mesmo o regional, pois forma e capacita jovens para participarem ativamente da
vida e discussões de suas famílias e comunidades.
A EFA Nova Esperança também é destaque no que tange a união dos munipios da
região do Alto Rio Pardo, pois várias de suas atividades envolvem a participação da
comunidade, como por exemplo, a realização de reuniões e oficinas na sede da escola.
É notório na EFA o respeito, amor e envolvimento que todos os servidores de modo geral
têm por ela, abdicando muitas vezes de suas vidas pessoais para atuarem como
coordenadores do dia, ficando na escola por 24h em período integral, para garantir o
bem estar dos alunos e que as regras sejam cumpridas.
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A EFA Nova Esperaa, assim como as outras EFAs do país, possui uma educação
diferenciada e contextualizada, e sem dúvidas acrescenta muito para a sua região, mas
principalmente para a vida desses jovens que têm a oportunidade de um ensino médio
e profissionalizante de qualidade, coisa que muitos deles não teriam se não fosse a
determinação e dedicão dos líderes regionais que se esforçaram tanto para tornar
esse sonho uma realidade.
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Data da submissão:15/09/2020.
Data da aprovação: 04/02/2021.