EM formar o jovem com as competências necessárias para fazer frente às demandas
atuais do mercado do trabalho e que vem mudando muito rapidamente.
A respeito dessas inquietações, para alguns, a escola não leva em consideração, como
deveria, as reais demandas do mercado de trabalho. Já para outros, implica dizer que a
escola dá atenção demasiada à formação para o mercado de trabalho e o Ensino
Superior (MASSCHELEIN e SIMONS, 2013). A educação se apresentando em duas
vias antagônicas: de um lado, como formadora de indivíduos para as demandas dos
modos de produção, por outro, buscando formar as pessoas no sentido mais amplo,
visando, conforme Carvalho (2020) o pleno desenvolvimento do ser humano. De toda
sorte, queremos esclarecer que não é nossa intenção especular se é competência do
Gestor Educacional compreender os fatores que influenciam a escolha profissional de
seus alunos, mas, considerando que uma das atribuições da escola é formar o aluno
para a vida adulta, torna-se importante escutar essa parte que é tão importante no seio
escolar.
Nessa linha de entendimento, importa ressaltar que o modelo burocrático de fazer gestão
não é característica exclusiva do meio empresarial, mas também do escolar. E isso é
extremamente prejudicial à educação e a todos que são responsáveis pelas boas
práticas de gestão. O Gestor Educacional acaba se sentindo sozinho (LUCK et al. 2012)
e incapaz de promover uma gestão participativa. E, o fato de ter que dedicar boa parte
de seu tempo à parte administrativa pode distanciá-lo do contato com a área pedagógica
e com os alunos. Dessa forma, façamos a pergunta ao Gestor Educacional: você sabe
o que influencia as escolhas profissionais de seus alunos?
Partindo desse questionamento, cabe destacar que desde uma idade ainda muito tenra
somos influenciados a pensar no futuro profissional. Quem nunca escutou a frase
popular "o que você vai ser quando crescer?". Não que isso não seja importante, pelo
contrário, pois os valores, os estereótipos, o significado e a importância que se dá as
variadas profissões poderão se materializar nas demais fases do desenvolvimento
vocacional, porém desde muito cedo acompanharão a evolução da futura identidade
profissional (LISBOA e SOARES, 2018).
Nesse sentido, as escolhas profissionais, por vezes, refletem inúmeras fantasias e
imaginações que acompanham o adolescente desde a infância. São sonhos de ser
alguém reconhecido pela sociedade e que eles aprenderam a referenciar desde uma
idade muito tenra, de ser alguém bem sucedido e respeitado. Assim, por vezes, acabam
escolhendo profissões que refletem seus sonhos de infância sem considerar o momento
em que se encontra atualmente e a realidade do mercado de trabalho (TORRES, 2001).
Assim, é muito importante que o jovem se mantenha informado sobre as profissões e se
pergunte: será que o curso me habilitará para o mercado de trabalho? Será que essa
profissão irá existir daqui a 5 ou 10 anos?
Nesse contexto, muitas pessoas buscam durante boa parte da vida, ou por toda ela,
aquela profissão ideal, aquela que lhe proporcionará satisfação, tanto pessoal quanto
financeira (o que não parece tarefa fácil). E esse é o sonho de todos nós, exercer uma
profissão que nos dê satisfação e que remunere bem. Porém escolher a profissão não é
tarefa simples, pois o jovem precisa lidar com suas dúvidas (devo viver a minha vida
conforme os estereótipos da sociedade ou seguir meus sonhos), com seus medos (e se
eu escolher uma profissão e me arrepender), e isso se torna um desafio imenso. O medo
do novo e a insegurança o fazem temer o futuro adquirindo dessa forma um sentimento
de não pertencimento (LISBOA e LEMOS, 2018).