Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.19-67 | set-dez | 2020
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DOI: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2020.26662
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
CRÍTICA DA TEORIA CLÁSSICA DA CRISE DA EDUCAÇÃO
1
Critique of the classical theory of education crisis
RIKOWSKI, Glenn
2
RESUMO
A Teoria Clássica da Crise da Educação é a abordagem utilizada pelos teóricos da educação para
compreender a constituição e explicar a crise educacional na sociedade contemporânea. Seguindo um
breve esboço do conceito de crise e da historiografia da não de crise educacional da Segunda Guerra
Mundial à recessão neoliberal de 1980-82, este artigo apresenta um esbo da Teoria Clássica da Crise
da Educação conforme exposto de maneira mais completa no clássico de Madan Sarup: Educação,
Estado e Crise: Uma Perspectiva Marxista (1982). O cerne da Teoria Clássica está no fato de que as
crises da educação o derivadas das crises ecomicas. Posteriormente, é apresentada a Ctica da
Teoria Clássica. Sua relação com o pensamento estruturalista (e sua vinculação ao determinismo,
funcionalismo e reducionismo) bem como o influxo do imperialismo da economia o algumas de suas
principais deficiências. A conclusão indica o terreno a percorrer e reforça a necessidade de se avaar
à perspectiva da Teoria Clássica da Crise da Educação.
Palavras-chave: Crise. Teoria da crise da educação. Imperialismo da economia.
ABSTRACT
The Classical Theory of Education Crisis is the default theory utilised by educational theorists for
understanding the constitution and explanation of education crises in contemporary society. Following a brief
outline of the concept of crisis, and the histiography of the notion of education crisis from the Second World
War to the neoliberal recession of 1980-82, there is an outline of The Classical Theory of Education Crisis as
most fully expressed in Madan Sarups classic Education, State and Crisis: A Marxist Perspective (1982). The
key aspect of the Classical Theory is that education crises are derivative of economic crises. This is followed
by the main event: critique of the Classical Theory. Its reliance on structuralist thought (with associated
determinism, functionalism and reductionism) and the inflow of economics imperialism are some of its key
deficiencies. The Conclusion outlines ground still to be covered and the need to move beyond the Classical
Theory of Education Crisis.
Keywords: Crisis. Educational crisis theory. Economics imperialism.
1
Este artigo foi preparado para o Seminário Internacional para Pedagogias Públicas, realizado pelo International Centre
for Public Pedagogies (ICPuP) da University of East London em 21 de fevereiro 2018.
2
Membro visitante da Faculdade de Cncias Sociais da Universidade de Lincoln Reino Unido. PhD em Sociologia pela
Universidade de Warwick Reino Unido. E-mail: rikowskigr@aol.com ]
Tradução: Uyara de Salles Gomide, Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E-
mail: uyara.salles@gmail.com.
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INTRODUCTION
The credit crunch’ and associated Great Recession of 2007-09 generated a vast
literature on the nature, causes and explanation of crises in capitalism in general and the
2007-09 phenomena in particular. The Great Recession was variously viewed as a crisis
of neoliberalism’, afinancial crisis, abanking crisis, acrisis of financialization, acrisis
of capital or capitalist crisis, or, more generally an economic crisis and so on. Sylvia
Walbys recent book, Crisis, outlines these and other forms of crisis constituting, and
flowing from, the Great Recession (WALBY, 2015).
Significantly, the depth and severity of the crisis of 2007-09, and the ways that capitalist
states reacted to it through cut-backs in education budgets and bouts of restructuring, led
some educational theorists and researchers to focus on how economic crisis morphed
into a sovereign debt crisis and thence a crisis for state education systems. In addition,
and flowing from the capitalist crisis of 2007-09 and its associated literatures, there were
also a number of academic interventions around the notion of education crisis.
This article focuses on this last aspect: the concept of education crisis. In particular, it
outlines and critiques what could be called The Classical Theory of Education Crisis
embedded within the seminal work of Madan Sarup in his Education, State and Crisis: A
Marxist Perspective, produced within Marxist theory (SARUP, 1982). The importance of
The Classical Theory of Education Crisis rests on the fact that it is the (largely
unacknowledged) default theory of education crisis. Educational theorists and
researchers exploring education crisis tend to base their ideas on the Classical Theory
without recognition, and in doing this avoid theoretical problems associated with it.
Delineating these problems constitutes the critique of the Classical Theory in this article.
The Classical Theory of Education Crisis is simultaneously a theory of the constitution of
education crisis the nature of education crisis and a theory, an explanation, of it. In
order to progress understandings of the notion and phenomenon of education crisis, it is
crucial to critique The Classical Theory of Education Crisis as the default theory of
education crisis.
This proceeds in the following manner. The opening section is a basic account of the
concept of crisis an element often missing in analyses of education crisis. Section 2
provides a brief survey of writings on education crisis in the Anglophone world, focusing
on the UK in particular, starting from the end of the post-War boom to the publication of
Sarups Education, State and Crisis in 1982. It also provides an embryonic account of The
Classical Theory of Education Crisis, and indicates some early examples that push
beyond it. Section 3 focuses on the most developed account of The Classical Theory of
Education Crisis available today: Sarup’s classic statement of 1982. This is followed by
the main event: a critique of The Classical Theory of Education Crisis, its limitations,
shortcomings and unfortunate implications and consequences. The Conclusion explores
alternative starting points for the analysis of education crisis in the light of the shortcomings
of the Classical Theory.
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INTRODUÇÃO
Acrise de crédito e a consequente Grande Recessão de 2007-09 produziu uma vasta
literatura sobre a natureza, as causas e as explicões das crises no capitalismo em
geral e o fenômeno particular de 2007-09. A Grande Recessão foi largamente
compreendida como a crise do neoliberalismo, acrise financeira, a crise bancária, a
crise da financeirização, a crise do capital ou crise capitalista’, ou, mais genericamente
uma crise econômica e assim por diante. O livro recente de Sylvia Walby, Crise,
descreve estas e outras formas de crise que constituem e advém da Grande Recessão
(WALBY, 2015).
Significativamente, a profundidade e gravidade da crise de 2007-09, e o modo que os
Estados capitalistas reagiram a ela por meio de cortes nos orçamentos da educação e
períodos de reestruturão, levaram a atenção de alguns teóricos e pesquisadores em
como a crise econômica se transformou em uma crise da dívida soberana, e deste modo,
uma crise para os sistemas de educão do estado. Ademais, como consequência da
crise capitalista de 2007-09 e as literaturas referentes a esta, houve uma série de
interveões acadêmicas sobre a não de crise educacional.
Este artigo foca neste último aspecto: o conceito de crise educacional. Em particular,
descreve e critica o que pode ser chamado de A Teoria Clássica da Crise da Educação
no bojo na obra seminal de Madan Sarup em Educação, Estado e Crise: Uma
Perspectiva Marxista, produzido dentro da teoria Marxista (SARUP, 1982). A importância
da Teoria Clássica da Crise da Educação está no fato de que (amplamente não
reconhecida) é a referência teórica quando se discute a crise educacional. Teóricos da
educação e pesquisadores que discutem a crise educacional tendem a basear suas
ideias na Teoria Clássica sem reconhecê-la, e ao fazê-lo, acabam evitando problemas
teóricos vinculados a ela. Delinear estes problemas constitui a crítica da Teoria Clássica
neste artigo.
A Teoria Clássica da Crise da Educação é simultaneamente a teoria da constituição da
crise educacional a natureza da crise da educação e uma teoria, uma explicação,
dela. De modo a aprofundar o entendimento sobre a noção e o fenômeno de crise
educacional, faz-se essencial criticar a Teoria Clássica da Crise da Educão como
referência teórica da crise educacional.
Isto ocorre da seguinte maneira. A seção de abertura compreende uma explicação
básica do conceito de crise um elemento pouco presente nas análises da crise da
educação. A seção 2 fornece amostra sobre a literatura que discute a crise educacional
no mundo Anglófono, com foco particular no Reino Unido, iniciando-se do fim do boom
do pós-Guerra à publicação do livro de Sarup Educação, Estado e Crise em 1982. Este
artigo ainda fornece um relato embrionário da Teoria Clássica da Crise da Educão e
indica alguns exemplos que vão além dela. A são 3 foca na perspectiva mais
desenvolvida da Teoria Clássica da Crise da Educão disponível na atualidade: a
clássica interpretão de Sarup de 1982. Isto é seguido pelo evento principal: a crítica da
Teoria Clássica da Crise da Educação, suas limitões, deficiências e infelizes
implicações e consequências. A conclusão explora pontos de partida alternativos para
análise da crise educacional à luz das deficiências da Teoria Clássica.
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1. CRISIS
Etymologically the concept of crisis comes from the Greek noun kritiki, and the Greek
verb krinein denoting some decision, choice or judgement being made (PETERS, 2013,
p. 199; GYFTOPOULOU and PARASKEVOPOULOU, 2016, p. 61), in order to form an
opinion, to criticize (Gyftopoulou and Paraskevopoulou, 2016, p. 61).This outlook on
crisis is often traced back to Hippocrates (HIPPOCRATES OF KOS, 1983.), as doctors
are charged with the responsibility of making correct decisions and choices regarding the
health and well-being of patients. In turn, doctors are also responsible for correct
diagnoses of diseases and ailments, and effective monitoring of the patient following
medical intervention. The crisis point in disease, for Hippocrates, is a turning point in the
strength of a disease: when it becomes clear that the patient is either on the road to
recovery, or faces death, or at least severe debilitation (e.g. amputation of limbs). As Bill
Dunn notes, invoking ‘crisis as starting point for social explanation means that recovery
needs to be accounted for when this occurs (DUNN, 2014.).
John Holloway, following Hippocrates, argues that crisis designates: A qualitative
turning point, a break in the normal process of change, is a crisis. The original term crisis
is medical. In its original Greek meaning it referred to a turning point in an illness.
(emphasis added) (HOLLOWAY, 1992, p. 145). The crisis point is that moment when
death or recovery hangs in the balance. Holloway argues that this approach to crisis, crisis
as turning point, can also be applied to social scientific and historical studies, and that:
crisis does not simply refer tohard times’, but to turning points. It directs attention to the
discontinuities of history, to breaks in the path of development, ruptures in a pattern of
movement, variations in the intensity of time. The concept of crisis implies that history is not
smooth or predictable, but full of shifts in direction and periods of intensified change.
(emphasis added) (HOLLOWAY, 1992, p. 146).
For Holloway, the concept of crisis is an indispensable aid to understanding social and
historical change. Holloways point that crisis implies that history is not smooth or
predictable” should also incorporate the notion that crises can recur: a singular crisis can
appear to have reached a positive turning point only to move into a negative direction later
on. Thus, althoughcrisis is a period of intensified change which may lead one way or
the other (emphasis added) (HOLLOWAY, 1992, p. 146), there could be retrogression,
a back-tracking and reoccurrence of the crisis. Of course, there is always room for debate
about whether a single crisis or two separate crises is involved here. This is similar to
whether a double-dip recession comprises a single economic recession of two moments,
or two separate recessions.
From its medical roots the notion of crisis can be applied to social phenomena, processes
and developments. To say that these are in a state of crisis is to designate a situation as
involving imminent danger and high risk (GAMBLE, 2009, p. 39). This makes quick
decisions and interventions necessary, often under pressure with very incomplete
knowledge which can lead to very different results (GAMBLE, 2009, p. 39).
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1. CRISE
Etimologicamente o conceito de crise’ deriva do substantivo Grego Kritiki e do verbo
Grego Krinein denotando alguma decisão, escolha ou julgamento a ser realizado
(PETERS, 2013, p. 199, GYFTOPOULOU e PARASKEVOPOULOU, 2016, p. 61), de
modo a formar uma opinião, para criticar (Gyftopoulou e Paraskevopoulou, 2016, p. 61).
Esta perspectiva sobre a crise é recorrentemente vinculada a Hipócrates
(HIPPOCRATES OF KOS, 1983.), visto que os dicos são encarregados da
responsabilidade de tomar as melhores decisões e escolhas quanto a sde e bem-estar
dos pacientes. Por sua vez, os médicos também o responsáveis por um diagnóstico
correto de doenças, enfermidades e pelo efetivo monitoramento do paciente após a
interveão médica. O ponto de crise em uma doea, para Hipócrates, é o ponto de
inflexão na força de uma doença: quando se torna claro que o paciente está no caminho
para a recuperação, ou enfrenta a morte, ou ao menos passa por severas debilitações
(ex: amputação de membros). Conforme Bill Dunn ressalta, invocar a crise como ponto
de partida para explicar as questões sociais significa que a recuperação necessita ser
considerada quando isto ocorrer (DUNN, 2014).
John Holloway, seguindo Hipócrates, argumenta que crise designa: Um ponto de
inflexão qualitativo, uma quebra no processo normal de mudança, é a crise. O termo
original crise é médico. Em seu sentido original Grego este se refere a um ponto de
inflexão em uma doença (grifo nosso) (HOLLOWAY, 1992, p. 145). O ponto de crise é
aquele momento em que a morte ou a recuperação estão em jogo. Holloway argumenta
que esta perspectiva da crise, da crise como um ponto de inflexão, pode também ser
aplicado aos estudos cienficos sociais e hisricos, e que:
crise não se refere simplesmente a tempos difíceis, mas a pontos de infleo. Isso
direciona a atenção às descontinuidades da história, para quebrar o caminho do
desenvolvimento, rupturas em um movimento padrão, variações na intensidade de tempo.
O conceito de crise implica que a história não é tranquila ou previsível, mas cheia de
deslocamentos na direção e períodos de mudanças intensas (grifo nosso) (HOLLOWAY,
1998, p. 146).
Para Holloway, o conceito de crise é de fundamental importância para a compreensão
da mudança social e histórica. Holloway ressalta que a criseimplica que história não é
tranquila ou previsível deve também incorporar a noção que as crises podem ser
recorrentes: uma crise singular pode parecer ter alcançado um ponto de inflexão positivo
apenas para se mover a uma direção negativa logo depois. Portanto, embora ...crise é
um período de mudaa intensificada que pode levar a um caminho ou outro” (grifo
nosso) (HOLLOWAY, 1992, p. 146), pode haver retrocesso e recorrência da crise. Claro,
há sempre lugar para o debate se uma única ou duas crises separadas estão
relacionadas. Isto se assemelha ao fato de uma recessão de duplo mergulho
compreende uma única recessão econômica de dois momentos, ou duas recessões
separadas.
De suas raízes médicas, a noção de crise pode ser aplicada a fenômenos, processos e
desenvolvimentos sociais. Dizer que se encontram em estado de crise é designar uma
situão como de perigo iminente e alto risco (GAMBLE, 2009, p. 39). Isto torna
necessárias decisões e intervenções rápidas, muitas vezes sob pressão com
conhecimento incompleto quepodem levar a resultados muitos diferentes” (GAMBLE,
2009, p. 39).
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Janet Roitman expanded considerably analysis of the idea of crisis in her book Anti-Crisis
(ROITMAN, 2014). It is worth adding some of her points to the previous ones from
Holloway. Roitman is interested inthe kinds of work the termcrisis is or is not doing in
the construction of narrative forms (ROITMAN, 2014, p. 2-3). She is also concerned with
how crisis is constituted as an object of knowledge” (Roitman, 2014, p. 3). It aids our
understanding of historical epochs, phenomena and situations. For Roitman, the concept
of crisis allows us to do and think history; to produce historical analyses and texts to give
a meaningful historical narrative. In particular, it allows the historian to designate what she
calls moments of truth which are typically designated as turning points in history.
But Roitman adds more to the view of crisis advanced by Holloway. A summary is
provided here. A key point for Roitman is that the idea of crisis invokes or conjures up
critique. She argues that:
Critique and crisis are cognates crisis is the basis of social and critical theory. Being bound
to its cognate (critique), the concept of crisis denotes the prevailing and fairly peculiar belief
that history could be alienated in terms of philosophy that one could perceive a dissonance
between historical events and representation of those events. Crisis-claims evoke a moral
demand for a difference between the past and future (Roitman, 2014, p. 8).
Thus, a claim that such-and-such a societal state of affairs is one of crisis implies that
things could be different, and better. The future could be better than the present or past,
and then specific crises could be banished from the future once their roots are grasped.
This is one reason why Roitman is against crisis: as the concept tends to have
conservative features when read against capitalist reality. However, as Holloway indicates
above, crisis can also point towards abeyond by uncovering the fragilities of capitalism
and by simultaneously opening cracks in the system, generating ideas for post-capitalist
possibilities.
Roitman notes a number of other consequences of using the idea of crisis in social and
historical explanation and analysis. First, quintessentially, it involves judgement, or rather
a series of judgements. Judgements about whether a social situation constitutes a crisis;
judgements about turning points, when those critical points are reached; judgments about
the efficacy of interventions; judgements about success / failure / improvement; and final
judgements about when a string of social developments flowing from the turning point are
in the clear when, for example, no further state intervention is necessary (e.g.
quantitative easing to aid the recovery of the banking sector or the economy in general).
Secondly, crisis generates prognosis: accounts ofwhat will happen next. This could be
seen when the capitalist crisis reached its peak in the autumn of 2008: the newspapers,
the Economist and TV economics pundits were breathless in debates on what was likely
to happen. There was much excited speculation about the prospects for neoliberalism
(the leading mode of capitalist rule of the last 35 years), and indeed about the future of
capitalism itself. The Financial Times ran a special series of articles on The Future of
Capitalism’ (in March 2009) and The Guardian did something similar with itsCapitalism
in Crisis articles from January April 2009.
3
3
The Financial Times also produced a special supplement on The Future of Capitalism on 12
th
May 2009.
Prospect magazine had its own Crisis Watch, which was still going strong into the early months of 2010.
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Janet Roitman expandiu consideravelmente a análise sobre a ideia de crise em seu livro Anti-
Crise (ROITMAN, 2014). Vale a pena somar alguns de seus pontos aos anteriores de
Holloway. Roitman es interessada nos tipos de trabalho em que o termo crise faz ou não
parte da construção de formas narrativas (ROITMAN, 2014, p. 2-3). Ela também está
preocupada em como a crise se constitui como objeto de conhecimento (Roitman, 2014, p.
3). Isto auxilia em nossa compreensão de épocas, fenômenos e situações históricas. Para
Roitman, o conceito de crise nos permite fazer e pensar a história; a produzir análises e textos
hisricos para dar entendimento a uma narrativa histórica. Em particular, isto permite ao
historiador designar o que ela denomina momentos de verdade que são tipicamente
designados como pontos de inflexão na hisria.
Mas Roitman acrescenta mais à visão de crise apresentada por Holloway. Uma síntese é
fornecida aqui. O ponto chave para Roitman está na ideia que crise invoca ou conjura crítica.
Ela argumenta que:
Crítica e crise são cognatos crise é a base da teoria social e crítica. Estando vinculado ao seu
cognato (crítica), o conceito de crise denota a crença prevalente e bastante peculiar que a história
pode ser alienada em termos da filosofia que se pode perceber uma dissonância entre os
eventos históricos e a representação desses eventos. As afirmões de crise evocam uma
demanda moral por uma diferença entre passado e futuro (Roitman, 2014, p. 8).
Desta maneira, uma afirmação de que este ou aquele estado social é de crise implica que as
coisas poderiam ser diferentes, e melhores. O futuro pode ser melhor do que o presente ou
o passado, e consequentemente algumas crises em especial podem ser banidas do futuro
uma vez que suas raízes forem agarradas. Esta é uma das razões pelas quais Roitman é
contra crise: visto que o conceito tende a ter características conservadoras quando
interpretadas contra a realidade capitalista. No entanto, conforme Holloway indica acima, a
crise pode apontar para um além’ revelando as fragilidades do capitalismo e
simultaneamente abrindo fissuras no sistema, gerando ideias para possibilidades pós-
capitalistas.
Roitman observa uma série de outras consequências do uso da ideia de crise na explicação
e análise social e histórica. Primeiro, essencialmente, isto envolve julgamento, ou melhor,
uma série de julgamentos. Julgamentos sobre se uma situação social constitui uma crise;
julgamentos sobre pontos de inflexão, quando estes pontos críticos são alcançados;
julgamentos sobre a eficácia das intervenções; julgamentos sobre sucesso/ fracasso /
melhoria, e finalmente julgamentos sobre quando uma série de desenvolvimentos sociais
decorrentes do ponto de inflexão estão claros - quando, por exemplo, nenhuma intervenção
estatal adicional é necessária (ex: flexibilização quantitativa para ajudar na recuperação do
setor banrio ou da economia em geral).
Em Segundo lugar, a crise gera prognósticos: considerações sobre o que vai acontecer a
seguir. Isto pôde ser visto quando a crise capitalista alcançou seu pico em outono de 2008:
Os jornais, The Economist e os especialistas em economia da TV estavam sem fôlego nos
debates sobre o que era provável que acontecesse. Houve muita especulação animada
sobre as perspectivas para o neoliberalismo (o principal modo de governo capitalista dos
últimos 35 anos), e de fato, sobre o futuro do próprio capitalismo. O Financial Times publicou
uma série especial de artigos sobreO Futuro do Capitalismo (em Março de 2009) e o The
Guardian fez algo semelhante com seus artigos Capitalismo em Crise de Janeiro Abril
2009.
4
4
O Financial Times também produziu um suplemento especial sobre O Futuro do Capitalismo em 12 de Maio de 2009. A
Revista Prospect tinha seu Observatório da Crise, que ainda estava com grande audiência nos primeiros meses de 2010.
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Thirdly, there is a moral demand embedded within the concept. Various individuals,
groups or nations are blamed for the crisis. For example, bankers invariably took the rap
for the crisis of 2007-09 amongst Left commentators, whereas for the Conservative Party
in the UK the overspending of the Labour government was to blame.
Fourthly, and often relating to the first aspect, a sociology of error typically erupts. This
involves attempts to pinpointwhat went wrong and historical significance is
discerned in terms of epistemological or ethical failure (Roitman, 2014, p. 9). Again,
examples could readily be found in social science literatures regarding the economic crisis
of 2007-09.
Fifthly, flowing from the previous point, this may also involve ad hoc denunciations of
individuals and groups, argues Roitman. For example: blaming investment bankers and
Federal Reserve officials, the Bank of England, the ratings agencies or the UK Financial
Services Authority.
A sixth point is that:
the term crisis signifies a diagnostic of the present; it implies a certain telos because it is
inevitably, though most often implicitly, directed towards a norm. Evoking crisis entails
reference to a norm because it requires a comparative state for judgement: crisis compared
to what? (Roitman, 2014, p. 14).
This comparative moment in crisis discourse involves viewing the advent of crisis against
a background of normal functioning of a social system, institution, group or phenomenon.
Thus, built into the concept of crisis is the notion of non-crisis; the view that the system,
institution etc. ought to be functioning in a certain way (e.g. full employment, stable
financial system), but it is not. This in turn implies that the future should be adjusted to
meet the norm, which entails a functionalist and conservative approach to society and
social theory.
A seventh point is that the idea of crisis is a narrative device: its invocation is implicated in
telling a story about social affairs. Dragging the idea of crisis into analyses of social
affairs is part of attempts at understanding and explanation through giving coherent
accounts, or stories of events.
Finally, post hoc analyses in terms of crisis necessarily entail an assumed teleology
(ROITMAN, 2014, p. 94), she notes. The example Roitman gives is that the case of using
subprime mortgages building up to the 2007-09 economic crisis shows how the economy
should function, i.e. only mortgages for recipients who are able to finance them should be
allowed. There should be greater and more effective bank regulation, and so on. Thus,
the future should not contain the contradictions, shortcomings and tensions of the past if
normal, crisis-free, development is pursued. This final point merges into point five above
regarding crisis evoking a norm. Of course, for John Holloway, crisis is an integral feature
of capitalist society: it can never be banished by canny regulation and fine-tuning.
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Em terceiro lugar, há uma demanda moral incorporada no conceito. Vários indivíduos,
grupos ou nões são responsabilizados pela crise. Por exemplo, banqueiros
invariavelmente levaram a culpa pela crise de 2007-09 entre os comentaristas de
esquerda, enquanto para o Partido Conservador no Reino Unido o excesso de gastos
do governo trabalhista foi o culpado.
Em quarto lugar, e em geral relacionado com o primeiro aspecto, a sociologia do erro
normalmente irrompe. Isto envolve tentativas de identificar o que deu errado e o
significado histórico é discernido em termos de falha epistemológica ou ética” (Roitman,
2014, p. 9). Novamente, exemplos podem ser facilmente encontrados nas literaturas das
ciências sociais sobre a crise econômica de 2007-09.
Em quinto lugar, seguindo o último ponto, isto tamm pode envolver denúncias ad hoc
de indivíduos e grupos, argumenta Roitman. Por exemplo: culpando banqueiros de
investimento e funcionários do Federal Reserve, o Banco da Inglaterra, as agências de
classificação ou a Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido.
O sexto ponto é que:
o termo crise significa um diagnóstico do presente; isto implica um certo telos pois é
inevitavelmente, embora na maioria das vezes implicitamente, direcionado para uma norma.
Evocar a crise implica a referência a uma norma porque requer um estado comparativo de
julgamento: crise comparada a quê? (Roitman, 2014, p. 14).
Este momento comparativo no discurso da crise envolve ver o advento da crise contra
um pano de fundo de funcionamento normal de um sistema social, instituição, grupo ou
fenômeno. Assim, embutida no conceito de crise está a noção de não crise; a visão de
que o sistema, instituição etc. deveria funcionar de uma determinada maneira (ex: pleno
emprego, sistema financeiro estável), mas o está. Isso, por sua vez, implica que o
futuro deve ser ajustado para atender à norma, o que implica uma abordagem
funcionalista e conservadora da sociedade e da teoria social.
Um sétimo ponto é que a ideia de crise é um dispositivo narrativo: sua invocão está
implicada em contar uma história sobre assuntos sociais. Trazer a ideia decrise para
análises de assuntos sociais faz parte das tentativas de compreensão e explicação por
meio de relatos coerentes ou histórias de eventos.
Finalmente, as análises post hoc em termos de crise implicam necessariamente uma
teleologia assumida (ROITMAN, 2014, p. 94), ela observa. O exemplo que Roitman dá
é que o caso do uso de hipotecas subprime acumuladas até a crise econômica de 2007-
09 mostra como a economia deve funcionar, ou seja, apenas hipotecas para
destinatários que possam financiá-las devem ser permitidas. Deve haver uma
regulamentação bancária melhor e mais eficiente, e assim por diante. Desta forma, o
futuro não deve conter as contradições, deficiências e tensões do passado se o
desenvolvimento normal, sem crises, for perseguido. Este último ponto se relaciona com
o ponto cinco supracitado, no que diz respeito à crise que evoca uma norma. Claro, para
John Holloway, a crise é uma característica integrante da sociedade capitalista: ela nunca
poderá ser banida por qualquer regulação e ajuste fino.
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The main argument that Roitman advances against using the idea of crisis, and why she is
against crisis, is that crisis can only be observed as a blind spot’ in social and historical
analysis. A crisis has no social content in itself; rather it is constituted by social events,
phenomena and trends that give it substance. Therefore, as such, it must be argued for,
demonstrated by processes of evidence-gathering, analysis and ultimately persuasion,
thereby necessarily involving rhetorical and political elements in its constitution. Thus, when
crisis is brought forth by a social theorist, politician, economist, media commentator and other
interested parties, what is important is the ways in which it allows certain questions to be
asked while others are foreclosed (Roitman, 2014, p. 94).
For Roitman, crisis discourse has conservative implications (as noted previously), but she is
ambivalent here, as crisis can also generate thinking beyond existing situations. She argues
that:
By excavating the crisis term in the critique-and-crisis cognate, by making their co-
constitution, I hope to draw attention to the means by which crisis serves as a distinction or
transcendental placeholder in the occupation of an immanent world [and] crisis serves as
a transcendental placeholder because it is a means for signifying contingency; it is a term that
allegedly allows one to think theotherwise (Roitman, 2014, p. 9).
On this basis, notes Roitman,
5
crisis is an historical super-concept (Oberbegriffe)
(ROITMAN, 2014, p. 10). It establishes conditions of possible histories and to indicate how it
is a blind spot in social science narrative constructions” (Roitman, 2014, p. 11). The idea of
crisis shows a purportedly observable chasm between the real and the fictitious,
erroneous or illogical departure from the real(Roitman, 2014, p. 11). Yet Roitman is careful
to argue that this does not mean that crises are denied, or that they have no reality as such.
Instead, she argues that:
The point is to take note of the effects of the claim to crisis, to be attentive to the effects of our
very accession to that judgement. Crisis engenders certain forms of critique, which politisize
interest groups. This is a politics of crisis. (original emphasis) (Roitman, 2014, p. 12).
The politics of crisis points towards the essential contestability of the idea of crisis itself.
6
Paradoxically, crisis, in itself, has no substance opening it up for a deeper contestation and
constitution. It is constituted by particular contingencies, yet it aids knowledge production. These
contingencies, and varieties of perspectives on them, generate disagreement, combative rhetoric
and claim-and-counter-claim in the pursuit of knowledge production and the search for meaning.
Thus:Crisis is a blind spot that enables the production of knowledge (my emphasis) (Roitman,
2014, p. 39), in this adversarial din. Hence:
if we take crisis to be a blind spot, or a distinction, which makes certain things visible and
others invisible, it is merely an a priori. Crisis is claimed, but it remains a latency; it is never
itself explained because it is necessarily further reduced to other elements such as capitalism,
economy, neoliberalism, finance, politics, culture, subjectivity (Roitman, 2014, p. 39).
Crisis cannot be something observed; only its constituent elements are revealed, but it is
observation and analysis of these that produces meaning (Roitman, 2014, p. 39). It has value
in this sense for Roitman.
5
Following Koselleck, 2006, p. 392.
6
Georgakis and Hadjioannou, acknowledging this point, argue that: “We need to reclaim the crisis [of Greek society in
particular, and capitalism in general] as a diacritical issue that generates an unregulated state of intellectual discernment
2012, p. 8 emphasis added. They advance the idea that every ‘affirmed judgement regarding the current crisis should be
treated critically (p. 7). In this way, they undermine foreclosures of thought on crises that Roitman uncovers as a feature of
crisis discourse.
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O principal argumento que Roitman avança contra o uso da ideia de crise, e porque ela é contra
crise, é que crise pode apenas ser observada como um ponto cego na análise social e hisrica.
Uma crise não possui conteúdo social em si mesma; ao contrário, é constituída por eventos,
fenômenos e tendências sociais que lhe dão substância. Portanto, como tal, deve ser
argumentado, demonstrado por processos de coleta de evidências, análises e, em última
insncia, persuasão, envolvendo necessariamente elementos rericos e políticos em sua
constituição. Assim, quando a crise é provocada por um teórico social, político, economista,
comentarista da dia e outros interessados, o que importa s as maneiras pelas quais ela permite
que certas perguntas sejam feitas enquanto outras são excluídas (Roitman, 2014, p. 94).
Para Roitman, o discurso da crise tem implicações conservadoras (como observado
anteriormente), mas ela é ambivalente aqui, pois a crise também pode gerar formulações para
além das situações existentes. Ela argumenta que:
Ao escavar o termo crise no cognato de crítica e crise, ao fazer sua co-constituão, espero chamar
a atenção para os meios pelos quais a crise serve como uma distião ou espaço transcendental
na ocupação de um mundo imanente ... [e] a crise serve como um espaço transcendental porque
é um meio para significar contingência; é um termo que supostamente permite pensar o "caso
contrário (Roitman, 2014, p. 9).
Com base nisto, observa Roitman
7
, a crise é umsuperconceito histórico. (Oberbegriffe)
(ROITMAN, 2014, p. 10). Ela estabelece as condições de possíveis histórias e indica como ela é
um ponto cego nas construções narrativas das ciências sociais (Roitman, 2014, p. 11). A ideia
de crise mostra um abismo supostamente observável entre real... e o ficcio, errôneo ou ilógico
afastamento do real (Roitman, 2014, p. 11). Ainda Roitman tem o cuidado de argumentar que
isto não significa que as crises sejam negadas, ou que estas não sejam reais. Ao contrário, ela
argumenta que:
A questão é observar os efeitos da afirmação de crise, em estar atento aos efeitos da nossa
adesão a este julgamento. A crise engendra certas formas de crítica, que politizam grupos de
interesses. Esta é uma política de crise (grifo do autor) (Roitman, 2014, p.12).
A política de crise aponta para a contestabilidade essencial da ppria ideia de crise
8
.
Paradoxalmente, a crise, por si só, não possui abertura para uma contestação e constituição mais
profunda. É constituída por contingências particulares, apesar de contribuir para a produção de
conhecimento. Tais contingências e as diferentes perspectivas sobre elas geram discordâncias,
rericas combativas, reivindicações e contra reivindicações na busca pela produção de
conhecimento e de seu significado. Desta forma, a crise é um ponto cego que inviabiliza a
produção de conhecimento (grifo nosso) (Roitman, 2014, p. 39), neste estrondo adversário.
Consequentemente:
se considerarmos a crise como um ponto cego, ou uma distinção, que torna algumas coisas
visíveis e outras invisíveis, é apenas a priori. A crise é afirmada, mas permanece latente, nunca é
explicada, pois é necessário reduzi-la a outros elementos como capitalismo, economia,
neoliberalismo, finanças, potica, cultura, subjetividade (Roitman, 2014, p. 39).
A crise não pode ser observada, apenas seus elementos constituintes são revelados, mas é esta
observação e análise que produz sentido (Roitman, 2014, p. 39). Para Roitman ela tem valor
neste sentido.
7
De acordo com Koselleck, 2006, p. 392.
8
Georgakis e Hadjioannou, reconhecendo este ponto, argumentam que: Precisamos recuperar a crise [da sociedade
Grega em particular, e do capitalismo em geral] como uma questão diacrítica que gera um estado desregulado de
discernimento intelectual” 2012, p. 8 grifo nosso. Eles defendem a ideia de que todo ‘julgamento afirmadoem relação à
crise atual deve ser tratado de forma crítica (p. 7). Dessa forma, eles enfraquecem a desconsideração do pensamento
sobre as crises que Roitman revela como uma característica do discurso da crise.
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2. THE AGE OF EDUCATION CRISES
From the end of the Second World War to the end of the post-War boom in 1973-74,
education systems in the advanced capitalist countries expanded significantly, especially
higher education systems. Developing capitalist countries were urged to modernise and
expand their education systems, setting them on the road to economic growth. These
developments were underpinned theoretically by an appeal to human capital theory:
investments in education and training would yield higher returns for businesses and states
and higher wages for workers, it was argued.
The end of the post-War boom in 1973-74 altered this scenario in two key respects. First,
there were pressures on state finances in some of the advanced capitalist countries such
that cuts to education funding came increasingly to the fore. Secondly, there were
significant increases in youth unemployment in these countries especially in the UK
and this led to critiques of education and training systems amongst Radical Right and
employer organisations.
In return, Left educational analysts attempted to understand the perceived crisis in
education. In the first instance, this meant challenging the critiques of the Radical Right
and restructurings of education and training systems based on the interests of capital over
labour. The claims that education and training institutions were not preparing young
people for the world of work adequately were examined critically. Work by Simon Frith
(FRITH, 1978; FRITH AND BUCKLEY, 1976; FRITH AND BUCKLEY, 1978) included
empirical investigations into employers perceptions of young people and schools in
Coventry allied to Marxist analysis of the crisis of youth unemployment. Buckleys data on
interviewing personnel managers was important to this enterprise (BUCKLEY, 1977). The
work of Dan Finn and his associates (FINN, 1978; FINN, GRANT AND JOHNSON, 1977;
FINN, GRANT AND JOHNSON, 1978) was particularly significant as these writers
moved beyond the crisis of youth unemployment to analyse education in its relation to the
economic and political crisis in the UK in the mid-1970s. They saw the education crisis of
the 1970s as partly a result of the crisis of social democracy and the breakdown of the
post-war consensus on economic, social and education policies resulting from end of the
post-war boom and economic crisis (FINN, GRANT AND JOHNSON, 1978, p. 145). Finn,
Grant and Johnson therefore focused on the Labour Party and how social democratic
ideology was weakened in the 1970s within it, thereby developing a critique of Labours
education policies and outlook from a Left perspective.
The turning point in the UK was the Labour Prime Ministers Ruskin Speech of October
1976 (CALLAGHAN, 1976), where James Callaghan gave succour to employer
criticisms of schools and school-leavers and initiated a Great Debate’ on education. For
Finn, Grant and Johnson, the education crisis was at heart a political crisis of social
democracy crafted within the Labour Party. Nevertheless, they saw that: The crisis of the
educational sector is bound up with the overall crisis of the economy and the State
(emphasis added) (FINN, GRANT AND JOHNSON, 1978, p. 187).
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2- A ERA DAS CRISES DA EDUCAÇÃO
Desde o final da Segunda Guerra Mundial a o boom do fim do pós-Guerra em 1973-
74, os sistemas educacionais nas economias capitalistas expandiram significativamente,
especialmente os sistemas de ensino superior. Países capitalistas em desenvolvimento
foram impulsionados a modernizar e expandir seus sistemas educacionais, colocando-
os na esteira do crescimento ecomico. Estes desenvolvimentos foram sustentados
teoricamente pelo apelo à teoria do capital humano: investimento em educação e
treinamento poderiam render maiores retornos para empresas, estados e salários mais
altos para os trabalhadores, argumentou-se.
O final do boom do pós-Guerra em 1973-74 alterou este cenário a respeito de dois
aspectos centrais. Em primeiro lugar, houve pressões sobre as finanças estatais em
alguns dos países capitalistas avançados, de modo que os cortes no financiamento da
educação passaram a ser cada vez maiores. Em segundo lugar, houve significativo
aumento no desemprego entre os jovens nestes países especialmente no Reino Unido
- e isso levou a críticas à educação e aos sistemas de formação entre a Direita Radical e
as organizações patronais.
Em contrapartida, os analistas educacionais de esquerda tentaram compreender a
percebida crise na educão’. Em primeiro lugar, isto significou desafiar críticas ao
Direito Radical e ao sistema de reestruturação da educação e treinamento baseado nos
interesses do capital sobre o trabalho. As alegações de que as instituições de ensino e
de formão não estavam preparando os jovens para mundo do trabalho de forma
adequada foram examinadas criticamente. Os trabalhos de Simon Frith (FRITH, 1978;
FRITH E BUCKLEY, 1976; FRITH E BUCKLEY, 1978) incluíram investigações
empíricas sobre as percepções dos empregadores sobre os jovens e escolas em
Coventry, aliadas à análise marxista da crise do desemprego juvenil. Os dados de
Buckley sobre as entrevistas com os gerentes de pessoal eram importantes para esta
empresa. (BUCKLEY, 1977). O trabalho de Dan Finn e seus associados (FINN, 1978;
FINN, GRANT E JOHNSON, 1977; FINN, GRANT E JOHNSON, 1978) foi
particularmente significativo visto que os autores foram além da crise do desemprego
juvenil para analisar a relação da educão com a crise econômica e política no Reino
Unido em meados de 1970. Eles perceberam a crise educacional da década de 1970
como resultado, em parte, da crise da socialdemocracia e do colapso do consenso sobre
as políticas econômicas, sociais e educacionais resultantes do fim do boom do pós-
guerra e da crise econômica. (FINN, GRANT E JOHNSON, 1978, p. 145). Finn, Grant e
Johnson, portanto, focaram no Partido Trabalhista e como a ideologia socialdemocrata
foi enfraquecida durante a década de 1970, desenvolvendo desta forma, uma crítica das
políticas de educão trabalhista e da perspectiva da esquerda.
O ponto de inflexão no Reino Unido foi o discurso de Ruskin do Primeiro Ministro do
Trabalho em outubro de 1976 (CALLAGHAN, 1976), no qual James Callaghan deu apoio
às críticas dos empregadores e egressos às escolas, iniciando um Grande Debate
sobre a educação. Para Finn, Grant e Johnson, a crise da educação estava no centro da
crise política da socialdemocracia forjada dentro do Partido Trabalhista. No entanto,
compreenderam que: A crise do setor educacional está vinculada à crise generalizada
da economia e do Estado” (grifo nosso) (FINN, GRANT E JOHNSON, 1978, p. 187).
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Finn re-emphasised this point, whilst also arguing (along Althusserian lines of relative
autonomy) that the education crisis wasa specifically regional crisis which could not be
reduced to cutbacks for state education or breakdown of consensus, but must be viewed
in terms of its own social base (FINN, 1978, p. 15). Confusedly, Finn had argued earlier
that the crisis in education could not be reduced to the cuts but was essentially
concerned with arguments about the particular forms of labour power to be produced
as if the transformation of labour power into labour in the capitalist labour process was not
associated with economic phenomena, and was relevant purely to a crisis of the
education sector or system per se (FINN, 1978, p. 1). In their 1977 paper, Finn, Grant and
Johnson stressed that ideologies can be viewed as being of especial significance in the
construction of educational crisis. Thus, they argued, the critique of educational crisis must
be engaged with analysis of the ideological struggles within the educational region
(FINN, GRANT AND JOHNSON, 1977, p. 2). Towards the end of their 1978 article, Finn,
Grant and Johnson tried to have it both ways: the education crisis has its determinations
in the general crisis, but it is also a regional one (original emphasis) (Finn, Grant and
Johnson, 1977, p. 187). Their Althusserian structuralist perspective seemed to be pulling
them in opposite directions.
It was left to the Marxist historian of education Brian Simon in a series of articles in the
mid-1970s to provide an analysis that situated education crisis more squarely in relation
to economic crisis. Writing from the perspective of the Communist Party of Great Britain
in the partys journal, Marxism Today, Simon attempted to indicate links between the
ideas of Karl Marx, the economic crisis following the collapse of the post-War boom and
the crisis in education (SIMON, 1977a). The importance of the work of Brian Simon is that
he anticipated The Classical Theory of Education Crisis in many ways and outlined its key
constituents prior to Madan Sarups classic text.
For Simon, difficulties, problems and issues in three interlinked social spheres welded
together in the mid-1970s constituted the education crisis: the economic, fiscal and
administrative field; the field of ideology; and the political arena (SIMON, 1977a, p. 193).
Simon began explaining education crises by noting that due to the instability of capitalism,
theimpossibility of planning in the light of domination by the market” (SIMON, 1977a, p.
195) and the anarchic conditions of production” (Simon, 1977a, p. 195) and no overall
conception of social development then these phenomena are reflected in the field of
education which is particularly vulnerable to education crises (SIMON, 1977a, p. 195).
Therefore, on Simons analysis, education crises flow from economic crises that are
grounded in the instabilities and anarchy of capitalist production and markets. This
perspective is a key hallmark of The Classical Theory of Education Crisis: education
crises are derivative of economic ones. Simon made this clear when he argued that
government pressures to reduce expenditure on education in the mid-1970s were a
direct reflection of the current economic crisis of capitalism” (SIMON, 1977a, p. 195).
The second step in Simons outline of education crisis was to point towards the fiscal crisis
of the capitalist state which mediates and transfigures the economic crisis as education
crisis. Due to the downturn in tax receipts as a result of economic crisis, with rising
unemployment and a slump in demand, the national and local state system finds itself in
a financial fix.
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Finn reenfatizou este ponto, enquanto também argumentou (ao longo das linhas
Althusserianas de autonomia relativa) que a crise da educação foi uma crise
especificamente regional que não poderia ser reduzida a cortes da educação estatal ou
quebra de consenso, mas deve ser vista em termos de sua própria base social. (FINN,
1978, p. 15). Confuso, Finn havia argumentado anteriormente que a crise da educação
o poderia ser reduzida aos cortes, mas em esncia concordou com os argumentos
sobre as formas particulares de força de trabalho a serem produzidas como se a
transformão da força de trabalho em trabalho no processo capitalista não fosse
associada com o fenômeno econômico e fosse relevante puramente à crise do setor ou
sistema educacional per se (FINN, 1978, p. 1). Em seu artigo de 1977, Finn, Grant e
Johnson enfatizaram que as ideologias podem ser vistas como de especial importância
na construção de uma crise educacional. Assim, eles argumentaram, que a crítica da
crise educacional deve estar engajada com a análises das lutas ideológicas dentro da
região educacional (FINN, GRANT E JOHNSON, 1977, p. 2). Ao final de seu artigo de
1978, Finn, Grant e Johnson tentaram juntar as duas coisas: a crise da educação possui
suas determinações na crise geral, mas ela é também uma crise regional (grifo nosso)
(Finn, Grant e Johnson, 1977, p. 187). A perspectiva estruturalista Althusseriana dos
autores parecia levá-los a dirões opostas.
Coube ao historiador marxista da educação Brian Simon, em uma série de artigos em
meados da década de 1970, fornecer uma análise que situasse a crise educacional de
forma mais direta em relação à crise econômica. Escrevendo a partir da perspectiva do
Partido Comunista da Grã-Bretanha no jornal do partido, Marxismo Hoje, Simon tentou
indicar ligações entre as ideias de Karl Marx, a crise econômica após o colapso do boom
do pós-Guerra e a crise na educação (SIMON, 1977a). A importância do trabalho de
Brian Simon é que ele antecipou a Teoria Clássica da Crise da Educação em muitas
maneiras e delineou seus fundamentos antes do texto clássico de Madan Sarup.
Para Simon, dificuldades, problemas e questões em três esferas sociais interligadas,
fundidas em meados da década de 1970, constitram a crise da educação: o campo
econômico, fiscal e administrativo, da ideologia, e a arena política (SIMON, 1977a, p.
193). Simon comou explicando as crises da educação observando que durante a
instabilidade do capitalismo, a impossibilidade de planejar à luz da dominação do
mercado (SIMON, 1977a, p. 195) e as anárquicas condições de prodão” (Simon,
1977a, p. 195) e nenhuma conceão geral de desenvolvimento social - sãorefletidas
no campo da educação, que é particularmente vulnerável às crises da educação
(SIMON, 1977a, p. 195). Portanto, na alise de Simon, as crises educacionais decorrem
de crises econômicas que estão fundamentadas nas instabilidades e na anarquia da
produção e dos mercados capitalistas. Esta perspectiva é a marca da Teoria Clássica da
Crise da Educação: a crise da educão é derivada da econômica. Simon deixou isso
claro quando argumentou que as pressões do governo para reduzir os gastos com
educação em meados da cada de 1970 eram um reflexo direto da atual crise
econômica do capitalismo (SIMON, 1977a, p. 195).
O segundo passo no esboço da crise educacional de Simon foi apontar para a crise fiscal
do estado capitalista a qual media e transfigura a crise econômica em crise da
educação. Devido à queda na arrecadação como resultado da crise econômica, com o
crescimento do desemprego e uma queda na demanda, os sistemas nacionais e
estaduais se encontram em uma crise financeira.
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Related to the states fiscal crisis are cuts in education expenditure. This is the third
element in The Classical Theory of Education Crisis. Simon noted the massive cuts to
education spending in the UK in the mid-1970s (SIMON, 1977a, p. 196). He also
pinpointed some of the effects of these cuts on schools and colleges: e.g. increased pupil-
teacher ratios and larger classes, and reduced grants for books. Simon pursued this
theme again in relation to the economic downturn of 1979-80, the most severe recession
since the Second World War for the UK, yielding massive de-industrialisation under the
Thatcher regime (SIMON, 1998b, p. 10-12).
The fourth element of the Classical Theory is state restructuring. Simon explored local
government reorganisation as an example of this, but the Labour governments of in the
late-1970s (beleaguered by International Monetary Fund (IMF) diktats for state budget
reductions on the one hand, and trade union exasperation and struggles on the other),
had no stomach for this. Some of the calls for more systemic restructuring of state
education to further capitalist accumulation and social control by the Radical Right were
concretised in education policy following the victory by the Conservative party under
Margaret Thatcher in 1979. Simon took up this theme with greater cause following the
Conservative victory in the 1979 general election and more determined efforts to
restructure education (in his 1984 and 1987 articles).
The fifth aspect of education crisis for The Classical Theory of Education Crisis, resistance
to budget cuts and state restructuring of education, is less obvious in SIMON (1977a).
Rather, he proposed that struggles to transform education in an anti-capitalist and socialist
direction should be strengthened, and much of the article is devoted to this enterprise and
how it can be guided by the thoughts and politics of Karl Marx on economy, politics and
education. In another article in the same year, Simon explored education as an arena of
class struggle and resistance to state restructuring along capitalist lines in more depth
(SIMON, 1977b). He also took this theme up a few years later in light of the recession of
1979-80 (Simon, 1980a and 1980b).
There is one further form of crisis noted by Simon in his 1977a article that has relevance
for education crisis: ideological crisis. This is constituted by struggles over the nature, aims
and purposes of education in society. However, Simon noted that there are always such
struggles: they are not confined to periods of capitalist economic crisis. Nevertheless, they
can be intensified and heightened in such times though there is nothing specific to these
crises as flowing from the other elements noted above. Simon takes up this issue again
a few years later (Simon, 1980a and 1980b).
This work of Brian Simon can be viewed as a proto-Classical Theory of Education Crisis.
It anticipated the more fully worked out theory of Madan Sarup. In addition, it also indicates
how the default mode was to fall back on this theory before its fullest expression.
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Relacionados à crise fiscal do estado estão os cortes nos gastos com educação. Este é
o terceiro elemento na Teoria Clássica da Crise da Educação. Simon observou os cortes
massivos nos gastos com educação no Reino Unido em meados da década de 1970
(SIMON, 1977a, p. 196). Ele também localizou alguns dos efeitos desde cortes nas
escolas e faculdades: ex: aumento da proporção aluno-professor e turmas maiores, e
bolsas reduzidas para livros. Simon investigou este tema novamente em relação à
desaceleração ecomica de 1979-80, a recessão mais severa desde a Segunda
Guerra Mundial para o Reino Unido, resultando em uma desindustrialização massiva sob
o regime de Thatcher (SIMON, 1998b, p. 10-12).
O quarto elemento para a Teoria Clássica é a reestruturação do Estado. Simon explorou
a reorganizão do governo local como um exemplo disso, mas os governos
Trabalhistas do final da década de 1970 (forçado pelos ditames do Fundo Monetário
Internacional (FMI) para redões no orçamento do estado, por um lado, e exasperação
e lutas sindicais, por outro), não tinham estômago para isto. Alguns dos apelos por uma
reestruturação mais sismica da educação estatal para promover a acumulação
capitalista e o controle social pela Direita Radical foram concretizados na política
educacional após a vitória do partido conservador sob Margaret Thatcher em 1979.
Simon assumiu este tema com maior causa após a vitória conservadora nas eleições
gerais de 1979 e os esforços mais determinados para reestruturar a educação (em seus
artigos de 1984 e 1987).
O quinto aspecto da crise educacional para a Teoria Clássica da Crise da Educão, a
resistência aos cortes orçamentários e à reestruturação da educação estatal, é menos
óbvio em SIMON (1977a). Em vez disso, ele propôs que as lutas para transformar a
educação em uma direção anticapitalista e socialista deveriam ser fortalecidas, e grande
parte do artigo é dedicado a esta perspectiva e como esta pode ser guiada pelos
pensamentos e políticas de Karl Marx sobre economia, política e educão. Em outro
artigo do mesmo ano, Simon explorou com mais profundidade a educão como uma
arena da luta de classes e resistência à reestruturação do estado sob contornos
capitalistas (SIMON, 1977b). Ele tamm abordou esse tema alguns anos depois sob a
luz da recessão de 1979-80 (Simon, 1980a e 1980b).
Há uma outra forma de crise observada por Simon em seu artigo de 1977a que possui
relevância para a crise educacional: a crise ideológica. Esta é constitda por lutas sobre
a natureza, objetivos e propósitos da educação na sociedade. Contudo, Simon observou
que sempre existem tais lutas: elas o se limitam a períodos de crise econômica
capitalista. Embora estas podem se intensificar e aumentar em tais momentos não há
nada específico para essas crises como resultado dos outros elementos mencionados
acima. Simon retoma essa questão alguns anos depois (Simon, 1980a e 1980b).
Este trabalho de Brian Simon pode ser visto como uma proto - Teoria Clássica da Crise
da Educação. Antecipou a teoria mais elaborada de Madan Sarup. Além disso, também
indica como a forma padrão era recorrer a essa teoria antes de sua expressão mais
completa.
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After Brian Simon, a few other Marxist educational theorists and researchers took up the
challenge of theorising education crisis in the light of the recession of 1980-82. Cole and
Skelton’s Blind Alley: Youth in a Crisis of Capital (COLE AND SKELTON, 1980a)
was a
spirited text that provided a searing critique of state education, training and labour market
institutions for youth in Britain during the early 1980s recession and the dawn of
Thatchers regime. As the title suggests, youth were facing hard times in a crisis of capital:
capitals crisis was the starting point for analysis. Furthermore, many of the articles were
framed in terms of aspects of The Classical Theory of Education Crisis. The theme of
state restructuring of education a key item in the Classical Theory was central to most
of the articles in the collection. This was especially clear in the contributions by Cole and
Skelton COLE AND SKELTON, 1980b) and HEXTALL (1980).
However, the importance
of this edited collection for a theory of education crisis can be found mainly in the article
by Simon FRITH (1980). Frith opened up possibilities for viewing crises of education as
constituting crises for capital when the social production of labour power reaches a crisis
point within educational institutions as they interact with the youth labour market. This
analysis moves beyond The Classical Theory of Education Crisis, and future work will
illustrate the importance of Frith’s breakthrough, but in general this book ran along the
track of the Classical Theory.
The same could be said for Unpopular Education, published a year later than Cole and
Skelton’s collection, and written by the Education Group of researchers in the Centre for
Contemporary Cultural Studies at the University of Birmingham (CCCS).
9
When the
CCCS Education Group turned to exploring relationships between the recession of the
early 1980s and education they took a straightforwardly Classical Theory approach.
10
They provided a brief economic history of Britain from the 1950s ending with the education
cuts as derivative of British economic problems flowing from end of the post-war boom.
What is interesting is that the Education Group’s analysis is a knowing one: the
economy functions as a standby explanation or thread behind education policy
changes
11
in discourses on education expenditure cuts, they noted. They problematized
this aspect of the Classical Theory by indicating how employers discourses on the quality
of compulsory education (for 5-16 year old) leavers regarding poor work and social skills
and work attitudes generated calls (from these employers and from politicians of major
parties) for schools to be restructured in line with labour-power requirements.
Furthermore, the CCCS Education Group mirrored Simon’s notion of ideological crisis
(SIMON, 1977a) in education when they put forward a neo-Gramscian crisis of
hegemony in education following the demise of the post-war social democratic
settlement.
12
9
CCCS Education Group, 1981.
10
See CCCs Education Group, 1981, pp. 169-173.
11
CCCS Education Group, 1981, p. 172.
12
CCCS Education Group, 1981, pp. 173-177.
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Depois de Brian Simon, alguns outros teóricos e pesquisadores da educação marxista
aceitaram o desafio de teorizar a crise da educação à luz da recessão de 1980-82. Beco
sem saída: Juventude em uma crise do capital (COLE e SKELTON, 1980a) é um texto
espirituoso que forneceu uma crítica contundente à educação estatal, às instituições de
treinamento voltadas para o mercado de trabalho para jovens na Grã-Bretanha durante
a recessão do início dos anos de 1980 e o início do regime de Thatcher. Como o título
sugere, os jovens estavam enfrentando tempos de crise um momento dicil na crise do
capital: a crise do capital foi o ponto de partida para a análise. Além disso, muitos dos
artigos foram enquadrados em termos de aspectos da Teoria Clássica da Crise da
Educação. O tema da reestruturação da educação estatal um item fundamental na
Teoria Clássica foi central para a maioria dos artigos da colão. Isso ficou
especialmente claro nas contribuições de Cole e Skelton (COLE E SKELTON, 1980b) e
HEXTALL (1980). Contudo, a importância desta coleção editada para a teoria da crise
da educação pode ser encontrada no artigo de Simon FRITH (1980). Frith abriu
possibilidades para compreensão da crise da educação como crises constitutivas para o
capital quando a prodão social da força de trabalho alcança um ponto crítico nas
instituições educacionais na medida em que interagem com o mercado de trabalho
juvenil. Esta análise vai além da Teoria Clássica da Crise da Educão, e trabalhos
futuros ilustrarão a importância do avanço de Frith, mas, em geral, este livro seguiu o
caminho da Teoria Clássica.
O mesmo pode ser dito sobre Educação Impopular, publicado um ano depois da coleção
de Cole e Skelton e escrito pelos pesquisadores do Grupo de Educação do
Contemporary Cultural Studies (CCCS) na Universidade de Birmingham
13
. Quando o
grupo de Educação CCCS passou a explorar as relões entre a recessão do início de
1980 e a educação, eles adotaram uma abordagem direta da Teoria Clássica.
14
Eles
forneceram uma breve história econômica da Grã-Bretanha da década de 1950,
terminando com os cortes na educação como consequência dos problemas econômicos
Britânicos desde o fim do boom do pós-guerra.
Interessante é perceber que a análise do Grupo de Educação é 'conhecida': a 'economia'
funciona como uma "explicação proviria ou fio condutor por trás das mudanças na
política educacional"
15
em discursos sobre cortes nas despesas com educação,
observaram. Eles problematizaram este aspecto da Teoria Clássica, indicando como os
discursos dos empregadores sobre a qualidade da educação obrigatória (de 5 a 16
anos), no que se refere ao trabalho, e as habilidades sociais e atitudes de trabalho
deficientes, geraram apelos (desses empregadores e de políticos dos principais partidos)
para que as escolas sejam reestruturadas de acordo com os requisitos de força de
trabalho. Além disso, o Grupo de Educação do CCCS espelhou a noção de Simon de
crise ideológica (SIMON, 1977a) na educação quando propôs uma crise de hegemonia
neo-Gramsciana na educação após o fim do acordo socialdemocrata do pós-guerra.
16
13
CCCS Grupo de Educação, 1981.
14
Ver em CCCS Grupo de Educação 1981, p. 169-173.
15
Grupo de Educação CCCS, 1981, p. 172.
16
CCCS Grupo de Educação, 1981, pp. 173-177.
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Yet the CCCS Education Group moved beyond the Classical Theory in their analysis with
a chapter on the rise of the Manpower Services Commission (MSC).
17
This chapter
dovetailed with Friths account (1980) of the MSC as an organisation ostensibly
committed to enhancing the labour power quality of young workers. One outcome of the
MSCs work was an increase in the budget for post-compulsory education and training
provision, orcapitalist training as the CCCS Education put it.
18
Thus, whilst the
restructuring of further education colleges in England (with their new mission to provide
social and life skills courses as an element of training for unemployed youth) was in line
with the Classical Theory of Education Crisis as expounded in the next section, increasing
expenditure for vocational further education was not.
One of the CCCS Education Group writers was Dan Finn. In an article in 1982, Finn
started off by reiterating the story of state restructuring of vocational further education
colleges and the role the MSC played in this. Additionally, he built on the work of Frith
(1980), indicating how the social production of labour power in capitalist schools and
colleges was a crisis for capital: these institutions were inadequate in terms of the
subordination of labour and labour power preparation. For representatives of capital
(personnel managers, trainers, CEOs etc.), it was not just that young people were coming
out of these institutions with inadequate skills and competences; they had poor work
attitudes. These educational institutions were in crisis as labour power producers; and this
was a crisis of education for capital. Finn does not put this argument across as clearly as
this, but his analysis implies it. It was not surprising that Finn built on the work of Frith
(1980);
the two of them had worked together previously in the Conference of Socialist
Economists and the Open University. What this shows is that there were some critical
educational theorists and researchers trying to work beyond the Classical Theory of
Education Crisis, even though they did not acknowledge directly the existence of this
primal outlook which was there in embryonic form in Simons article (1977a). But even
people like Finn were ultimately wedded to the Classical Theory of Education Crisis. Finn
argued that the crisis in education “was in large part structured and precipitated by a
labour process crisis (FINN, 1982, p. 51).
Thus: the education crisis was a result, and
could be explained by, economic crisis; specifically, for Finn, a crisis of the capitalist labour
process.
What has this section indicated? First of all, it has shown how Brian Simon developed
significantly The Classical Theory of Education Crisis. He crafted it in embryonic form,
mainly in a single article (SIMON, 1977a).
It also illustrated that the Classical Theory was
the default theory for understanding education crisis for other writers; they relied on
aspects of this theory for the analysis of education. Thirdly, this section suggested that a
few education researchers and theorists sought to move beyond the Classical Theory,
even if they did not give it recognition.
The next section focuses on Sarups Education, State and Crisis of 1982, which is still, to
this date, the fullest expression of The Classical Theory of Education Crisis. It is the view
within which most theorists and researchers on education crisis still operate.
17
See CCCS Education Group, 1981, pp. 228-240.
18
CCCS Education Group, 1981, p. 238.
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Ainda assim, o Grupo de Educão do CCCS foi além da Teoria Clássica em sua análise
com um capítulo sobre a ascensão da Comiso de Serviços Manpower (CSM)
19
. Este
capítulo se ajustou ao relato de Frith (1980) do CSM como uma organizão
ostensivamente comprometida com o aumento da qualidade da força de trabalho dos
jovens trabalhadores. Um resultado do trabalho do CMS foi um aumento no orçamento
para educação pós-compulsória e provisão de treinamento, ou "treinamento capitalista",
como o Grupo de Educação CCCS colocou
20
. Assim, embora a reestruturação das
faculdades de educão continuada na Inglaterra (com sua nova miso de fornecer
cursos de habilidades sociais e de vida como um elemento de treinamento para jovens
desempregados) estava alinhada com a Teoria Clássica da Crise da Educação
conforme exposta na próxima seção, o aumento das despesas com o ensino
profissionalizante, o.
Um dos autores do Grupo de Educação CCCS foi Dan Finn. Em um artigo em 1982,
Finn iniciou reiterando a história da reestruturação estatal das faculdades de educação
profissionalizante e o papel que o CSM desempenhou nisso. Adicionalmente, ele se
baseou no trabalho de Frith (1980), indicando como a produção social da força de
trabalho nas escolas e faculdades capitalistas era uma crise para o capital: essas
instituições eram inadequadas em termos de subordinação do trabalho e preparação da
força de trabalho. Para representantes do capital (gerentes de pessoal, treinadores,
CEOs, etc.), não se tratava apenas do fato dos jovens saírem dessas instituições com
habilidades e competências inadequadas; eles tinham atitudes de trabalho insuficientes.
Essas instituições educacionais estavam em crise como produtoras de força de trabalho;
e esta foi uma crise de educação para o capital. Finn não expõe esse argumento de
forma tão clara, mas sua análise implica isso. Não foi surpresa que Finn se baseou no
trabalho de Frith (1980); os dois haviam trabalhado juntos anteriormente na Conferência
de Economistas Socialistas e na Universidade Aberta. O que isso mostra é que havia
alguns tricos e pesquisadores educacionais críticos tentando trabalhar além da Teoria
Clássica da Crise da Educação, embora eles não reconhecessem diretamente a
exisncia dessa perspectiva primordial que estava lá em forma embrionária no artigo de
Simon (1977a). Mas mesmo pessoas como Finn acabaram por se casar com a Teoria
Clássica da Crise da Educação. Finn argumentou que a crise na educação ... foi em
grande parte estruturada e precipitada por uma crise do processo de trabalho (FINN,
1982, p. 51). Assim: a crise da educação era resultado e poderia ser explicada por, crise
econômica; especificamente, para Finn, uma crise do processo de trabalho capitalista.
O que esta seção indicou? Em primeiro lugar, mostrou como Brian Simon desenvolveu
significativamente a Teoria Clássica da Crise da Educão. Ele o elaborou de forma
embrionária, principalmente em um único artigo (SIMON, 1977a). Também ilustrou que
a Teoria Clássica era a teoria padrão para compreender a crise da educação para outros
escritores; eles se baseavam em aspectos dessa teoria para a análise da educão. Em
terceiro lugar, esta são sugeriu que alguns pesquisadores e teóricos da educação
buscaram ir além da Teoria Clássica, mesmo que não a tenham reconhecido.
A próxima são concentra-se na Educação, Estado e Crise (SARUP, 1982), que ainda
é, até hoje, a expressão mais completa da Teoria Clássica da Crise da Educação. É a
visão dentro da qual a maioria dos teóricos e pesquisadores da crise educacional ainda
se baseia.
19
Ver Grupo de Educação, 1981, p. 228-240.
20
Ver Grupo de Educação, 1981, p.238.
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3. THE CLASSICAL THEORY OF EDUCATION CRISIS
Following on from the 1980-81 recession, Madan Sarup produced his Education, State
and Crisis: A Marxist Perspective (SARUP, 1982).
Sarups book is the first substantial
attempt to grasp the nature of crisis in education since the end of the post-War boom.
For Sarup:the crisis must be seen in terms of a crisis of capital and that the source of
the crisis lies within the contradictions of the capitalist system itself” (SARUP, 1982, p. 10).
Thus: he assumes from the outset that crisis in education is derivative. It is a spill-over or
second-hand crisis, reliant upon the main event, which is basically economic in form and
content.
Sarup goes on to show the aetiology of the crisis in education. First, state expenditure
comes under attack. This is partly due to a drain on state revenue resulting from shortfalls
in taxes on profits, consumption and labour. Secondly, there is an attack on unproductive
workers in the state sector: these are perceived as a liability and indulgence in times of
stress for productive, value-creating private profit-producing enterprises (SARUP, 1982,
p. 110-111).
Hence: Cuts in public expenditure become necessary because state
financing reduces the amount of money available for accumulation and profits and this
inevitably intensifies the crisis (SARUP, 1982, p. 111).
It is argued by representatives of capital that state expenditure crowds out investment in
value-producing private enterprises and during times of crisis this is deepened, therefore
cuts are required. This intensifies the crisis, argues Sarup, as demand is hit upon
thousands of public sector workers losing their jobs.
A third aspect of education crisis in contemporary capitalism is restructuring by the
capitalist state. Sarup addressed The restructuring of state education in some detail
(SARUP, 1982, p. 73-76). According to Sarup, the state does not just restructure
institutions that come within its orbit; it also innovates, and changes agendas and priorities
in order to reengineer the social relations of production in general and the social relations
of capitalist education systems in particular in favour of capital over labour. The aim is
to make the representatives of capital and the drive for capital accumulation stronger vis-
à-vis the needs, interests and desires of workers. Hence:
The crisis in education can only be understood in the context of state intervention. The current
controversies in education the attack on progressivism, the stress on work-socialization in
the new agencies and training programmes, the centralization of power, the more assertive
role of the Department of Education and Science and its closer supervision of the education
service and the curriculum are all symptomatic of an attempt to mobilize counter-
tendencies, to restructure capital relations. (emphasis added) (Sarup, 1982, p. 111).
Fourthly, during a crisis of capital (and hence of education), the state is especially
concerned with attempting to ensure that educational expenditure and policies are
particularly aimed at the social production of labour-power. This is expressed in the drive
to vocationalise education and to forge stronger ties between education, training and the
world of work including new training programmes for unemployed youth and work
experience programmes for schoolchildren.
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3. A TEORIA CLÁSSICA DA CRISE DA EDUCAÇÃO
Após a recessão de 1980-81, Madan Sarup escreveu Educação, Estado e Crise: Uma
Perspectiva Marxista (SARUP, 1982). O Livro de Sarup foi a primeira tentativa substancial de
compreender a natureza da crise na educação desde o final do boom do pós-Guerra.
Para Sarup a crise deve ser vista em termos de uma crise do capital e que a fonte da
crise recai nas contradições do próprio sistema capitalista (SARUP, 1982, p. 10).
Assim: ele assume desde o início que a crise da educação é uma crise derivada. É uma crise
indireta ou de segunda mão, dependente do evento principal, que é basicamente econômico
em forma e conteúdo.
Sarup dá continuidade ao mostrar a etiologia da crise da educação. Em primeiro lugar, os
gastos do estado são atacados. Isso se deve, em parte, a um dreno nas receitas do estado,
resultante da redução dos impostos sobre os lucros, o consumo e o trabalho. Em segundo
lugar, há um ataque aos trabalhadoresimprodutivos no setor estatal: estes são percebidos
enquanto passivos e indulgências em tempos de estresse para empresas produtivas e
criadoras de valor e produtoras de lucro (SARUP, 1982, p. 110-111). Consequentemente:
Cortes nas despesas públicas tornam-se necessárias porque o financiamento estatal reduz
a quantidade de dinheiro disponível para acumulação e lucros e isso inevitavelmente
intensifica a crise (SARUP, 1982, p. 111).
Os representantes do capital argumentam que as despesas do estado excluem’ o
investimento em empresas privadas produtoras de valor e, em tempos de crise, isso é
aprofundado, portanto, são necessários cortes. Isso intensifica a crise, argumenta Sarup, à
medida que a demanda atinge milhares de trabalhadores do setor público que perdem seus
empregos.
Um terceiro aspecto da crise da educação no capitalismo contemporâneo é a reestruturação
pelo estado capitalista. Sarup abordou A reestruturação da educação estatal” com alguns
detalhes (SARUP, 1982, p. 73-76). De acordo com Sarup, o estado não apenas reestrutura
as instituições que estão em sua órbita; também inova, muda agendas e prioridades a fim de
reformular as relações sociais de produção em geral e as relações sociais dos sistemas de
educação capitalistas em particular - a favor do capital sobre o trabalho. O objetivo é fortalecer
os representantes do capital e o impulso para a acumulação de capital frente às
necessidades, interesses e desejos dos trabalhadores. Consequentemente:
A crise na educação apenas pode ser entendida no contexto da intervenção do estado. As
atuais pomicas na educação o ataque ao progressismo, a ênfase na socialização do
trabalho nas novas agências e programas de formação, a centralização do poder, o papel
mais assertivo do Departamento de Educação e Ciência e sua supervisão mais próxima do
serviço de educação e do curculo - o todos sintomas de uma tentativa de mobilizar contra
tendências, de reestruturar as relações de capital. Grifo nosso) (SARUP, 1982, p. 111).
Em quarto lugar, durante a crise do capital (e consequentemente da educação), o estado
es especialmente preocupado em tentar assegurar que os gastos e as políticas
educacionais sejam voltados especialmente para a produção social da força de trabalho. Isso
se expressa no impulso para profissionalizar a educação e forjar laços mais fortes entre a
educação, a formação e o mundo do trabalho - incluindo novos programas de treinamento
para jovens desempregados e programas de experiência de trabalho para crianças em idade
escolar.
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The cuts are made in such a way that expenditure is as functional as possible for capital.
This is why there is an attempt to improve” the fit between schools and industry, to make
education economically relevant (SARUP, 1982, p. 112).
These measures can also be viewed as an aspect of a drive for a deepening social control
of young people: keeping themoff the streets, with greater surveillance and tracking of
their job finding strategies. New methods for controlling disruptive and delinquent youth
are devised. Of course, some of these measures and policies will involve specific
increases in state expenditure, but they are perceived as a price well worth paying for
herding youth into the capitalist labour market with honed labour-power attributes.
There is a fifth aspect, noted by Sarup throughout his book, and re-emphasised towards
the end: resistance to processes of cuts and restructuring. For Sarup, this resistance to
specific cuts and restructuring in education (by teachers, trade unions, students, and
womens groups, etc.) (SARUP, 1982, p. 114), is underpinned by resistance to capitalist
schooling as labour power production per se, especially on the part of school students.
Thus: schools not only reproduce the social relations of production, they also
reproduce forms of resistance. Many pupils develop a characteristic resistance to the
overt aims of schooling; teachers, also, struggle within their work places”. (original
emphasis) (SARUP, 1982, p. 113-114).
Sarup concludes his book with a brief foray into the difficult question of constructing an
effective opposition to capitalist schooling. This is particularly important for him at times
when the state is intervening in education during a period of crisis. His strategy is that the
teacher should be thinking, collectively, about the politics of learning and teaching
(SARUP, 1982, p. 114)
and working towards what a socialist education might be.
A final point is that crises of economy and education have (largely negative)
consequences for gender divisions and racism in education and economy. Women and
ethnic minorities suffer disproportionately in times of crisis. Thus, Sarup devotes chapter
7 to Women in education” and chapter 8 to Race, imperialism and education”.
The key point should not be forgotten throughout Sarups analysis, which is that: The
educational crisis, then, is not specific; it is constituted by the general crisis of production.
(emphasis added) (SARUP, 1982, p. 111).
However, he provides only a brief outline of the nature of capitalist crisis which is
embedded within chapter 5 onThe increase in state intervention (SARUP, 1982, p. 55-
56).
Sarup provides considerably more detail on the nature of the capitalist state in
contemporary society. Because the state can be taken to be a capitalist state, for Sarup,
then state intervention during a period of crisis invariably seeks to bolster, refine and
develop capitalist schooling: schooling based on the perceived requirements of capital
accumulation, with special reference to labour-power requirements. For Sarup, state
education policies during a crisis should only be taken as real but only surface
appearances (original emphasis) (SARUP, 1982, p. -109), for:
Underlying the appearances the purpose of a Marxist analysis is to reveal the underlying
reality beneath the outer manifestations there is the reality of a crisis in capitalism.
Discussions about education, therefore, can be understood only when related to the
economic crisis and the present conjuncture in which the state is playing an increasingly
interventionist role (Sarup, 1982, p. 109).
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Oscortes são feitos de forma que a despesa seja o mais funcional possível para o capital.
É por isso que há uma tentativa de "melhorar" o ajuste entre escolas e indústria, para tornar
a educação "economicamente relevante" (SARUP, 1982, p. 112).
Essas medidas também podem ser vistas como um esforço para aprofundar o controle social
dos jovens: man-los fora das ruas, com maior vigilância e rastreamento de suas
estratégias de busca de emprego. Novos todos para controlar a juventude perturbadora
edelinquente são concebidos. É claro que algumas dessas medidas e políticas envolverão
aumentos específicos nos gastos do estado, mas são percebidas como um preço que vale
a pena pagar por conduzir os jovens ao mercado de trabalho capitalista com atributos de
força de trabalho aprimorados.
Há um quinto aspecto, observado por Sarup ao longo de seu livro e ressaltado no final:
resistência ao processo de cortes e de reestruturações. Para Sarup, essa resistência a cortes
específicos e reestruturações na educação (por professores, sindicatos, estudantes, grupos
de mulheres, etc.) (SARUP, 1982, p. 114), é sustentada pela resistência à escolarização
capitalista como produção de força de trabalho per se, especialmente por parte dos alunos.
Assim: as escolas não reproduzem apenas as relações sociais de produção, reproduzem
também formas de resistência. Muitos alunos desenvolvem uma resistência característica
aos objetivos explícitos da escolarização; os professores também lutam dentro de seus locais
de trabalho. (grifo do autor) (SARUP, 1982, p. 113-114).
Sarup conclui seu livro com uma pequena incursão na dicil questão de construir uma
oposição efetiva à escolarização capitalista. Isto é particularmente importante para ele em
momentos em que o estado es intervindo na educação em períodos de crise. Sua
estratégia é que o professor deve pensar, coletivamente, sobre as políticas de ensino e
aprendizagem” (SARUP, 1982, p. 114) e trabalhando em direção ao que poderia ser uma
educação socialista.
O ponto final é que as crises da economia e da educação m consequências (amplamente
negativas) para as divisões de gênero e o racismo na educação e na economia. Mulheres e
minorias étnicas sofrem desproporcionalmente em tempos de crise. Assim, Sarup dedica o
capítulo 7 às Mulheres na educação e o capítulo 8 a Raça, imperialismo e educação.
O ponto principal não deve ser esquecido em toda a análise de Sarup, que é: A crise
educacional, então, não é específica; é constituída pela crise geral da produção. (grifo nosso)
(SARUP, 1982, p. 111).
No entanto, ele fornece apenas um breve esboço sobre a natureza da crise capitalista que
es embutida no capítulo 5 sobreO aumento da intervenção do estado (SARUP, 1982, p.
55-56).
Sarup fornece mais detalhes sobre a natureza do estado capitalista na sociedade
contemporânea. Porque o estado pode ser considerado um estado capitalista, para Sarup, a
intervenção do estado durante um período de crise invariavelmente visa refoar, refinar e
desenvolver a escolarização capitalista: a escolarização com base nas necessidades
percebidas da acumulação de capital, com referência especial aos requisitos da força de
trabalho. Para Sarup, as políticas públicas de educação durante uma crise devem ser
tomadas apenas como ... real... mas apenas aparências superficiais (grifo do autor)
(SARUP, 1982, p. -109), para:
Subjacente às apancias - o objetivo de uma análise marxista é revelar a realidade sob as
manifestações externas existe a realidade de uma crise no capitalismo. As discussões
sobre educação, portanto, podem ser entendidas quando relacionadas à crise econômica
e à atual conjuntura em que o estado desempenha um papel cada vez mais intervencionista.
(Sarup, 1982, p. 109).
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Thus, time-and-time again, Sarup reminds us that the crisis is not essentially an
educational one. Rather, a crisis in capital accumulation becomes a crisis for education
as the capitalist state cuts, shapes and restructures the education system for the goal of
capital accumulation. The crisis of education is a derivative affair.
4. CRITIQUE OF THE CLASSICAL THEORY OF EDUCATION CRISIS
The Classical Theory of Education Crisis still informs the main ways in which education
crises are thought about and the political responses and strategies resulting from such
analyses. Attempts to understand education crises flowing from the 2007-09 capitalist
crisis drew heavily from the Classical Theory, but without recognition. Sarups account of
education crisis is still very much the standard one, even if there is little acknowledgement
of that. It appears to be the default analysis for many Left education researchers and
theorists. This may be because it is fairly straightforward and appears to chime with the
practicalities of cuts and restructuring in education: the capitalist state brings in austerity
measures for education and seeks to tape education to capitalist imperatives and goals
and workers and students resist. So, what’s wrong with it?
Before getting onto this, it is necessary to state that it would be foolhardy to conflate
Madan Sarup’s Education, State and Capital with The Classical Theory of Education
Crisis. The aim here is to critique the essential elements of this theory, not to point out
shortcomings in Sarups 1982 book per se. Other writers, education activists and
commentators and academics from the educational Left commonly fall back on this
theory. That is a key point. Hence it is best to get to the root, to be radical, in the critique
of The Classical Theory of Education Crisis.
First of all, Sarups Education, State and Crisis (SARUP, 1982,) focused on formal
educational institutions (largely state-financed schools). However, the establishment of
radical, and alternative forms of education (non-state, democratic forms of schooling, co-
operative schooling, various forms of non-formal and informal education, radical, anti-
capitalist education) may pose acrisis for state education institutions if they are seen as
the future. They may appear as appealing, dynamic and interesting (for students,
teachers and parents and the wider community) learning spaces, as well as being useful
for progressive social change and pluralistic community development. Karl Marx argued
that schools should be state-financed but not state controlled (SIMON, 1977a). Students,
teachers, and representatives from the local community should control education. This is
different from the present UK Conservative party Academy and Free School movement,
where the future (and increasingly the present) is state-financed schools controlled by
business interests in such ways that state revenue supporting these schools can be
transformed into private profit.
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Assim, repetidamente, Sarup nos lembra que a crise não é essencialmente uma crise
educacional. Antes, uma crise na acumulação de capital torna-se uma crise para a
educação à medida que o estado capitalista corta, molda e reestrutura o sistema
educacional com o objetivo de acumular capital. A crise da educação é um assunto
derivado.
4. CRÍTICA DA TEORIA CLÁSSICA DA CRISE DA EDUCAÇÃO
A Teoria Clássica da Crise da Educação também informa as principais formas pelas
quais a crise da educão é interpretada e as respostas e estratégias políticas resultantes
de tais análises. As tentativas de compreender as crises educacionais decorrentes da
crise capitalista de 2007-09 se basearam fortemente na Teoria Clássica, mas sem seu
reconhecimento. A perspectiva de Sarup sobre a crise da educão é ainda a referência,
apesar de haver pouco reconhecimento dela. Esta parece ser a análise padrão para
muitos pesquisadores e teóricos da educação de esquerda. Isso pode ser porque é
bastante simples e parece concordar com os aspectos práticos dos cortes e
reestruturações na educação: o estado capitalista traz medidas de austeridade para a
educação e busca vincular a educação aos imperativos e objetivos capitalistas - e
trabalhadores e estudantes resistem. Então, o que há de errado nisso?
Antes de entrar nesta questão, é necessário afirmar que seria temerário confundir
Educação, Estado e Capital de Madan Sarup com A Teoria Clássica da Crise da
Educação. O objetivo aqui é criticar os elementos essenciais desta teoria, não apontar
as deficiências do livro de Sarup de 1982 per se. Outros autores, ativistas da educação
e comentaristas e acadêmicos da esquerda da educação geralmente recorrem a esta
teoria. Este é um ponto central. Consequentemente é melhor ir à raiz, para ser radical,
na crítica da Teoria Clássica da Crise da Educação.
Primeiramente, o livro de Sarup Educação, Estado e Crise (SARUP, 1982) focou nas
instituições educacionais formais (em grande parte escolas financiadas pelo estado). No
entanto, o estabelecimento de formas radicais e alternativas de educação (não estatais,
formas democráticas de escolarizão, escolarizão cooperativa, outras formas de
educação não formal e informal, radical, educação anticapitalista) pode representar uma
'crise' para as instituições de ensino estatais se forem vistas como o futuro. Eles podem
parecer espaços de aprendizagem atraentes, dimicos e interessantes (para alunos,
professores, pais e comunidade em geral), além de serem úteis para a mudaa social
progressiva e o desenvolvimento comunitário pluralista. Karl Marx argumentou que as
escolas deveriam ser financiadas, mas não controladas pelo estado (SIMON, 1977a).
Alunos, professores e representantes da comunidade local devem controlar a educação.
Isso é diferente do atual movimento promovido pela Academia do Partido Conservador
do Reino Unido e da Escola Livre, onde o futuro (e cada vez mais o presente) são escolas
financiadas pelo estado controladas por interesses comerciais de tal forma que a receita
do Estado que sustenta essas escolas pode ser transformada em lucro privado.
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A second problem arising specifically from Sarups analysis is what could be called the
Disaggregation Aggregation Problem. Sarup largely sticks to state-financed schools
in his account, though there are some nods towards higher education. Some on the
educational Left, such as Patrick Ainley, have, for many years emphasised dangers in
readingschools foreducation. Analyses resulting from this stance are truncated, and
particular problems faced by young people as they flow through the education system,
from nursery-primary-secondary-post-compulsory-university education (and other
transitional forms) are harder to uncover or grasp. It is also likely to have political
consequences; efforts to critique, challenge and change existing capitalist education are
split institutionally. Such disaggregation, the wilful splitting of education into various
stages, also plays into the hands of those trade unionists who want to maintain the status
quo ante separate trade unions for schools and post-school institutions. Education
activists in England such as Hank Roberts have for many years advocated and struggled
for one big education union.
On the other hand, to argue for aggregation from a theoretical perspective, also has its
problems. There may be crises in one sector of education, but not in others. Thus, in the
1982 education crisis that Sarup addressed, spending on higher education and schools
was cut whilst funding flowing into further education colleges was expanded. This was
primarily to support provision for courses for the young unemployed, such as various
social and life skills provision. It could be argued that theoretical (or politico-organizational)
aggregation looking at capitalist education as an institutionally related whole is likely
to camouflage crises in different sectors, and furthermore not to take into account political
fears and concerns of teachers and students in those sectors.
Thirdly, although I call the theory of education crisis flowing from the work of Sarup the
classical theory it should be borne in mind that in the UK context at least, this theory only
has validity since the end of the Second World War. The work of Vincent Carpentier
indicates this (CARPENTIER, 2003, 2006a, 2006b, and 2009). Exploring the
relationships between Kondratiev long wave economic cycles and education expenditure
in the UK, but with some comparative data from France and the USA, Carpentier found
that up to the end of the Second World War education funding was increased when
economic downturn ensued. After 1945 the situation was reversed: economic recession
was followed by retrenchment in education funding in line with The Classical Theory of
Education Crisis. Historically, education expenditure in the major capitalist countries grew
substantially in the long Post-War Boom. When this came to an end in 1973-74 the
classical theory of education crisis asserted itself with a vengeance. After 1973, education
expenditure in the UK grew more slowly in absolute terms, with expenditure per student
in higher education coming under particular strain.
With these considerations in view, we now turn to the critique of The Classical Theory of
Education Crisis. This starts out from its foundation, that education crises are derivative of
economic ones.
All other substantial shortcomings of the Classical Theory flow from this point.
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Um segundo problema que surge especificamente da análise de Sarup é o que poderia
ser chamado de Desagregão - Problema de Agregação. Sarup entende que o estado
deve financiar as escolas, embora haja alguns acenos para o ensino superior. Alguns
dos teóricos de esquerda da educação, como Patrick Ainley, por muitos anos
enfatizaram os perigos da leitura de "escolas paraeducão". As análises resultantes
dessa posição são truncadas e os problemas específicos enfrentados pelos jovens à
medida que passam pelo sistema educacional, desde a educação infantil-primária-
secunria-pós-universitária obrigatória (e outras formas de transição) são mais difíceis
de descobrir ou compreender. Também é provável que tenha consequências políticas;
os esforços para criticar, desafiar e mudar a educação capitalista existente são divididos
institucionalmente. Tal desagregão, a divisão deliberada da educação’ em vários
estágios, também faz o jogo dos sindicalistas que desejam manter status quo ante -
sindicatos separados para escolas e instituições pós-escolares. Ativistas educacionais
na Inglaterra, como Hank Roberts, há muitos anos defendem e lutam por um grande
sindicato educacional.
Por outro lado, defender a agregação a partir de uma perspectiva teórica, também tem
seus problemas. Pode haver crises em um setor da educação, mas não em outros.
Assim, na crise educacional de 1982 abordada por Sarup, os gastos com escolas e no
ensino superior foram cortados, enquanto o financiamento direcionado para faculdades
de educão complementar foi expandido. O objetivo principal era apoiar a oferta de
cursos para jovens desempregados, como a provisão de várias habilidades sociais para
a vida. Pode-se argumentar que a agregação teórica (ou político-organizacional) -
olhando para a educação capitalista como um todo institucionalmente relacionado -
tende a camuflar crises em diferentes setores e, além disso, não levar em considerão
os medos políticos e as preocupações de professores e alunos nestes.
Em terceiro lugar, embora eu entenda a Teoria da Crise da Educação como
consequência da obra de Sarup sobre a teoria clássica, deve-se ter em mente que, pelo
menos no contexto do Reino Unido, essa teoria só tem validade a partir do final da
Segunda Guerra Mundial. O trabalho de Vincent Carpentier indica isso (CARPENTIER,
2003, 2006a, 2006b, e 2009). Explorando as relações entre os longos ciclos econômicos
de Kondratiev e os gastos com educação no Reino Unido, mas com alguns dados
comparativos da França e dos EUA, Carpentier descobriu que até o final da Segunda
Guerra Mundial o financiamento para a educão aumentou quando ocorreu a
desaceleração ecomica. Depois de 1945, a situão foi revertida: a recessão
econômica foi seguida por uma redução no financiamento da educação - alinhada com
a Teoria Clássica da Crise da Educação. Historicamente, os gastos com educação nos
principais países capitalistas cresceram substancialmente no longo Boom do Pós-
Guerra. Quando isso terminou, em 1973-74, a Teoria Clássica da Crise da Educação se
afirmou com força total. Depois de 1973, os gastos com educação no Reino Unido
cresceram mais lentamente em termos absolutos, com gastos por aluno no ensino
superior passando por uma tensão particular.
Levando em conta estas considerações, nos voltamos agora para a ctica da Teoria
Clássica da Crise da Educação.
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This starting point undermines educational theory (sociology of education, philosophy of
education etc.). It trivialises, elides and avoids the notion that there might be, or could be,
education crises that do not have origins in the economy. It excludes essentially education
crises per se, thereby cutting off possible lines of inquiry and theoretical development. It
forecloses other theoretical possibilities, as Roitman would have it (ROITMAN, 2014).
But this
starting point, that education crises are only ever spill-overs from economic ones, generates
worse consequences and implications than this.
The first is economics imperialism.
21
In the case of The Classical Theory of Education Crisis,
what is going on in the economic sphere is held to be more significant in terms of education
crisis than any developments in the education system itself. Ironically, Madan Sarup was more
widely known as a philosopher and sociologist than economist. For economics imperialism, it
is economists rather than philosophers, sociologists, or historians or psychologists of
education that are deemed to be more useful and qualified in explaining education crises.
Thus, when the Journal of Education ran its special issue on the crisis and education in 2010,
the economist Andrew Gamble was brought in to set the scene in the Introduction (GAMBLE,
2010).
This is all-of-a-piece with economics imperialism. For Kuorikoski and Lehtinen,
economics imperialism: refers to the application of (mainstream) economic methods to the
study of phenomena outside the traditional domain of economics (KUORIKOSKI AND
LEHTINEN, 2010, p. 348).
Economics imperialism does not necessarily mean just mainstream, neoclassical economics
dominating other academic fields. Gamble was coming at education crisis from the anti-
neoliberal Left.
Following Mäki (2009), Kuorikoski and Lehtinen make a distinction between economics
imperialism and economics expansionism. The latter expands the field of economics by
including more types of phenomena that can be explained by economics. For Mäki,
economics imperialism operates differently to this: it is a type of economics expansionism
where explanations of phenomena residing outside of the field of economics are viewed as
essentially economic in nature. The Classical Theory of Education Crisis seems to be
consonant with Mäkis conception of economics imperialism: the explanandum (that which is
to be explained, the education crisis) derives from an explanans (that which does the
explaining) that originates from the economic sphere. In practice, commentators on
economics imperialism typically conflate Mäkis economics expansionism / imperialism. Mäki
made further distinctions between an imperialism of standing (where economics is assumed
to have higher prestige and has more significant academic power than other social sciences);
an imperialism of style (more rigorous standards and methods of inquiry); and imperialism of
scope (economics can explain more facets of human behaviour than other social sciences)
(MÄKI, 2009, p. 354). Regarding the first of these, imperialism of standing, Lazear argued that
the premier position of economics amongst the social sciences was due to its being the closest
social science to the natural sciences; specifically, it was agenuine science because it was
more like physics in its rigour and methods than any other social science, especially in regard
to its incorporation of mathematics (LAZEAR, 1999). Ben Fine notes an Old Economics
Imperialism that has its origins in the 1930s, and a newer version arriving in the 1990s based
on the notion of:market imperfections in which informational asymmetries are brought to
the fore in order to explain why markets might clear at Pareto-inefficient levels, why they might
not clear, and why they may be absent altogether (FINE, 2000, p. 14).
21
Debates on the nature, significance and desirability of economics imperialism within economics itself go back to at least
the 1930s, as illustrated by Falgueras-Sorauren, 2017.
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Isso começa de seus fundamentos, que as crises da educação são derivadas das econômicas.
Todas as outras deficiências substanciais da Teoria Clássica fluem desse ponto. Este ponto de
partida enfraquece a teoria educacional (sociologia da educação, filosofia da educação etc.). Ele
banaliza, omite e evita a noção de que deve haver, ou poderia haver crises educacionais que não
têm origem na economia. Exclui essencialmente as crises educacionais per se, cortando assim
possíveis linhas de investigação e desenvolvimento teórico. Exclui outras possibilidades teóricas,
como diria Roitman (ROITMAN, 2014). Mas este ponto de partida, de que as crises educacionais
são sempre derivadas das econômicas, gera consequências e implicações piores do que isso.
O primeiro é o imperialismo da economia
22
. No caso da Teoria Clássica da Crise da Educação, o
que acontece na esfera econômica é considerado mais significativo em termo de crise
educacional do que qualquer desenvolvimento no sistema educacional propriamente dito.
Ironicamente Madan Sarup foi mais largamente conhecido como filósofo e sociólogo do que
economista. Para o imperialismo da economia, são os economistas ao invés dos filósofos,
sociólogos, historiadores, psilogos da educação que são considerados mais úteis e qualificados
em explicar as crises educacionais. Desta forma, quando o Jornal da Educação publicou sua
edição especial sobre a crise e a educação em 2010, o economista Andrew Gamble foi chamado
para a análise de conjuntura na introdução (GAMBLE, 2010).
Isso é unha e carne com o
imperialismo da economia. Para Kuorikoski e Lehtinen, imperialismo da economia: ... refere-se à
aplicação de todos econômicos (convencionais) ao estudo de fenômenos fora do donio
tradicional da economia (KUORIKOSKI E LEHTINEN, 2010, p. 348).
O imperialismo da economia não significa necessariamente apenas a economia neoclássica
mainstream prevalecendo sobre outros campos acadêmicos. Gamble estava chegando na crise
educacional da esquerda anti-neoliberal.
Mäki (2009), Kuorikoski e Lehtinen fazem uma distinção entre imperialismo e expansionismo
econômico. Este último expande o campo da economia, incluindo mais tipos de fenômenos que
podem ser explicados pela economia. Para Mäki, imperialismo da economia opera
diferentemente disto: é um tipo de expansionismo da economia em que as explicações dos
fenômenos que residem fora do campo da economia são vistas como essencialmente
econômicas por natureza. A Teoria Clássica da Crise da Educação parece estar em consonância
com a concepção de imperialismo da economia de Mäki: o explanandum (aquilo que deve ser
explicado, a crise educacional) deriva de um explanans (aquilo que explica) que se origina na
esfera econômica. Na prática, comentaristas sobre o imperialismo da economia normalmente
confundem o expansionismo/ imperialismo da economia de Mäki. O autor fez distinções
adicionais entre um imperialismo de posição (onde a economia é assumida como tendo maior
presgio e tem um poder acadêmico mais significativo do que outras ciências sociais); um
imperialismo de estilo (padrões e métodos de investigação mais rigorosos); e imperialismo de
escopo (a economia pode explicar mais facetas do comportamento humano do que outras
ciências sociais) (MÄKI, 2009, p. 354). Em relação ao primeiro deles, o imperialismo de posição,
Lazear argumentou que a posição de destaque da economia entre as ciências sociais se devia
ao fato de ser a ciência social mais pxima das ciências naturais; especificamente, era uma
ciência genuína porque era mais parecida com a sica em seu rigor e métodos do que qualquer
outra ciência social, especialmente no que diz respeito à incorporação da matemática (LAZEAR,
1999). Ben Fine observa um Antigo Imperialismo da Economia que tem suas origens na década
de 1930, e uma vero mais recente que chega na década de 1990 com base na noção de que:
... imperfeições do mercado em que as assimetrias informacionais são trazidas à tona para
explicar por que os mercados podem clarear em níveis Pareto-ineficientes, por que eles podem
não ser claros e por que podem estar ausentes por completo (FINE, 2000, p. 14).
22
Os debates sobre a natureza, a significância e a desejabilidade do imperialismo da economia dentro da própria
economia remontam pelo menos aos anos 1930, conforme ilustrado por Falgueras-Sorauren, 2017.
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Exploring these issues involves making inroads into psychology and sociology in particular in
order to include consumer behaviour and non-market activities. Kurt Rothschild provides a
stronger definition of economics imperialism, as:Economic Imperialism is the idea of some
economists that the methodology of neoclassical economics has superior scientific qualities
and should be adopted by most or all social sciences(ROTHSCHILD, 2008, p. 723).
Rothschild argued that what all forms of economics imperialism typically have in common is
that the economic method is deemed to be superior to other social scientific methods by
mainstream economist practitioners of the dismal science. He notes that economics
imperialism has its roots in the work of American economist Gary Becker, especially The
Economic Approach to Human Behaviour (BECKER, 1976), where Becker explored a range
of human behaviours that overlapped with sociological concerns, such as consumer
behaviour, family, marriage, crime, altruism, discrimination and fertility. Fine noted that
economists had long sought to colonise other social sciences (FINE, 2000).
Gilead indicated
that economics imperialism’s strength and development in educational theory and research
gained substantially from its incorporation into the theory, practice and policy announcements
of international institutions such as the Organization for Economic Co-operation and
Development (OECD), the International Monetary Fund (IMF), the World Bank, UNESCO and
the European Union (GILEAD, 2015).
On specific incursions by economics into other social sciences, Gilead, Ellison, and Allais are
sound starting points when exploring economics imperialism in educational theory and
research (GILEAD, 2015; ELLISON, 2014; AND ALLAIS, 2012). For sociology, Stephen
Mennell provides interesting insights (MENNELL, 2014). He argues that when sociologists
become enamoured of mainstream economic theory and modes of explanation then they can
fall prey to some of its ideological aspects: thegreed is good syndrome, blindness to power
relationships, the myth of virtue (of economic rewards going to hard-working individuals), and
deserved prosperity. The hybrid discipline of economic sociology is no panacea either.
Werner Bonefeld demonstrates how this academic field is founded upon the economy
shaping social structures. Furthermore, the rationality of social actions’ is defined by economic
causes (BONEFELD, 2015, p. 150). On social anthropology, Chuah indicates how
mainstream economists have colonised the concept of culture (CHUAH, 2006).
From another perspective with economics academically cleansing itself a number of
writers demonstrated how history in general (but especially economic history) and philosophy
had been driven out of economics.
23
This academic cleansing has meant that mainstream
economics was less able or inclined to include historical examples of crisis in its theories (e.g.
the Great Depression of the 1930s). It was also less likely to be troubled by internal
philosophical questioning and debate.
The position of psychology was slightly different to other social sciences. Some writers have
argued that as economics colonised other social sciences it drew in impoverished
psychological theories about maximising individuals and homo economicus in its wake.
24
Arjoon went the furthest on this line of thought to argue that it was psychology that was
ultimately in command in this development (ARJOON, 2010). According to Arjoon, narcissistic
personality disorder (NPD) was at the basis of the capitalist crisis of 2007-09. Greed and
personal gains by investment bankers overrode any economic considerations.
23
For example: Fine, 2000; Mennell, 2014; and Ellison, 2014.
24
See Frey and Benz, 2004; Arjoon, 2010; and Dutt, 2011.
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Explorar essas questões envolve fazer incursões na psicologia e na sociologia, em particular,
a fim de incluir o comportamento do consumidor e as atividades não mercantis. Kurt
Rothschild fornece uma definição mais forte de imperialismo da economia, como:
"Imperialismo Econômico é a ideia de alguns economistas de que a metodologia da
economia neoclássica tem qualidades científicas superiores e deve ser adotada pela maioria
ou todas as ciências sociais"(ROTHSCHILD, 2008, p. 723).
Rothschild argumentou que o que todas as formas de imperialismo da economia tipicamente
têm em comum é que o todo econômico é considerado superior aos outros métodos
científicos sociais pelos economistas mainstream. Ele observa que o imperialismo da
economia tem suas raízes no trabalho do economista americano Gary Becker,
especialmente A Abordagem Econômica do Comportamento Humano (BECKER, 1976),
onde Becker explorou uma gama de comportamentos humanos que se sobrepõem a
preocupações sociológicas, como comportamento do consumidor, falia, casamento,
crime, altruísmo, discriminação e fertilidade. Fine observou que os economistas há muito
buscavam colonizar outras ciências sociais (FINE, 2000). Gilead indicou que a força e o
desenvolvimento do imperialismo econômico em teoria educacional e pesquisa ganharam
substancialmente com sua incorporação na teoria, ptica e anúncios de políticas de
instituições internacionais, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a UNESCO
e a União Europeia (GILEAD, 2015).
Em incursões específicas da economia em outras ciências sociais, Gilead, Ellison e Allais
são pontos de partida sólidos ao explorar o imperialismo da economia na teoria e pesquisa
educacional (GILEAD, 2015; ELLISON, 2014; E ALLAIS, 2012). Para a sociologia, Stephen
Mennell fornece insights interessantes (MENNELL, 2014). Ele argumenta que quando os
sociólogos se apaixonam pela teoria econômica mainstream e sua forma de explicação,
então eles puderam se tornar vítimas de alguns de seus aspectos ideológicos: a síndrome
da 'ganância é boa', cegueira para as relações de poder, o 'mito da virtude' (das recompensas
econômicas indo para indivíduos que trabalham duro), e a 'prosperidade merecida'. A
disciplina híbrida da sociologia econômica também não é uma panaceia. Werner Bonefeld
demonstra como este campo acadêmico é baseado na modelagem das estruturas sociais
pela economia. Além disso, a 'racionalidade das ações sociais' é definida por causas
econômicas (BONEFELD, 2015, p. 150). Na antropologia social, Chuah indica como os
economistas tradicionais colonizaram o conceito de cultura (CHUAH, 2006).
Por outra perspectiva com a purificação da academia do viés econômico vários autores
demonstraram como a história em geral (mas especialmente a história econômica) e a
filosofia foram conduzidas para fora da economia
25
. Essa limpeza acadêmica significou que
a economia mainstream era menos capaz ou inclinada a incluir exemplos históricos de crise
em suas teorias (por exemplo, a Grande Depressão dos anos 1930). Também era menos
provável que fosse perturbada por questionamentos e debates filosóficos internos.
A posição da psicologia era ligeiramente diferente de outras ciências sociais. Alguns autores
argumentaram que, à medida que a economia colonizou outras ciências sociais, ela
desenvolveu teorias psicológicas empobrecidas sobre a maximização dos indivíduos e do
homo economicus em sua esteira.
26
Arjoon foi mais longe nesta linha de pensamento ao
argumentar que foi a psicologia que estava no comando desse desenvolvimento (ARJOON,
2010). De acordo com Arjoon, o transtorno de personalidade narcisista (TPN) estava na base
da crise capitalista de 2007-09. Ganância e ganhos pessoais de banqueiros de investimento
anulam quaisquer considerações econômicas.
25
Por exemplo: Fine, 2000; Mennell, 2014; e Ellison, 2014.
26
Ver Frey e Benz, 2004; Arjoon, 2010; e Dutt, 2011.
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Economics imperialism looked particularly out of place following the capitalist crisis of
2007-09. Questions were raised about the economics profession. First, many critics of
mainstream economics (including Her Majesty the Queen, on a visit to the London School
of Economics on 5 November 2008) asked why there was a failure to predict thecredit
crunch and the capitalist crisis.
27
Some took this criticism further and sought to blame
economists themselves, and not just their theories, for the crisis.
28
Widespread critiques
of mainstream economics ensued during and following the crisis, and not just from Marxist
economists.
29
Furthermore, the predicament of mainstream economics in the UK was
compounded by erroneous claims that there would be a recession after the European
Union Referendum in June 2016 (FEIERSTEIN, 2017). The chief economist of the Bank
of England, Andy Haldane, recently claimed that the economics profession was in crisis
after failing to foresee the 2008 financial crash and misjudging the impact of the Brexit
vote (INMAN, 2017, p. 1). Larry Elliott, writing in The Guardian, argued that economic
forecasts were hardwired to get things wrong as they were based on mainstream
economic models where shocks and crises were excluded (ELLIOTT, 2017).
The capitalist crisis of 2007-08 had become a crisis of economics. Various solutions were
offered as a way forward. Here are just a few of the leading ones. Some argued for greater
pluralism in macroeconomic theory and more tolerance of alternatives such
Keynesianism and Marxism.
30
Davis argued that, whilst the case for alternatives could be
made, it was likely to be unsuccessful if mainstream economists felt these were being
forced down their throats (DAVIS, 2014). Others came out more strongly in favour of
heterodox economics, arguing that pluralistic neoKeynesianism could provide a
heterodox mainstream economics (BRESSER-PEREIRA, 2012, p. 3). The heterodox
would become the orthodox! Another approach was to call for various alliances between
heterodox economics and other social sciences such as sociology and political economy
(MARTIN, 2012; BROWN AND SPENCER, 2014; AND MENNELL, 2014), and other
social sciences in general (AKAT, 2013).
There were calls for a renewed political economy
to supersede economics when analysing economic crises.
31
There were some Marxists
who argued that Marxist theory should replace mainstream economics when
understanding and explaining economic crises,
32
though how this would work out
institutionally and without expelling vast numbers of mainstream economists would be a
key issue. Desai and Freeman argued that the Great Recession exposed weaknesses in
Marxist theory too; therefore the focus should be on those rather than any rescue of
institutional academiceconomics (DESAI AND FREEMAN, 2011). On the same track,
Kliman pointed to the disintegration of the Marxian school, as exposed by the 2007-09
crisis, which was a more pressing concern (KLIMAN, 2010).
27
See Caballero, 2010; Krugman, 2011; Chernavsky, 2012; Boyer, 2013; and Brown and Spencer, 2014.
28
Mennell, 2014, and Roitman, 2014, report on this phenomenon.
29
See Dutt, 2011; Krugman, 2011; Chernavsky, 2012; Sklansky, 2012; Ellison, 2014; and Green and Hay, 2015 who
collectively provide a small slice of a large cake.
30
For example: Dutt, 2011.
31
For example, from Green and Hay, 2015.
32
For example, Sklansky, 2012.
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O imperialismo da economia parecia particularmente deslocado após a crise capitalista
de 2007-09. Foram levantadas questões sobre a profissão de economista. Em primeiro
lugar, muitos críticos da economia mainstream (incluindo Sua Majestade a Rainha, em
uma visita à Escola de Economia de Londres em 5 de novembro de 2008) perguntaram
por que houve uma falha em prever a crise de crédito’ e a crise capitalista.
33
Alguns
levaram essa crítica mais longe e procuraram culpar os próprios economistas, e não
apenas suas teorias, pela crise
34
. Críticas generalizadas à economia mainstream
surgiram durante e após a crise, e não apenas por economistas Marxistas.
35
Além disso,
a situação da economia dominante no Reino Unido foi agravada por afirmações errôneas
de que haveria uma recessão após o referendo da União Europeia em junho de 2016
(FEIERSTEIN, 2017). O economista-chefe do Banco da Inglaterra, Andy Haldane,
afirmou recentemente que a profissão de economista estava em crise depois de não
prever o crash financeiro de 2008 e avaliar mal o impacto da votação do Brexit” (INMAN,
2017, p. 1). Larry Elliott, escrevendo no The Guardian, argumentou que as previsões
econômicas eram "programadas para fazer as coisas erradas", pois eram baseadas em
modelos econômicos convencionais onde choques e crises eram excluídos (ELLIOTT,
2017).
A crise capitalista de 2007-08 se tornou uma crise econômica. Várias soluções foram
oferecidas como caminho a seguir. Aqui estão apenas algumas das principais. Alguns
defenderam um maior pluralismo na teoria macroeconômica e mais tolerância com
alternativas como o keynesianismo e o Marxismo.
36
Davis argumentou que, embora o
caso para alternativas pudesse ser feito, era provável que não tivesse sucesso se os
economistas mainstream sentissem que elas estavam sendo forçadas pela goela abaixo
(DAVIS, 2014). Outros saíram mais fortemente a favor da economia heterodoxa,
argumentando que o neokeynesianismo pluralista poderia fornecer uma economia
heterodoxa mainstream (BRESSER-PEREIRA, 2012, p. 3). O heterodoxo se tornaria o
ortodoxo! Outra abordagem foi convocar várias 'alianças' entre a economia heterodoxa
e outras ciências sociais, como sociologia e economia política (MARTIN, 2012; BROWN
E SPENCER, 2014; E MENNELL, 2014), e outras ciências sociais em geral (AKAT,
2013). Houve apelos por uma economia política renovada para substituir a economia na
análise de crises econômicas.
37
Houve alguns Marxistas que argumentaram que a teoria
Marxista deveria substituir a economia convencional ao compreender e explicar crises
econômicas,
38
embora como isso funcionaria institucionalmente e sem expulsar um
grande número de economistas mainstream seria uma questão chave. Desai e Freeman
argumentaram que a Grande Recessão também expôs as fraquezas da teoria Marxista;
portanto, o foco deveria ser naqueles, e não em qualquer resgate da "economia"
acadêmica institucional (DESAI E FREEMAN, 2011). Na mesma linha, Kliman apontou
para a desintegrão da escola Marxiana, exposta pela crise de 2007-09, que era uma
preocupação mais urgente (KLIMAN, 2010).
33
Ver Caballero, 2010; Krugman, 2011; Chernavsky, 2012; Boyer, 2013; e Brown e Spencer, 2014.
34
Mennell, 2014, e Roitman, 2014, relatório sobre este femeno.
35
Ver Dutt, 2011; Krugman, 2011; Chernavsky, 2012; Sklansky, 2012; Ellison, 2014; e Green e Hay, 2015 que
coletivamente forneceram um pequeno pedaço de um grande bolo.
36
Por exemplo: Dutt, 2011.
37
Por exemplo, Green e Hay, 2015.
38
Por exemplo, Sklansky, 2012.
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Finally, others turned to what students might make of all this and argued for heterodoxy
and pluralism in economics on the basis that many of these came to the subject out a
concern with specific economic issues which varied greatly. There had to be an
economics in universities that inspired students, argued Wilde (WILDE, 2010).
Economics students were also taking things into their own hands. In the autumn of 2013
a group of economics students at the University of Manchester, calling themselves the
Post-Crash Economics Society, argued for a change in the economics syllabus so that
capitalist crises could be explored. They also called for a wider conception of economics
education in their department. Their success in this was remarkable and they produced a
report in April 2014 charting their progress which included a Foreword by Andrew Haldane
of the Bank of England.
39
Three students from the Post-Crash Economics Society went
on to argue that leaving economics to mainstream economic theory and theorists meant
that it becomes a form of pro-capitalist indoctrination which is glossed over by obscurity,
mathematical bamboozling based on unsustainable and fantasist assumptions and a
distain for the idea that economics is for everyone as part of a functioning democracy
(EARLE, MORAN AND WARD-PERKINS, 2017). Of course, teaching about capitalist
crises does not mean that they are avoidable.
Once The Classical Theory of Education Crisis is embraced then the phenomena of
economics imperialism and the crisis of economics come in train. But there are worse
spectres. One of these is that the Classical Theory induces economic determinism: the
idea that what goes on in the education system is determined and ultimately grounded in
the economy. The spill-over effect of the theory implies that the really important action that
makes for education crisis originates in the economy. Crude models of the base /
superstructure in Marxist theory may spring to life. The irony is that Madan Sarup had
warned against letting in economic determinism when theorising education via Marxism
in his earlier Marxism and Education (SARUP, 1978).
The Classical Theory of Education Crisis also embraces what Sarup, writing with Ian
Hextall at around the same time as he produced Marxism and Education, calls bourgeois
social theory (HEXTALL AND SARUP, 1978). This involves fragmenting the social whole
into parts systems and sub-systems and then explaining how these are related. Social
thought follows the same lines with its fragmented academic disciplines (sociology, politics
etc.), which are in turn split up into sub-disciplines and a plethora of specialisms and micro-
specialisms. Conceptions of social totality and the social whole are lost in the process. In
separating economy and education. The Classical Theory of Education follows this
fragmentation. But this does not just have dire consequences for social theory in terms of
creating fecund ground for determinism; it also has implications for class rule. As Holloway
pointed out, in bourgeois social thought: Division, divide and rule, fragmentation is the
principle of theoretical abstraction in bourgeois theory, as it constitutes its distinct
disciplines of political science, economics, sociology, law, computer science, etc. in order
to understand society (HOLLOWAY, 1992, p. 155).
39
Post-Crash Economics Society, 2014.
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Por fim, outros se voltaram para o que os estudantes poderiam fazer com tudo isso e
defenderam a heterodoxia e o pluralismo na economia com base no fato de que muitos
deles chegaram ao assunto por uma preocupação com questões econômicas
específicas que variavam muito. Era preciso haver uma economia nas universidades que
inspirasse os alunos, argumentou Wilde (WILDE, 2010). Os estudantes de economia
também estavam fazendo as coisas com as próprias mãos. No outono de 2013, um
grupo de estudantes de economia da Universidade de Manchester, que se
autodenominam Post-Crash Economics Society, defendeu uma mudança no programa
da economia para que as crises capitalistas pudessem ser exploradas. Eles também
requeriram uma concepção mais ampla de educação econômica em seu departamento.
O sucesso deste grupo de estudantes nisso foi notável e eles produziram um relatório
em abril de 2014 traçando a trajetória do grupo, que contou com um Prefácio de Andrew
Haldane, do Banco da Inglaterra.
40
Três estudantes do Post-Crash Economics Society
argumentaram que deixar a economia para a teoria econômica dominante e seus
teóricos significava que ela se tornaria uma forma de doutrinação pró-capitalista que é
encoberta pela obscuridade, confusão matetica baseada em suposições fantasiosas
e insustentáveis e um distanciamento da ideia de que a economia 'é para todos' como
parte de uma democracia em funcionamento (EARLE, MORAN E WARD-PERKINS,
2017). Claro, ensinar sobre crises capitalistas não significa que elas sejam evitáveis.
Uma vez que a Teoria Clássica da Crise da Educação é abrada, então os fenômenos
do imperialismo da economia e da crise da economia entram em ão. Mas existem
espectros piores. Uma delas é que a Teoria Clássica induz ao determinismo econômico:
a ideia de que o que se passa no sistema educacional é determinado e, em última
instância, alicerçado na economia. O efeito de transbordamento da teoria implica que a
ação realmente importante que causa a crise da educação tem origem na economia.
Modelos grosseiros de base / superestrutura na teoria Marxista podem ganhar vida. A
ironia é que Madan Sarup advertiu contra permitir o determinismo econômico ao teorizar
a educação via Marxismo em seu livro anterior Marxismo e Educão (SARUP, 1978).
A Teoria Clássica da Crise da Educação também abarca o que Sarup, escrevendo com
Ian Hextall na mesma época em que produzia Marxismo e Educação, chama de teoria
social burguesa (HEXTALL E SARUP, 1978). Isto envolve fragmentar o todo em partes
sistemas e subsistemas e assim explicar como estes se relacionam. O pensamento
social segue as mesmas linhas com suas disciplinas acadêmicas fragmentadas
(sociologia, política, etc.), que por sua vez, são divididas em subdisciplinas e uma
infinidade de especialidades e micro especialidades. As concepções de totalidade social
e de todo social se perdem no processo. Ao separar economia e educação. A Teoria
Clássica da Educação segue tal fragmentação. Mas isso não tem apenas
consequências terríveis para a teoria social em termos de criar um terreno fecundo para
o determinismo; também tem implicações para o controle de classe. Como Holloway
aponta, no pensamento social burguês: Divisão, dividir e regra, fragmentação é o
princípio da abstração teórica na teoria burguesa, uma vez que constitui suas distintas
disciplinas de ciência política, economia, sociologia, direito, ciência da computação, etc.
a fim de compreender a sociedade (HOLLOWAY, 1992, p. 155).
40
Post-Crash Economics Society, 2014.
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The fragmentation inscribed within bourgeois social thought makes for difficulties in
establishing the real connections between social phenomena in capitalist society as these
are obscured by theoretical, academic and professional division. The Classical Theory of
Education Crisis is an instance of this.
The fragmentation of bourgeois thought also travels smoothly with structuralism whereby
functionalism can easily ride in the slipstream. Once the social totality is split into systems
and subsystems the theorist has the problem of saying how these relate to each other.
Functionalist theory is one solution to this problem, and Left functionalism has bedevilled
Marxist thought on education for many years: an outlook that Liston problematized for
Marxist educational theory and critiqued long ago (Liston, 1988). Again, Sarup criticized
functionalism’s entrance into Marxist work on education in his Marxism and Education
book of 1978. Hextall and Sarup also noted that: Functionalists analyse social life in terms
of discrete, isolatable entities such as the cultural system, the social system and its various
sub-systems (HEXTALL AND SARUP, 1978, p. 153).
Yet Sarup seemed to be doing this in Education, State and Capital in 1982, and, note
Hextall and Sarup:
It is not surprising that this process of abstraction and reification leads to an emphasis on
system stability rather than social change (HEXTALL AND SARUP, 1978, p. 153).
Thus, it might be concluded that such a theoretical perspective would be a liability when
exploring crises, instability and fragility in capitalist society. But there is worse:
reductionism.
The Classical Theory also involves a form of reductionism: all education’ crises are at
heart economic’ crises. The former can be explained by the latter. Reductionism is a
typical anti-Marxist jibe from those claiming to be asserting a more complex view of
society and social theory. Such reductionism undervalues (practically and theoretically)
education, the work of teachers and therelative autonomy of school life.
41
But
reductionism is only possible when the type of structuralist theory operationalised by
Sarup is the starting point. For Sarup, there aredistinct’ sub-systems within society: the
economic and education, and there are distinct economic and education phenomena.
Finally, the economic and education react with each other through a philosophy of
external relations: they are separate systems within the social whole (which is comprised
of various systems as structural parts education, economy, polity, etc.). These systems
are, in turn, composed of sub-systems and smallerparts (e.g. institutions and roles). All
this takes place in Education, State and Capital, despite Sarup’s own warnings against
Left functionalism’ and reductionism in Marxist educational theory (SARUP, 1982, p. 28)
and his earlier finger-wagging at such possibilities (in Sarup, 1978).
42
Backtracking to Roitman, The Classical Theory of Education Crisis forecloses on certain
possibilities, one of these being that education crises might start off in what is considered
to be education” (Roitman, 2014). It rules out quintessentially education crises as crises
of education itself, as opposed to crises in education crises that have their origins outside
of educational institutions and processes.
41
After Althusser, 1971.
42
Contrarily, Sarup seems to be following a philosophy of external relations in his 1982 book. Paula Allman, 2007, pp. 7-8; and 2010, pp. 33-
53, provides a concise and clear outline of the differences between a philosophy of external relations and, following Marx and the work of
Bertell Ollman of 1976 and 1993, a philosophy of internal relations.
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A fragmentação inscrita no pensamento social burguês cria dificuldades em estabelecer as
conexões reais entre os fenômenos sociais na sociedade capitalista, visto que estes são
obscurecidos pela divisão teórica, acadêmica e profissional. A Teoria Clássica da Crise da
Educação é um exemplo disso.
A fragmentação do pensamento burguês também viaja suavemente com o estruturalismo,
pelo qual o funcionalismo pode facilmente navegar na correnteza. Uma vez que a totalidade
é repartida em sistemas e subsistemas, cabe ao teórico dizer como estes se relacionam entre
si. A teoria funcionalista é uma solução para este problema, e o funcionalismo de esquerda
tem atormentado o pensamento Marxista sobre a educação por muitos anos: uma
perspectiva que Liston problematizou para a teoria educacional marxista e criticou há muito
tempo (Liston, 1988). Mais uma vez, Sarup criticou a entrada do funcionalismo no trabalho
Marxista sobre educação em seu livro Marxismo e Educação de 1978. Hextall e Sarup
também observaram que: Os funcionalistas analisam a vida social em termos de entidades
discretas e isoladas, como o sistema cultural, o sistema social e seus vários subsistemas
(HEXTALL E SARUP, 1978, p. 153).
Ainda Sarup parecia fazer isto em: Educação, Estado e Capital em 1982, e, observam Hextall
e Sarup:
Não é surpreendente que este processo de abstração e reificação leve a uma ênfase na
estabilidade do sistema ao invés da mudança social (HEXTALL E SARUP, 1978, p. 153).
Desta forma, pode-se concluir que tal perspectiva teórica seria um risco ao explorar crises,
instabilidade e fragilidade na sociedade capitalista. Mas há pior: o reducionismo.
A Teoria Clássica também envolve uma forma de reducionismo: todas as crises
educacionais são no fundo criseseconômicas. O primeiro pode ser explicado pelo último.
O reducionismo é uma piada antimarxista típica daqueles que reivindicam uma vio mais
"complexa" da sociedade e da teoria social. Tal reducionismo subestima (prática e
teoricamente) a educação, o trabalho dos professores e a autonomia relativa da vida
escolar.
43
Mas o reducionismo só é possível quando o tipo de teoria estruturalista
operacionalizada por Sarup é o ponto de partida. Para Sarup, existem subsistemas distintos
dentro da sociedade: o econômico, a educação, e há fenômenos econômicos e
educacionais distintos. Finalmente, o 'econômico' e a 'educação' reagem um com o outro
através de uma filosofia de relações externas: eles são 'sistemas' separados dentro do todo
social (que é composto de vários sistemas como partes estruturais - educação, economia,
política, etc.). Esses sistemas o, por sua vez, compostos de subsistemas e partes
menores (ex: instituições e papeis). Tudo isso ocorre em Educação, Estado e Capital, apesar
das próprias advertências de Sarup contra ofuncionalismo de Esquerda e o reducionismo
na teoria educacional marxista (SARUP, 1982, p. 28) e seu apontamento precoce para tais
possibilidades (em Sarup, 1978).
44
Voltando a Roitman, a Teoria Clássica da Crise da Educação exclui certas possibilidades,
uma delas é que as crises educacionais podem começar no que é consideradoeducação
(Roitman, 2014). Exclui essencialmente as crises educacionais como crises da própria
educação, em oposição às crises na educação - crises que têm suas origens fora das
instituições e processos educacionais.
43
Depois Althusser, 1971.
44
Ao contrário, Sarup parece seguir uma filosofia das relações externas em seu livro de 1982. Paula Allman,
2007, pp. 7-8; e 2010, pp. 33-53, fornece um esboço conciso e claro das diferenças entre uma filosofia das
relações externas e, seguindo Marx e o trabalho de Bertell Ollman de 1976 e 1993, uma filosofia das relações
internas.
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Concluding this section, whilst the problems with The Classical Theory of Education Crisis
after Sarups Education, State and Capital are clear to see, nevertheless it has become
the default theory for many education activists, researchers, theorists, media
commentators and radical writers on education crisis. Its appeal is clear and blaming
malfunctions in the capitalist economic system for the travails and tribulations of the
education system and its institutions during and post-crisis, is easy to do. Furthermore,
resisting education cuts occasioned by capitalist crisis and struggling against state
restructurings of education that seek to strap education to capital accumulation is
absolutely understandable and justified. Such resistance will continue.
CONCLUSION
Notwithstanding the flaws and shortcomings in The Classical Theory of Education Crisis
its Marxist pedigree is nevertheless to be fêted. This is because Marxism is a theory of
crisis: it is a theory that seeks out the weak links, fragilities in the rule of capital. John
Holloway has argued that:
The concept of crisis is central to the Marxist analysis of capitalism. In crisis the
impermanence of capitalism becomes clear, the inherent instability of capitalist
domination: capital comes up against its limits. And it is on this inherent instability that the
whole structure of Marxist thought is grounded: Marxs categories only make sense if
capitalism is looked at from the point of view of its transcendence, as a historically specific
form of social organisation (HOLLOWAY, 1987, p. 55).
Thus, Holloway establishes the significance of exploring the idea of crisis as it pertains to
capitalist society: that is, the necessity to transcend capitalism with its alienated labour,
inequalities, constraints on what it is to behuman, its crashing against the natural world
with consequences for human survival, and so on. The idea of crisis generates hope of a
better world, even as some outcomes of particular crises can cause human suffering (e.g.
unemployment, poverty).
Without the idea of crisis, we have no foothold on the slippery terrain that is capitalism:
either in terms of understanding it, or any likely progress in the project of moving beyond
it. As Holloway notes: If crisis is not at the core of capitalism, we would do better to all
become well-integrated bourgeois and citizens and to cope with our frustrations in the
privacy of our homes (HOLLOWAY, 1987, p. 56).
Crisis, for Holloway, targets breakdown, deterioration, subversion, even rupture in social
relations between labour and capital to the detriment of capital, its health, accumulation,
its expansion, or even existence. The capital relation is the relation between capital and
labour, which is simultaneously the class relation. Human representatives of capital
therefore, for the good of (or in extreme circumstances the survival of), the system, are
faced with re-establishing capitalist domination: vanquishing labour insubordination to
capital, typically leading to responses by the capitalist state as well as from other
representatives of capital.
Marxism provides a way forward out of the labyrinth of capital, yielding hope. For
Holloway:
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Concluindo esta seção, embora os problemas com A Teoria Clássica da Crise da
Educação após Educação, Estado e Capital de Sarup sejam claros, ela se tornou a teoria
padrão para muitos ativistas, pesquisadores, teóricos, comentaristas da mídia e
escritores radicais sobre crise educacional. Seu apelo é claro e culpar o mau
funcionamento do sistema econômico capitalista pelas angústias e tribulações do
sistema educacional e de suas instituições durante e após a crise é fácil de fazer. Além
disso, é absolutamente compreensível e justificado resistir aos cortes na educação
ocasionados pela crise capitalista e lutar contra as reestruturações da educão pelo
estado que procuram amarrar a educação à acumulão de capital. Essa resistência vai
continuar.
CONCLUO
Apesar das falhas e deficiências da Teoria Clássica da Crise da Educação seu pedigree
Marxista deve ser festejado. Isso porque o Marxismo é uma teoria da crise: é uma teoria
que busca os elos fracos, as fragilidades no domínio do capital. John Holloway
argumentou que:
O conceito de crise é central para a análise Marxista do capitalismo. Na crise a
impermanência do capitalismo se torna clara, a instabilidade inerente à dominão
capitalista: o capital esbarra em seus limites. E é nesta instabilidade inerente que toda a
estrutura do pensamento Marxista se fundamenta: as categorias de Marx apenas fazem
sentido se o capitalismo é visto a partir de sua transcendência, como uma forma
historicamente específica de organização social (HOLLOWAY, 1987, p. 55).
Desta forma, Holloway estabelece a importância de explorar a ideia de crise no que diz
respeito à sociedade capitalista: isto é, a necessidade de transcender o capitalismo - com
seu trabalho alienado, desigualdades, restrições sobre o que é ser humano, seu colapso
contra o mundo natural com consequências para a sobrevivência humana e assim por
diante. A ideia de crise gera esperança de um mundo melhor, mesmo que alguns
resultados de crises específicas possam causar sofrimento humano (ex: desemprego,
pobreza).
Sem a ideia de crise, não temos nenhum ponto de apoio no terreno escorregadio que é
o capitalismo: seja em termos de enten-lo, seja em qualquer progresso provável no
projeto de ir além dele. Como Holloway observa: Se a crise não está no cerne do
capitalismo, faríamos melhor se todos se tornassem burgueses e cidaos bem
integrados e para lidar com nossas frustrações na privacidade de nossas casas
(HOLLOWAY, 1987, p. 56).
A crise, para Holloway, visa o colapso, a deterioração, a subversão e até mesmo a
ruptura nas relações sociais entre trabalho e capital - em detrimento do capital, sua
saúde, acumulação, sua expano ou mesmo exisncia. A relação do capital é a relão
entre capital e trabalho, que é simultaneamente a relão de classes. Os representantes
do capital, portanto, para o bem (ou em circunsncias extremas da sobrevivência) do
sistema, são confrontados com o restabelecimento da dominão capitalista: vencendo
a insubordinação do trabalho ao capital, normalmente levando as respostas do estado
capitalista, bem como de outros representantes do capital.
O Marxismo provê um caminho para sair do labirinto do capital, gerando esperança. Para
Holloway:
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The point of Marxist theory is to understand that there can be a way forward, that the system
of oppression is unstable, that it is full of contradictions The instability of capitalism is
nothing but the expression of our power, albeit an expression which we often do not recognise
as such. Marxism, in other words, is the theory of working class power, a theory to help us
recognise and increase our power (Holloway, 1990, p. 52).
Thus: capitalist crisis, instability and contradictions are pushed to the fore in Marxist
theory. This is important as capitalism can appear to be hooked into eternity, very resilient
and its weaknesses hard to expose. Its oppressiveness need not smother our hope, for:
So often Marxism is presented simply as a theory of capitalist oppression, when in fact it
is a theory of the fragility of that oppression” (emphasis added) (HOLLOWAY, 1993, p.
19.)
The fragility of capitalist oppression is central to Marxist theory, for, according to Holloway:
while the other theories [e.g. feminism and Green theory] are theories of social domination
or oppression, Marxism takes that oppression as its starting point. The question of Marxism
is not:how do we understand social oppression?, but:given that we live in an oppressive
society, how can we understand the fragility of that oppression? (Holloway, 1994, p. 39).
Furthermore, argues Holloway, Marxism does not provide a theory of crisis, as:
…Marxism does not have a theory of crisis because it is a theory of crisis, a theory of the
crisis, the rupture, the fragility of capitalism” (original emphases) (Holloway, 1994, pp. 39-
40).
And therefore: Marxism retains its relevance as the most powerful theory-against-
society that exists, the most powerful theory of the negation of capitalism that we have
(HOLLOWAY, 1995, p. 157).
Moving forward 20 years, and coming full circle, Holloway re-emphasises these points:
What we are really looking for is hope, for cracks [in capitalism], and trying to think about the
world from the standpoint of its fragility. This means trying to understand domination as a
system of domination in crisis. That is the importance of Marxism. (emphases added)
(Holloway, in Holloway and Jeffries, 2015, p. 102).
And this grounds a final criticism of The Classical Theory of Education Crisis: it never
indicates how education crises constitute crises for capital. Indeed, through restructuring
education, capitals problems are eased via a more capital-friendly education and training
system.
The article by Simon Frith referred to earlier pointed towards how developments in
education could create a crisis for capital, although he was not explicit on this score
(FRITH, 1980). The social production of labour power in capitalism through education and
training could exhibit signs of crisis for capital if young people were perceived to be
insufficiently subordinated to its rule in terms of the labour-power attributes (including work
and social attitudes) they were deemed to possess when entering capitalist work. In this
way, what happens in education could constitute a crisis for capital: labour-power, as the
unique, value-forming commodity in the capitalist social universe might be at risk through
its owners (labourers) reluctance to transform their labour-powers into labour in the labour
process. This is one possible path of future research regarding education crisis, and
seems to be the most powerful, hopeful and interesting alternative to the Classical Theory.
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enquanto outras teorias [ex; feminismo e teoria Verde] são teorias da dominação social ou
opressão, o Marxismo toma a opressão como ponto de partida. A questão do Marxismo não
é: como nós entendemos a opressão social?, mas dado que s vivemos em uma
sociedade opressora, como podemos entender a fragilidade desta opressão? (Holloway,
1994, p. 39).
Além disso, Holloway argumenta, o Marxismo não fornece uma teoria da crise, pois: o
marxismo não possui uma teoria da crise pois ele é uma teoria da crise, uma teoria da
crise, da ruptura, da fragilidade do capitalismo (grifo do autor) (Holloway, 1994, p. 39-
40).
E, portanto: o Marxismo mantém sua relevância como a mais poderosa teoria-contra-
sociedade que existe, a mais poderosa teoria da negação do capitalismo que temos
(HOLLOWAY, 1995, p. 157).
Avançando 20 anos, e fechando o círculo, Holloway enfatiza novamente estes pontos:
O que procuramos mesmo é a esperança, por fissuras [no capitalismo] e tentar pensar o
mundo a partir da sua fragilidade. Isso significa tentar entender a dominação como um
sistema de dominação em crise. Essa é a importância do Marxismo. (grifo nosso) (Holloway,
in Holloway E Jeffries, 2015, p. 102).
E isso fundamenta uma crítica final à Teoria Clássica da Crise da Educão: ela nunca
indica como as crises da educão constituem crises para o capital. Na verdade, por
meio da reestruturação da educação, os problemas do capital são amenizados por meio
de um sistema de educação e treinamento mais amigável ao capital.
O artigo de Simon Frith referido anteriormente apontou para como os desenvolvimentos
na educação podem criar uma crise para o capital, embora ele não tenha sido explícito
a esse respeito (FRITH, 1980). A produção social da força de trabalho no capitalismo por
meio da educação e treinamento poderia exibir sinais de crise para o capital se os jovens
fossem percebidos como insuficientemente subordinados a suas regras em termos dos
atributos da força de trabalho (incluindo atitudes de trabalho e sociais) que eles deveriam
possuir ao entrar no trabalho capitalista. Desse modo, o que acontece na educão pode
constituir uma crise para o capital: a força de trabalho, como mercadoria única e
formadora de valor no universo social capitalista, pode estar em risco devido à relutância
de seus proprierios (trabalhadores) em transformar suas forças de trabalho em
trabalho no processo de trabalho. Esse é um caminho possível para pesquisas futuras a
respeito da crise educacional e parece ser a alternativa mais poderosa, esperançosa e
interessante à Teoria Clássica.
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There are also possibilities regarding the critique of developments that appear to threaten
the integrity of education itself. For example, Joel Spring pointed towards the
commodification, capitalisation and marketisation of education (Spring, 2015). These
processes, together with human capital theory as the basis for education and training
policy, constitute the economisation of education for Spring: the subordination of
education and training systems, educational theory and philosophy, and education policy
and practice to the requirements of capital accumulation. In the UK context, the notion of
employability, so central to higher education policy making, could also be thrown into the
mix. Spring also indicates the various measures (e.g. comparative international test
scores) underpinning the relative quality of education commodities and the ideological
and strategic roles they play in enforcing and consolidating educational economisation
and the crass vocationalisation of education that flow in its wake. Of course, Marxist
analysis could be applied to these developments, though Spring does not take that route
for critique. But it could be argued that this project would provide only a critical analysis of
surface phenomena, and fail to get to the root, to be radical, regarding the critique of these
aspects.
Another possibility for further research would be to explore autogenous theories of
education crisis. Such theories start out from notions of education itself (as opposed to
any economic crisis), and then show how these conceptions of education are threatened
by real education policies and economic and social developments. Thus: autogenous,
self-generated theories of education crisis are theories of education crisis, rather than
denoting crises in education that have their origins within the economy (as with the
Classical Theory). This possibility was pursued in deleted for anonymity.
45
Finally, this paper contains a significant lacuna that requires attention in future work. There
is a need to bring forward the analysis of the Classical Theory from the Neoliberal
Recession of the early 1980s to the present day, and, in particular, to show how, in the
Great Recession of recent times and thereafter, the Classical Theory was the default and
largely unrecognised theory of education crisis.
45
Deleted for anonymity’.
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Existem tamm possibilidades quanto à crítica de desenvolvimentos que parecem
amear a integridade da própria educão. Por exemplo, Joel Spring apontou para a
mercantilizão, capitalizão e mercantilização da educação (Spring, 2015). Esses
processos, juntamente com a teoria do capital humano como base para a política de
educação e formação, constituem aeconomização da educação para Spring: a
subordinação dos sistemas de educação e de formação, teoria e filosofia educacionais,
e políticas e práticas educacionais aos requisitos de acumulação de capital. No contexto
do Reino Unido, a noção de empregabilidade, tão central para a formulação de políticas
de ensino superior, também poderia ser inclda na mistura. Spring também indica as
várias medidas (ex: pontuões comparativas de testes internacionais) que sustentam a
qualidade relativa dos produtos de educação e os papéis ideológicos e estratégicos que
eles desempenham na imposição e consolidação da economizão educacional e a
grosseira vocacionalização da educação que flui em seu rastro. Claro, a alise marxista
poderia ser aplicada a esses desenvolvimentos, embora Spring não tome esse caminho
para a crítica. Mas pode-se argumentar que esse projeto forneceria apenas uma análise
crítica dos femenos superficiais, e deixaria de ir à raiz, de ser radical, no que diz
respeito à crítica desses aspectos.
Outra possibilidade para pesquisas futuras seria explorar teorias autógenas de crise
educacional. Essas teorias partem de noções da própria educação (em oposição a
qualquer crise econômica) e, em seguida, mostram como essas concepções de
educação são ameaçadas por políticas educacionais reais e desenvolvimentos
econômicos e sociais. Assim: teorias autógenas e autogeradas da crise educacional são
teorias da crise educacional, ao invés de denotar crises na educação que têm suas
origens na economia (como com a Teoria Clássica). Esta possibilidade foi perseguida
em excluído por anonimato.
46
Finalmente, este artigo contém uma lacuna significativa que requer ateão em trabalhos
futuros. É necessário apresentar a alise da Teoria Clássica desde a Recessão
Neoliberal do início dos anos 1980 até os dias atuais e, em particular, mostrar como, na
Grande Recessão dos tempos recentes e posteriormente, a Teoria Clássica foi a
referência trica padrão da educação e amplamente não reconhecida crise
educacional.
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46
Excluído por anonimato.
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Data da submissão: 12/12/2020
Data da aprovação: 14/12/2020