Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|7|
EDITORIAL
TRABALHO & EDUCAÇÃO: PARA UMA CRÍTICA DA AVALIAÇÃO DE
PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NO BRASIL
O novo número de Trabalho&Educão (v. 29, n. 3) que entregamos à leitura e estudo
criteriosos do leitor e pesquisador interessado nas questões mais importantes do campo
de práticas e investigações das relações entre a atividade e a formação humana dos
indivíduos, chega num momento de particular inquietação. Seja em termos nacionais,
seja internacionalmente, o ano de 2020 se encerra sob a sombra da transcorrência de
uma das mais graves pandemias da história moderna. Como conteúdo e sentido quase
nunca discerníveis ao grande público, a COVID19 desnudou antes de tudo a falência
relativa de um modo de prodão que não tem por pressuposição o atendimento dos
carecimentos humanamente vivenciados, nem é vincado por princípio na lógica de
aperfeiçoamento da própria prodão e, por fim, que somente tem com o conhecimento
e a cientificidade uma relação puramente pragmática e subsumida à determinação da
reprodução do mais-valor em suas duas modalidades formais.
A respeito deste último aspecto, ressalte-se que se revelam bastante superficiais,
quando não tolos, os vaticínios que descreviam as complexas sociedades modernas
como sociabilidades direcionadas pelo conhecimento científico e tecnológico. Não
somente várias formas de negacionismo da racionalidade demonstram o contrário, mas
também a impotência relativa dos sujeitos envolvidos na produção e mobilização de
saberes e conheceres científicos em sequer influenciar em decisões de longo prazo e
amplo escopo social.
Não por acaso, trazemos ao leitor atento e preocupado com a formação humana dos
indivíduos, no conteúdo proposto em nossos artigos (três deles da lavra de
pesquisadores de outros países) e das apresentações de pesquisas de pós-graduação,
sob vários ângulos as relões intrincadas, complexas e contraditórias tecidas entre
conhecimento teórico, formação e organização societária no contexto da sociabilidade
do capital. Missão que T&E declarada e reconhecidamente forceja por cumprir como um
dos periódicos do campo científico-acadêmico da vasta e variegada área das pesquisas
em educão. Neste sentido, é decisivo deixar sempre consignada a divisa que nos
orienta: trazer à luz com rigor teórico e explicativo o estado da arte das investigações,
dos debates e dos problemas candentes do campo circunscrito pelos pilares objetivos e
conceituais trabalho e educação. Por isso, esse empreendimento que compartilhamos
com pesquisadores de diversos lugares e instituições, pessoas da comunidade
acadêmica e, contigo, leitor atencioso, crítico e companheiro, é tão importante. Nós, e
nossas irmãs da área da educação, em especial aquelas que partilham conosco
pressupostos axiológicos, conceituais e éticos, buscamos, ao realizar nosso intento,
promover a difusão das discussões em duplo sentido. Por uma parte, levar ao público
interessado com cuidado e fidelidade os complexos temas que caracterizam esta
subárea da Educação (dentro das CHSA), colaborando para a educação acadêmica e
cienfica em sua ponta institucional. Mas, também, de outra parte, convidando pela
instigação da curiosidade e dos interesses pessoas que desejem integrar este esforço.
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|8|
É esta, pois, a significação histórica objetiva, mais que uma volição e compromisso de
natureza individual ou grupal, que anima e dá efetivo sentido aos esforços de publicação
cienfica em qualquer área dos conhecimentos e dos saberes.
No contexto sombrio mais acima descrito, em sua generalidade, as determinações
vigentes e preponderantes da ordem social do capital se fazem sentir e se afirmam em
suas contradições, incongrncias e aporias no campo mais amplo do tecido societário,
mas também não dão mostrar de arrefecimento ou enfraquecimento. Diversamente do
que suporiam algumas boas almas, a emergência de uma situão na qual a fragilidade
relativa dos indivíduos e a necessidade do fortalecimento de vínculos sociais mais sólidos
e solidários não levaram sequer à percepção das inviabilidades constitutivas do modo de
produção, quanto mais da imperiosidade de sua superação. Ao contrário...
Como observou Marx, certa feita, o capital, como Daseinsform mais preponderante na
totalidade orgânica da produção e reprodução da vida a partir da modernidade, deve ser
entendido também em seu caráter de relação que permeia e se intermeia em todos os
territórios, dimensões e expressões da vida societária. Dizia mesmo ser o capital
comparável a um ether especial, uma substância formal, etérea”, no qual tudo e todos,
em todas as suas relações, estão mergulhados e determinados em seus movimentos e
remetimentos recíprocos.
A produção, a difusão e a formação científicas não são atividades e nichos que possam
existir incólumes a essa determinação essencial pelo capital. Ao reverso,o, desde o
século XIX, momentos cada vez mais inseridos e subsumidos, complexa e
contraditoriamente, à totalidade da produção e reprodução do mais-valor e das
demandas de seu acumular frenético e sem peias. Não escapam, de modo algum, às
consequências e implicações das reviravoltas dos ciclos de acumulação mundial, que se
distribuem de modo assimétrico, mas sempre de forma deletéria segundo as
particularidades genéticas e históricas locais, regionais e nacionais das suas diversas e
desiguais dinâmicas ecomicas capitalistas
Outra não é, por conseguinte, a acepção social concreta de um novo vulto sombrio que
avulta no horizonte da editoria acadêmico-científico brasileira, nesses tempos já por
demais pesados que nos assomam. Não que este elemento complicador, sobre o qual
agora deterá a discussão, e frente a este, oferecer-se-á o posicionamento de
Trabalho&Educação, seja um acontecimento” repentino e fortuito. Não o é, em nenhum
dos dois sentidos.
Refere-se aqui aos resultados preliminares, mas que são oferecidos à comunidade dos
editores de periódicos da área de educação, como princípios de diretrizes avaliativas.
oriundas da CAPES, agência de fomento, que por sua natureza essencial ao
desenvolvimento da formação de contingentes científicos, acaba por tornar-se na última
vintena (e mais ainda sob o manto deste atual desgoverno), o órgão direcionador dos
vigamentos do edifício da produção científica encetada no Brasil.
Discussão que tanto se faz urgente de ser feita e retomada, a ser permanentemente
inquirida nas variegadas situações e diferentes formas de processualidade social, quanto
mais se reconheça como um assunto categorial e temático de suma importância para o
educar. A avaliação é assim central ao decurso de todo e qualquer andamento de
objetivação, prática, técnica ou educacional. Avaliar deve ser entendido como o
acompanhamento dos rumos, e dos eventuais descaminhos, de um ato formativo, das
coisas às formas de ser consciente, dos saberes ao conhecimento teórico. O ato
avaliativo é sempre um ponderar entre objetivos de atualizão/realização de esforços
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|9|
envidados e seus resultantes. Ponderação esta que precisa se dar sob o viger de um
determinado conjunto de balizamentos que proporcionam a apreciação, e a aferição
(quando for o caso), de um itinerário particular, conforme especificidades e
temporalidades próprias a cada ato de objetivão.
Avaliar, neste sentido rigoroso, requer como quesito inegociável clareza de definição e
explicitação acerca dos critérios, dos parâmetros, pelos quais se ajuízam, que são
julgados, um determinado percurso formativo qualquer, num intervalo de tempo
correspondente ao fazer de cada contexto da atividade humana. Assim, a avaliação
requer de parte a parte, do avaliado e de seu avaliador, um compromisso tácito ou
documentado, tradicional ou institucionalmente avalizado, para com as três
determinações essenciais: a) a natureza particular da objetivação (e de seus momentos
constitutivos); b) o caráter processual de todo atualizar e realizar humanos, segundo os
objetivos peculiares a cada um; e, por fim, c) o respeito aos critérios enunciados e
explicitados em sua relação ao ciclo que se avalia de forma a avaliação pondere
efetivamente o processo de modo íntegro, honesto e com o mínimo de distorções.
Ora, a história dos diversos eventos de avaliação das atividades de formação e
publicação da produção científico-acadêmica pela CAPES primou sempre por descurar,
em maior ou menor medida, dos três pilares fundamentais da atividade avaliativa. Este
itinerário pode ser reconstruído a quem se der o trabalho, mas o pode ser aqui tocado
senão em seu deletério evolver (e revolver) último.
Certamente, o que se vê hoje no findar da quadra histórica dos vinte primeiros anos do
século XXI com relação à avaliação da editoria científica entre nós exibe, em sua
particularidaderegional (como região da totalidade capitalista brasileira), praticamente
todos os elementos do que o saudoso José Chasin denominou de capital atrófico. Ao
sintetizar a maneira bastante peculiar pelo qual o capitalismo subordinado, de origem
colonial, veio a ser e vem sendo, consoante às diversas mudanças escalares da
acumulação mundial de capitais, neste quadrante social do mundo.
Caracterizado este formato de capital por sua incompletude no que concerne aos seus
ciclos de realização, por seu congênito descompasso em relação às dimicas
capitalistas mais bem assentadas, por sua subordinação quase incontrastável aos
ditames reprodutivos internacionais (daí pela artificialidade das inserções postiças das
boas novas), e, enfim por suas mas não menos deletérias formas de expressão e
articulação políticas de talhe autocrático e de vestes monocráticas de dominação. Estas
formas de expressar-se institucional e politicamente o mando do capital entre, e sobre,
nós são as pelas quais amiúde se impõem, sempre de cima abaixo, as diretrizes de parte
da sociabilidade àquelas que estejam, circunstancial ou essencialmente,
subordinadamente situadas numa dada dinâmica social.
O processo de avaliação, cujos resultantes podem vir a perverter e mesmo aniquilar
custoso, doloroso e laborioso esforço de constituição de um conjunto (desarticulado, é
verdade) de publicações da área de educação, exibe de modo fulgurante o perfilado de
virtudes do capital no Brasil.
Senão, vejamos, por pontuações, ainda que sumarizadas, o quanto a CAPES acaba por
expressar uma aparente inapetência para avaliar no sentido efetivo da palavra, e isto
quando se volta exatamente à área de educação.
Primeiramente, há que se assinalar um aspecto tópico, da supercie, mas que espelha,
como se verá mais à frente, uma dimensão mais essencial pressuposta e não visível do
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|10|
problema em tela. O modo como se atrela a avaliação dos periódicos científicos àquela
dos programas de pós-graduação. Sua aparentenaturalidade, a qual exibe um
fantasioso caráter auto evidente, oculta a distinção específica de duas atividades que,
não obstante sua relão íntima e essencial, perseveram como dois momentos de uma
unidade diferenciada. Certamente, boa parte da pesquisa mundial, produzida e/ou
orientada em programas de pós-graduação têm nos periódicos científicos sua via de
publicização. O que, entretanto, não equivale a dizer que a missão de um periódico
cienfico seja a dar de publicidade unicamente aos resultados daqueles investimentos
de pesquisa. Periódicos científicos também podem e devem ser vculos de debates
conceitual e de fronteiras dos diversos campos do conhecimento, veiculando trabalhos
nos quais a diversidade complexa dos problemas sejam trazidos à tona e se tornem
patrimônio da comunidade científica.
Ao proceder sob o signo da indistinção entre estas as duas peculiares atividades, a
CAPES incita, deliberadamente ou não, uma subordinação cita do debate cienfico
brasileiro e feito no Brasil, aos limites próprios aos programas de pós-graduação.
Programas de pós-graduação são entidades sociais de formação de quadros por meio
da pesquisa científica, a qual, em geral, mesmo nas áreas duras, ultrapassa as
fronteiras dos PPG e de suas instituições e se dá em nichos cada vez mais
internacionalmente colaborativos e transdisciplinares. Por que razões de princípio se
interditaria, ainda que sob o velo da resposta aos índices de produtividade universitária
(coisa ela mesma por demais eivada de problemas e distorções), o debate categorial e
de inovação nos periódicos científicos?
Por que a insistência em se medir dois momentos de um complexo como se ou bem
fossem idênticos, ou bem se devesse por natureza subsumir um ao outro?
Em segundo lugar, tem-se de referir o modo como a internacionalização da cientificidade
é pensada e infirmada pelo processo de avaliação dos periódicos. Questão que se
subdivide em pelo menos dois termos. Um exame mais detido dasalternativas postas
na mesa para discussão da comunidade científica, revela a tendência de subsumir a
editoria científica brasileira da área de educação aos standards editoriais internacionais,
muitos deles atinentes a uma realidade diversa da nossa, arrimada em esquemas
altamente profissionais e capitalizados. Ou seja, as formas de atualização postiça dos
elementos de realização do valor/mais-valor entre nós se expressam aqui na importação
abstrata de parâmetros que mundialmente vão se impondo apesar da lógica interna às
cientificidades. Tais critérios são afirmados e impostos na esteira da absorção das
antigas editorias de ciência acadêmica dos países (algumas delas tão antigas quando a
Royal Society) pela maré montante social que transforma a dimica da difusão científica
em mais um nicho de modelo de negócios. A publicização do conhecimento é
convertida em um ramo como outro qualquer a ser capitalizado e que deve, neste
sentido, realizar na forma final de lucros e rentabilidade um dado investimento de seus
proprietários. Nada a estranhar que periódicos e conjuntos editoriais bicentenários
acabem tomando o formato de acesso pago e/ou de assinaturas como forma de oferta
ao público.
Esta internacionalização subordinada que se nas alternativas de, e ao, Qualis
expressam por isso alto grau de abstração com relação à realidade brasileira.
Pressupõem-se, a este respeito, a existência de condições de realização de editoria
cienfico-acadêmica que não apenas inexistem no território brasileiro, mas que são
descomunalmente minoritários mesmo em diversos países capitalisticamente
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|11|
irresolvidos. São, em geral, critérios de avaliação que se desdobram em demandas
organizativas, tecnológicas, quadros de pessoal e de gerenciamento, para não falar de
financiamento, que são virtualmente impossíveis de serem atendidas a contento por
praticamente todos os periódicos científicos brasileiros, de todas as áreas e sureas.
São esses preponderantemente resultados de trabalho academicamente vinculado e
delimitado pela pertença institucional de seus grupos. Somos docentes, discentes e
servidores técnico-administrativos que desempenham suas tarefas e criam proposituras
juntos aos periódicos, que buscam inovar e qualificar as editorias, como parte de nossas
atribuições profissionais, sem auferir nenhum ganho em termos fiduciários (nem mesmo
obtém-se diminuição de encargos normais como forma de reconhecimento) em função
do que se faz e se produz neste âmbito.
O outro ponto que diz respeito a esta integração subordinada é aplicação das métricas
internacionais de maneira meramente algorítmica. Em outros termos, trata-se o tema da
adaptação e tradução de padrões de mensuração de desempenho originado em outros
contextos sociais em termos geopolíticos e econômicos como assunto a ser resolvido
mediante ajustes formais. Isto, quando o se trata de propor pura e simplesmente a
aplicação da mensurão feita alhures, e por alhures, à produção bibliográfica realizada
por meio dos periódicos brasileiros. Eis o que está em jogo em ambas àsalternativas
de mudança da já probletica qualisficação”.
O que nos leva ao terceiro traço capitalista atrófico deste processo avaliativo: a natureza
de seus critérios. Este quesito, por sua vez, por ser desmembrado em uns tantos. Um
deles, atinente ainda à suposta aplicabilidade neutra da mensuração algorítmica, é o
modo como se impõe acriticamente, sem ajuizamento de suas pertinência, legitimidade
e acuidade sem, portanto, avaliação uma dada régua abstrata de medição de
citações frequentes como o principal, ou quiçá, o único, instrumento de aferição do
desenvolvimento dos periódicos.
Aqui de um golpe dão-se dois processos de adstrição, igualmente gravosos. De um lado,
a avaliação se reduz à impostação de um instrumento de mensuração a um processo
temporal e socialmente complexo. De outro lado, tem-se constrição da
internacionalização a uma mera sujeição de mão única de um momento da produção
acadêmica no Brasil a uma transnacional do proxenetismo de informação. Não se parece
suspeitar que a virtual diminuição do vasto continente de periódicos em educação em
umas poucas ilhotas de suposta competência internacional. Esta restrição perpetrada
com a mediação de um algoritmo comercial tornará impraticável a difusão de pesquisas
de tradições inteiras, dado o efeito vinculante à avaliação dos PPGEs. Parte considerável
da pesquisa em educação se definem como regionais, tanto em sua acepção geográfica
quanto conceitual. Estas não terão mais veículos de difusão, uma vez que estes
perecerão sob o mando da restrição de financiamento, justificada e sancionada por uma
avaliação subordinada abstratamente gerenciada. Patente é o efeito de reprodução dos
ciclos restrição vindouros, dada a natureza necessariamente reprodutiva de tudo que
socialmente se produz e se mantem. Os cririos informados desvelam a estreiteza de
horizontes de sua concepção de internacionalização quando parece passar
despercebido que, principalmente para a área da educação (porém não somente, que
se repise), internacionalizar é tornar o particular universalmente conhecido e difundido.
Algo bem diverso do que pode ser observado em outras áreas, nas quais o
conhecimento das universalidades é que se desdobram em regionalidades epistêmicas.
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|12|
Do ponto de vista da internacionalizão, dada a abundante distribuição de
desenvolvimento desigual mundo à fora, em nada surpreenderá que uma pesquisa
bastante circunscrita em um município ou acerca de um aspecto demasiado particular
de um problema educacional brasileiro venha a interessar alguém na Finlândia ou em
Botswana!
Que a publicação da prodão científica brasileira em línguas outras (nomeadamente
em inglês) seja uma demanda real, o significa necessariamente que não possa ser
atendida por periódicos brasileiros vincados e conhecedores da realidade que se estuda
e se torna pública. Uma vez que tal carecimento se põe antes de tudo em nosso nome,
dos pesquisadores e estudiosos brasileiros em educação, para difundir o que fazemos.
A unilateralidade da internacionalização pretendida pela avaliação aventada se exprime,
ademais, neste âmbito, ao explicitar o lado ainda mais raiz desta subordinação
particular, ao eleger-se o sortílego índice H. Isto facilmente se verifica na medida em que
este instrumento formal, uma rotina algorítmica de mensuração de periodicidade e
frequência, sequer foi gestada e desenvolvida em algum nicho propriamente acadêmico
de primeiro mundo. É, diversamente, uma ferramenta virtual disponibilizada por uma
gigante do setor de transformação da informação em mercadoria. Aqui o secular
modismo universitário foi substituído pela simples sujeição a um esquema empresarial
internacional.
A este respeito, é imperioso salientar que, como em todo bomramo de negócios, tais
métricas são baseadas em metodologia socialmente não transparente, em razão de
seus parâmetros de cálculo não serem de conhecimento público. Como
empreendimento realmente capitalista, seus protocolos obedecem estritamente à lógica
empresarial ainda que diferenciada. Estas empresas conquanto não detenham patentes
dos algoritmos dos motores de busca (como Google), preservam o segredo da
arquitetura de seus códigos como um aspecto importante de sua posição de mercado.
De certo modo, há uma revisitação das formas pelas quais agiam as corporações de
ocio na relativamente longa transição entre o medievo e o período das grandes oficinas
capitalistas. Em outros termos, mesmo se distinguindo da forma usual comercial, a lógica
que seguem não é aquela que (ainda) vige, bem ou mal, no ambiente da produção do
conhecimento científico e tecnológico academicamente organizado.
Em quarto lugar, enumere-se um aspecto que, em certa medida, traduz a cruel
tragicomicidade que emoldura e figura a forma da avaliação aqui brevemente
esquadrinhada em seus meandros problemáticos: não parece haver, pois, um
compromisso criterioso com os próprios critérios inicialmente configurados e explicitados
para um dado período de formão a ser avaliado. Faz parte do folclore acadêmico
brasileiro a experiência, bem como as deletérias consequências de várias ordens, de os
sujeitos avaliados verem-se sempre com constantes mudanças de regras de
ponderação e de parâmetros de ajuizamento de desempenho, em pleno curso do
processo de avaliação. Com o fito de se imaginar o surrealismo da situação é como se
um estudante tivesse feito todo um curso segundo certos parâmetros curriculares e de
atividades específicas e, no momento em que ele responde aos instrumentos avaliativos,
estes fossem subitamente recolhidos e trocados por outros que passam espelhar
definições e critérios não declarados ao início do semestre. Afinal, o que se estaria
avaliando, quando os critérios inicialmente demarcados são constante e
continuadamente suspensos, ajustados ou trocados por outros?
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|13|
Esta mudança nos critérios de avaliação ocorrendo no meio do período em
acompanhamento, tornada já um verdadeiro hábito antediluviano nos diferentes comitês
de área traz implicativamente a insegurança institucional para o trabalho de estruturação
e de editoração científica (para não citar o de produção e formação científica).
Não há a rigor processo de avaliação, e menos ainda avaliação processual, quando se
rompe a determinação praxiológica (mas igualmente axiológica) da vigência de um
conjunto determinados de cririos, traduzidos (mas não reduzidos) em certos
instrumentos de avaliação correspondentes, numa temporalidade clara e publicamente
circunscrita. Vertendo-se em miúdos, gostando-se ou não, critérios de avaliação
anunciados para um determinado período não poderiam alterados ou simplesmente
substituídos, a não ser em se modificando também o intervalo de sua validade avaliativa:
não deve alterar critérios dentro do quadriênio em avaliação! Critérios novos deveriam
vigorar apenas para o futuro.
Por fim, que se assinale, não sem risco advindo de o se pertencer aos círculos de
excelência, o talhe impositivo que preside, geralmente, a instauração de políticas de
avaliação acadêmica e científica. Neste sentido, as proposituras oriundas da CAPES se
assemelham mais a determinações que propostas. Suas formas de encaminhamento,
tanto no que tange à elaboração quanto à implementação, de avaliação de políticas e de
políticas de avaliação, têm infelizmente primado também pela sua opacidade relativa,
porém habitual.
Seja no que respeita ao sentido amplo da vida acadêmica, seja no campo de atividades
de editoria de periódicos científicos, está pressuposta, uma determinada perspectiva
acerca da política científica nacional, sem que se a explicite como mandatório seria. Uma
conceão de política científica defendida por determinados grupos, originalmente de
docentes, que, inclusive por seus ritos científicos em maioria, acabaram se
assentando em nichos de proposição e avaliação das agências de fomento no decorrer
das últimas duas décadas e meia, transformando-os, deliberadamente ou o, veículos
de difusão de suas visões de ciência. Esta hegemonia, pretendida ou não (uma vez que
não se trata aqui de uma peça acusatória, mas de um mero diagnóstico sumário), tornou
esta visão de cientificidade uma normativa operante, mas jamais explicitada em seus
lineamentos fundamentais para o conjunto da comunidade acadêmica brasileira.
O quadro se torna ainda mais gravoso quando se atina para o fato de que aqueles que
engendraram tão monstruosa criação são representantes e pesquisadores das próprias
áreas e não um corpo burocrático desvinculado da formação, da produção e da difusão
social do conhecimento científico e tecnológico.
De certo modo, exprime-se aqui, certamente à revelia de grande parte deste contingente
altamente qualificado e comprometido com a ciência, um traço expressivo da lógica
societária posta em marcha pela forma como o capital se deu e se dá entre nós. Pois,
independentemente do talhe de excelência que possa caracterizá-la ou do potencial de
competitividade internacional que esta virtualiza, a perspectiva de cientificidade que
vertebra mais essa mudança de curso em plena viagem, em momento algum foi sequer
explicitada (quanto mais posta em discussão) ela mesma com a comunidade
acadêmica. Afora isso e, para além das práticas procedimentais de sua elaboração e
vigência, tal concepção exibe como aspectos mais salientes uma desvalorização
potencial tanto das áreas de desenvolvimento conceitual quanto de caráter mais crítico
da realidade social.
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|14|
Considerando-se a explicitação crítica até aqui desenvolvida, fazemos nossos os termos
do Manifesto GT 9 - Trabalho e Educação | Por uma avaliação de periódicos pautada
nos interesses soberanos da maioria da população brasileira. Este documento foi
recentemente exarado pelos editores/as dos periódicos científicos vinculados ao GT 09
Trabalho e Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação (ANPEd) - reunidos no V Intercrítica, do qual a revista Trabalho&Educação é
signatária de primeira hora. Aos valorosos colegas de editoria científica da área da
educação, nosso periódico vem a público portanto declarar que:
Defendemos uma política de Ciência e Tecnologia soberana, o que demanda:
1. Mais verbas para a educação e para a ciência e tecnologia orientadas pela gestão
democrática dos recursos segundo os interesses públicos e não pelos interesses privados
e de mercado;
2. Um modelo de avaliação de periódicos que tenha por finalidade o diagnóstico e a superação
das dificuldades enfrentadas pelos periódicos científicos para garantir maior qualidade
editorial, efetivo impacto social e maior visibilidade internacional;
3. Que os critérios de avaliação sejam amplamente discutidos com autoras(es) e editoras(es),
considerando as exigências de uma política científica e tecnológica voltada para a formação
de novos pesquisadores e o desenvolvimento de pesquisadores experientes, norteados
pelos princípios de desenvolvimento humano, de soberania do povo brasileiro e de
participação democrática e popular na gestão dos recursos destinados ao desenvolvimento
do trabalho editorial do país;
4. Que o processo de avaliação da produção científica seja conduzido pelos pares,
considerando a absorção qualitativa do conhecimento no processo de produção científica
própria da realidade brasileira, sendo realizada por autores, avaliadores e editores de
periódicos científicos que efetivamente a constroem;
5. Que nenhuma avaliação seja realizada sem o amplo e prévio conhecimento dos critérios
previamente estabelecidos a partir de amplo debate com a comunidade acadêmica
nacional;
6. Que enquanto trabalhamos para a garantia de uma ampla revio da avaliação, sejam
respeitados os acordos estabelecidos para a avaliação entre o CTC-ES/CAPES e a
ANPED, por intermédio do FORPRED e do FEPAE, ou seja, que a avaliação dos periódicos
do quadriênio (2017-2020), seja realizada de acordo com o Documento “Educação Qualis
Periódicos (2017-2020)e que se abra a discussão democrática sobre qualquer proposta de
alteração futura (ANPED-GT9, 2020).
1
Tomando por pressuposto a urgência das demandas da área educacional brasileira, mas
sem confundir urgência com pressa, Trabalho&Educão traz neste mero mais um
precioso conjunto de elaborões que versam sobre diferentes aspectos das relações
entre a atividade produtiva humana em seu modo histórico particular e a atividade
formativa humana, ambas socialmente determinadas.
Abre essa edição de Trabalho&Educação o artigo do pesquisador da Faculdade de
Ciências Sociais da Universidade de Lincoln Reino Unido, professor Glenn RIKOWSKI,
CRITIQUE OF THE CLASSICAL THEORY OF EDUCATION CRISIS (CRÍTICA DA
TEORIA CLÁSSICA DA CRISE DA EDUCAÇÃO) em uma ótima tradução da
doutoranda em educação Uyara de Salles Gomide. O artigo aborda a Teoria Clássica
da Crise da Educação para compreender a constituição e explicar a crise educacional
na sociedade contemporânea. Seguindo um breve esboço do conceito de crise e da
1
Disponível em https://anped.org.br/news/manifesto-gt-9-trabalho-e-educacao-por-uma-avaliacao-de-
periodicos-pautada-nos-interesses. Acesso em: 12 dez. 2020.
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|15|
historiografia da noção de crise educacional da Segunda Guerra Mundial à recessão
neoliberal de 1980-82, este artigo apresenta um esboço da Teoria Clássica da Crise da
Educação conforme exposto de maneira mais completa no clássico de Madan Sarup:
Educação, Estado e Crise: Uma Perspectiva Marxista (1982). O cerne da Teoria Clássica
está no fato de que as crises da educação são derivadas das crises econômicas.
Posteriormente, é apresentada a Crítica da Teoria Clássica. Sua relação com o
pensamento estruturalista (e sua vinculão ao determinismo, funcionalismo e
reducionismo) bem como o influxo do imperialismo da economia são algumas de suas
principais deficiências. A conclusão indica o terreno a percorrer e reforça a necessidade
de se avançar à perspectiva da Teoria Clássica da Crise da Educação.
Yves CLOT, Professor titular de Psicologia do Trabalho do Conservatoire National des
Arts et Métiers CNAM/Paris, contribui com a tradão para o português de sua
Conferência proferida no Colóquio Internacional Le travail enseignant au XXI Siècle,
realizado em março de 2011 em Lyon, França. A cuidadosa tradução foi feita pelo
professor Wanderson Ferreira Alves. Intitulado O TRABALHO DOCENTE E A SAÚDE
DOS PROFESSORES: O COLETIVO COMO RECURSO?, o artigo discute a
problemática do trabalho e da saúde dos professores tendo como base o aporte da
clínica da atividade. Nesse sentido, mobiliza os quadros conceituais da perspectiva
teórico-metodológica da clínica da atividade para pensar o lugar do coletivo e de suas
dinâmicas nos processos trabalho-saúde no campo profissional mais amplo e, em
particular, no âmbito do trabalho docente
Carmen AROZTEGUI e Nicolás Eduardo MARRERO nos brindam nessa edição com
um sensível artigo cujo título é "UN CLIC Y ESTÁS AFUERA": MIRADAS DESDE EL
AUDIOVISUAL DEL SUJETO-TRABAJADOR DESDE EL TAYLORISMO AL
TRABAJADOR DE ENTREGAS POR PLATAFORMA. Carmen e Nicolás nos convidam
a trilhar um percurso no universo de três obras cinematográficas, por meio do qual são
discutidos alguns temas centrais da sociologia do trabalho. A análise articula os sujeitos
do trabalho - suas emoções, afetos, sofrimentos - e as situações de trabalho a que estão
constrangidos ou submetidos. Primeiramente, somos convidados a uma imersão em
cenas que retratam o taylorismo-fordismo, modelo clássico de organizão do trabalho.
A seguir, são apresentados aspectos particulares do Uruguai, onde ilustra-se uma
inserção nesse modelo. Por fim, chegamos ao contexto atual, diante de cenas de
precarização do trabalho mediado por tecnologias de informação e comunicação,
quando a atividade laboral é controlada e gerida por meio das chamadas plataformas
digitais.
Abrindo as contribuições nacionais desse número de Trabalho&Educação, temos uma
excelente contribuição de Alinne Conceição Alves Silva DANTAS, Rosária Helena Ruiz
NAKASHIMA, Rejane Cleide de Medeiros ALMEIDA. No artigo PRÁTICAS
EDUCATIVAS DE EDUCADORAS(ES) DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA ZÉ DE
DEUS EM COLINAS DO TOCANTIS (TO), as autoras, valendo-se da hisria oral, com
narrativas de histórias de vida de seis professores, nos apresentam reflexões sobre as
práticas educativas de educadoras/es da Escola Família Agrícola (EFA) Zé de Deus,
localizada no município de Colinas do Tocantins, no estado de Tocantins.
Juliana ANTUNES e Stella GOULART nos apresentam PROFESSORES:
SOFRIMENTO MENTAL NA UNIVERSIDADE PÚBLICA? O artigo discute o sofrimento
mental de docentes na universidade pública brasileira contemporânea. São abordados,
neste texto, parte dos dados resultantes de pesquisa qualitativa exploratória, realizada
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|16|
em uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), em parceria com o Sindicato dos
Professores, resultantes da realização de entrevistas semiestruturadas e observação
participante em Rodas de Conversa sindicais sobre o tema. Identificou-se que o
assunto é invisibilizado e que aqueles professores que comunicam seu sofrimento são
chamados a normalizar suas expressões, configurando-as como uma questão individual,
psiquiátrica ou jurídica.
No artigo intitulado 100 PALAVRAS PARA ENTENDER A EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: A CONSTRUÇÃO DE UM GLOSSÁRIO PARA A
EPT, André Fernandes Rodrigues PEREIRA e Glauco Vaz FEIJÓ nos apresentam os
resultados de uma pesquisa terminológica que resultou na elaboração de um glossário
sobre Educação Profissional e Tecnológica (EPC). Além de apresentar o glossário e
descrever o percurso da sua construção, o texto também analisa sua aplicação piloto em
um grupo de docentes da EPT. Assim, o artigo apresenta valiosa iniciativa voltada para
enfrentar um relevante problema apontado pelos autores: muitas palavras utilizadas no
contexto da EPT, oriundas de teorias e pesquisas, são desconhecidas ou ressignificadas
e podem acabar ignoradas ou mal-empregadas por parte de profissionais envolvidos nas
práticas da educação profissional.
O artigo EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA E TECNOLÓGICA NO BRASIL: UMA
CONSTRUÇÃO DUAL, das autoras Denise Bianca MADURO SILVA, Rosemary Dore
HEIJMANS e Priscila MOREIRA, parte de uma dura realidade que marca a sociabilidade
capitalista no campo da formação humana: a divisão entre a escola do saber das elites
dirigentes e a escola do fazer que atende os grupos sociais subalternos. Nesse sentido,
o artigo problematiza historicamente a configuração dual que institui no Brasil um bloco
de educação profissional-tecnológico e outro bloco marcado pela formação geral
propedêutica que leva aos cursos superiores. Por meio de revisão bibliográfica e
documental, são identificados argumentos que contribram para construção e
manutenção dessa dualidade que marca o sistema de ensino brasileiro. Também
ganham ênfase no artigo as políticas educacionais destinadas à educação profissional,
em especial aquelas que nortearam o ensino médio técnico no Brasil.
Valdinice Ferreira da MOTA e Denise BRAGA, em seu artigo FORMAÇÃO DOS
EGRESSOS DO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO DO IFNMG CAMPUS
ARINOS, analisam como o Curso Técnico repercute na inserção social e profissional no
Vale do Urucuia, a partir da visão dos egressos. Nos termos das autoras, busca-se
estudar o envolvimento dos alunos com as disciplinas ofertadas, seus interesses,
realidades, dificuldades e o incômodo: qual o papel do Campus Arinos na formação
destas pessoas? O Curso Técnico em Administração contribui para a inserção social e
profissional dos alunos?
Ana Carolina CARIUS, no artigo A CRISE DAS EVIDÊNCIAS: A COVID-19 E A
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO DOS DOCENTES DE MATEMÁTICA NO MUNICÍPIO
DE PETRÓPOLIS, emprega a noção de uberização das relações de trabalho para
problematizar a precarização do trabalho docente no município de Petrópolis, com foco
nos(as) professores(as) de matemática da rede municipal. Conforme nos releva a autora,
no atual cenário da pandemia provocada pelo Coronavírus, os contratos temporários de
docentes do município foram suspensos, ampliando e agravando crises estruturais da
Educação, bem como as crises pessoais vividas pelos(as) docentes.
Na última contribuição da seção artigos desse número, Uyara de Salles GOMIDE, Neusa
Pereira ASSIS, Fernando Selmar Rocha FIDALGO, em uma contribuição original,
Trabalho & Educação | v.29 | n.3 | p.7-17 | set-dez | 2020
|17|
ENCARCERAMENTO EM MASSA E NECROPOLÍTICA: AGRAVAMENTO DA CRISE
CARCERÁRIA NA PANDEMIA DO COVID-19, nos apresentam “o colapso do sistema
prisional brasileiro em um contexto de crise do capitalismo aprofundada pela pandemia
do novo-coronavírus, por meio da investigação da relação entre o sistema econômico
vigente, o encarceramento em massa e a crise carcerária evidenciada pela pandemia.
Com base na perspectiva da Criminologia Crítica, realizou-se pesquisa de cunho
bibliográfico, documental e descritivo, tendo em vista problematizar os limites do direito
penal, da democracia burguesa e da própria política.
Finalmente, convidamos o leitor a verificar a seção RESUMOS onde publicamos e, serve
de convite à leitura, os resumos de duas teses de doutorado e duas dissertações de
mestrado.
Boa Leitura!
Antônio José Lopes Alves
2
Hormindo Pereira de Souza Junior
3
Rodrigo Moreno Marques
4
2
Doutor e Mestre em Filosofia, respectivamente, pela UNICAMP e pela UFMG, Membro dos Grupos de
Pesquisa Marxologia: Filosofia e Estudos Confluentes e cleo de Estudos sobre Trabalho e Educação
(CNPq), Membro titular do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG e da Comissão de Ética Pública da
UFMG. Integra o Comitê Editorial da Revista Trabalho & Educação e é Professor do Colégio Técnico e do
Mestrado Profissional em Educação e Doncia (PROMESTRE), ambos da UFMG. E-mail:
ajlopesalves@gmail.com.
3
Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em
Educação pela UFMG. Doutor em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Pós-Doutorado em Filosofia Política e Educação pela Universidade Federal Fluminense.
Professor Associado da UFMG. Professor do Programa de Pós-Graduação Conhecimento e Inclusão Social
em Educação da FAE-UFMG. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas Marx, Trabalho e Educação
(GEPMTE) da FAE-UFMG. Editor da Revista Trabalho & Educação. Desenvolve pesquisas no campo de
confluência entre trabalho, política, formação e emancipação humana. E-mail: hormindojunior@gmail.com
4
Doutor e Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG. Pós-
Doutorado na University of London (Reino Unido) e na Faculdade de Educação da UFMG. Professor da ECI
(UFMG), onde é membro do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Integra o Comitê
Editorial da Revista Trabalho & Educação e o GEPMTE (Grupo de Estudos e Pesquisas Marx, Trabalho e
Educação) da FAE-UFMG. E-mail: rodrigomorenomarques@yahoo.com.br