qualificação com estas características, tende a enfrentar dificuldades, que de certa forma
reflete nas perspectivas de sus execução, como falta de apoio dos empresários dos
setores envolvidos, o baixo índice de participação dos trabalhadores, entre outros. Dessa
forma, torna-se importante destacar os aspectos (positivos e negativos) que envolvem
os interesses dos participantes do programa.
A importância de uma política publica de qualificação para a atividade turística
consistente no desenvolvimento das pessoas, no preparo de formadores do turismo
como um fenômeno social, e ainda contribui para a formação dos trabalhadores dos
cargos de nível operacional dos empreendimentos que são alvo do projeto.
QUALIFICAÇÃO PARA O SETOR DE TURISMO
Na modernidade as organizações tendem cada vez mais valorizar a aprendizagem
humana e o desenvolvimento de habilidades, competências técnicas e socioemocionais,
conhecimentos e atitudes. Sobre esse aspecto Carvalho (1999, p. 39) explica que:
Durante as últimas décadas a formação e o constante aperfeiçoamento dos recursos
humanos de uma empresa passaram a ter um papel destacado, como um dos bens de
maior valor para as empresas. Esse fenômeno denota uma correlação entre duas
perspectivas, ou seja, não existe possiblidade de realização pessoal se o trabalhador não for
considerado como um fator estratégico na produção, na produtividade e,
consequentemente, na competividade das empresas [...] é consenso entre os empresários
que os ganhos através da produtividade crescente, repousam, em verdade, na qualidade
dos recursos humanos.
Para Shigunov Neto e Maciel (2002) o profissional requisitado pelas organizações
turísticas deve, necessariamente, possuir um conjunto de habilidades específicas, ser
um membro ativo e participativo na sociedade em que está inserido, ser generalista e ao
mesmo tempo ser um especialista. Este perfil requisitado por estas empresas é
absorvido pelas escolas e universidades (cursos de turismo e hotelaria) assim como
pelos projetos de políticas públicas que se articulam com as exigências do mercado de
trabalho. A educação, na perspectiva do capital, é mercadoria e, como tal, deve ser
submetida à lógica do mercado, responder às demandas deste, escolarizando e
qualificando a partir de suas necessidades (CARVALHO, 1999).
A qualificação do humano nas organizações (turísticas) implica, portanto, numa relação
com o capital, tornou-se mais que uma exigência, é uma obrigação, um modo de se
destacar. A formação e a qualificação dos trabalhadores do turismo é um fator primordial
e estratégico para os setores que buscam a sobrevivência de suas atividades. Neste
cenário, os serviços turísticos cada vez mais se diversificam e se expandem no Brasil e
no mundo, e é exigido capacitação e qualificação para os profissionais, os empresários,
os comerciantes, dirigentes e representantes de comunidades locais que trabalham com
atividade relacionada ao turismo (SPINELLI 2002).
A formação profissional em turismo constitui-se em um campo novo, dinâmico e
particular, pois esta é uma atividade com especificidades que se distanciam dos demais
setores de produção e distribuição. O turismo, é a indústria da hospitalidade, é
considerado um dos fenômenos mais relevantes da sociedade moderna. Por isso a
improvisação deve ser substituída pela profissionalização em todos os destinos
turísticos.