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DOI: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2022.29721
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
COVID-19: QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DE TÉCNICOS DE
ENFERMAGEM EM UMA CIDADE DO RIO GRANDE DO SUL
1
Covid-19: quality of life at work of nursing technicians in a city of Rio Grande
do Sul
ZWIRTES, Tcheice Ls
2
LOPES, Camila
3
RENNER, Jacinta Sidegum
4
RESUMO
O objetivo geral deste estudo foi compreender, sob o ponto de vista dos técnicos de enfermagem que
atuam em ambulatórios, a interfencia da pandemia de covid-19 na qualidade de vida no trabalho. O
objetivo específico foi verificar o impacto da pandemia no trabalho dos cnicos, antes e as a
ocorrência dos primeiros casos na cidade. Este estudo é de natureza aplicada e de cater descritivo.
A análise e discuso dos dados foi realizada sob o paradigma qualitativo. O campo de estudo foram
duas Unidades Básicas de Saúde e uma Unidade de Pronto Atendimento de uma cidade da Encosta
da Serra no Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada a partir de uma entrevista
semiestruturada aplicada nos meses de junho e setembro de 2020. Participaram do estudo 8 cnicos
de enfermagem. Notou-se a existência de preocupão por parte de alguns profissionais na
manutenção da higiene do ambiente, assim como, da higiene do próprio corpo. Verificou-se que com o
advento da pandemia, ocorreu um incremento na valorização dos profissionais da sde, uma vez que
passaram a ser os maiores protagonistas dos controles e cuidados da população afetada. No entanto,
na contrapartida da valorização, alguns se sentiram estigmatizados em função do risco que
representam para o congio em tempos de pandemia. Os resultados evidenciam, portanto, que a
pandemia causou grande impacto na qualidade de vida dos profissionais da saúde, pelo estresse e
preocupão constante com a possibilidade de contaminão.
Palavras-chave: Infecções por coronarus. Condões de trabalho. Pessoal de saúde.
ABSTRACT
The general objective of this study was to understand, from the point of view of nursing technicians
working in ambulatory, the interference of the covid-19 pandemic in quality of life at work. The specific
objective was to verify the impact of the pandemic on the work of technicians, before and after the
occurrence of the first cases in the city. This study is of an applied nature and a descriptive nature. Data
analysis and discussion was performed under the qualitative paradigm. The study field were two Basic
Health Units and an Emergency Care Unit of a city in Encosta da Serra in Rio Grande do Sul. Data
collection was performed from a semi-structured interview applied in June and September 2020. Eight
nursing technicians participated of the study. It was noticed the existence of concern on the part of some
professionals in maintaining the hygiene of the environment, as well as, the hygiene of their own body.
It was verified that with the pandemic, there was an increase in the valorization of health professionals,
since they became the main protagonists of the controls and care of the affected population. However,
1
Um resumo deste artigo foi apresentado no Inovamundi, realizado pela Universidade Feevale entre os dias 17 e 24 de outubro de 2020.
2
Graduada em Design, Mestranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale. E-mail:
tcheice.zwirtes@feevale.br.
3
Graduanda em Fisioterapia, Bolsista de Iniciação Científica no Grupo de Pesquisa em Design da Universidade Feevale. E-mail:
camilalopestrabalhos@gmail.com
4
Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professora do Programa de Pós Graduação em
Diversidade Cultural e Inclusão Social e professora dos cursos de Graduação em Design e Engenharia de Produção da Universidade
Feevale. E-mail: jacinta@feevale.br.
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on the other hand, some felt stigmatized due to the risk they represent to contagion in the pandemic. It
was evidenced that the pandemic had a huge impact on the quality of life at work of health professionals,
due to stress and constant concern about the possibility of contamination.
Keywords: Coronavirus infections. Working conditions. Health personnel.
INTRODUÇÃO
A instauração de uma crise de saúde pública mundial afetou de forma significativa toda
a população. Esta, teve seu início no final do ano de 2019, quando a Organizão
Mundial da Saúde (OMS) foi notificada pela China sobre o avanço de um surto de
pneumonia no país. Rapidamente, o fator etiológico causador destas infecções
respirarias foi identificado como sendo um novo vírus da falia dos coronavírus, sendo
intitulado: SARSCOV-2 (OPAS, 2020). Este novo coronarus possui alto potencial de
contágio. Desta forma, o surto se espalhou pelo mundo com elevada aceleração e no
início de 2020, após todos os países confirmarem casos, o surto foi declarado como
sendo uma pandemia mundial (OPAS, 2020).
A partir deste contexto, torna-se relevante buscar o conceito de saúde da OMS (OMS,
1946) que refere que a saúde se caracteriza, não somente pela ausência de doença e
sim pela integralidade do bem-estar físico, emocional e social. Desta forma, o surgimento
de um novo vírus e a evolão de uma pandemia no século XXI despertam os olhares
da sociedade para os impactos de uma crise de saúde blica mundial. Estes, ainda não
podem ser estabelecidos devido à crescente ascensão de casos, porém, é de consenso
que a pandemia vem trazendo diversas complicações à populão mundial, sejam elas
relacionadas à saúde, à economia ou ao meio ambiente.
Neste contexto se encontra o Brasil, ps onde a saúde se tornou prioridade somente a
partir do início do século XX com a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS)
(JÚNIOR et al., 2002). O SUS foi construído a partir dos princípios da universalidade,
integralidade e equidade, com o intuito de proporcionar o acesso à saúde como um
direito de todos e um dever do Estado, porém este, vem sofrendo com a gestão, o
que resulta em uma precariedade de atendimentos e estruturas sicas (GODOY et al.,
2019). Segundo o Ministério da Saúde, a importância deste sistema é tão grande, que
mais de 70% da população brasileira depende exclusivamente do SUS (BRASIL, 2007).
Assim, a presente pesquisa teve como campo de estudo três unidades de atendimento
do SUS, sendo duas Unidades Básicas de Saúde e uma Unidade de Pronto
Atendimento. Estas, encontram-se em uma cidade da Encosta da Serra, Rio Grande do
Sul (RS), que possui aproximadamente 6.500 habitantes e se encontra em uma área
interiorana. A cidade possui somente estas três unidades de atendimento, assim, em
caso de internão, os pacientes são encaminhados para estabelecimentos de sde
de outras cidades, onde recebem o atendimento especializado.
Segundo Baker, Peckham e Seixas (2020), medidas de enfrentamento a covid-19, como
o distanciamento social, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI 'S) e o
aumento dos cuidados com a higiene, tornaram-se atribuições essenciais para a saúde
pública e fazem parte do cotidiano da sociedade. Estas medidas são articuladas com o
intuito de prevenir a disseminação do congio e promover a cura da população infectada
pelo vírus (BAKER; PECKHAM; SEIXAS, 2020).
Neste cerio encontram-se os profissionais da área da saúde, principais responsáveis
pelo atendimento de pessoas com covid-19. Estes profissionais encontram-se na linha
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de frente no combate ao novo coronavírus e, além de estarem altamente expostos à
contaminação, sofrem com os efeitos secunrios da pandemia. Conforme Kang et al.
(2020), os profissionais da saúde de Wuhan (China), onde a pandemia teve seu início,
tiveram graves problemas de saúde mental devido ao estresse, medo e ansiedade. Isso
decorre da grande pressão frente à necessidade de cuidados especializados com as
pessoas infectadas e consequentemente, os profissionais acabam por negligenciar os
cuidados com a própria sde. Essa situação acarreta ainda na diminuição da atenção
e da capacidade de decisão destes profissionais, o que torna o trabalho, por vezes,
ineficiente (KANG et al., 2020).
Um dos profissionais com maior contato com o paciente é o técnico de enfermagem.
Este é responsável dentre diversos procedimentos, pelos cuidados de higiene e conforto
dos pacientes (PEDUZZI; ANSELMI, 2004). Sendo assim, este profissional é
considerado um dos mais susceveis a contrair a covid-19. Por isso, torna-se necessária
uma visão holística do cerio em que estes profissionais se encontram para
restabelecer e/ou fortalecer a qualidade de vida no trabalho.
Em termos de conceitos sobre qualidade de vida, Minayo, Hartz e Buss (2000)
mencionam que quando se trata de atingir a qualidade de vida, torna-se necessário
satisfazer algumas necessidades humanas básicas, dentre estas, está o trabalho. Nesse
sentido, Marcitelli (2011) afirma que a qualidade de vida dos profissionais da saúde é
extremamente afetada pela sobrecarga e jornada de trabalho exaustiva. Diante do
disposto, nota-se que este impacto tende a ter uma repercussão ainda maior na crise de
saúde pública atual. Desta forma, surge o seguinte problema de pesquisa: De que forma
a pandemia de covid-19 afeta a qualidade de vida no trabalho dos técnicos de
enfermagem de uma cidade da Encosta da Serra (RS)?
A partir disso, este estudo tem como objetivo geral compreender, sob o ponto de vista
dos cnicos de enfermagem que atuam nas unidades de saúde de uma cidade da
Encosta da Serra (RS), a interferência na qualidade de vida no trabalho em função da
pandemia de covid-19. O objetivo específico esteve focado em verificar o impacto da
pandemia no trabalho dos técnicos, antes e após a ocorrência dos primeiros casos na
cidade.
METODOLOGIA
O presente estudo é de natureza aplicada e caráter descritivo. Conforme Prodanov e
Freitas (2013) o estudo de caráter descritivo é aquele no qual o pesquisador observa,
registra e analisa os fatos sem interferir nos mesmos. A análise e discussão de dados foi
realizada sob o paradigma qualitativo. Quanto aos procedimentos cnicos, se
caracteriza como uma pesquisa de campo.
Para estudos no âmbito qualitativo Thiry-Cherques (2009), sugere que sejam realizadas
entrevistas com no nimo 8 e no máximo 15 colaboradores. Sendo assim, o grupo de
colaboradores se constituiu de forma não probabilística por conveniência, e foi composto
por 8 técnicos de enfermagem. A pesquisa teve como campo de estudo duas Unidades
Básicas de Saúde (UBS), que atendem sob agendamento prévio, e uma Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) com atendimento 24 horas por livre demanda. As três
unidades fazem parte do SUS e estão localizadas em uma cidade da Encosta da Serra
(RS).
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A coleta de dados foi realizada a partir de uma entrevista semiestruturada, aplicada após
o esclarecimento do objetivo do estudo e assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. A entrevista foi realizada com base em perguntas abertas relacionadas à
perceão dos profissionais quanto ao seu trabalho durante a pandemia, assim como as
mudanças nas rotinas e no ambiente de trabalho. Esta, foi aplicada em dois momentos
distintos, sendo o primeiro no mês de junho quando a cidade não possuía casos
confirmados da doença e o segundo, no mês de setembro quando a cidade possuía o
total de 80 infectados.
Ademais, utilizou-se o diário de campo como um complemento às entrevistas. Minayo
(2014) menciona que o diário de campo pode ser utilizado para anotar mudanças de
entonões, emões e comportamentos do colaborador ao responder determinadas
perguntas.
A análise e discussão dos dados foi realizada através da categorização e triangulação
de dados. De acordo com Minayo (2014), através da triangulão de dados são tratados
e confrontados os dados advindos dos colaboradores, dos autores especialistas no tema
e do autor do estudo para melhor aproprião e compreensão dos dados. Além disto,
para a preservão da identidade dos colaboradores, seus nomes foram substitdos por
nomes de flores.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
A partir dos dados coletados deu-se início à categorização dos resultados. Conforme
Minayo (2014), a categorização de dados se configura como um agrupamento de
narrativas que apresentam afinidades entre si. Segundo Prodanov e Freitas (2013) a
categorização dos dados só é possível a partir da leitura exaustiva das informações
coletadas, para que assim, o pesquisador possa organizar os dados e tomar decisões
sobre os mesmos.
Na sequência (quadro 1), são apresentadas algumas características do perfil dos
entrevistados com relão ao sexo, idade, tempo de atuão na profissão e local de
atuação.
Quadro 1 - Perfil do grupo de colaboradores
Colaboradores
Sexo
Idade
Tempo de
atuação
Bouvardia
Feminino
29 anos
8 anos
Copo de Leite
Feminino
47 anos
29 anos
Antúrio
Masculino
35 anos
15 anos
Cravo
Masculino
52 anos
26 anos
Cravina
Feminino
45 anos
26 anos
Estrelícia
Feminino
30 anos
10 anos
Iris
Feminino
32 anos
8 anos
Magnólia
Feminino
38 anos
16 anos
Fonte: Autoras (2020)
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A partir da categorização dos dados foram evidenciadas três categorias, sendo elas: O
medo do vírus, o aumento dos cuidados e a importância do trabalho na linha de frente
durante a pandemia. Em cada categoria será apresentado um quadro com a perceão
dos colaboradores, a fim de comparar as respostas fornecidas antes e após os primeiros
casos de covid-19 confirmados no município. O quadro foi desenvolvido a fim de
possibilitar a compreensão da mudança, ou não, na percepção dos colaboradores
durante os quatro meses entre uma entrevista e outra.
Os dados, durante a análise e discussão, serão descritos de forma não literal, sem, no
entanto, transformar, interferir ou menosprezar relatos que são relevantes para a
pesquisa.
O medo do vírus
O medo do desconhecido assombra a humanidade desde os primórdios da existência.
De acordo com Ornell et al. (2020), o medo é um mecanismo de defesa de extrema
importância para a sobrevivência, o qual prepara o organismo para potenciais ameas.
No caso de desastres biológicos como uma pandemia viral, temas como o medo, a
estigmatização e a incerteza tornam-se muito discutidos (XIANG et al., 2020). No quadro
2 são apresentadas as percepções dos colaboradores nos meses de junho e setembro
de 2020, quanto ao medo do contágio, o medo de serem potenciais transmissores do
vírus devido ao ambiente de trabalho e o medo da população em ser contaminada dentro
das unidades de saúde.
Quadro 2 - Percepção dos colaboradores a respeito dos medos relacionados ao vírus.
Mês de junho
Mês de setembro
Medo do contágio
Medo de atender os pacientes; aumento
do estresse e da innia; negatividade
quanto ao futuro; mudança na forma de
ver o próximo; diminuição do contato
entre a equipe.
Aumento da tranquilidade da população
e da equipe; diminuição do estresse e
aumento da autoconfiança; aumento do
trabalho em equipe; aumento do cuidado
com o próximo seja paciente ou colega
de trabalho.
Medo de serem
transmissores
Grande responsabilidade frente ao risco
de contaminação; medo de contaminar
a família; medo de contaminar os
colegas de trabalho.
Pacientes com
medo de serem
contaminados
Maior preocupação/ pânico por parte
dos pacientes; Medo dos pacientes em
serem contaminados; Diminuição da
demanda de atendimentos.
Fonte: Autoras (2020)
O primeiro caso de covid-19 na cidade em questão, foi confirmado ainda no mês de
junho, uma semana as a primeira entrevista. No mês de setembro de 2020, quando
foi aplicada a segunda entrevista, havia o total de 80 infectados na cidade. Destes, 74
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estavam recuperados, 3 encontravam-se em isolamento domiciliar, 1 estava internado e
2 evoluíram a óbito.
Conforme pode ser observado no quadro 2, nas primeiras entrevistas os profissionais
demonstraram maior medo do contágio e de serem transmissores, além de terem notado
nos pacientes uma maior preocupação em serem infectados dentro das unidades de
saúde. Já na segunda entrevista, os profissionais se mostraram mais tranquilos e
confiantes.
Para os profissionais da saúde, o medo do vírus e das incertezas que ele gera, acabam
por impactar de forma profunda o seu cotidiano. Xiang et al. (2020) afirma que os
profissionais da saúde não recebem treinamentos especializados sobre como lidar com
uma crise de saúde pública e assim, acabam por experimentar os mesmos sentimentos
que os pacientes no que tange à pandemia. Isso enaltece a importância da
implementão de práticas de assistência para estes profissionais no que corresponde
aos cuidados com a saúde mental e as práticas de educão permanente, para que
estes, estejam preparados para enfrentar situões atípicas.
Neste contexto, torna-se importante ressaltar que a necessidade da implementação de
práticas de assistência aos profissionais da saúde, devido ao despreparo para lidar com
a subjetividade da prática de saúde e o consequente impacto na qualidade de vida no
trabalho, foi uma das pautas abordadas na Política Nacional de Humanização (PNH)
(BRASIL, 2010). Assim, a recorrência e permanência dessa questão como uma
necessidade de implementação” traz à tona a importância de uma reflexão por parte
dos órgãos governamentais quanto à dicotomia entre teoria e prática no que corresponde
ao sucesso da PNH.
Além do medo de serem contaminados pelos pacientes, os profissionais relataram em
junho, que percebem um distanciamento da equipe de saúde, pelo medo da
contaminação. Nesse contexto, Silva et al. (2020) afirmam que o relacionamento entre
os membros de uma equipe auxilia na construção de relações interpessoais positivas,
além de favorecer a melhora da sde mental dos trabalhadores. Nota-se desta forma,
que o distanciamento mencionado pelos colaboradores enfatiza o impacto da pandemia
no relacionamento dos profissionais da sde, os quais estavam habituados a trocar
experiências e conviver intimamente.
Ao mesmo tempo em que os profissionais relatam o medo do contágio, também
demonstram o medo de serem potenciais transmissores do vírus. Este fato fez com que
muitos profissionais da saúde saíssem de suas casas para morar provisoriamente dentro
do ambiente hospitalar, em hotéis ou até mesmo em seus próprios carros a fim de
proteger aqueles que amam, da contaminação (MARQUES et al., 2020). Ademais, o
temor pela possibilidade de contaminar os familiares, colegas e amigos foi relacionado,
no estudo de Xiang et al. (2020), com a piora da saúde mental destes profissionais.
Portanto, a preocupão com a possibilidade de serem transmissores do vírus pode
impactar negativamente no trabalho destes profissionais afetando diretamente a
qualidade de vida dos mesmos.
Outra queso relevante identificada nas narrativas refere-se ao fato de que em junho,
houve uma grande diminuição da demanda de atendimentos gerais, o que traz em
evidência o receio da aproximação e da possibilidade de maior contágio em ambientes
de saúde. Essa apreensão se torna comum frente às incertezas geradas pela pandemia,
porém, quando se trata da abordagem terapêutica na relação profissional e paciente, a
proximidade física acaba sendo uma necessidade. Percebe-se, portanto, que se
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tratando do potencial de contágio inerente à profissão e por se encontrarem na linha de
frente, esses profissionais da saúde acabam por serem estigmatizados pela sua
profissão e pelo ambiente onde atuam. Nesse sentido, Zwielewski et al. (2020) afirmam
que, se não forem criados programas de educação psicossocial durante e após a
pandemia, o estigma, a rejeição e o afastamento das pessoas podem se tornar um grave
problema para o convívio em sociedade, principalmente para os profissionais da saúde.
Após quatro meses da realizão das primeiras entrevistas e da confirmação do primeiro
caso de covid-19 no município em questão, os profissionais relataram que houve um
aumento da tranquilidade, tanto da população em relação ao medo da contaminação,
quanto dos profissionais no que tange ao cuidado dos pacientes e de si mesmos. A maior
tranquilidade tende a ter relação com o baixo número de casos no município, aliado ao
aumento de informações sobre o vírus. Neste sentido, Ribeiro et al. (2020) afirma que a
ciência tem contribuído de forma significativa, com publicações constantes sobre
experiências exitosas na prevenção e no cuidado de pacientes infectados. Este fato
auxilia a proporcionar maior tranquilidade, tanto nos profissionais quanto na população,
e consequentemente, diminui o estresse e aumenta a autoconfiança no trabalho dos
profissionais de saúde frente à pandemia de covid-19.
Ademais, o trabalho durante os quatro meses que se seguiram à confirmão do
primeiro caso de covid-19 no município exigiu dos profissionais técnicos em
enfermagem, um aumento da prática do trabalho em equipe, mesmo com o
distanciamento social. Conforme Góes et al. (2020), um dos principais desafios
enfrentados pelos profissionais da sde no atendimento ao paciente com suspeita ou
confirmão de contaminação pelo novo coronavírus é a promão de uma assistência
adequada, mesmo com a preocupação quanto à protão pessoal e de seus entes
queridos. Neste sentido, os profissionais entrevistados relataram que tornou-se
necessário aumentar a confiança no trabalho dos colegas no que corresponde ao
atendimento dos pacientes e no cuidado uns dos outros, visto que há grandes chances
de contaminação entre a própria equipe. Este fator pode se tornar um efeito positivo da
pandemia, visto que houve um aumento da confiança e do cuidado entre colegas de
trabalho.
O aumento dos cuidados
Em qualquer setor da saúde, é de extrema importância seguir os cuidados para a
preservação da vida, tanto dos profissionais quanto dos pacientes. Corroborando com
essa premissa, Oliveira (2015) menciona que a adão de medidas adequadas de
proteção, incluindo a limpeza, a desinfecção e a esterilizão de utensílios nestes
ambientes, são obrigarias para a protão do trabalhador e dos pacientes ou clientes
dos serviços de saúde. Sobretudo em tempos de pandemia de covid-19, os profissionais
de saúde, em especial os técnicos de enfermagem, devem observar os cuidados com a
higiene.
No quadro 3 são apresentados os resultados da perceão dos colaboradores quanto
ao aumento dos cuidados durante o período de pandemia, no período anterior e posterior
aos primeiros casos diagnosticados.
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Quadro 3 - Percepção dos colaboradores a respeito do aumento de cuidados durante a pandemia.
Mês de junho
Mês de setembro
Aumento dos
cuidados durante a
pandemia
Maior atenção com a
higiene, principalmente das
mãos; aumento do uso de
EPI 's; diminuição do contato
físico.
Maior higiene das mãos com álcool gel (em
alguns casos); aferição da temperatura
constantemente; constantes trocas de roupas;
uso de EPI 's; distanciamento da família e
amigos; divisão da ala Covid.
Fonte: Autoras (2020)
Conforme relato dos colaboradores, tanto nas entrevistas realizadas em junho quanto
em setembro, pode-se observar que o aumento dos cuidados com a higiene es se
tornando cada vez mais contundente e prioritário na vida dos profissionais, uma vez que
são indispensáveis para a seguraa de todos. Os colaboradores afirmaram que houve
mudança na rotina quanto à higiene das mãos, ao uso do álcool gel e as constantes
aferições de temperatura na equipe de trabalho. Além disso, mencionaram as constantes
trocas de roupas quando iniciam ou finalizam sua carga horária de trabalho e/ou quando
entram em contato com um paciente com suspeita ou confirmação de contaminão
pelo novo coronavírus. Corroborando com os achados, Marques et al. (2020) afirma que
é de extrema imporncia que sejam incluídas medidas de proteção à saúde dos
profissionais que realizam o atendimento à populão em todos os setores, além de
oferecer condições seguras para a prestação de tais serviços.
Um aspecto relevante abordado pelos colaboradores nas duas entrevistas foi o uso de
EPI's. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (2020), o uso da scara
cirúrgica, do avental, das luvas, do protetor facial ou óculos, previne o contato com
qualquer tipo de secreção de pacientes suspeitos ou confirmados de covid-19. Porém,
de forma contraditória, durante a realização das entrevistas, dois colaboradores não
utilizavam máscara, o que evidencia um fator preocupante em termos de negligência aos
cuidados mais primordiais. Neste contexto, a Anvisa (BRASIL, 2003) relata que a
negligência é a principal causa de acidentes quando o assunto é seguraa no trabalho
e saúde. Desta forma, o profissional deve estar sempre atento, pois um descuido pode
acarretar em consequências graves tanto ao profissional quanto aos seus pacientes.
Outro fator que foi evidenciado durante as entrevistas no período pós casos
diagnosticados, diz respeito à necessidade do distanciamento social, tanto da família
quanto dos amigos e colegas de trabalho, o que vem impactando de forma negativa no
cotidiano. Conforme Ornell et al. (2020) o isolamento social e o distanciamento físico são
medidas adotadas para prevenir o contágio do vírus entre a população. Este fato é de
conhecimento da população e dos profissionais da saúde, porém, dado o longo período
de duração da pandemia e a falta de perspectiva a respeito de quando ela terá seu fim,
uma grande anstia cresce na sociedade. Para os profissionais da sde em especial,
o distanciamento é importante pelo fato dos mesmos serem potenciais transmissores do
vírus como mencionado na categoria sobre os medos relacionados ao vírus.
Nas entrevistas realizadas em setembro, diversos colaboradores citaram a divisão do
ambiente de trabalho entre o setor que atende os pacientes com sintomas gripais e o
setor com atendimento de outras demandas, como um fator tranquilizador. Esta divisão
foi realizada a fim de manter parte da equipe de saúde e os pacientes sem sintomas
gripais fora da zona de risco de contaminação. A segmentão es ocorrendo em
diversos setores da saúde, desde a atenção priria até as unidades de terapia intensiva
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e é amplamente incentivada pelos óros governamentais. Corroborando, Souza e
Souza (2020) afirmam que a divisão do atendimento dos pacientes com sintomas gripais
deve ser realizada a fim de organizar o trabalho e preparar as equipes de enfermagem
para o trabalho em setores de maior risco. Desta forma, tanto pacientes quanto
profissionais de saúde podem se sentir mais tranquilos durante o atendimento.
Assim, a partir dos resultados das entrevistas, ficou evidente que diante da pandemia,
ainda há questões primordiais de cuidados que tendem a ser negligenciados, sendo que
estes já deveriam estar incorporados naturalmente à rotina de trabalho dos profissionais
da saúde. A preocupação com o potencial de contaminação nos ambientes de saúde
parece ser de senso comum entre os profissionais, mas, ficou evidente que as atitudes
nem sempre condizem com essa realidade.
A importância do trabalho na linha de frente durante a pandemia
Muitos profissionais da saúde, como os cnicos de enfermagem, possuem um histórico
de desvalorização, baixos salários e condições de trabalho desfavoráveis (SOUZA E
SOUZA, 2020). Somando a estes fatores estão ainda, o baixo investimento em
educação permanente e a limitada participão na gestão dos serviços (BRASIL, 2010).
Porém, no momento atual, estes profissionais são considerados essenciais, o apenas
pela sua capacidade técnica, mas também pelo engajamento no combate ao novo
coronavírus.
A expressão profissionais da linha de frente no combate ao novo coronavírus vem
sendo usada para designar os profissionais da saúde que atuam diretamente em contato
com pacientes suspeitos ou com confirmação de contaminação pelo novo coronavírus.
Destes, podemos citar os cnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos,
fisioterapeutas, psicólogos, entre outros. Através desta expressão, nota-se a crescente
e evidente importância destes profissionais para o bem-estar da população, o que é
perceptível nas questões abordadas pelos colaboradores quando questionados acerca
de como percebem o seu trabalho durante a pandemia (quadro 4).
Quadro 4 - Percepção dos colaboradores a respeito da imporncia do trabalho na linha de frente durante
a pandemia.
Mês de junho
Mês de setembro
O trabalho na linha
de frente durante a
pandemia
É fundamental;de extrema importância;
de muita orientação; indispensável;
perceptível aumento da valorização.
Grande aquisição e transmissão de
conhecimento; aumento da
conscientização.
Fonte: Autoras (2020)
Após quatro meses da confirmação do primeiro caso de covid-19 no município, os
colaboradores afirmaram que este período está sendo de muito aprendizado no que
concerne à adequação do trabalho às novas rotinas. Estas adaptões estão associadas
principalmente à atenção ao paciente, visto que muitas pessoas que estão infectadas
pelo vírus não manifestam sintomas e/ou manifestam sintomas muito diversos que
podem não estar diretamente relacionados ao novo coronavírus. Almeida et al. (2020)
afirma que existe uma grande mobilização para o desenvolvimento de novas tecnologias
que auxiliem no rastreamento do contágio, visto que existe uma grande dificuldade no
diagnóstico da população em todo o mundo.
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Conforme Souza e Souza (2020), o ano de 2020 está sendo considerado como o ano
da Enfermagem, no qual líderes mundiais reconhecem o valor do trabalho de quem atua
em constante risco de contágio e afirmam que sem estes profissionais não seria possível
controlar a pandemia. O aumento da valorizão destes profissionais pode impactar
positivamente na melhora da qualidade de vida no trabalho, sendo que quando a
qualidade de vida é mencionada por uma pessoa, ela geralmente está associada a
valores o materiais, entre eles a realização pessoal, a inserção social e a solidariedade
(MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). Estes valores são fortalecidos pelo reconhecimento
de um trabalho árduo em prol da sociedade, como é o caso do trabalho dos profissionais
da saúde no cenário atual.
Nas entrevistas realizadas em junho, os colaboradores relataram que o aumento da
valorizão da profissão é perceptível no cenário atual. Segundo Souza e Souza (2020),
cada profissional que adoece pelo contágio com o novo coronavírus gera uma
sobrecarga na equipe de trabalho visto que este, terá de se afastar de sua função além
de se tornar um potencial transmissor do vírus para a população. Nota-se que esta
crescente valorização traz esperaa aos profissionais, porém, é lamentável que a
valorizão venha acompanhada de um preço tão alto quanto o risco de morte.
Os profissionais relataram ainda, a necessidade de buscar conhecimento bem
fundamentado para poder transmitir à população as informões corretas sobre as
medidas de enfrentamento da pandemia, devido a necessidade de atuarem como
educadores em saúde para conscientizar a populão. Neste sentido, Júnior et al. (2020)
afirma que existe um grande esforço por parte dos órgãos governamentais para o
controle da pandemia, porém, a prevenção se configura como uma das melhores ações
à disposição da populão atualmente.
A atuação dos profissionais da saúde na conscientização da população para a realização
das medidas de preveão ao novo coronavírus tem ganhado destaque na mídia, sendo
o engajamento desses profissionais, notável desde o início da pandemia. De acordo com
Forte e Pires (2020) ao promover a educação em saúde para a população, os
profissionais estão cumprindo com a sua missão de zelar pelo bem-estar de todos, visto
que estas informações auxiliam na prevenção de doenças e na promoção da sde.
Além disso, quando este tipo de informação é veiculada por profissionais da saúde, a
população dá maior credibilidade e relevância. Desta forma, pode-se inferir que o
comprometimento dos profissionais da saúde com o seu trabalho, implicou em inúmeros
desafios e situações atípicas na sua rotina, sem, no entanto, interferir na eficácia e
resultados do seu trabalho.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados das entrevistas, ficou evidente que a pandemia de covid-19 tem
um grande impacto na qualidade de vida dos profissionais de saúde que atuam na linha
de frente, pela geração de estresse e preocupação constante com a possibilidade de
serem potenciais transmissores do vírus. Desta forma, os resultados deste estudo se
assemelham aos resultados de estudos realizados na China e confirmam a necessidade
de uma maior atenção por parte dos gestores de sde, não só do Brasil como do mundo
todo, quanto a saúde mental e a amplião das práticas de educação permanente para
os profissionais da saúde.
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Quanto ao medo relacionado ao contágio do vírus, nota-se que os profissionais
apresentavam, em junho, grande receio de serem contaminados e de serem potenciais
transmissores. No entanto, comparativamente com os resultados das entrevistas
realizadas em setembro, percebe-se que houve um aumento da tranquilidade e
confiança no dia a dia de trabalho, o que tende a ter relação com o maior conhecimento
em relação ao contágio e evolão da doença.
Com relação ao aumento dos cuidados de higiene durante o período da pandemia,
percebeu-se a existência constante de preocupação por parte de alguns profissionais na
manuteão da higiene do ambiente, assim como, da higiene do próprio corpo, o que
auxilia de forma significativa no combate ao novo coronavírus. No entanto, em alguns
casos percebeu-se certa discrepância entre o que é dito e o que é praticado.
No que tange à importância do trabalho na linha de frente durante a pandemia, nota-se,
de forma geral, que os profissionais se veem estigmatizados frente à sua profissão,
principalmente em relão a serem potenciais vetores de contágio, mesmo que neste
momento esteja ocorrendo uma maior valorizão da profissão. Ademais, observa-se
nos profissionais, o sentimento de responsabilidade pela conscientização da população
frente às medidas de preveão ao novo coronavírus, o que enaltece a importância
destes profissionais no contexto da pandemia. Espera-se que esse cenário de atenção
para com os profissionais técnicos de enfermagem, perdure para além da pandemia,
pois é uma profissão essencial para promão e manuteão da saúde.
Por fim, percebeu-se em todo o percurso da pesquisa, o estresse, a ansiedade e o medo
presentes no cotidiano, o que afetou sobremaneira a qualidade de vida desses
profissionais. Apesar disto, ficou evidente, ao confrontar os relatos dos técnicos de
enfermagem no período anterior e posterior aos primeiros casos diagnosticados, que o
medo inicial em relação ao contágio e ao enfrentamento da doença foi sendo amenizado
gradativamente a medida em que as formas de contágio, cuidados e prevenção foram
difundidos e ficaram mais claras.
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Data da submissão: 03/03/2021
Data da aprovação: 12/05/2022