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DOI: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2022.40087
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS COLABORATIVAS NA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO ENFRENTAMENTO À COVID-
19
1
Collaborative skills development in multiprofessional residency coping with
Covid-19
GOMES, Renata Carneiro Souza
2
PEDROZO, Luiza Machado
3
MESTRINER, Soraya Fernandes
4
LAGO, Luana Pinho de Mesquita
5
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento de competências colaborativas para o trabalho
em equipe por residentes no enfrentamento à Covid-19 em um munipio do Estado de o Paulo.
Trata-se de um estudo descritivo, explorario e transversal de abordagem qualitativa, desenvolvido por
meio de questiorio e entrevistas semiestruturadas, com 24 residentes médicos e multiprofissionais,
que participaram do Disque Covid-19 em 2020. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas
por meio da técnica de alise de contdo. Os resultados foram organizados em ts temas:
aprendendo em equipe, entendimento do processo de trabalho e aproximão ao cuidado centrado no
usuário. Clareza de papéis, funcionamento da equipe, comunicação interprofissional, atenção centrada
no paciente, família e comunidade e resolução de conflitos foram competências desenvolvidas no
serviço de teleatendimento, potencializadas pela potica de humanização, o que os aproximou da
ptica colaborativa interprofissional.
Palavras-chaves: Educação interprofissional. Pticas interdisciplinares. COVID-19.
Telemonitoramento.
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the development of collaborative skills for teamwork by residents
coping with Covid-19 in a municipality in the State of o Paulo. This is a descriptive, exploratory and
transversal study with a qualitative approach, developed through a questionnaire and semi-structured
interviews, with 24 medical and multiprofessional residents, who participated in the Covid-19 call center
in 2020. The interviews were recorded, transcribed and analyzed using the content analysis technique.
The results were organized into three themes: learning as a team, understanding the work process and
approximation to user-centered care. Clarity of roles, team functioning, interprofessional communication,
patient-centered care, and conflict resolution were developed skills in the call center service, enhanced
by the humanization policy, which brought them closer to interprofessional collaborative practice.
Keywords: Interprofessional education. Interdisciplinary placement. COVID-19. Telemonitoring.
1
(i) o artigo não foi apresentado ou publicado em encontros e/ou eventos científicos; (ii) o projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob protocolo número CAAE 38185920.6.0000.5419, parecer 5023854; (iii)
resultado de um Trabalho de Conclusão de Residência (iv) não recebeu apoio de órgãos de financiamento/fomento.
2
Pós-graduada Residente no Programa Atenção Integral à Saúde, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. re_csg@hotmail.com.
3
Graduanda em Odontologia. Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto,
São Paulo, Brasil. luh.pedrozo@usp.br.
4
Professora Doutora. Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil. somestri@forp.usp.br.
5
Professora Doutora. Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil. luanamesquita@usp.br.
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INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de
saúde pública do mundo, que teve muitos avanços e desafios nos últimos 30 anos e
continua buscando a atenção à saúde integral, universal e equitativa (SANTOS, 2018).
Tal como os princípios do SUS, e em acordo com as novas e complexas demandas do
mundo contemporâneo, um novo modelo de formão por competências se faz
necessário (LIMA et al., 2020).
Apesar de grande enfoque na formão fragmentada e uniprofissional, a abordagem
interprofissional tem sido destacada, por exemplo, nas novas Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs) dos cursos da saúde, e nas práticas de Educação Permanente em
Saúde (BRASIL, 2018). Na Educação Interprofissional (EIP), as profissões cooperam
entre si e aprendem sobre o trabalho coletivo e as suas especificidades. Através do
aprendizado interativo e integrado se desenvolvem as competências colaborativas,
potencializando o processo de qualidade e eficácia do cuidado (SILVA et al., 2015). De
acordo com o Canadian Interprofessional Health Collaborative (CIHC, 2010). é requisito
para a prática colaborativa o desenvolvimento de seis competências: a clareza de papéis,
o funcionamento da equipe, a comunicão interprofissional, a atenção centrada no
paciente, família e comunidade, a resolução de conflitos e a liderança colaborativa.
As Residências Multiprofissionais em Saúde são um importante cenário de ensino-
aprendizagem da interprofissionalidade que buscam formar profissionais da área de
saúde e correlatas, em nível de pós-graduação lato sensu para atuar de maneira
interprofissional de acordo com os princípios do SUS (SILVA, 2016). Ainda, a formação
interprofissional na residência pode ser disparada por espaços coletivos de educação
permanente e análise de práticas profissionais (NN [eliminado para efeitos da revisão por
pares], 2018).
Em janeiro de 2020, a OMS declarou o surto de Doença Respiraria Aguda pelo 2019-
nCoV como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional e em
fevereiro o Brasil publicou medidas de enfrentamento ao coronavírus (WHO, 2020;
BRASIL, 2020a). O Ministério da Saúde em junho, através da portaria nº 526 inclui o
procedimento teleconsulta na atenção priria, ou seja, [...] atendimento à distância,
suporte assistencial, consultas, monitoramento e diagnóstico clínico ambulatoriais,
realizados por meio de tecnologia da informação e comunicação” (BRASIL, 2020b, p.49).
Em consonância com as diretrizes apontadas acima, a Secretaria Municipal da Saúde
de NN [eliminado para efeitos da revisão por pares], em parceria com a Universidade
NN [eliminado para efeitos da revisão por pares], com referências o Ofício n°
1756/2020 do Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Portaria n° 467 de 20 de março
de 2020 do Ministério da Saúde, implantou o serviço de teleatendimento, Disque Covid-
19, nos números 0800 770 1160 ou 160, funcionando diariamente em horário estendido,
composto por equipe multiprofissional para informar, monitorar e orientar a população,
discutindo os casos com os médicos de plantão para reduzir o trânsito de pessoas e
organizar o serviço (CFM, 2020; BRASIL, 2020c).
No contexto da formação em serviço, é importante investigar o desenvolvimento de
competências colaborativas para o trabalho em equipe na residência multiprofissional e
suas repercussões na qualidade do cuidado na Ateão Básica, especialmente em
tempos de pandemia, momento que exige a reestruturação do processo de trabalho em
saúde. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento de competências
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colaborativas por residentes para o trabalho em equipe no enfrentamento à Covid-19 em
um município do Estado de o Paulo.
METODOLOGIA
Estudo exploratório, descritivo e transversal, de abordagem qualitativa realizado com
residentes do Programa de Residência Multiprofissional NN [eliminado para efeitos da
revisão por pares] e do Programa de Residência Médica NN [eliminado para efeitos
da revisão por pares] que participaram do Disque Covid-19 durante a pandemia no ano
de 2020.
Em NN [eliminado para efeitos da revisão por pares], no plano de contingenciamento
de enfrentamento à Covid-19 o NN [eliminado para efeitos da revisão por pares]
participou das ações de teleatendimento e telemonitoramento no Disque Covid-19, e nas
Unidades da Estratégia de Saúde da Família, com serviço de Posso Ajudar na
recepção, triagem dos pacientes com queixas suspeitas de Covid-19, atendimentos de
urgência e emergência e o acolhimento a agenda protegida como o pré-natal, puerpério,
caso novo de puericultura, retornos até 01 ano de idade, pacientes com queixas agudas,
pacientes com comorbidades e doença crônica descompensada (PMRP, 2020).
Foram convidados por meio eletrônico (e-mail) a participar da pesquisa 33
residentes, desses 28 do NN [eliminado para efeitos da revisão por pares] das áreas
de farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, e
odontologia, e 05 residentes médicos do NN [eliminado para efeitos da revisão por
pares]; que participaram do serviço de teleatendimento, Disque Covid-19. Inicialmente
foi enviado o link para acesso ao termo de consentimento livre e esclarecido via google
forms, onde após aceite era direcionado a algumas perguntas que caracterizaram o perfil
dos participantes. Foram realizadas entrevistas em ambiente virtual (Google Meet),
gravadas e transcritas, com uso de roteiro semi-estruturado com as seguintes questões
norteadoras: 1) Como foi a sua participação na implantação do Disque Covid-19? 2) De
que forma o trabalho em equipe multiprofissional ou interprofissional contribuiu durante o
teleatendimento? 3) O que você considera como aprendizado a partir do trabalho
desenvolvido no Disque Covid-19? 4) O que você considera que poderia ser diferente?
5) Como se deu a integração entre os diferentes profissionais de saúde? Você considera
que alguma área se sobressaiu sobre as demais? Foi utilizada a técnica de análise de
conteúdo com as seguintes etapas: pré-análise com leitura flutuante do material,
explorão do material e escolha de categorias baseadas no objetivo do estudo e por
último o tratamento dos dados por inferência e interpretação, com apoio no referencial
teórico da EIP (BARDIN, 2011; HPN, 2010).
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da NN [eliminado para efeitos da
revisão por pares] sob o protocolo CAAE: 38185920.6.0000.5419. Por questões éticas,
foram utilizados nomes de flores para cada um dos participantes, seguido da área
profissional.
RESULTADOS
Quanto a caracterização do perfil dos participantes, o estudo contou com 24 residentes,
na sua maioria do primeiro ano (66,7%) e do sexo feminino (87,5%). Com média de idade
de 25 anos, e das seguintes áreas profissionais: farmácia (03), fisioterapia (03),
fonoaudiologia (04), medicina (03), nutrição (03), odontologia (04), psicologia (02) e
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terapia ocupacional (02). Foi relatada por 75% dos residentes a participação em cursos,
colóquios e/ou palestras que abordavam o trabalho em equipe e a formação em sde.
A partir da análise das entrevistas, os resultados foram organizados em 3 temas:
Aprendendo em equipe” (Quadro 1),Entendimento do processo de trabalho (Quadro
2) e "Aproximão ao cuidado centrado no usuário (Quadro 3), com suas respectivas
categorias.
Quadro 1 - Tema Aprendendo em equipe
Categorias
Fragmentos
Prática integrada
"todo mundo ali começou a pensar, reorganizar o serviço e pessoas de
diferentes formações começaram a trabalhar juntos surgiu muita coisa que eu
não imaginava [ ] enquanto que esses trabalhos assim uniprofissionais, por
exemplo, ambulatórios que tem nutricionista ou mesmo enfermaria [ ] a
coisa fica muito quadrada, sabe? A hora que você dá uma misturada saem
coisas muito positivas" - Lavanda - Nutrição
Compartilhamento de
saberes
"a (residente da terapia ocupacional) decorou o espaço, criou uma atmosfera
de trabalho mais agradável com outros profissionais… música, atividades,
alongamento, os espaços de relaxamento Aquecimento de voz e trabalhos
relacionado a voz com a fonoaudiologia, resposta de dúvidas pela nutrição" -
Gérbera - Nutrição
"as meninas da psicologia que realizavam um serviço específico para essas
pessoas (acolhimento de usuários), elas matriciaram, nos matriciaram para
que a gente pudesse acolher bem esses pacientes" - Hibisco - Fonoaudiologia
"discussões no ambiente de trabalho mesmo lá no Disque Covid e também
pelo WhatsApp que tínhamos do grupo do Disque Covid" - Cineria - Nutrição
Reconhecimento de
papéis
"foi legal ver cada um falando, cada um orientando e até fazendo a escuta
qualificada para eu entender como era a formação de cada especialidade" -
Gerânio - Fonoaudiologia
"discutir alguns casos clínicos que eram levantados pela equipe médica ou
pela equipe multiprofissional que não estavam totalmente relacionados a
covid [ ] e aí a gente conseguia fazer uma discussão clínica, para ver a
conduta de cada profissional então foi enriquecedor tanto nas questões de
saúde que nãoo de especialidades [ ] para a promoção e prevenção de
saúde quanto para ver sim a performance na sua área de competência" -
Gerânio - Fonoaudiologia
Resolução de conflitos
"eu acho que paciência [ ] é um pouco engraçado mas eu realmente acho
que aprender a lidar com uma situação adversa que não era o planejado me
fez desenvolver bastante essa questão da paciência mesmo, de aguardar, de
esperar, de lidar" - Gérbera - Nutrição
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Quadro 2 - Tema Entendimento do processo de trabalho
Categorias
Fragmentos
Modelo de
cuidado
"eu acho que de aprendizado foi uma troca entre todos por igual, mas na parte da gestão, até o
posicionamento da equipe médica ficar numa mesa central e de ser direcionador do cuidado
muitas vezes colocou eles em uma posição como se fosse superior a nós em alguns momentos"
- Gérbera - Nutrição
"o trabalho multidisciplinar ele é essencial [ ] modelo dico centrado, a gente já sabe que não
dá certo isso, sobrecarrega os médicos, não é tão efetivo, tanto para atendimento, quanto pro
paciente e desvaloriza os outros profissionais também que precisam urgentemente ser
valorizados com políticas blicas adequadas " - Kalanch - Medicina
"a residência médica eu sempre vejo que acaba se sobressaindo[ ]o que acontecia no começo
era que a gente por ser multiprofissional não podia dar resultado de exame [ ] Nós reivindicamos
isso porque não fazia sentido. Todos somos profissionais da saúde e formados, capacitados [ ] a
partir do momento que isso foi possível para a gente (residente multiprofissional) eu não senti tanto
essa discrepância de especialidade, de nome de formação - Gerânio Fonoaudiologia
Gestão do
teleatendimento
"Não foi fácil, foi tudo muito incerto [ ] a gente foi mudando conforme as coisas foram
acontecendo, a gente teve que lutar bastante para a gente conseguir fazer algumas coisas e
negociar também funções, negociar horários" - Lótus- Fisioterapia
"por sermos residentes de diferentes áreas a gente tinha diferentes dúvidas, diferentes demandas
e com isso acho que pode contribuir para estabelecer um fluxo [ ] entendido por essas diferentes
pessoas, de diferentes formações Acho que isso facilita quando entravam novos alunos,
quando mudava o quadro de profissionais que estavam ." Lírio- Psicologia
"conhecer melhor essa questão do teleatendimento, essa parte mais burocrática da Secretaria até
em relação aos processamentos dos testes, organização... o fluxo ali então foi uma aprendizagem
bem, bem completa" - Cravina - Odontologia
Comunicão em
equipe
"O outro foi com relação à parte da comunicação mesmo entre a equipe multiprofissional. Na hora,
se a gente não conseguir se comunicar bem, de uma maneira clara para as pessoas que não são
da nossa área, essa pessoao conseguiria responder a dúvida de quem está do outro lado a
ligação, sabe?" - Margarida - Farmácia
no telefone não raramente a gente tinha dúvidas de várias ordens [ ] questão de medicação,
dúvidas de questão emocional, psicológica, diversas demandas também que surgiram e a gente
conseguia se comunicar, ir tirando essas dúvidas em equipe multiprofissional." - Lírio - Psicologia
Quadro 3 - Tema Aproximação ao cuidado centrado no usuário
Fragmentos
"quando a pessoa... ligava para tirar uma dúvida em saúde, era super interessante, eu pausava a
ligação e eu perguntava para quem estava lá, às vezes eu direcionava para uma profissão que eu
achava interessante só que muitas vezes não era a resposta só de uma profissão" - Camélia -
Terapia Ocupacional
"entender que estávamos ali por uma única causa por uma causa muito maior que era essa questão
toda, todo mundo ali muito inseguro todo mundo com medo, porém todos fazendo o seu papel e
ajudando o principal que era a população" - Ciclame - Odontologia
"Estar muito próxima da população, ouvir o que as pessoas estavam sentindo e ao mesmo tempo
receber um retorno positivo de algumas pessoas de que aquilo estava fazendo diferença para alguns
deles que estavam sendo atendidos" - Magnólia - Farmácia
"o vínculo da equipe, já estar acostumado com o trabalho, então a coisa ia fluindo melhor e ainda a
gente teve algumas alterações do próprio ambiente de trabalho que a (residente terapeuta
ocupacional) [ ] fez muita diferença, a ambncia" - Kalanchoê - Medicina
"aprendi a ouvir melhor as pessoas, né? Sem poder visualizá-las." - Cinerária - Nutrão
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DISCUSSÃO
No quadro 1, apresentam-se as aprendizagens em equipe observadas nessa pesquisa
nas categorias: prática integrada, compartilhamento de saberes, reconhecimento de
papéis e resolução de conflitos, representando o desenvolvimento de competências que
os aproximaram do trabalho interprofissional (ARRUDA et al., 2018; GIRUNDI; AVEIRO;
UCHÔA-FIGUEIREDO, 2021; MATTOS et al., 2019).
Uma vez que a educação interprofissional tem como foco a colaboração, momento em
que os profissionais de diferentes áreas trabalham juntos, aprendem juntos enquanto
incluem o usuário no centro do cuidado, também no processo de trabalho do Disque
Covid-19, houve reconhecimento de benefícios do trabalho em equipe para o paciente,
família e território, aspectos fundamentais para resolubilidade do serviço (PEDUZZI et
al., 2013).
A pandemia ims aos profissionais de saúde a necessidade de serem resilientes, e de
colocarem o usuário em primeiro lugar, se esforçando ao máximo para resolver os
problemas identificados, desenvolvendo a competência de resolão de conflitos, uma
vez que os residentes puderam refletir e discutir o fluxo de informações no
teleatendimento, ressignificando o trabalho em equipe em um momento de situão
adversa. Dessa forma, os residentes se mostraram resilientes ao priorizar a demanda de
informões e orientações sobre a Covid-19, favorecendo os saberes enquanto
profissionais da saúde em detrimento do saber apenas de sua especialidade (DAUMAS
et al., 2020).
Em estudo recente de Heath, Sommerfield, Von Ungern-Sterhberg (2020), estratégias
individuais ou em grupo utilizadas para alcaar a resiliência e lidar com possíveis
transtornos psicológicos de trabalhadores da saúde durante a pandemia foram o
autocuidado, busca por um propósito no trabalho, pequenas discussões em grupo,
práticas de respiração, práticas de manejo do estresse, flexibilidade na organização do
trabalho, educação e preparação do trabalhador, do paciente e família, similares ao que
foi compartilhado entre os residentes nesta pesquisa.
Os trabalhadores perceberam que durante o teleatendimento o usuário tinha demandas
que não eram possíveis de se resolver com apenas sua área de atuação ou sem discutir
o caso com outras profissões. Essa troca de saberes, de maneira clara, para que fosse
entendida por todos, aliada a uma escuta qualificada do paciente, gerou respostas
positivas por parte dessa população, que notava que ali havia um atendimento muito
mais complexo, participativo e humanizado (SANTOS et al., 2021)
No quadro 2, apresentam-se as categorias modelos de trabalho, gestão do
teleatendimento e comunicação em equipe relacionadas ao tema Entendimento do
processo de trabalho. Com relação a essa temática, os residentes perceberam a
insuficiência do modelo biomédico com lógica médico-centrada, a importância da
interprofissionalidade na qualidade do cuidado, as incertezas advindas de uma
pandemia e a necessidade de organização com protocolos de fluxos e comunicação
interprofissional colaborativa que facilitem essa troca de informações entre profissionais
e entre profissionais e pacientes ou falia (GOCAN; LAPLANTE; WOODEND, 2014).
O reconhecimento e reflexão sobre os modelos de trabalho e a gestão do
teleatendimento, favoreceram a construção coletiva de um ambiente e relações de
trabalho mais saudáveis, produzindo um atendimento melhor, mais eficiente e
humanizado ao usuário e à família. Os residentes desenvolveram competências como
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funcionamento em equipe, clareza de papéis e comunicação interprofissional a partir da
implantação de práticas de educação permanente no serviço, seja na incorporão de
novas práticas em saúde, seja no matriciamento da equipe, aliados a política de
humanizão com a ressignificação da ambiência proposta por uma residente da terapia
ocupacional. Outras ações foram o mapeamento e interação com as demandas da
fonoaudióloga e nutricionista, utilizando-se, no contexto do teleatendimento, de
discussões com a equipe de maneira presencial e síncrona ou através de aplicativos de
trocas de mensagens pelo celular (HUMANIZASUS, 2004).
Estes dados corroboram com os achados de Arruda et al. (2018) que analisaram que a
educação permanente tem ferramentas que apoiam no desenvolvimento de
competências que favorecem a inovação nas práticas, como a própria residência
multiprofissional, com seu caráter teórico-prático na condão de preceptores, reuniões
de equipe e atuação em rede. Chriguer et al. (2021) também concluíram que o uso das
tecnologias de informação e comunicação puderam auxiliar o ensino e pesquisa durante
a pandemia possibilitando o desenvolvimento de competências colaborativas.
O trabalho em equipe se mostrou desarticulado quando a gestão do trabalho ficou
inicialmente centrada apenas nos médicos, sobrecarregando uma profissão, dificultando
o desenvolvimento de competências como liderança colaborativa, a clareza de pais e
o funcionamento da equipe. Ao longo do período analisado, houve mudaa no processo
de trabalho, com tentativas de questionamento desse modelo médico-centrado. O
Disque Covid-19 funcionou como grupo de trabalho com entusiasmo para superar o
modelo estritamente biomédico e uniprofissional e avançar para uma prática
interprofissional, reconhecendo a complexidade do processo saúde-doença,
necessitando de uma rede saúde e colaboração entre os profissionais (PEDUZZI, 2016).
No quadro 3, apontam-se as categorias cuidado ampliado e humanização, indicando
uma aproximação à colaborão interprofissional com o cuidado centrado no usrio.
Nessa temática, os residentes perceberam que o foco do trabalho era a resolão das
necessidades apontadas pelos pacientes e usuários, instigando as habilidades em
escutar com atenção e empatia a demanda e informações trazidas, mesmo por meio de
um teleatendimento. Essa prática foi caracterizada pela troca de conhecimento além dos
núcleos de saberes com os outros profissionais, utilizando uma comunicão rápida,
clara e assertiva (SILVA JÚNIOR; ALVES; ALVES, 2005).
Estar imerso em um serviço de teleatendimento, exigiu uma compreensão de todo o
fluxo da rede de sde para assim poder acolher as demandas dos usuários do serviço,
direcionando-os de maneira eficiente e segura (SILVA JÚNIOR; ALVES; ALVES, 2005).
A compreensão do momento pandêmico e de constantes mudaas proporcionou aos
residentes a competência da comunicação interprofissional e resolução de conflitos, em
que os mesmos negociavam horários e funções, construíram juntos, a partir de áreas
diferentes, um fluxo de trabalho claro e eficiente focado no melhor atendimento ao
usuário. A comunicão aliada à resolução de conflitos interprofissionais ajudam a
romper barreiras como formão profissional fragmentada, a negão da pluralidade
profissional e limitação do desenvolvimento de respeito e compreensão de papéis
(GOCAN; LAPLANTE; WOODEND, 2014).
O tema da humanizão esteve presente de maneira transversal nos relatos dos
entrevistados de forma coletiva e compartilhada, envolvendo os profissionais, gestores e
a população. Dentre as estratégias, alinhadas à Política Nacional de Humanização,
destaca-se a formação de um vínculo entre os trabalhadores do Disque Covid-19, sendo
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relatado como facilitador do trabalho em equipe, um teleatendimento com acolhimento
da população fundamental em um período de instabilidade emocional pela pandemia
(HUMANIZASUS, 2004).
Esse acolhimento por telefone foi aprendido através do matriciamento da equipe nos
cuidados iniciais de sde mental. O uso de ferramentas online para o matriciamento em
saúde mental na pandemia foi tamm utilizado por residentes do Programa de Saúde
Mental Coletiva do Rio Grande do Sul como potente estratégia capaz de qualificar a
atenção e a integralidade do cuidado (SILVA et al., 2021). Outras práticas como a
criação da ambiência e a pactuão de tarefas coletivamente, valorizando o trabalhador
também foram relatadas como facilitadoras do trabalho interprofissional centrado no
paciente (HUMANIZASUS, 2004). Ramos et al. (2021) através de entrevistas com
trabalhadores e gestores de uma rede assistencial no enfrentamento à Covid-19,
encontraram também experiências de estratégias de humanizão de acolhimento dos
trabalhadores relacionados principalmente à defesa dos direitos dos usuários do SUS e
acolhimento dos próprios trabalhadores em tempo de pandemia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pandemia da Covid-19 alterou o processo de trabalho dos residentes multiprofissionais
e médicos, sendo utilizado o teleatendimento como uma estratégia de enfrentamento à
pandemia no município de NN [eliminado para efeitos da revisão por pares]. No
contexto do Disque Covid-19, os residentes puderam aprender a trabalhar juntos em
uma situação adversa, a compartilhar saberes de maneira presencial ou online, a
estruturar de maneira colaborativa um processo de trabalho, e apesar de estar em um
serviço de teleatendimento, escutar de maneira ativa a demanda do paciente para uma
resolução rápida e efetiva.
A humanização esteve presente de maneira transversal em todo o processo de trabalho,
no matriciamento para melhor acolhimento e escuta da população e na ambiência do
local de trabalho. Em alguns momentos houve barreiras a essa prática interprofissional
como o modelo biodico e sua lógica médico-centrada, onde a hierarquia dificultou a
abertura à aprendizagem junto com outros profissionais, sobrecarregando os médicos,
e tirando o foco do cuidado ao paciente.
Observou-se a presença das competências clareza de papéis, funcionamento da equipe,
comunicação interprofissional, atenção centrada no paciente, família e comunidade e
resolução de conflitos, muitas vezes de maneira interdependentes, corroborando com a
formação interprofissional para um trabalho em equipe, na perspectiva da prática
colaborativa, proposto nas residências multiprofissionais em saúde.
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Data da submissão: 09/06/2022
Data da aprovação:28/09/2022