A RELEVÂNCIA DA CATEGORIA GÊNERO E DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE SEXO NAS DISCUSSÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO DO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.17648/2238-037X-trabedu-v29n1-12168Palavras-chave:
Divisão do Trabalho, Divisão Sexual do Trabalho, Relações Sociais de SexoResumo
A mulher é apontada como a principal responsável pelo trabalho de manutenção da vida, e quando está no mercado de trabalho, acaba acumulando os serviços produtivo e reprodutivo. A partir deste entendimento propomos neste ensaio debater a importância da divisão sexual do trabalho, e relações sociais de sexo, nas discussões clássicas sobre a divisão do trabalho. Para tanto, partimos dos estudos de Smith, Durkheim, Marx e Engels sobre divisão do trabalho, passando às obras de Kergoat e Hirata sobre divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. Neste percurso foram evidenciadas aproximações entre Smith, Marx e Engels quanto à materialidade na base da formação da sociedade, sendo que Marx e Engels ampliam a discussão inserindo a exploração entre as classes, e distanciamentos entre Smith e Durkheim – enquanto um vê as trocas como elo que une as pessoas, o outro atribui à consciência da interdependência essa mesma função. Entretanto observa-se que a especificidade da condição feminina não foi considerada. A divisão sexual do trabalho demonstra que socialmente há trabalhos ditos para homens e mulheres, sendo o do homem mais valorizado. Essa divisão mostra-se como a base material que altera as relações sociais entre homens e mulheres, gerando uma tensão constante que colabora com a manutenção da desvalorização, social e econômica, das mulheres. Com isso, conclui-se que a variável gênero é relevante nas discussões sobre a divisão do trabalho e a produção e reprodução social.
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