Aspectos culturais de povos desenvolvidos e subdesenvolvidos como caracterizadores dos seus contatos com línguas estrangeiras: uma correlação possível
Abstract
Este trabalho pretende ser uma investigação sociológica, bibliográfica, quanto às características de auto-imagem (identidade) de povos desenvolvidos e subdesenvolvidos no contexto do neocolonialismo ocidental no qual vivemos. Tal trabalho objetiva elucidar determinadas hipóteses de reações diversificadas desses povos frente a línguas estrangeiras, por exemplo, a) brasileiros que carregam para o aprendizado da língua inglesa o seu sentimento de admiração pela cultura americana ou inglesa ou, exatamente por não concordar com seus valores, não aceitam tal aprendizagem; b) americanos e ingleses que são indiferentes ao estudo de línguas de povos do terceiro mundo ou que têm curiosidade em aprendê-las para verem o exótico desses povos. Tentar-se-á responder, sem qualquer pretensão de se ter a resposta definitiva, a perguntas como — 'porque todos os povos ex-colonizados, atualmente do terceiro mundo, têm o estigma da preguiça, da irresponsabilidade, da vocação ao fracasso?' 'Seria mera coincidência?' Num primeiro momento, este artigo levanta hipóteses para, em seguida, em dois tópicos, apresentar um questionamento histórico, baseado na leitura de autores africanos e brasileiros. A seguir a autora consolida suas hipóteses e levanta questões.
This paper aims at being a sociological and bibliographical investigation as to the characteristics of self-image (= identity) of developed and underdeveloped countries in the occidental neocolonialism we live In. It is due to an attempt to clarify certain hypotheses concerning different reactions these peoples have in relation to foreign languages. e.g., a) Brazilians who bring to their learning the English language the same admiration they have in relation to the culture of the native speakers; b) American and English people who are indifferent to the study of languages of peoples of the third world or who are curious to learn them to get in touch with the exotic trend those cultures present. The writer will try to answer, with no intention to have a definite solution, some questions such as — 'Why are all the peoples who were once colonized lazy, irresponsible, prone to failure?' "Would it be a coincidence?'. At a first step this article raises hypotheses and later, in two sections, the writer presents a line of thought based on the historical questioning of African and Brazilian writers. Then she repeats her hypotheses and raises some questions.