O Ritual no Âmbito do Lazer de uma Prova de Meia Maratona
DOI:
https://doi.org/10.35699/1981-3171.2019.13556Palavras-chave:
Atividades de Lazer, Corrida, CulturaResumo
Neste estudo o problema investigado diz respeito às corridas de rua, em que os rituais demonstram a riqueza das formas de modus operandi dos vários participantes e grupos, que com objetivos distintos participam de provas de rua como, por exemplo, a meia maratona. Os objetivos foram identificar e analisar os significados e aspectos ritualísticos produzidos pelos corredores durante a participação em uma prova de meia maratona. A corrida de rua tem sido uma das atividades do contexto do lazer de pessoas de diferentes faixas etárias, condição de vida e de gênero. Para alguns, o lazer é um elemento da cultura não levado muito a sério diante de atividades que envolvem as obrigações sociais como o trabalho. No entanto, a partir do lazer podemos identificar particularidades de um grupo ou sociedade. A natureza da pesquisa é qualitativa. Foi realizada revisão de literatura, debate dos textos selecionados entre os investigadores e pesquisa de campo. Uma das pesquisadoras correu a prova de meia maratona e utilizou a técnica de observação participante. A partir das observações realizadas e analisadas identificou-se valores e aspectos constituintes das ações dos corredores: a competição, a honra em defesa da masculinidade e a interação social. Também foi possível observar que na corrida há grupos com interesses diversos e que o componente lúdico estava presente nas manifestações dos corredores observados, talvez pelo fator da corrida nesse caso ser uma ação realizada não como forma de obrigação.
Downloads
Referências
BALBINOTTI, Marcos Alencar Abaide; GONÇALVES, Gabriel Henrique Treter; KLERING, Roberto Tierling; WIETHAEUPER, Daniela; BALBINOTTI, Carlos Adelar Abaide. Perfis motivacionais de corredores de rua com diferentes tempos de prática. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 37, n. 1, 2015. p. 65-73.
BRITTAN, Arthur. Masculinity and Power. Oxford: Basil Blackwell, 1989.
CAMARGO, Wagner Xavier de. Considerações antropológicas sobre sexualidades e masculinidades no esporte. R@U, v.6, n.1, 2014. p. 41-62.
CAVALCANTI, Loreta Melo Bezerra ; PORPINO, Karenine Oliveira. O sofrimento e a dor como constituintes da beleza esportiva: reflexões para a educação. Holos, ano 31, v. 5, 2015. p.401-413.
CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens. Lisboa: Editora Cotovia, 1990.
DALLARI, Martha Maria. Corrida de rua: Um fenômeno sociocultural contemporâneo. São Paulo, 2009.
DIAS, Cleber. Corrida de rua no país do futebol. Recorde: Revista de
História do Esporte, v. 10, n. 1, 2017. p. 1-32.
DUNNING, Eric; MAGUIRE, Joseph. As relações entre os sexos no esporte. Revista Estudos Feministas, v.5, n.2, 1997. p.1-24.
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
FONSECA. C. Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, 10, p. 58-78, 1999.
GEERTZ, Clifford. Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.
________. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis: Vozes, 1997.
GONÇALVES, Michelle Carreirão; VAZ, Alexandre Fernandez. Educação do corpo, dor, sacrifício: um estudo com competidores de atletismo. Revista Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação, n. 58/1, 2012. p.1-10.
GRATÃO, Otávio Augusto; ROCHA, Cláudio Miranda da. Dimensões da motivação para correr e para participar de eventos de corrida. R. bras. Ci. e Mov, v.24, n.3, 2016. p.90-102.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Introdução à obra de Marcel Mauss. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosacnify, 2003. p.11-46.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e Educação. 10. ed. Campinas: Papirus, 2003.
MASSON, Letícia Fernanda Feitosa. Corrida de rua: uma prática democrática. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), 2016.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosacnaify, 2003.
________; HUBERT, Henri. Sobre o sacrifício. São Paulo: Cosacnaify, 2005.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. P. 9-30.
OLIVEIRA, Saulo Neves de. Lazer sério e envelhecimento: explorando a carreira de corredores de longa distância em um grupo de corridas de rua no sul do Brasil. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Educação, Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2016.
PINTO, Mauricio Rodriguez; ALMEIDA, Marco Bettine. As torcidas queer em campo: a emergência de grupos que questionam a homofobia e o machismo no futebol. Revista Brasileira de Estudos do Lazer, v.1, n.2, 2014. p. 105-116.
PURIM, Kátia Sheylla Malta; TITSKI, Ana Cláudia Kapp; BENTO, Paulo César Barauce; LEITE, Neiva. Lesões desportivas e cutâneas em
adeptos de corrida de rua. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.20, n. 4, 2014. p. 299-303.
ROJO, Jeferson Roberto; STAREPRAVO, Fernando Augusto; CANAN, Felipe; MEZZADRI, Fernando Marinho; SILVA, Marcelo Moraes e. Transformações no modelo de corridas de rua no Brasil: um estudo na “Prova Rústica Tiradentes”. R. bras. Ci. e Mov, v. 25, n. 1, 2017a. p.19-28.
________; STAREPRAVO, Fernando Augusto; MEZZADRI, Fernando Marinho; SILVA, Marcelo Moraes e. Corrida de rua: reflexões sobre o “universo” da modalidade. Revista Corpoconsciência, v. 21, n. 3, 2017b. p.82-96.
SANCHO, Juana M.; HERRAIZ, Fernando; HERNANDEZ, Fernando; VIDIELLA, Judit. Masculinidade hegemônica, esportes e atividade física. Movimento, v.16, n.4, 2010. p.93-115.
SILVA, Cinthia Lopes da; HASSE, Manuela. Lazer e esportes: textos didáticos. Piracicaba: Editora Unimep, 2013.