Uma Diversão entre a Ciência e o Ocultismo

Os Espetáculos de Mágica no Rio de Janeiro do Século XIX (Décadas de 1840-1880)

Autores

  • Victor Andrade de Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.36339

Palavras-chave:

Mágica, História da Diversão, História do Rio de Janeiro

Resumo

Este estudo objetiva lançar um olhar sobre os espetáculos de artes mágicas promovidos no Rio de Janeiro do século XIX, sugerindo que, por suas características, podem nos permitir perceber algumas peculiaridades nacionais do processo de adesão ao ideário e imaginário da modernidade. Como fontes, foram utilizados revistas e jornais publicados na cidade entre as décadas de 1840 e 1880, período em que mágicos mais amiúde ocuparam os palcos de teatros fluminenses, observando-se um auge e regressão da popularidade desse tipo de divertimento. Na análise/interpretação, consideramos as três dimensões que marcaram, no Brasil e no mundo, os discursos e dinâmicas dessas apresentações: a ciência, o ocultismo, a diversão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

O ÁLBUM Semanal, 8 fev. 1852, p. 54.

ALMANAK GAZETA DE NOTÍCIAS, 1889, p. 269.

ALMANAK Laemmert, 1860, p. 6 (notabilidades).

______, 1883, p. 2066.

______, 1883, p. 1239.

ARCHIVO Municipal, 30 out. 1862, p. 4.

AVISOS. Gazeta do Rio de Janeiro, 25 jan. 1815, p. 4.

BAZAR Volante, ano 1, n. 26, 1864. p. 6.

BENCHIMOL, Jaime L. Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Bio-Manguinhos, 2001.

O BESOURO, 6 jul. 1878, p. 112.

BLASCO, Fernando; PORTAS, Miquel Duran; RABASEDA, Sílvia Simon. Científicos, magos, su intersección y su relación con el público. CONGRESO DE COMUNICACIÓN SOCIAL DE LA CIENCIA, 6, 2017. Anais…Córdoba, 2017.

BOSCO, o especulador. Corsário, 24 fev. 1883, p. 2.

BUDASZ, Rogério. Teatro e música na América Portuguesa: convenções, repertório, raça, gênero e poder. Curitiba: DeArtes/UFPR, 2008.

CARVALHO, José Murilo (coord.). História do Brasil Nação (1808-2010) – volume 2 – A construção nacional (1830-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CHALHOUB, Sidney et al. (org.). Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos de história social. Campinas: Unicamp, 2003.

CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa (org.). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.

CIRCO Olímpico. Jornal do Comércio, 20 fev. 1838, p. 3.

COMUNICADO. Jornal do Comércio, 24 fev. 1841, p. 3.

CORBIN, Alain. História dos tempos livres. In: CORBIN, Alain (org.). História dos tempos livres. Lisboa: Teorema, 2001. p. 5-16.

CORREIO MERCANTIL, 20 mar. 1861, p. 4.

______, 13 maio. 1865, p. 4.

______, 30 set. 1856, p. 4.

______, 13 maio. 1865, p. 4.

______, 18 nov. 1867, p. 4.

______, 30 set. 1877, p. 8.

______, 04 junho. 1863, p. 4.

______, 06 nov. 1857, p. 4.

______, 30 out. 1867, p. 1.

O CRONISTA, 26 mar. 1839, p. 1125.

O DESPERTADOR, 15 mai. 1841, p. 3.

______, 12 abr. 1839, p. 3.

DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 7 fev. 1838, p. 4.

______, 29 jan. 1852, p. 4.

______, 21 jul. 1861, p. 4.

______, 10 jun. 1846, p. 4.

______, 5 mai. 1863, p. 1.

DIAS, José. Teatros do Rio: do século XVIII ao século XX. Rio de Janeiro: Funarte, 2012.

EDLER, Flávio Coelho. A medicina no Brasil imperial: clima, parasitos e patologia tropical. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011.

ELETRICIDADE. Correio Mercantil, 8 fev. 1854, p. 3.

______ medicinal. Jornal do Comércio, 7 dez. 1868, p. 1.

ESPECTADOR, 14 out. 1883, p. 1.

ESPECTROS impalpáveis. Jornal do Comércio, 7 jul. 1867, p. 1.

ESPIRITISMO. Imprensa Evangélica, 4 out. 1884, p. 147.

O ESPIRITISMO moderno. Imprensa Evangélica, 23 n. 1889, p. 370.

FAY e Keller. Revista Espírita, ano 1, n. 6, jun. 1875, p. 173.

FEITIÇO e feiticeiros. A Mãe de Família, 15 mai. 1884, p. 66.

O FIM do mundo não tarda. Periódico dos Pobres, 11 out. 1853, p. 1.

FOLHETIM. Jornal do Comércio, 12 mar. 1841, p. 1.

______. Jornal do Comércio, 10 jun. 1877, p. 3.

______. Correio Mercantil, 14 set. 1962, p. 1.

______. Diário do Rio de Janeiro, 1 ago. 1858, p. 1.

FREIRE, Vanda Lima Bellard. A Mágica – um gênero musical esquecido. Revista Opus, Pelotas, n. 6, p. 77-86, out. 1999.

GALDINO, Christianne. Não é ilusão!(Um estudo sobre a relação entre humanos, ambiente e técnicas na prática do ilusionismo). REIA – Revista de Estudos e Investigações Antropológicas, Recife, ano 3, volume Especial I, p. 127-139, 2016.

GAZETA DO RIO DE JANEIRO, 29 jun. 1814, p. 4.

______, 25 set. 1816, p. 1.

______, 29 jun. 1814, p. 4.

______, 25 set. 1816, p. 1.

GAZETA DE NOTÍCIAS, 09 jun. 1877, p. 4.

______, 11 jun. 1877, p. 1.

______, 19 nov. 1878, p.14.

______, 13 nov. 1875, p. 4.

O GLOBO, 7 nov. 1875, p. 4.

GONÇALVES, Valéria Portugal; ORTEGA, Francisco. Uma nosologia para os fenômenos sobrenaturais e a construção do cérebro ‘possuído’ no século XIX. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.20, n.2, p.373-389, abr.-jun. 2013.

HARADA, Ricardo Godoy. A tentativa do impossível: a arte mágica como matéria poética da cena teatral. Tese (Doutorado em Artes). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2012.

HARADA, Ricardo. Arte mágica: a filha bastarda da modernidade. Revista do Centro de Pesquisa e Formação/Sesc, São Paulo, n. 7, p. 212-227, nov. 2018.

HERMANN. Diário do Rio de Janeiro, 12 mai. 1867, p. 2.

JORNAL DA TARDE, 23 nov. 1870, p. 4.

JORNAL DO COMÉRCIO, 2 mai. 1841, p. 3.

______, 20 fev. 1852, p. 2.

______, 20 mar. 1859, p. 4.

______,22 mar. 1859, p. 4.

______,15 fev. 1841, p. 3.

______,19 fev. 1838, p. 2.

______, 18 out. 1863, p. 4.

______,12 set. 1840, p. 3.

______,08 abr. 1865, p. 4.

______,09 jun. 1877, p. 8.

______,2 jul. 1865, p. 4.

______,12 out. 1868, p. 4.

______,11 ago. 1868, p. 4.

______,24 set. 1850, p. 3.

______, 19 ago. 1871, p. 8.

______, 19 jun. 1868, p. 8.

______, 15 jun. 1869, p. 7.

______, 13 out. 1852, p. 4.

LACERDA, Danielle Christine Othon. Saberes ocultos no Brasil Império: a arte da cura pelo magnetismo animal e a busca pela legitimidade. História e Cultura, Franca, v. 7, n. 2, p. 91-119, 2018.

MAGIA. Marmota na Corte, 1 abr. 1852, p. 2/3.

A MAGIA no século XIX. Revista Popular, n. 2. 1859, p. 7.

A MÁGICA aparente. Periódico dos Pobres, 12 out. 1852, p. 3.

MAIA, Ricardo Jakson de Freitas; FERNANDES, Cláudia Regina. O alvorecer da anestesia inalatória: uma perspectiva histórica. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 6, p. 774-782, 2002.

MAINENTE, Renato Aurélio. Reformar os costumes ou servir o público: visões sobre o teatro no Rio de Janeiro oitocentista. Tese (Doutorado em História). Franca: Universidade Estadual Paulista, 2016.

MANNONI, Laurent. A grande arte da luz e da sombra. São Paulo: Senac/Editora Unesp, 2003.

MARMOTA Fluminense, 8 nov. 1852, p. 3.

A MARMOTA na Corte, 8 out. 1852, p. 4.

MATRIZ de São José – sermões sobre o espiritismo. O Apóstolo, 5 dez. 1888, p. 2.

MELO, Victor Andrade de. Lazer e Tecnologia – o século 19. In: FERES NETO, Alfredo; SCHWARTZ, Gisele Maria; MELO,Victor Andrade. Lazer e Tecnologia. Ijui: Editora da Unijui, 2012. p. 27-45.

______. Educação do corpo – bailes no Rio de Janeiro do século XIX: o olhar de Paranhos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.40, n. 3, p. 751-766, 2014.

______. O esporte: uma diversão no Rio de Janeiro do século XIX. Revista Brasileira de Estudos do Lazer, Belo Horizonte, v.2, n. 3, p.49-66, 2016.

______. Uma diversão civilizada – a patinação no Rio de Janeiro do século XIX (1872-1892). Locus, Juiz de Fora, v. 23, n. 1, p. 81-100, 2017.

______; PERES, Fabio de Faria.A gymnastica no tempo do Império. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014.

O MERCANTIL, 17 fev. 1886, p. 4.

______, 13 fev. 1886, p. 3.

MORTE de Mr. Debarr. Marmota na Corte, 1 abr. 1853, p. 1.

NEEDELL, Jeffrey D. Belle Époque tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

NOVAS descobertas. Correio Braziliense, v. XI, 1813, p. 236.

OBRAS inéditas. A Pátria, 10 jun. 1866, p. 2.

O PAIZ, 29 dez. 1884, p. 3.

AOS PARALÍTICOS. Correio Mercantil, 15 dez. 1853, p. 4.

PARTE científica. Diário do Rio de Janeiro, 13 abr. 1860, p. 1.

PERIÓDICO dos Pobres, 4 jun. 1853, P. 3.

PRESTIDIGITAÇÃO. Jornal do Comércio, 23 out. 1852, p. 1.

______. Diário do Rio de Janeiro, 22 out. 1852, p. 3.

______. Correio Mercantil, 27 out. 1852, p.1.

O PRESTIDIGITADOR brasileiro. Correio Mercantil, 6 mai. 1859, p. 2.

PRIORE, Mary Del. Do outro lado: a história do sobrenatural e do espiritismo. São Paulo: Planeta, 2014.

O PROGRAMA-AVISADOR, 19 maio 1886, p. 1.

______, 13 maio 1886, p. 1.

O PROPAGADOR das ciências médicas, 1827/1828, p. 116.

O QUE é espiritismo. Reformador, 15 nov. 1883, p. 4.

RABECADAS. Espectador, 14 out. 1883, p. 3.

A REFORMA, 15 jun. 1876, p. 1.

REFORMADOR, 15 out. 1886, p. 4.

REVISTA Espírita, ano 1, n. 6, jun. 1875, p. 177.

REVISTA ILUSTRADA, ano 6, n. 333, 24 fev. 1883, p. 3.

______, ano 11, n. 442, 6 nov. 1886, p. 6.

REVISTA Popular, ano 3, abr.-jun. 1861, p. 252.

RESSUREIÇÃO de Mr. Debarr, Periódicos dos Pobres, 20 ago. 1853, p. 3.

______. A Marmota na Corte, 19 ago. 1853, p. 2.

ROCHA, José Lourenço da. A educação matemática na visão de Augusto Comte. Tese (Doutorado em Educação). Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 2006.

DE S. JANUÁRIO. Diário do Rio de Janeiro, 9 mar. 1841, p. 3.

SAMPAIO, Gabriela dos Reis. Nas trincheiras da cura: as diferentes medicinas no Rio de Janeiro Imperial. Campinas: Unicamp, 2001.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do Imperador. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SEMANA Ilustrada, n. 97, 19 set. 1862, p. 1.

______, n. 484, 20 mar. 1870, p. 1.

______, 9 jun. 1861, p. 2.

O SR. SUTTON. O Despertador, 29 abr. 1841, p. 4.

SILVA, Alberto da Costa (coord.). História do Brasil Nação (1808-2010) – volume 1 – Crise colonial e independência (1808-1830). Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

SILVA, Gustavo Castro; MARCONDES, Ciro.Magia, poesia e espetáculo: Viagem à Lua e uma ubiquidade moderna. Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 104-119, 2015.

SILVA, Maria Cristina Miranda da. A presença dos aparelhos e dispositivos ópticos no Rio de Janeiro no século XIX.Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.

TEATRO. Diário do Rio de Janeiro, 29 jan. 1852, p. 4.

TEATRO de S. Pedro. Correio Mercantil, 2 mai. 1861, p. 2.

TEATRO FRANCÊS. Jornal do Comércio, 14 set. 1840, p. 2.

______. Jornal do Comércio, 20 set. 1840, p. 3.

TEATRO Lírico. Jornal do Comércio, 23 nov. 1867, p. 1.

TEATRO Mágico. Diário do Rio de Janeiro, 8 jun. 1846, p. 4.

TEATROS. Jornal do Comércio, 2 mar. 1842, p. 2.

TEATROS. Jornal do Comércio, 13 nov. 1847, p. 4.

______. Jornal do Comércio, 22 set. 1852, p. 4.

______. O Globo, 24 out. 1875, p. 2.

OS TEATROS na quaresma. Jornal do Comércio, 10 mar. 1840, p. 1.

TIVOLI. Diário do Rio de Janeiro, 5 ago. 1846, p. 4.

TRUSZ, Alice Dubina. Entre lanternas mágicas e cinematógrafos: as origens do espetáculo cinematográfico em Porto Alegre. 1861-190. Tese (Doutorado em História). Porto Alegre: UFGRS, 2008.

VIEIRA, João Luiz. Anatomias do visível: cinema, corpo e a máquina da ficção científica. In: NOVAES, Adauto (org.). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p.317-345.

ZIG-ZAG. X - Propriedade do Club X, 15 nov. 1867, p. 2.

Downloads

Publicado

2021-09-27

Como Citar

Melo, V. A. de. (2021). Uma Diversão entre a Ciência e o Ocultismo: Os Espetáculos de Mágica no Rio de Janeiro do Século XIX (Décadas de 1840-1880). LICERE - Revista Do Programa De Pós-graduação Interdisciplinar Em Estudos Do Lazer, 24(3), 527–574. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.36339

Edição

Seção

Artigos Originais