O Lazer pela Ótica da Cotidianidade em Terapia Ocupacional

Autores

  • Diego Eugênio Roquette Godoy Almeida Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2447-6218.2022.41659

Palavras-chave:

Terapia ocupacional, Atividades de lazer, Cultura

Resumo

Introdução: Amplo debate multidisciplinar vem problematizando teorias clássicas sobre o lazer, sobretudo a oposição criada entre lazer e trabalho. Objetivo: analisar o modo como o lazer tem sido teorizado em TO e, a partir do diálogo multidisciplinar, propor avanços apoiados na perspectiva da cotidianidade. Resultados e discussão: O lazer como tempo livre automotivado se destaca na TO, denotando estagnação intelectual. Partimos da produção de Christiane Gomes que define o lazer pelo prisma da cultura. Utilizamos também Raymond Williams para redefinir vivência cultural pelo materialismo histórico, e para relacionar cotidianidade e lazer. Conclusão: mais que uma classe de ocupações, pela cotidianidade o lazer é visto a partir de uma totalidade social, entrecruzando as dimensões do tempo, territorialidade e ludicidade.

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Publicado

2022-11-14

Como Citar

Almeida, D. E. R. G. (2022). O Lazer pela Ótica da Cotidianidade em Terapia Ocupacional. LICERE - Revista Do Programa De Pós-graduação Interdisciplinar Em Estudos Do Lazer, 25(3), 221–240. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2022.41659

Edição

Seção

Artigos de Revisão