Naturalistas europeus e as plantas medicinais do Estado de Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Maria das Graças L. Brandão Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (CEPLAMT), Museu de História Natural e Jardim Botânico. Departamento de Produtos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
  • Verena B. Oliveira Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (CEPLAMT), Museu de História Natural e Jardim Botânico. Departamento de Produtos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
  • Kadja Milena Gomes-Bezerra Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (CEPLAMT), Museu de História Natural e Jardim Botânico. Departamento de Produtos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil. Departamento de Botânica, Campus Darcy Ribeiro, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
  • Aparecida Célia Santos Departamento de Ciência Naturais, Universidade Federal de São João Del Rei.
  • Cristiane F. Fuzer Grael Departamento de Farmácia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Palavras-chave:

Biodiversidade, plantas medicinais, naturalistas, Minas Gerais.

Resumo

As plantas são utilizadas como uma fonte de alimento e remédios nas Américas há milênios. No Brasil, as plantas medicinais são amplamente utilizadas em áreas rurais e urbanas, mas a intensa miscigenação de culturas, ocorrida ao longo dos últimos séculos, popularizou ainda mais o uso de plantas exóticas e importadas na medicina popular. A destruição dos ricos ecossistemas nativos, iniciada com a exploração do pau-brasil, tem também contribuído para um processo de erosão genética e cultural das plantas medicinais. Como consequência esses remédios, especialmente os de origem Ameríndia, são hoje pouco conhecidos e utilizados. Pesquisa em história natural representa importante instrumento para a recuperação de informações sobre o uso de plantas nativas do Brasil. Grande parte dessas informações foi compilada por naturalistas europeus, que percorreram ou viveram no país nos séculos passados. As informações registradas por esses naturalistas são primárias, ou seja, foram coletadas em uma época na qual a vegetação ainda era conservada e espécies medicinais nativas eram, prioritariamente, utilizadas na medicina tradicional. Neste estudo, são apresentadas informações sobre 36 espécies citadas na obra dos naturalistas que percorreram a Estrada Real em Minas Gerais no século XIX, e inseridas na Farmacopéia Brasileira 1ª Edição, publicada em 1929. Um trabalho de campo junto a informantes-chaves, moradores de municípios localizados no entorno da Estrada Real, mostrou o quanto essas espécies não são mais conhecidas e usadas pela população da região. Esforços são necessários para evitar a perda do rico patrimônio genético representado pelas plantas medicinais, bem como o conhecimento tradicional associado a elas.

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Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

Artigos