Juscorporativismo: os juízes e o judiciário na Assembleia Nacional Constituinte

Autores

  • Alexandre Carvalho Universidade de Brasília

Resumo

Este trabalho registra a centralidade da mobilização corporativa da magistratura na definição do desenho institucional da função judicial na Constituição Federal de 1988. A ampla participação da magistratura nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte foi fundamental para a transformação da imagem e do papel político do Poder Judiciário no Brasil. Para tanto, foram mapeadas todas as referências ao Poder Judiciário mencionadas em oito jornais de grande circulação durante o processo constituinte (1986-1988), destacando como a atuação de juízes, ministros e associações de classe representou características da autocompreensão da magistratura acerca de suas atribuições. Em seguida, registrou-se como tal representação era avaliada por outros observadores do processo constituinte, entre juristas e jornalistas. O resultado do levantamento aponta que a prevalência de posturas corporativistas contra algumas das iniciativas de alteração normativa, em especial a da criação de um controle externo à atividade da magistratura, reduzem as expectativas de atuação imparcial da função judicial e indica limites para uma descrição do papel político-institucional do Poder Judiciário a partir do perfil corporativo da magistratura nacional.

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Biografia do Autor

Alexandre Carvalho, Universidade de Brasília

Doutor em Direito pela Universidade de Brasília/UnB, mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE e bacharel pela Universidade Católica de Pernambuco. Realizou estágio de doutoramento (doutorado sanduíche) no Departamento de Direito da Universitat Pompeu Fabra (2014-2015). Tem interesse de pesquisa na área do direito constitucional e da sociologia do direito, com enfoque na teoria da constituição, direitos fundamentais, jurisdição constitucional, controle concentrado de constitucionalidade e no funcionamento do sistema de justiça no Brasil.

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Publicado

2017-02-17

Edição

Seção

Artigos