VOLUME 14

2024

ISSN: 2237-5864


Atribuição CC BY 4.0 Internacional

Acesso Livre


DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2024.48371

SEÇÃO: ARTIGOs

Por detrás das cortinas: abordagem metodológica de botânica no ensino superior em atosShape1

Detrás de las cortinas: un enfoque metodológico de la botánica en la enseñanza superior en actos Shape2

Behind the curtains: methodological approach to botany in higher education in acts

Paula Amanda Santiago do Nascimento1, Antonia Railene de Souza Rodrigues2,

Jeanne Barros Leal de Pontes Medeiros3, Lydia Dayanne Maia Pantoja4,

Roselita Maria de Souza Mendes5, Bruno Edson-Chaves6

RESUMO

Botânica muitas vezes é entendida como difícil, memorística e enfadonha devido aos métodos tradicionais de ensino; dessa forma, utilizar métodos mais ativos que possibilitem o desenvolvimento de novas habilidades, como o uso das artes cênicas, podem mudar a visão sobre essa temática. Assim, este trabalho objetivou perscrutar sobre a utilização do teatro como estratégia para o ensino e aprendizagem de botânica ao relatar sobre o emprego de esquetes como alternativa dinâmica de ensino-aprendizagem nessa área. A pesquisa foi desenvolvida com 40 alunos matriculados na disciplina Morfologia e Taxonomia de Criptógamas do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará. Os discentes foram divididos em grupos e cada equipe ficou responsável por encenar um esquete, que culminou nas apresentações em forma de festival. Os resultados apontam que o teatro pode influenciar a formação de licenciandos e que, segundo os estudantes, essa ferramenta, mesmo que trabalhosa, é considerada educativa, lúdica, transdisciplinar e inovadora. O interesse pelos temas botânicos nos quais os estudantes ficaram responsáveis para realização dos esquetes aumentou à medida que o projeto avançou, sendo que ao final 72,5% apresentaram interesse alto. As apresentações que mais chamaram a atenção foram: Alice no país dos fungos (semestre 1) e Briófitas do sertão (semestre 2), pois eram atrativas, bem encenadas e interativas com o público. Observa-se, por fim, que as artes cênicas podem ser um importante método de ensino que possibilita a aprendizagem ativa de conteúdos e desenvolvimento de novas habilidades, especialmente no que refere a conteúdos botânicos.

Palavras-chave: ensino de botânica; teatro; esquetes; metodologias de ensino.

RESUMEN

La botánica a menudo se percibe como difícil, basada en la memorización y aburrida, debido a los métodos tradicionales de enseñanza; por lo tanto, el uso de métodos más activos que permitan el desarrollo de nuevas habilidades, como el uso de las artes escénicas, puede cambiar la percepción sobre la temática. Por lo tanto, este trabajo tuvo como objetivo explorar el uso del teatro como estrategia para la enseñanza y el aprendizaje de la botánica al informar sobre el uso de sketches como una alternativa dinámica de enseñanza-aprendizaje en botánica. La investigación se desarrolló con 40 estudiantes matriculados en la disciplina Morfología y Taxonomía de Criptógamas de la Licenciatura en Ciencias Biológicas de la Universidad Estatal de Ceará. Los estudiantes se dividieron en grupos, cada equipo fue responsable de montar una obra de teatro, que culminó con las presentaciones estilo festival. Los resultados indican que el teatro puede influir en la formación de estudiantes de pregrado, y que, según los estudiantes, esta herramienta, aunque laboriosa, es considerada educativa, lúdica, transdisciplinaria e innovadora. El interés por los temas botánicos en los que los estudiantes se encargaron de realizar los bocetos fue aumentando a medida que avanzaba el proyecto, mostrándose finalmente un 72,5% de alto interés. Las presentaciones que más llamaron la atención fueron: Alicia en el país de los hongos (semestre 1) y Brióphytas del Sertão (semestre 2), por ser atractivas, bien puestas en escena y con buena interacción con el público. Finalmente, se observa que el teatro puede ser un método de enseñanza importante que posibilita el aprendizaje activo de contenidos y el desarrollo de nuevas habilidades, especialmente en lo que respecta a contenidos botánicos.

Palabras-clave: enseñanza de botánica; teatro; obras de teatro; metodologías de enseñanza.

ABSTRACT

Botany is often understood as difficult, memorization-heavy, and dull, largely due to traditional teaching methods; thus, employing more active methods that allow for the development of new skills, such as the use of performing arts, can change the perception of this subject. Therefore, this work aimed to explore the use of theater as a strategy for teaching and learning botany by reporting on the use of skits as a dynamic alternative for botany teaching-learning. The research was developed with 40 students enrolled in the subject Morphology and Taxonomy of Cryptogams of the Undergraduate Course in Biological Sciences of the State University of Ceará. The students were divided into groups, and each team was responsible for staging a skit, which culminated in presentations in the form of a festival. The results show that theater can influence the formation of undergraduate students, and that according to the students, this instrument, although laborious, is considered educational, playful, transdisciplinary and innovative. The interest for the botanical themes in which the students were responsible for performing increased as the project progressed, and in the end 72.5% showed a high interest. The presentations that attracted the most attention was: Alice in Fungi's land (semester 1) and Bryophytes of the sertão (semester 2), because they were attractive, well staged and of good interaction with the audience. Finally, it is observed that theater can be an important teaching method that enables active learning of contents and development of new skills, especially regarding botanical contents.

Keywords: teaching botany; theater; skits; teaching methodology.

INTRODUÇÃO

O homem sempre teve uma relação muito próxima com as plantas, seja na agricultura para alimentação e uso medicinal, seja na produção de corantes, construção civil, contexto têxtil, fabricação de papel, entre outras utilidades. Com o tempo, o estudo das plantas desenvolveu-se como uma disciplina científica, inicialmente explorada por naturalistas, médicos, farmacêuticos e agrônomos; sendo posteriormente incluída como uma das grandes áreas das Ciências Biológicas. O avanço nos estudos da área, seja no aspecto biológico (taxonômico, anatômico, fisiológico, ecológico etc.), seja no inter-relacionado com outras ciências, ampliou a quantidade de informações, dificultando a transposição para a realidade escolar e, por conseguinte, complexificando a relação homem-planta.

Embora as plantas sejam familiares e tenham grande importância, adquirir conhecimento a respeito delas é considerado supérfluo por pessoas que, muitas vezes, enxergam-nas apenas como um elemento decorativo (Cavallari, 2022). Na sala de aula, tanto na educação básica quanto na superior, é encarada como uma matéria muito teórica, com nomenclatura complexa, de forma que sua compreensão se torna difícil e muitas vezes desestimulante – talvez, em virtude de o processo de ensino de seus conteúdos ser realizado de modo predominantemente tradicional (Edson-Chaves; Lemos, 2022).

Considerando que o ensino formal de botânica é, em grande parte, reprodução do ensino acadêmico ocorrido na formação dos professores, formas que fogem da abordagem tradicional são importantes para reverter o distanciamento que os alunos têm com a temática e diminuir a “cegueira botânica”. Este termo foi atualizado por Ursi e Salatino (2022) para “impercepção botânica”, como forma de superar o caráter capacitista do termo anterior.

Aulas com abordagens apenas expositivas, visando a reprodução do conteúdo, causam desinteresse e desmotivação no estudante. Por outro lado, o contato e utilização de metodologias ativas de ensino e aprendizagem engajam o educando, tornando-o protagonista à aquisição de novos conhecimentos, pois foge da visão conservadora reprodutivista do processo de ensino e aprendizagem (Rebouças; Ribeiro; Loiola, 2021).

Nesse sentido, a utilização do teatro como metodologia de ensino pode ser uma alternativa válida, haja vista a atuação ativa do discente em todas as etapas da produção da apresentação, além do desenvolvimento de novas habilidades. Estudos como os de Rodrigues e Teixeira (2019), Barbosa e Martins (2021), Nascimento et al. (2021), Edson-Chaves e Lemos (2022) apontam o teatro como uma notável estratégia didática que promove a aprendizagem do estudante. Contudo, é incomum o uso das artes cênicas como estratégia lúdica para o ensino de botânica, tanto na educação básica, como na superior (nível no qual se verifica menor diversidade em relação às práticas didáticas), de modo que são escassos os trabalhos que envolvem o ensino e aprendizagem de botânica através do teatro. Uma das poucas peças conhecidas sobre o assunto foi escrita por Machado de Assis em 1906, denominada Lições de Botânica, sendo, assim, uma estratégia a ser explorada.

Vale ressaltar que o teatro é uma arte antiga e propicia experiências sensoriais diversas. No contexto da educação, promove a socialização do conhecimento, melhora a comunicação e oratória, motiva a aprendizagem, estimula a criatividade, bem como atua no desenvolvimento pessoal do indivíduo refletindo no seu desenvolvimento profissional.

Por isso, acreditamos que o teatro pode ser uma metodologia importante de aprendizagem, sobretudo na disciplina de Botânica, tornando o processo mais dinâmico, divertido e criativo. Enquanto o aluno atua como escritor, ator, figurinista, ou qualquer outra função do contexto teatral, ele apreende e revisa o conteúdo ao mesmo tempo que desenvolve novas habilidades.

Assim, o presente trabalho objetivou perscrutar sobre a utilização do teatro como estratégia para o ensino e aprendizagem de botânica ao experimentar o emprego de esquetes (peça de teatro de curta duração). Sendo estes, uma alternativa dinâmica de ensino-aprendizagem em botânica com foco na disciplina de Morfologia e Taxonomia de Criptógamas da Universidade Estadual do Ceará (UFC), de modo a compreender o significado dessa experiência para os envolvidos nesse projeto didático.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa de análise mista, pois apresenta resultados expressos em números e também inclui questionamentos subjetivos, que não podem ser quantificados devido às percepções individuais dos participantes (Gil, 2010). Assim, será possível proporcionar ao pesquisador um ponto de vista enriquecedor (Gray, 2012).

A pesquisa foi desenvolvida com 40 discentes da disciplina de Morfologia e Taxonomia de Criptógamas, no ano de 2015 (durante dois semestres letivos), do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UFC. Os alunos foram divididos em grupos, ficando cada equipe responsável por encenar um esquete apresentado em um festival, com tempo estimado de 10 a 20 minutos para cada grupo. Foram apresentados nove esquetes cujas temáticas abordadas foram: fungos, protistas fotossintetizantes, briófitas, samambaias e licófitas.

No semestre 1, os cinco grupos abordaram os seguintes temas: fungos, algas, briófitas (Hepatophyta e Antocerophyta), briófitas (Briophyta), samambaias e licófitas. Como resultado, apresentaram-se as seguintes peças, respectivamente: Alice no país dos fungos; Ariel e os feiticeiros de Hogwarts; Musgo, pra que te quero?; A feiticeira verde, o mago negro e as briófitas dançantes; E da água brotou. Já no semestre 2, os quatro grupos formados abordaram os seguintes eixos temáticos: fungos, algas, briófitas (Hepatophyta, Antocerophyta, Briophyta), samambaias e licófitas. Representados, assim, pelas seguintes peças, respectivamente: Casos de fungos; Você não está seguro na maré vermelha; Briófitas do sertão; Charles Jones: em busca da pteridófita perdida.

Os discentes tiveram 30 dias para executar as diversas funções da atividade: divulgação do esquete através de cartaz no campus e nas redes sociais; elaboração de um roteiro; confecção de figurino e cenografia; escolha da sonoplastia; além dos ensaios.

Os roteiros foram revisados previamente ao festival para correção de possíveis erros teóricos nas adaptações. Para garantir dinamicidade durante o festival e não transcorrer muito tempo entre os esquetes, cada equipe tinha cinco minutos para a troca de cenário, ajustar a sonoplastia ou outras mídias necessárias para os enredos. A sequência das apresentações foi por meio de sorteio, meia hora antes do início do festival.

Posteriormente ao festival, foi aplicado um questionário composto de questões objetivas e subjetivas para compreender a opinião dos discentes a respeito da estratégia didática proposta. As questões tinham a finalidade de abordar sobre a importância dos esquetes para a formação acadêmica de licenciatura; a experiência de vivenciar o teatro como técnica de ensino; como os estudantes classificam o teatro como técnica de ensino; os aspectos positivos e negativos do teatro como recurso educativo; o interesse inicial e final pelo assunto abordado no esquete; os temas dos enredos que mais chamaram a atenção dos estudantes; a autoavaliação sobre importância e cuidado com os elementos teatrais.

Durante a tabulação de dados, os questionários foram identificados por número e semestre para preservar o anonimato dos respondentes. Os dados quantitativos foram analisados por estatística descritiva, na qual os resultados mensuráveis foram traduzidos em porcentagens. As questões subjetivas foram analisadas por meio da análise de discurso crítica (Batista Júnior; Sato; Melo, 2018), sendo que para melhor observação dos dados em alguns momentos do texto há transcrições dos relatos dos respondentes.

O desenvolvimento do trabalho ocorreu de acordo com os aspectos éticos da pesquisa. Durante a entrega dos questionários também foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que trazia resumidamente os objetivos da pesquisa e a garantia de anonimato dos sujeitos participantes. O termo também explicava acerca da utilização dos dados apenas para fins científicos e com ausência de contribuição financeira para os participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após os 10 primeiros dias do sorteio dos temas, os cartazes (Figura 1) com as informações dos esquetes começaram a ser divulgados nas redes sociais e nos corredores da universidade. O processo de divulgação dos esquetes por meio dos cartazes foi fundamental, pois despontou como mais um meio de divulgação artística, servindo como uma mídia de apoio aos esquetes, além de despertar a curiosidade e permitir engajamento com o público.

Figura 1 – Cartazes de divulgação dos esquetes.

Legenda: Cartazes produzidos pelos grupos para divulgação dos esquetes no festival.

A-E, esquetes ocorridos no semestre 1; F-I, esquetes ocorridos no semestre 2.

Fonte: elaborado pelos autores.

Os alunos encarregados da atuação identificaram a curiosidade como um fator importante da presença do público; além disso, o interesse do conteúdo foi outro aspecto levantado para a presença da plateia. Como relatado por um aluno sobre a experiência do uso dos esquetes como ferramenta de ensino-aprendizagem: “Eu gostei muito da experiência, pois foge das atividades cotidianas” (aluno 14). Essa quebra da rotina (um diferencial no dia a dia universitário) gera curiosidade, sendo essa uma característica básica e fundamental das inovações.

A curiosidade é um fator positivo para essa ferramenta, pois uma vez despertada, o cérebro se prepara para a aprendizagem, abrangendo informações de interesse direto ao indivíduo e aquelas inicialmente consideradas sem importância; tais aspectos auxiliam a lembrar de informações, além de servir como motivação e tornar a aprendizagem mais gratificante para o aluno (Stenger, 2017). Portanto, estimula no estudante o interesse em aprender sobre o desconhecido, que é possível através da utilização de metodologias inovadoras e criativas (Medeiros; Silva, 2022).

Os questionários revelaram que, para os discentes, o teatro pode influenciar sua formação de licenciando ao constituir, principalmente, uma notável ferramenta didática, lúdica, capaz de intervir em seu desenvolvimento pessoal, bem como os capacitar para a futura prática docente de maneira inovadora. A participação ativa dos alunos em diversas atividades (p. ex. atuação e contrarregra), evidencia que as peças se tornam importantes meios de aprendizagem, pois ensinam os alunos atuantes sob uma nova perspectiva dramatúrgica.

Perceber tais características e vivenciá-las possibilita uma releitura dos assuntos teóricos e construção de referenciais próprios, bem como de uma postura crítica diante das metodologias que são trabalhadas na formação do futuro professor (Zanella; Oliveira, 2006). Isso pode ser reforçado pelo discurso dos discentes sobre a influência dessa atividade em sua formação:

Faz com que venhamos a pensar ‘fora da caixa’, atrelando o ensino com uma atividade mais lúdica” (Aluno 18, semestre 1).

Mostra que existem formas divertidas e dinâmicas de apresentar os conteúdos que nós, futuros professores, podemos aplicar em nossas aulas” (Aluno 13, semestre 2).

Além de desenvolver esse olhar didático para o profissional docente, o teatro ainda trabalha a expressão, influencia a facilidade de oratória, articulação de frases e projeção de voz, enquanto a impressão amplia a criticidade e a imaginação, que seria um diferencial do profissional (Pinotti, 2016).

Ao classificarem a peça de teatro como instrumento de ensino, os discentes disseram que, embora seja uma atividade trabalhosa (25,62% das respostas), é educativo (23,14%), lúdico (21,49%) e transdisciplinar (19,83%). Paralelo a isso, avaliou-se a complexidade dessa prática, os discentes responderam que tal atividade é, em geral, de complexidade mediana (43,59% das respostas), seguida de complexidade média-alta (33,33%).

Isso reforça que atividades que fogem ao tradicionalismo são vistas como trabalhosas ou complexas. Ora, é muito prático apenas o professor transmitir o assunto e os alunos copiarem, fazerem perguntas e repetirem o que foi ensinado de modo passivo (Souza; Iglesias; Pazin-Filho, 2014). Contudo, a transição dos alunos do estado passivo para o estado ativo durante o processo de ensino e aprendizagem pode conferir a ideia de atividade trabalhosa à maioria das ferramentas inovadoras propostas pelo professor, pois "atuar, agir, cometer erros na frente de seus pares pode consistir em fator estressor considerável" (Souza; Iglesias; Pazin-Filho, 2014, p. 290).

Apesar de, predominantemente, ter sido considerada uma ferramenta trabalhosa e de complexidade mediana a média-alta, as peças teatrais também foram consideradas educativas. O que leva a considerarmos o lado positivo da expressão “trabalhosa” relacionando com a expressão “desafiadora”, no sentido do trabalho, ou desafio, estar relacionado à construção do conhecimento por parte do aluno. Qual o maior interesse da educação, senão o desenvolvimento da inteligência?

Para Lima (1991), só ativamos a função da inteligência diante de uma situação-problema, o processo educacional que não propor desafio ao aluno é uma frenagem ao desenvolvimento dessa função. As atividades devem desenvolver a capacidade de resolver problemas, o que minimiza a ideia de currículos e de programas, e a técnica ganha mais ênfase em relação aos extensos conteúdos. É importante desafiar a inteligência dos alunos por meio de recursos instigantes que correspondam os conhecimentos gerais dos estudantes aos seus interesses e às suas necessidades (Vestena; Pretto, 2012).

Ao considerar a aprendizagem como retro efeito da ação, dá-se importância à dramatização em todas as suas formas como instrumento didático. A expressão corporal, inteiramente motora, remete à educação da primeira infância, uma inteligência prática (desenvolvida pela resolução de situações-problemas habituais) antecedendo a interiorização progressiva que resultará no desenvolvimento da função semiótica (Lima, 1991). Ou seja, a ação praticada pelo corpo é capaz de ensinar o indivíduo antes mesmo da verbalização.

O uso interativo da linguagem teatral na perspectiva do campo do ensino e aprendizagem ainda cria condições para a construção do conhecimento. Neste caso, introduzindo propriedades como ludicidade, capacidade de iniciação, liderança, improvisação, concentração, organização, motivação (Santos; Santos, 2012), socialização (na produção da peça teatral), comunicação e desinibição (na apresentação) e desenvolvimento do pensamento crítico diante da possibilidade de questionar e avaliar (Torres; Silva; Knapp, 2013). Portanto, é despertado o desenvolvimento de múltiplas inteligências nos estudantes (Souza; Sitko, 2020).

Os discentes reconheceram as propriedades lúdicas como uma característica de destaque dessa ferramenta. São consideradas como lúdicas as atividades que propiciam a vivência plena, integrando a ação, sendo maior do que o uso de simples brincadeiras para passar o tempo. Além disso, o lúdico é uma forma de ação inerente ao ser humano – independentemente de sua idade (Hoppe; Kroef, 2014). Soares-Silva, Ponte e Silveira (2022) reiteram que as atividades lúdicas são essenciais no processo de ensino contribuindo significativamente para a diminuição da impercepção botânica.

Seria errado supor que algo que ensina não pode ser o mesmo algo que diverte – como se houvesse uma diferença básica entre educação e diversão –, ainda mais quando se sabe que o ensino é mais eficaz quando o meio de transmissão do conhecimento é agradável para o aprendiz (Lima, 1991).

Diante das dificuldades presentes no processo de ensino e aprendizagem, é necessário o desenvolvimento, pelo professor, de estratégias que possibilitem reflexão e estimulem os estudantes a compreenderem melhor os conteúdos teóricos. Nesse contexto, o uso de atividades como o teatro são uma excelente alternativa (Barbosa; Martins, 2021). Para a realização de atividades lúdicas é necessário, ainda, que o professor não apenas planeje e tenha boa regência da dinâmica, mas também saiba finalizar a aula conectando os pontos conhecidos anteriormente sobre o assunto com as novas informações e vivências, a fim de obter um aprendizado significativo (Hoppe; Kroef 2014).

Quanto à “transdisciplinaridade” também destacada, é interessante lembrar que esse termo surgiu em 1970 quando Jean Piaget sugeriu que a interdisciplinaridade deveria ser sucedida por essa visão transdisciplinar. Assim, é possível ir além das relações entre disciplinas e trazer à tona a multiplicidade de formas para produção de conhecimento, bem como a pluralidade dos indivíduos que o constrói (Theophilo, 2010).

O teatro encaixa-se como transdisciplinar, pois, de acordo com Vestena e Pretto (2012), às mais diversas faixas etárias, classes sociais, culturas e modalidades de ensino permitem serem perpassadas pelas artes cênicas. Ainda, o teatro consegue ser um agente potencializador de novas atividades que não se limitam apenas às salas de aulas, bem como relacionam-se paralelamente com atividades de leitura, escrita, pesquisa, experimentação e atividades lúdicas propriamente ditas. De modo que “enseja caminhos que despontam possibilidades de um trabalho pedagógico libertador, inter transdisciplinar e crítico, aberto à inventividade e criticidade” (Alcântara; Bridi, 2022, p. 229).

Em suma, a eficácia dessa atividade depende de objetivos claros e planejamento cuidadoso, especialmente no ambiente universitário, para que os discentes não achem que tais práticas diferenciadas são exclusivas da educação básica. O uso do teatro auxilia a (i) elucidar conceitos teórico-botânicos; e (ii) mudar atitudes profissionais, desmistificando as dificuldades da área, e mostrando que a aquisição de conhecimento ultrapassa o aspecto formal da sala de aula.

Ademais, 70% dos discentes disseram que a atividade foi uma experiência positiva, como pode ser evidenciado nos seguintes discursos:

Eu gostei muito da experiência, pois foge das atividades cotidianas, e nos dá liberdade para elaborar o conteúdo, além de ajudar a lidar com o público” (Aluno 2, semestre 1).

Foi empolgante, mas também desafiante. Pelo fato de me expor ao público e pelo tempo corrido em cumprir as metas. No início fiquei relutante, porém, com o tempo, fui me envolvendo e me interessando mais” (Aluno 2, semestre 2).

Dentre os principais aspectos positivos, destacam-se as falas, que ressaltam o aspecto didático – transmitido de forma diferenciada, dinâmica e lúdica –, e que tornaram o conteúdo mais leve, auxiliando na memorização. Ainda foi destacado o aspecto de ser um trabalho em equipe, permitindo o desenvolvimento pessoal e profissional. Por fim, há aqueles alunos que destacaram que a atividade era atrativa e fora da rotina.

As indicações dos discentes reforçam que a atividade desenvolvida se mostrou didática e lúdica, ambos já discutidos anteriormente. Entretanto, destaca-se também como aspecto positivo que o teatro é uma ferramenta interessante para o trabalho de conteúdos de modo diferenciado e dinâmico. Assim, mostram que os docentes do nível superior vêm inovando suas práticas, a fim de tornar suas aulas diferenciadas – uma vez que estão preocupados com a aprendizagem de seus alunos (Rodrigues; Moura; Testa, 2011). São esses profissionais que, talvez, expressem melhor o grande desafio da educação superior atual: a constante inovação.

Além disso, tal recurso pode estimular os futuros educadores a apostarem nesse tipo de metodologia, seja na educação básica ou superior. Certamente, as suas diversas vantagens proporcionam meios para gerar “profissionais mais criativos, críticos, empáticos, cooperativos, proativos, desprovidos de inibição, comunicativos, adaptativos e capazes de achar soluções para problemas do cotidiano” (Nascimento et al., 2021, p. 8).

Por outro lado, 10% dos alunos destacaram experiências negativas ao longo do processo, o que possivelmente justifique terem ficado desestimulados com a técnica – como demonstrados nos discursos a seguir:

Peça teatral está fora da realidade do licenciado, se fosse para alunos de escola não seria motivo de aprendizado e, sim, de brincadeira” (Aluno 4, semestre 1).

Complicado conciliar ciência e arte” (Aluno 16, semestre 2).

Quanto aos aspectos negativos, a atividade foi descrita como trabalhosa (reforçando os dados supracitados), o que aponta a dificuldade na organização e a falta de experiência neste tipo de atividade. Cabe ressaltar que, para muitos, a carência de vivências com outros métodos de ensino, como essa atividade, é um complicador e pode apresentar pouca percepção sobre a aprendizagem, seja nos aspectos teóricos ou de habilidades desenvolvidas.

Outro fator de destaque foi o tempo necessário para desenvolver a atividade. Planejar, escrever roteiros, produzir cenários e figurinos, ensaiar a apresentação e ao mesmo tempo dar conta da demanda das outras disciplinas, além da rotina, foram reclamações relatadas pelos alunos. Essa falta de tempo observada condiz com os estudos de Joly, Santos e Sisto (2005), em que este aspecto também se mostrou enfático e influenciou os bloqueios do ato criativo. Os demais alunos (20% dos discentes) não responderam essa pergunta.

Destaca-se, nesse sentido, que o teatro é mais um método de ensino que pode ser explorado pelos professores e estudantes em busca de uma aprendizagem ativa e significativa. O interessante desse método é o fato de o estudante ter atribuições diferentes dentro da produção e apresentação do teatro. Para os que gostam de apresentação em público, podem participar como atores da peça; e aos que não se identificam com essa parte podem escolher entre as outras funções na preparação, tais como: escrever o roteiro da peça, ser responsável pela criação e elaboração de figurinos, divulgação ou cuidar da sonoplastia.

Além disso, nesse tipo de metodologia, predomina a aprendizagem horizontal. Ou seja, os estudantes possuem um papel mais ativo no processo de ensino e aprendizagem, e o professor atua como um mediador das atividades, auxiliando, acompanhando e ajudando na construção do conhecimento (Cordeiro, 2011).

Todavia, assim como outros métodos de ensino, há discentes que apresentam maiores dificuldades de adaptação a novas metodologias, principalmente quando vivenciam a atividade pela primeira vez. De modo que, mesmo havendo atribuições diferentes dentro desse método, ainda podem encontrar muitos obstáculos no processo e, consequentemente, impedimentos no aprendizado. Assim, sabendo que cada estudante aprende de uma forma (Scherer, 2015), o papel do educador é essencial para acompanhar, conduzir e refletir durante todo o processo, como também perceber o esforço e as dúvidas dos estudantes nas atribuições que lhes são dadas. Dessa forma, os estudantes conseguirão realizar a atividade com menos complicações.

Em relação aos temas botânicos, nos quais ficaram responsáveis para realizarem seus esquetes, os alunos foram questionados pelo interesse no início e ao final do projeto. Chama a atenção o aumento no percentual de interesse dos alunos durante o processo. Inicialmente, apenas 20% e 35% dos discentes apresentavam interesse alto e médio-alto, respectivamente; após a atividade, o interesse passou para 72,5% e 25% no interesse alto e médio-alto, respectivamente. A motivação está relacionada a estímulos internos, inerentes ao indivíduo que ligam a necessidade à ação, e a incentivos com estímulos externos (Araújo et al., 2023). Cabendo assim aos professores a missão de proporcionar estímulos incentivadores no processo ensino-aprendizagem como ocorreu durante a aplicação deste projeto.

Acerca dos temas e apresentações que mais chamaram atenção dos discentes, encontramos duas temáticas diferentes se sobressaindo: Alice no país dos fungos e Briófitas do sertão. Ambas foram julgadas como peças que tinham interatividade com o público, eram atrativas e apresentavam boa encenação dos alunos. Mas a primeira valorizava mais o aspecto cômico, enquanto a segunda foi bem-organizada e bem-dirigida, explorando o assunto de forma informativa sem ser cansativa.

A relação e empatia dos atores com o público é fundamental para uma boa peça de teatro. “São essenciais três elementos: o ator, o texto e o público. O fenômeno teatral não se processa, sem a conjugação dessa tríade” (Magaldi, 1986, p. 8). Edson-Chaves e Lemos (2022) reforçam que, para a exibição de um festival de teatro, os atores devem possuir domínio do assunto teórico, interação entre os membros da equipe e com o público.

Ao escrever um roteiro ou script, deve-se ter a atenção em descrever todas as falas ditas pelos personagens no palco e todas as indicações necessárias para a realização das cenas (Cobra, 2006). Os personagens e todos os demais elementos teatrais devem ordenar-se envoltos ao texto (roteiro ou enredo), que é a parte essencial dessa ferramenta, pois para um espetáculo ser eficaz é preciso excelência na elaboração.

Contudo, o enredo só ganha vida, de fato, através de bons personagens, assim, se equiparando, ou até superando, à importância dos atores, pois sem eles, o teatro não poderia existir. São eles que intermediam a comunicação entre o ator e o público, caso contrário não existe a peça teatral. A elaboração de um personagem é fundamental para a transmissão do conteúdo, pois durante a apresentação não é mais o aluno que está expondo um conteúdo para a plateia, mas sim aquele indivíduo fictício. A empatia do público com a personagem influencia na transmissão do conteúdo e no sucesso das adaptações teatrais (Tavares; Araujo, 2011).

Além dos esquetes supracitados, observou-se nos grupos Ariel e os feiticeiros de Hogwarts e Casos de fungos um elevado comprometimento, não apenas com os critérios de avaliação, mas, também, se preocupando com a melhor forma de elaboração dos diversos elementos teatrais – como roteiro, cenário e figurino (Figura 2). Quanto ao primeiro, mesmo considerando uma técnica trabalhosa, os alunos priorizaram a compatibilidade dos conteúdos com o enredo das apresentações do que a praticidade em executar. Desta forma, em alguns casos, os alunos buscaram balancear o lado trabalhoso da atividade com a praticidade de elaborar cenários e figurinos, sem deixar de prezar pela conformidade com os conteúdos e pela estética.

Figura 2 – apresentação dos esquetes pelos estudantes.

Legenda: apresentações dos esquetes no semestre 1 (A-J) e semestre 2 (K-R) evidenciando o cenário, figurino e atuação dos alunos. (A-B) Alice no país dos fungos; (C-D) Musgo pra que te quero?; (E-F) Ariel e os feiticeiros de Hogwarts; (G-H) E da água brotou; (I-J) A feiticeira verde, o mago negro e as briófitas dançantes; (K-L) Casos de fungos; (M-N) Você não está seguro na maré vermelha; (O-P) Briófitas do sertão; e (Q-R) Charles Jones: Em busca da pteridófita perdida.

Fonte: elaborado pelos autores.

Cenários e figurinos são indispensáveis para estimular a imaginação do espectador (Cobra, 2006) e, se bem trabalhados, tornam-se canais imediatos de comunicação com o público, facilitando a compreensão de informações teóricas e fixando a atenção dos espectadores. Os atores devem estar caracterizados de acordo com o personagem interpretado, por isso o figurino e cenário são essenciais para complementar e atrair o interesse do espectador (Edson-Chaves; Lemos, 2022). Magaldi (1986) também destaca a importância desses elementos visuais teatrais que constituem, às vezes, o principal atrativo dos espetáculos, e ressalta que o cenário e o figurino auxiliam a situar o ator no espaço, sendo essenciais à caracterização da personagem, assim como permite estimular a imaginação do público.

A autoavaliação dos alunos sobre a importância e cuidado com elementos teatrais pelo seu grupo e o dos colegas apoiam as discussões anteriores. Vale destacar que o exercício de autoavaliação não deve limitar-se ao conceito de julgamento, mas, sim, obter uma concepção de feedback , servindo para o fornecimento de dados objetivos e rigorosos sobre o desempenho na execução da atividade e para o planejamento de ações futuras. Sendo importante para que todos tomem consciência de que o êxito, ou não, do esquete foi responsabilidade de todos. Se houver julgamentos a serem feitos, estes devem ser realizados pelo grupo, pois a pressão dos colegas é diferente da pressão feita pelo professor; socialmente, essa prática de avaliação aumenta a responsabilidade, o compromisso e a solidariedade (Lima, 2003).

Sobre a cooperação, Lima (1991) afirma que só é possível mediante intenso engajamento por parte dos estudantes. De acordo com o autor, o professor no modelo moderno pode fazer uso de técnicas de alta participação dos alunos, a fim de chamar a atenção destes e desviá-los das distrações existentes no contexto social. Inclusive, é possível que o docente dê aulas expositivas, contanto que haja profundo envolvimento dos discentes, pois, com o uso de métodos alternativos, a intenção não é proibir a explicação do professor, mas alcançar profundo envolvimento do estudante durante a atividade.

Ao construir um paralelo entre a receptividade dos visitantes (segundo a opinião dos atores), a disponibilidade de recursos e metodologias , bem como os critérios de autoavaliação da equipe, pode-se observar uma relação entre a receptividade do público com certos fatores importantes do contexto teatral . De forma particular, a aceitação do público ocorreu, principalmente, por causa do conteúdo apresentado e do cenário. Tais fatos estão de acordo com a literatura supracitada e reforça o fato de que o teatro é uma atividade que envolve múltiplas funções para chegar ao público-alvo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao investigar sobre a utilização do teatro como estratégia para o ensino e aprendizagem de botânica por meio dos relatos dos alunos que foram os atores, observa-se que o teatro pode influenciar positivamente na formação do licenciando, sendo uma ferramenta didática, lúdica, transdisciplinar e inovadora. A maioria dos estudantes considera que a experiência foi positiva; conforme o desenvolvimento da atividade, o interesse dos estudantes pelos temas botânicos trabalhados nos esquetes aumentou. Os esquetes Alice no país dos fungos e Briófitas do sertão foram os que mais chamaram a atenção dos estudantes, devido a temática e abordagem dos estudantes na elaboração e execução dos esquetes. Os estudantes perceberam a relevância do cuidado na elaboração dos roteiros, figurinos, domínio do conteúdo e apresentação para execução da atividade com excelência.

O teatro pode influenciar a formação de licenciandos, uma vez que constitui uma ferramenta notável quanto à didática, sendo capaz de intervir no desenvolvimento pessoal, bem como capacitar para a futura prática docente de maneira inovadora. Além de desenvolver esse olhar didático para o profissional docente, o teatro ainda trabalha duas questões pessoais: a expressão e a impressão.

Chama a atenção o fato de que embora, predominantemente, seja declarada como uma ferramenta trabalhosa, as peças teatrais são consideradas educativas, lúdicas, transdisciplinares e inovadoras. Avaliando a complexidade dessa prática, os discentes consideram a atividade de complexidade mediana, reforçando que a linguagem teatral é utilizada no cotidiano dos indivíduos, assim, pode ser desenvolvida ao passo que amplia as suas possibilidades de expressão.

Além dos conteúdos teóricos, os estudantes lidam com questões como postura, improviso, presença de palco, prática da escuta ativa, oratória, discussão de ideias e relações interpessoais – questões essas que não são visualizadas em metodologias tradicionais de transmissão e recepção do conhecimento. Sendo assim, a aprendizagem torna-se efetiva, ao mesmo tempo que auxilia a despertar relações de afetividades com o aluno, envolvendo um conjunto de emoções e sentimentos, para assim tornar a aprendizagem mais significativa.

Por fim, apesar de seu reconhecimento como uma estratégia didática que desperta o desenvolvimento de diversas habilidades, o compartilhamento do conhecimento e incentivo à criatividade, estratégias lúdicas como o teatro, ainda são pouco exploradas no contexto do ensino de botânica. Dessa forma, aulas que contenham tal abordagem podem ser significativamente enriquecedoras, modificando a visão superficial e reducionista de educandos e educadores sobre os conteúdos botânicos.

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Paula Amanda Santiago do Nascimento

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atua na área de ensino, na rede particular de ensino de Fortaleza.

paula.asantiagon@gmail.com

Antonia Railene de Souza Rodrigues

Mestre em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Cariri (UFCA) e doutoranda em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professora da rede privada de ensino.

railenerodrigues003@gmail.com

Jeanne Barros Leal de Pontes Medeiros

Doutora em Educação (2017) pela Universidade Estadual do Ceará. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará (UECE). Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará nas modalidades Licenciatura e Bacharelado. Professora adjunta do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará (CCS/UECE).

jeanne.pontes@uece.br

Lydia Dayanne Maia Pantoja

Doutora em Engenharia Civil (área de concentração em Saneamento Ambiental) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Microbiologia Médica pela Universidade Federal do Ceará e doutora em Engenharia Civil (área de concentração em Saneamento Ambiental) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (Licenciatura e Bacharel). Professora adjunta do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará (CCS/UECE).

lydia.pantoja@uece.br



Roselita Maria de Souza Mendes

Doutora e mestra em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora associada do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará (CCS/UECE).

roselita.mendes@uece.br

Bruno Edson-Chaves

Doutor em Ciências Biológicas/Botânica pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Botânica pela Universidade de Brasília (UnB). Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor adjunto do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará (CCS/UECE).

bruno.edson@uece.com.br



Como citar este documento – ABNT

NASCIMENTO, Paula Amanda Santiago do; RODRIGUES, Antonia Railene de Souza; MEDEIROS, Jeanne Barros Leal de Pontes; PANTOJA, Lydia Dayanne Maia; MENDES, Roselita Maria de Souza; EDSON-CHAVES, Bruno. Por detrás das cortinas: abordagem metodológica de botânica no ensino superior em atos. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 14, e048371, p. 1-20, 2024. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2024.48371 .




1 Rede particular de ensino de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-3023-0387 . E-mail: paula.asantiagon@gmail.com

2 Universidade Federal do Cariri (UFCA), Juazeiro do Norte, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-1605-0171 . E-mail: railenerodrigues003@gmail.com

3 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-7047-7838 . E-mail: jeanne.pontes@uece.br

4 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-4446-7230 . E-mail: lydia.pantoja@uece.br

5 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-0705-2914 . E-mail: roselita.mendes@uece.br

6 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-6031-5336 . E-mail: bruno.edson@uece.br


Rev. Docência Ens. Sup., Belo Horizonte, v. 14, e048371, 2024 1

Recebido em: 05/12/2023 Aprovado em: 27/05/2024 Publicado em: 16/07/2024