VOLUME 14

2024

ISSN: 2237-5864


Atribuição CC BY 4.0 Internacional

Acesso Livre


DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2025.59768

SEÇÃO especial: IA nos processos de ensino-aprendizagem

Entrevista com a Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG: perspectivas no ensino superiorShape1

Entrevista con la Comisión Permanente de Inteligencia Artificial de la UFMG: perspectivas en la enseñanza superior Shape2

Interview with the UFMG Permanent Commission on Artificial Intelligence: perspectives in higher education

Patrícia Nascimento Silva,1 Ricardo Fabrino Mendonça,2 Adriana Silvina Pagano,3

André Goes Mintz,4 Antônio de Pádua Braga,5 Dorgival Guedes Neto,6 Fábia Pereira Lima,7

Geane Carvalho Alzamora,8 Marco Antônio Sousa Alves,9 Zilma Silveira Nogueira Reis,10

Vilma Lúcia Macagnan Carvalho,11 Virgílio Augusto Fernandes Almeida12

RESUMO

Esta entrevista, realizada com a Comissão Permanente de Inteligência Artificial em maio de 2025, em ambiente virtual compartilhado, tem como objetivo compartilhar as ações já executadas e as atividades planejadas pela Comissão, além de discutir aspectos de sua criação no âmbito do ensino superior. A Comissão é organizada em coordenações, e as perguntas foram formuladas seguindo essa estrutura interna, contando com a participação de 12 professores membros, que discorrem sobre a inteligência artificial no contexto do ensino, da pesquisa, da extensão e da administração – pilares que sustentam a universidade e que são diretamente impactados pelo uso dessas tecnologias. O texto apresenta a Comissão à comunidade acadêmica e enseja um exercício de reflexão sobre o impacto da inteligência artificial no ensino superior no intuito de contribuir para a consolidação de uma sociedade mais informada, letrada e capacitada para lidar com as transformações decorrentes das tecnologias emergentes.

Palavras-chave: inteligência artificial; ensino superior; ensino; pesquisa; extensão.

RESUMEN

Esta entrevista, realizada a la Comisión Permanente de Inteligencia Artificial en mayo de 2025, en un entorno virtual compartido, tiene como objetivo compartir las acciones ya implementadas y las actividades planificadas por la Comisión, además de discutir aspectos de su creación en el ámbito de la educación superior. La Comisión está organizada en coordinaciones, y las preguntas se formularon de acuerdo con esta estructura interna, contando con la participación de 12 profesores miembros, quienes discuten sobre la inteligencia artificial en el contexto de la docencia, la investigación, la extensión y la administración – pilares que sustentan la universidad y que son directamente impactados por el uso de estas tecnologías. El texto presenta la Comisión a la comunidad académica y proporciona un ejercicio de reflexión sobre el impacto de la inteligencia artificial en la educación superior con el fin de contribuir a la consolidación de una sociedad más informada, letrada y capacitada para lidiar con las transformaciones derivadas de las tecnologías emergentes.

Palabras clave: inteligencia artificial; enseñanza superior; enseñanza, investigación; extensión.

ABSTRACT

This interview, conducted with the Permanent Commission on Artificial Intelligence in May 2025, in a shared virtual environment, aims to share the actions already implemented and the activities planned by the Commission, in addition to discussing aspects of its creation within the scope of higher education. The Commission is organized into coordination groups, and the questions were formulated according to this internal structure, with the participation of 12 members professors. who discuss the artificial intelligence in the context of teaching, research, community outreach and administration – pillars that the university and are directly impacted by AI. The interview introduces the Commission to the academic community and provides an opportunity for reflection on the impact of artificial intelligence on higher education, aiming to contribute to the consolidation of a more informed, literate, and empowered society communities capable of dealing with the transformations resulting from emerging technologies.

Keywords: artificial intelligence; higher education; teaching; research; community outreach.

INTRODUÇÃO

Em uma iniciativa pioneira e alinhada com suas políticas de inovação, inclusão e responsabilidade social, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instituiu, em 6 de agosto de 2024, a Comissão Permanente de Inteligência Artificial, por meio da Portaria nº 6804. O objetivo da Comissão é implementar um conjunto de ações que permita a construção de um contexto crítico, reflexivo, ético e produtivo de utilização de ferramentas de inteligência artificial no âmbito da UFMG. A sua composição é multidisciplinar e presidida pelo professor Ricardo Fabrino Mendonça (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), sendo seus membros: Adriana Silvina Pagano (Faculdade de Letras), André Goes Mintz (Escola de Belas Artes), Antônio de Pádua Braga (Escola de Engenharia), Geane Carvalho Alzamora (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), Marco Antônio Sousa Alves (Faculdade de Direito), Zilma Silveira Nogueira Reis (Faculdade de Medicina) e Virgílio Augusto Fernandes (Instituto de Ciências Exatas). Posteriormente, a Portaria nº 9609 de 23 de outubro de 2024 expandiu a comissão com representantes de outras áreas de conhecimento: Dorgival Guedes Neto (Instituto de Ciências Exatas e Diretoria de Tecnologia da Informação), Fábia Lima (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), Patrícia Nascimento Silva (Escola de Ciência da Informação) e Vilma Carvalho (Instituto de Geociências). Esta composição revela compromisso com as políticas de representação de gênero e expertise ao contemplar 50% de mulheres como professoras, além de docentes em distintos estágios da carreira acadêmica.

As atividades da Comissão Permanente começaram com a discussão de suas atribuições e operacionalização, por meio da elaboração de um Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) intitulado “Ações Estruturadoras da Política de IA da UFMG” e encaminhado para aprovação do Conselho Universitário em dezembro de 2024. O PDI reúne as atividades previstas para os anos de 2025 e 2026, estruturadas por coordenações e apresentadas pelos membros da Comissão nesta entrevista concedida à Revista Docência do Ensino Superior.

Com base no trabalho da Comissão, serão produzidas diretrizes para orientar a reflexão sobre o uso da inteligência artificial no ensino superior na UFMG, considerando os valores fundamentais para o seu uso responsável: transparência; privacidade e proteção de dados; e justiça.

ENTREVISTA

As perguntas foram elaboradas pela editora-chefe da Revista Docência do Ensino Superior, em parceria com os integrantes da Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG, e revisadas pela equipe editorial deste periódico. O conteúdo das questões foi escolhido de acordo com a atuação dos membros da Comissão e direcionadas conforme suas respectivas áreas de formação, sendo indicado, ao final de cada pergunta, o nome do professor que a respondeu.

O que é a Comissão Permanente de Inteligência Artificial (IA) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)? Quais as motivações para a criação da Comissão? Quando foi criada e qual seu objetivo? (Professor Ricardo Fabrino Mendonça)

A comissão é, de forma simples, um espaço de discussão sobre o impacto de IA na universidade. Ela surgiu de um esforço inicial, ainda no final de 2023, para a compreensão de caminhos que a UFMG poderia adotar para lidar, de forma ética e responsável, com o potencial aumento do uso de IA em atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração. Naquela ocasião, a reitora da UFMG estabeleceu uma comissão temporária, e fizemos um primeiro esforço para entender o que outras instituições estavam fazendo ao redor do mundo, de modo a subsidiar os esforços da UFMG para se preparar para esse cenário. Entre as várias recomendações dessa primeira comissão temporária, estava a constituição de uma comissão permanente, transdisciplinar e voltada não apenas a construir regras de uso de IA, mas que fosse capaz de pensar uma política em sentido mais amplo.

Essa Comissão Permanente foi instituída em agosto de 2024 e desenvolveu um leque de estratégias para fazer essa discussão mais ampla. A Comissão propõe-se a: conduzir processos de escuta da comunidade da UFMG; fomentar ações de treinamento; articular iniciativas existentes; organizar eventos e publicações; e estimular ações de pesquisa, ensino e extensão. A Comissão não é pensada, portanto, como instância de julgamento ético de pesquisas ou como um farol que teria todas as respostas sobre como usar IA em ações de ensino. Trata-se de uma instância que reconhece a mudança estrutural que o emprego de IA representa para instituições de ensino superior e que se dispõe a pensar estratégias para que a UFMG lide, coletivamente, com esse contexto.

Qual a importância de pensar a relação entre a IA e as atividades acadêmicas e administrativas na universidade? Como articular essas atividades com outras universidades e instituições? (Professor Virgílio Augusto Fernandes Almeida)

Como ainda não há, no Brasil, uma legislação específica que regulamente o desenvolvimento e o uso de tecnologias de inteligência artificial, é fundamental que instituições públicas e privadas estabeleçam diretrizes próprias para orientar seu uso. No caso das universidades — espaços por excelência de produção e disseminação de conhecimento —, torna-se especialmente importante definir normas que estabeleçam limites éticos e operacionais para o uso de IA, com o objetivo de promover o bem comum e prevenir discriminações ou usos indevidos dessas tecnologias.

A UFMG, por exemplo, elaborou um conjunto de diretrizes para o uso de IA em suas atividades e instituiu um comitê de governança responsável por acompanhar a aplicação dessas normas e atualizá-las conforme necessário. Outras universidades brasileiras também estão formulando e implementando políticas semelhantes. Nesse contexto, o intercâmbio de experiências entre instituições acadêmicas pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de práticas mais robustas, éticas e colaborativas no uso da inteligência artificial no ambiente universitário.

Como será fomentado o diálogo entre a Comissão e a comunidade acadêmica da UFMG? (Professora Patrícia Nascimento Silva)

A Comissão tem como meta construir uma Política de IA da UFMG de forma ampla e participativa. Para isso, é essencial ouvir a comunidade acadêmica. Assim, a partir dessa intenção, foi criada uma coordenação de escuta interna que tem como objetivo estruturar mecanismos e processos de escuta da comunidade universitária, de forma ética e alinhada com as boas práticas de pesquisa.

Para subsidiar a formalização desses mecanismos e processos de escuta, foi elaborado um projeto de pesquisa que delineia os instrumentos e as técnicas utilizadas para a coleta de dados, junto à comunidade acadêmica, bem como o tratamento destes. A pesquisa contempla uma coleta prospectiva junto à comunidade acadêmica, a ser realizada de forma periódica (semestral), a partir do primeiro semestre de 2025. Dentre os instrumentos e técnicas, pretende-se utilizar a coleta de dados com documentação direta, que corresponde a observação direta e sistemática da realidade, incluindo entrevistas, questionários e testes, e também a documentação indireta, que inclui fontes bibliográficas e secundárias de dados. A pesquisa será dividida em etapas, conforme as ações específicas da escuta, e poderá ser conduzida pelos membros da Comissão Permanente de Inteligência Artificial, bem como por pesquisadores colaboradores, bolsistas e orientandos dos docentes membros da Comissão e uma equipe contratada para esta finalidade.

Para a primeira coleta, iniciada em maio de 2025, foi criado um questionário, caracterizado como uma pesquisa de opinião pública, com participantes não identificados, conforme a Resolução CNS nº 510, de 2016, em seu artigo 2º, XIV, para fins acadêmicos (Brasil, 2016). A ferramenta LimeSurvey,13 foi utilizada para configuração do questionário, para garantir que os dados fossem armazenados em servidores da própria Universidade. O público-alvo desse instrumento foi toda a comunidade acadêmica: discentes, docentes, técnicos administrativos e funcionários terceirizados. Para estruturar a coleta, organizando e agrupando as perguntas conforme a sua finalidade, o questionário foi dividido em quatro seções, detalhadas a seguir.

Na primeira seção, logo após o aceite dos participantes ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que destaca a participação voluntária e a finalidade acadêmica da pesquisa, são coletadas informações gerais de respondentes, como o tipo de vínculo com a Universidade e a respectiva unidade acadêmica ou administrativa, além da grande área de conhecimento, no caso de discentes e docentes. Na segunda seção são apresentadas perguntas direcionadas às pessoas que indicaram utilizar IA em alguma atividade acadêmica ou administrativa, com o objetivo de mapear as atividades, a frequência de uso, as formas de acesso, a motivação e a confiança associada às ferramentas.

Na terceira seção são apresentadas perguntas direcionadas às pessoas que indicaram não utilizar a IA em alguma atividade acadêmica ou administrativa, com o objetivo de mapear o motivo agregado. Por fim, a quarta seção é opcional e é apresentada a todas as pessoas participantes. Ela reúne, em sua maioria, perguntas abertas, em que a pessoa pode relatar episódios relevantes sobre o uso de IA, indicar o que considera sobre o uso pelos membros da comunidade universitária, além de poder incluir justificativas, sugestões ou dúvidas. O questionário ficou disponível por um mês e a sua divulgação integra as ações do plano de comunicação elaborado pelo Centro de Comunicação da UFMG (CEDECOM).

A partir da segunda coleta, que será realizada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG, serão priorizadas análises mais aprofundadas, envolvendo entrevistas e grupos focais, além da exploração dos resultados já obtidos por meio do questionário.

A análise dos dados adotará uma abordagem quantitativa e qualitativa em todas as etapas de coleta. Nesse momento, os dados de identificação das pessoas serão anonimizados, exceto nos casos em que essas informações forem essenciais para etapas posteriores ou necessárias para investigar a aplicação direta da política. A abordagem quantitativa contará com análises estatísticas baseadas na amostra extraída da população definida, na qual serão utilizados softwares estatísticos para calcular variáveis, identificar padrões e tendências. Ao passo que a abordagem qualitativa contará com a análise de conteúdo e outras técnicas de abordagem mista para análise das respostas dos grupos focais e entrevistas, como a análise de sentimentos e de perfis das pessoas da comunidade acadêmica. Destaca-se que todos os dados coletados serão armazenados em bancos de dados institucionais, seguindo as regras específicas para o tratamento de dados pessoais para fins acadêmicos e para a realização de estudos e pesquisas, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) Lei nº 13.709/2018 (Brasil, 2018).

Os resultados serão utilizados de forma direta para subsidiar a construção e melhoria contínua da Política de IA da UFMG, considerando a adequação da política ao contexto real e sua evolução frente às novas tecnologias, bem como para orientar as ações da Comissão diante das demandas existentes. Assim, espera-se contar com a contribuição e a percepção de toda a comunidade acadêmica da UFMG.

Quais são os planos para divulgação das ações da Comissão na UFMG? (Professora Fábia Pereira Lima)

Mais do que divulgar as ações da Comissão na UFMG, o desafio é pensar como a comunicação pode colaborar no fomento ao uso responsável das tecnologias de inteligência artificial, mobilizando a comunidade universitária para participar das reflexões e construir coletivamente uma política institucional de inteligência artificial para a UFMG. Nesse sentido, o plano de comunicação prevê um esforço permanente de engajamento da comunidade nas ações da Comissão e, como ações de curto prazo, estão previstas: campanhas de divulgação sobre a escuta preliminar da comunidade da UFMG, visando mobilizar a participação dos atores nesse processo diagnóstico sobre os desafios enfrentados e as expectativas sobre o uso da inteligência artificial na universidade; a criação de um site que reúna e apresente os materiais dessa temática, servindo de referência para a comunidade no acompanhamento do trabalho da Comissão, das atividades desenvolvidas pela comunidade e de outras indicações científicas ou administrativas de interesse; o desenvolvimento de uma identidade visual alinhada às diretrizes institucionais da Universidade, visando uma coesão no uso e reforço da marca da UFMG; e a divulgação e organização de treinamentos, eventos e publicações.

Qual a relevância de pensar sobre a regulação de IA no Ensino Superior? (Professor Marco Antônio Sousa Alves e Professor Antônio de Pádua Braga)

A regulação de IA deve ser compreendida como um esforço amplo, coletivo e permanente, em diferentes âmbitos, envolvendo acordos internacionais, leis específicas em nível nacional e regulamentações locais, dentro de cada instituição, indicando boas práticas, orientações de uso e códigos de conduta. A Universidade deve participar desse esforço coletivo, tanto internamente, por meio do estabelecimento de regras próprias, como externamente, contribuindo para a construção de um marco regulatório mais geral. Nessa perspectiva interna, é importante reconhecer que diversas ferramentas de IA já se encontram em pleno uso em diversas etapas do fazer científico e nas atividades de ensino, tornando necessária uma leitura refinada, sensível e atenta aos efetivos riscos. O ensino superior traz problemas específicos, que devem ser adequadamente compreendidos, para que sejamos capazes de inibir usos indevidos e promover maneiras responsáveis, éticas e produtivas de desenvolvimento e uso de IA. Uma inteligência artificial desregulada possui grande potencial de acirrar riscos conhecidos e evitáveis, sendo de extrema importância que seu uso seja guiado por alguns valores fundamentais, como a transparência, a proteção de dados, a privacidade e a justiça no uso de dados.

Quais ações relacionadas à extensão têm sido planejadas para integrar a sociedade à IA? (Professor André Goes Mintz)

Trabalhamos com a perspectiva de fomentar o debate, a reflexão e a compreensão dos desafios trazidos pela ampla difusão de ferramentas de IA junto à sociedade. Neste sentido, a Comissão estabeleceu a extensão como uma de suas frentes de atuação, como forma de ampliar o diálogo e a colaboração com a comunidade. Um dos enfoques específicos previstos é a atuação próxima à educação básica, em especial na rede pública, junto a professores, com formações voltadas à compreensão crítica desta tecnologia, em particular considerando riscos da tecnologia como a disseminação de preconceitos, a desinformação e o incremento da desigualdade. De forma mais ampla, buscamos também construir linhas de incentivo à extensão com foco específico nesta temática, junto à comunidade da UFMG.

Considerando a importância do letramento para o uso de IA, como as atividades de treinamento têm sido pensadas no âmbito do ensino superior? (Professora Geane Carvalho Alzamora e Professora Vilma Lúcia Macagnan Carvalho)

A Diretoria de Educação a Distância e Educação Digital (DEDD) tem atuado como um centro de capacitação em Educação a Distância desde 2008. Com a publicação da Política Nacional de Educação Digital, a PNED – Lei nº 14.533 de 11 de janeiro de 2023 (Brasil, 2023), a DEDD incorporou o objetivo de também promover a capacitação em Educação Digital. Para isso, lançou em 2024 uma chamada para a comunidade interna da UFMG para a elaboração de conteúdo, visando a oferta de quatro cursos de extensão em EAD, autoinstrucionais, com carga horária de 30 horas, a serem disponibilizados em sua plataforma – a DEDD Virtual –, ainda no primeiro semestre de 2025. São eles: 1. Fundamentos da educação digital; 2. Letramento digital; 3. Cidadania digital; 4. Inteligência artificial no ensino: ferramentas e estratégias para professores. O público-alvo dos cursos é a comunidade interna da UFMG, mas a comunidade externa também pode ser incluída na oferta.

O último curso mencionado (Inteligência artificial no ensino: ferramentas e estratégias para professores) tem o objetivo de apresentar diferentes ferramentas de IA, disponíveis para a utilização em sala de aula pelos docentes. No entanto, sabemos que a utilização de IA envolve a aquisição de várias competências e implicações éticas não só para docentes, mas também para discentes e técnicos administrativos em educação. As possibilidades de ofertas de outros cursos de capacitação são imensas.

Neste contexto, a Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG pretende, em parceria com a DEDD, iniciar, no segundo semestre de 2025, a preparação de novos cursos de extensão também autoinstrucionais e com carga horária de 30 horas, que devem focar nos desafios do uso responsável de IA generativa em contexto de sala de aula. Um deles com abordagem às formas contemporâneas de plágio e atenção aos direitos autorais, e outro voltado aos riscos de incremento à desinformação e do colonialismo digital.

Na medida em que outras temáticas se tornem viáveis, inclusive com a necessidade de uma capacitação presencial em cursos futuros, a DEDD dispõe do Laboratório de Ensino Digital – o LED – para este fim.

Considerando seu trabalho à frente da Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), a UFMG está tecnologicamente preparada para lidar com IA nas atividades administrativas da Universidade? (Professor Dorgival Guedes Neto)

A DTI está acompanhando a evolução da área para se preparar para atender tais demandas, mas por limitações de recursos humanos para dedicar ao assunto, bem como pela ausência de demandas prementes da comunidade, não há ainda planos para aplicação direta de IA nas atividades administrativas da UFMG. Vale lembrar que a DTI não tem perfil de pesquisa e, no caso de sistemas de informação, depende de ser demandada pelos usuários dos sistemas e de essas demandas serem priorizadas pela administração.

No momento, recursos de IA são usados de forma incipiente como apoio ao desenvolvimento de sistemas por parte de analistas da equipe. Devido às limitações de pessoal de TI que a UFMG e outros órgãos federais enfrentam no momento, não temos ainda um plano para integração de IA como extensão das funcionalidades das aplicações desenvolvidas localmente. Ferramentas desenvolvidas externamente, como o SEI (Sistema Eletrônico de Informação da UFMG), começam a oferecer módulos específicos para esse fim; quando esses módulos se tornarem disponíveis e forem avaliados como viáveis para a nossa infraestrutura, eles serão integrados.

A UFMG mantém um armazém de dados onde diversas fontes de informação são integradas para permitir a análise de dados de forma eficiente e flexível. No momento, as demandas prioritárias do armazém focam principalmente na geração de relatórios pré-definidos para diversos setores, sendo um dos principais o Censo da Educação Superior, organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação (MEC). Essas demandas ainda não exigem o uso de IA, mas uma extensão do armazém com esse tipo de recursos está sendo estudada para aplicação futura.

Um uso comum de IA em ambientes corporativos é a automação do serviço de atendimento de primeiro nível ao usuário, como chats de atendimento. Hoje, esse atendimento na UFMG é realizado por um grupo de estagiários de diversos cursos, muitos dos quais têm no estágio sua primeira experiência profissional. Por considerar que o modelo atual atende a comunidade e que esse papel de formação é relevante, a DTI não considera no momento a adoção de IA para esse serviço, mas acompanha as soluções no setor para quando essa demanda for colocada pela comunidade.

A Comissão pretende realizar publicações com os resultados de seu trabalho? Quais são as formas de publicação e as estratégias planejadas? (Professora Adriana Silvina Pagano)

A Comissão pretende adotar uma diversidade de formas de divulgar suas atividades, incluindo relatórios técnicos, artigos, entrevistas, boletins informativos e organização de obras coletivas, como forma estratégica de consolidar e socializar o conhecimento produzido, promover a transparência institucional, e fortalecer o diálogo com diferentes públicos.

Um dos instrumentos de destaque nesse esforço será a produção de uma obra coletiva que tem como objetivo introduzir os fundamentos, aplicações e dilemas da IA a partir de uma perspectiva interdisciplinar. Com capítulos elaborados por especialistas da UFMG de diferentes áreas — como saúde, direito, comunicação, ciências sociais, engenharias, letras, artes, pedagogia e ciência da informação —, a obra contará com uma estrutura didática padronizada que facilita a apropriação crítica do tema por públicos diversos.

Essa publicação permitirá à Comissão divulgar o papel da IA nas diferentes áreas do conhecimento, além de contribuir para a formação de uma cidadania digital mais consciente, valorizando inclusive exemplos do Brasil, da América Latina e do Sul Global.

Além disso, juntamente com outras estratégias de divulgação científica e institucional, a publicação de um livro reforçará o papel da UFMG como espaço de liderança nacional no debate sobre inteligência artificial, com ênfase na ética, inclusão, justiça social e inovação com responsabilidade. As publicações permitem registrar formalmente recomendações, diagnósticos e diretrizes elaborados pela Comissão, contribuindo para a formação de uma base de referência nacional sobre o uso responsável da inteligência artificial. Ao alcançar tanto a comunidade acadêmica quanto setores da sociedade civil, essas ações ampliam o impacto social e científico do trabalho da Comissão, fomentando o debate interdisciplinar, o engajamento público e a elaboração de políticas institucionais fundamentadas em evidências.

Como membro da Comissão, e considerando as interfaces da UFMG com outras instituições, bem como sua atuação no Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde (CI-IA Saúde), como a inteligência artificial vem sendo aplicada nas pesquisas em saúde? (Professora Zilma Silveira Nogueira Reis)

O CI-IA Saúde tem atuado como um acelerador da pesquisa e inovação para o uso da IA em inúmeras frentes que envolvem as ciências de dados e da saúde. Sempre com a premissa do uso ético, transparente, equitativo das ferramentas da IA nos projetos que seleciona e apoia, o Centro oferece oportunidades para que as equipes transdisciplinares desenvolvam estudos empregando IA na análise de dados de saúde. Com o foco de desenvolvimento centrado nas pessoas, espera-se que pesquisadores também adquiram competências para o trabalho em equipe, além da mais valia dos resultados dos projetos para o cuidado à saúde das pessoas. Além disso, o Centro mantém parcerias com empresas privadas. A parceria com a empresa (a exemplo da UNIMED-BH) fortalece o compromisso do CI-IA Saúde com a entrega de soluções que sejam úteis, seguras e efetivas para o mercado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Comissão tem se empenhado em acompanhar os desafios impostos pelas tecnologias de inteligência artificial, que avançam de forma veloz em todas as áreas, especialmente nos processos de ensino-aprendizagem.

Assim, por meio de suas ações, que envolvem as coordenações na promoção da articulação com outras universidades e com o governo, a escuta interna à comunidade acadêmica, a divulgação por meio de eventos e canais de comunicação, a construção de normas coletivas para o uso de IA na UFMG, o incentivo a atividades de extensão, a realização de ações de formação e capacitação de membros da comunidade universitária, publicações e a integração com outras instituições, a Comissão tem buscado consolidar uma abordagem participativa e responsável para o uso da inteligência artificial.

A Política de IA será construída de maneira ampla e participativa, considerando o contexto real da Universidade, e pretende ser um instrumento norteador, apresentando diretrizes e recomendações para que a comunidade universitária utilize essas tecnologias de forma harmônica, responsável e ética.

AGRADECIMENTOS

A primeira autora agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo apoio ao projeto 303721/2025-1.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Brasília, DF: CNS, 7 abr. 2016. Disponível em: https://www.ufmg.br/bioetica/cep/wp-content/uploads/2025/01/Resolucao-no-510.pdf. Acesso em: 19 abr. 2025.

BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Diário Oficial da União, Brasília, DF. 15 ago. 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm. Acesso em: 19 abr. 2025.

BRASIL. Lei nº 14.533, de 11 de janeiro de 2023. Institui a Política Nacional de Educação Digital e altera as Leis nºs 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 9.448, de 14 de março de 1997, 10.260, de 12 de julho de 2001, e 10.753, de 30 de outubro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 11 jan. 2023. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/36763658/publicacao/36765691. Acesso em 5 jun. 2025.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Portaria nº 6804, de 06 de agosto de 2024. A REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), no uso de suas atribuições legais, estatutárias e regimentais. Belo Horizonte, 6 ago. 2024. Disponível em:
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Portaria nº 9609, de 23 de outubro de 2024. A REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), no uso de suas atribuições legais, estatutárias e regimentais, considerando o disposto na Portaria nº 6804, de 6 de agosto de 2024, que Instituiu a Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG. Belo Horizonte, 23 out. 2024. Disponível em: https://ufmg.br/storage/8/b/8/0/8b80b0d7e78dc29f35db83d711d599c1_17298556113812_1533086495.pdf . Acesso em 5 jun. 2025.


Patrícia Nascimento Silva

Professora adjunta na Escola de Ciência da Informação (ECI) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na área: Organização, Tratamento da Informação e Tecnologia. Professora e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Gestão & Organização do Conhecimento (PPGGOC) ECI/UFMG. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Doutora em Gestão e Organização do Conhecimento pelo PPGGOC/ECI/UFMG, mestre e bacharel em Sistemas de Informação. Atuou como analista de sistemas por 15 anos na área de engenharia de software. Experiência e interesse de pesquisa na área de ciência da informação e sistemas de informação, na linha de gestão e tecnologia.

patricians@ufmg.br

Ricardo Fabrino Mendonça

Professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Integra o Comitê Gestor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, e é pesquisador do Grupo de Pesquisa em Democracia e Justiça – MARGEM. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Doutor em Comunicação Social pela UFMG (2009) e graduado em Comunicação pela mesma instituição (2003), foi pesquisador da Fundação João Pinheiro (2010) e pesquisador visitante na University of California Irvine (2019-2020 e 2022), na University of Canberra (2014, 2017 e 2018) e na Australian National University (2007-2008). Seus interesses se voltam para teoria democrática, conflitos sociais e comunicação e política.

ricardofabrino@hotmail.com

Adriana Silvina Pagano

Professora titular de Linguística Aplicada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), bacharel e licenciada em Letras pela Universidad Nacional de La Plata (1987), mestre em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (1991) e doutora em Letras pela UFMG (1996), com estágio de doutorado sanduíche na University of Nottingham (1995). Realizou estágio de pós-doutorado no Translation Center, University of Massachusetts, Amherst (EEUU) (1999-2000) e no Departamento de Língua Inglesa, Tradução e Interpretação da Universidade do Sarre, Alemanha (2009-2010). Atualmente desenvolve estudos de pós-doutoramento na Università di Torino, Itália (2024-2025). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu grant do Programa Pesquisador Mineiro (PPM/FAPEMIG) e lidera o Grupo de Pesquisa Modelagem Sistêmico-Funcional da Tradução e da Produção Textual Multilíngue (Diretório de Grupos de Pesquisa CNPq).

apagano@letras.ufmg.br

André Goes Mintz

Professor adjunto do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisador do R-EST, grupo de estudos em redes sociotécnicas. Foi professor do Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes da UFMG (2020-2025). Doutor (2019) em Comunicação Social pela UFMG. Master of Arts (2017) em Media Arts Cultures pelo programa interinstitucional Erasmus Mundus formado pela Aalborg University (Dinamarca), Lodz University (Polônia) e Danube University Krems (Áustria). Mestre (2015) e bacharel (2009) em Comunicação Social pela UFMG. Foi professor da Associação Imagem Comunitária (AIC) (2013-2015), atuando na área de mídias e artes digitais dos cursos técnicos em Artes Visuais, Áudio e Vídeo e Produção Multimídia da Kabum! Escola de Arte e Tecnologia.

andregmintz@eba.ufmg.br

Antônio de Pádua Braga

Professor titular do Departamento de Engenharia Eletrônica da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em Engenharia Elétrica (1987) e mestre em Ciência da Computação (1991), ambos pela UFMG. O seu doutorado foi obtido na Universidade de Londres, Imperial College, Departamento de Engenharia Elétrica (1995) na área de Redes Neurais Artificiais Recorrentes. Foi professor visitante (Pesquisa) no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Alberta, Edmonton, Canadá e na Universidade de Paris-Leste, França. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

apbraga@cpdee.ufmg.br

Dorgival Guedes Neto

Professor titular do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em Engenharia Elétrica (1988), mestre em Ciência da Computação (1992), ambos pela UFMG, e doutor em Ciência da Computação pela University of Arizona, Tucson (1999). Foi pesquisador visitante no International Computer Science Institute e na University of California em Berkeley (2011). Atualmente ocupa a Diretoria de Tecnologia da Informação da UFMG (DTI). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

dorgival@ufmg.br

Fábia Pereira Lima

Professora do Departamento de Comunicação Social e Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Diretora do Centro de Comunicação (CEDECOM) da UFMG. Possui graduação em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG), especialização em Gestão Estratégica de Marketing (PUCMG), mestrado em Comunicação Social (PUCMG) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Coordenadora de Relações Institucionais do Colégio de Gestores de Comunicação das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). Foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (ABRAPCORP), (2020-2022) e diretora científica adjunta do Intercom (2020-2021).

fabialima@gmail.com



Geane Carvalho Alzamora

Professora associada do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui graduação em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG), mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com estágio doutoral na Universität de kassel (Alemanha) e pós-doutorado pela Universidad Pompeu Fabra (Espanha). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

geanealzamora@gmail.com

Marco Antônio Sousa Alves

Professor adjunto de Teoria e Filosofia do Direito e do Estado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Subcoordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD/UFMG). Bolsista de Produtividade em Pesquisa pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Doutor em Filosofia pela UFMG (2014), com estágio de pesquisa na École des hautes études en sciences sociales (EHESS), Paris, França. Mestre em Filosofia e graduado em Direito e em Filosofia pela UFMG. Professor Visitante pelo Programa CAPES/PrInt (2021-2022) no Surveillance Studies Centre, na Queen's University em Kingston, Canadá.

marcofilosofia@yahoo.com.br

Zilma Silveira Nogueira Reis

Professora Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, do Programa de Pós-graduação em Saúde da Mulher e do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É pesquisadora do Center for Health Technology and Services Research (CINTESIS/Portugal), coordenadora do Centro de Informática Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e Bolsista em Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi professora visitante na Universidade de Lisboa, com bolsa CAPES (2018-2019). Coordenou o Programa de Pós-graduação em Saúde da Mulher (2022-2024). Foi membro da diretoria executiva do Centro de Inovação e Inteligência Artificial da UFMG (2021-2024) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) (2017-2018). É graduada em Medicina (1988), mestre em Medicina (1993) e doutora em Medicina (2002) pela UFMG, com bolsa de doutorado-sanduiche na Alemanha. Especialista em estatística pelo Instituto de Ciências Exatas (ICEX) da UFMG (2008). Fez estágio sênior pós-doutoral no exterior (CAPES), na Universidade do Porto, Portugal (2011).

zilma.medicina@gmail.com

Vilma Lúcia Macagnan Carvalho

É professora titular do Departamento de Geografia no Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo atuado tanto em disciplinas a distância (de 2008 a 2014) como nas presenciais. Foi Vice-Diretora, gestão 2014-2018, e Diretora do Instituto de Geociências da UFMG, gestão 2018-2022. Atualmente está como Diretora na Diretoria de Educação a Distância e Educação Digital (DEDD/UFMG) e líder do Grupo de Pesquisa em Educação a Distância e Educação Digital (NEEDED/UFMG/DGP/CNPq). Possui licenciatura e bacharelado (1984) em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) (Presidente Prudente, SP), mestrado (1990) e doutorado (2000) em Geografia pela Unesp (Rio Claro, SP).

vilmageografia97@gmail.com

Virgílio Augusto Fernandes Almeida

Professor Emérito do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em Engenharia Elétrica pela UFMG (1973), mestre em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1980) e doutor em Ciência da Computação pela Vanderbilt University (1987). É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Nacional de Engenharia (ANE) e da Academy of Science for the Developing World (TWAS). Em 2006, recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe de comendador e em 2010 a Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe Grão-Mestre. Em 2012, recebeu a Medalha de Honra da Inconfidência, do governo de Minas Gerais. Em 2018, foi agraciado com a Grande Medalha da Inconfidência do governo de Minas Gerais. Em 2014, recebeu o Prêmio do Mérito Científico da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Foi Faculty Associate with the Berkman Klein Center for Internet and Society na Universidade de Harvard (2016-2018). É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

virgilio@dcc.ufmg.br


Como citar este documento – ABNT

NASCIMENTO SILVA, Patrícia et al. Entrevista com a Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG: perspectivas no ensino superior. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 15, e059768, p. 1-16, 2025. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2025.59768 .



1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-2405-8536 . E-mail: patricians@ufmg.br

2 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-7754-3359 . E-mail: ricardofabrino@hotmail.com

3 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-3150-3503 . E-mail: apagano@letras.ufmg.br

4 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-2740-3224 . E-mail: andregmintz@eba.ufmg.br

5 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-9007-0920 . E-mail: apbraga@cpdee.ufmg.br

6 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-0865-1417 . E-mail: dorgival@ufmg.br

7 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-7802-107X . E-mail: fabialima@gmail.com

8 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-2994-8308 . E-mail: geanealzamora@gmail.com

9 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-4885-8773 . E-mail: marcofilosofia@yahoo.com.br

10 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-6374-9295 . E-mail: zilma.medicina@gmail.com

11 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-5193-3164 . E-mail: vilmageografia97@gmail.com

12 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-6452-0361 . E-mail: virgilio@dcc.ufmg.br


Recebido em: 27/06/2025 Aprovado em: 02/07/2025 Publicado em: 30/07/2025

Rev. Docência Ens. Sup., Belo Horizonte, v. 15, e059768, 2025 5