Literatura e militância: o escritor brasileiro e seu ofício em sociedade nas décadas de 1930-1950
Abstract
A demanda de militância à literatura dos escritores brasileiros em exercício durante as décadas de 1930 a 1950 enseja uma discussão acerca do papel do homem de letras – e do artista, por extensão – em sociedade. O homem de contemplação deve comprometer-se com o projeto de transformação social ou deve salvaguardar sua liberdade crítica? No Brasil do período referido, a cooptação dos segmentos da elite pensante pelas esferas do poder tem em Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, entre muitos outros, exemplos proeminentes, e a proximidade dos intelectuais com o Estado Novo varguista gera essa que é uma das contradições fundantes da história da intelectualidade brasileira, cindida entre a realização artística individual e a burocratização em nome da necessidade do ganha-pão.