A Interpretação do Gênesis a partir do Pensamento Filosófico Político de Leo Strauss

Autores

  • Elvis de Oliveira Mendes

Resumo

O presente artigo é uma análise bem como uma interpretação  do ensaio do filósofo político teuto americano Leo Strauss intitulado On the interpretation  of Genesis[1]. Neste texto, elaborado para um ciclo de conferências patrocinado pela Universidade de Chicago e publicado posteriormente pela revista francesa  L’homme, em 1981, Strauss efetua uma séria e rigorosa empreitada intelectual, em que exerce, sob um olhar investigativo, uma exegese do relato da gênese proposto pela Bíblia,  ao termo da qual ele constata que, no âmago mesmo do “ínicio do ínicio”, há uma relação hostil entre filosofia e religião. A proposta fundamental de nosso artigo é, assim, explicitar a concepção de Strauss, desenvolvida no referido ensaio, de que, no interior do próprio texto bíblico do Gênesis, já se encontra presente, de maneira sutil, uma compreensão da natureza radicalmente problemático das relações entre filosofia e religião. Com efeito, o que o filosofo tenta mostrar é o fato de que, entre fé e razão, existe um antagonismo fundamental, antagonismo que se manifesta, segundo ele, já na forma pela qual devemos nos aproximar do texto bíblico. Neste sentido, Strauss considera que, uma vez que o texto bíblico pretende ser uma revelação e que, diante disto, a revelação é um milagre, é preciso, antes de qualquer coisa, que nos posicionemos quanto à possibilidade dos milagres em geral a fim de decidir em qual espírito ler a Bíblia.


[1] STRAUSS, L. On the Interpretation of Genesis. In: L'Homme, 1981, tome 21, n°1, pp. 5-20.

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Publicado

2016-07-28