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Artigos

v.9, n.2, 2012

Patologização das travestilidades: entre a doença nos manuais e a saúde no cotidiano travesti.

Enviado
12 março 2016
Publicado
12-03-2016

Resumo

No presente artigo, pretende-se analisar o processo de patologização das travestilida- des, pensando na forma retórica artefactual-social (Haraway, 1995) das ciências de fabricar o mundo através de objetos efetivos, como os manuais e códigos de enfermidades. Por isso, buscou-se observar como as experiências travestis vêm sendo descritas e classificadas nos documentos produzidos pe- las principais agências de saúde: o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), produzido pela APA (Associação Americana de Psiquiatria), e o CID (Classificação Internacional de Do- enças) produzido pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A partir da discussão sobre as disputas e controvérsias envolvidas na elaboração das categorias de doenças mentais, fez-se necessário rastrear os circuitos dos conhecimentos sobre as travestilidades, conhecendo os significados e práticas que as próprias travestis criam para suas experiências e para as categorizações que recebem de diversos campos da ciência. Para isso, foi iniciada uma etnografia entre as travestis que vivem em Belo Hori- zonte, a partir de contatos estabelecidos durante o trabalho no NUH (Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos LGBT da UFMG). A convivência em áreas de prostituição de travestis revela-se uma maneira bastante proveitosa de observar como as fronteiras entre o discurso psiquiátrico e as noções nativas de saúde, doença, sexualidade, mudanças corporais, dor e estética se articulam, entram em conflito, se materializam e se (re)inventam. 

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