Este artigo busca discutir acerca da tática de ação coletiva vinculada aos “Black Blocs”, tendo em vista as recentes mobilizações no Brasil e a maciça divulgação de um fenômeno até então pouco conhecido em nosso país. Assim, serão utilizadas fontes diversas de depoimentos e discussões, através de reporta- gens ligadas a jornais brasileiros; entrevistas virtuais; um comunicado de um núcleo dos Black Blocs em Seattle, em 1999; análise de posts e comentários realizados através da página de facebook “Black Bloc RJ1”; e uma compilação de documentos vinculados aos Black Blocs organizado pelo Coletivo Baderna no livro “Urgência das Ruas” (2002). O artigo problematiza a noção de violência enquanto um conceito situacional e relacional, contextualizada através do discurso dos Black Blocs por meio de uma linguagem no campo da cultura política e pela negação das estruturas de oportunidades políticas através da violência performativa. Por fim, relaciona a tática dos Black Blocs à noção de “Cidadania Insurgente” de James Holston, demons- trando a necessidade de maiores esforços sociológicos para a compreensão do fenômeno.