Procura-se tratar do critério racial enquanto fator de formação de atores coletivos. Devido à associação entre raça e dificuldade de acesso aos mais diferentes recursos necessários à participação política no Brasil, apontar-se-á o impacto das desigualdades sociais enquanto dificultadoras da ação política, em especial no caso dos negros brasileiros. Traz-se ao debate o crescente peso da raça como critério capaz de formar atores coletivos, bem como possíveis implicações do fortalecimento e possível recrudescimento deste reforço da identidade racial. Conclui-se que tornar saliente o critério racial para a articulação e mobilização só faz sentido se o que se visa é torná-lo absolutamente irrelevante em um período posterior.