O deslocamento de pessoas provocado por empreendimentos hidrelétricos resulta quase sempre em um descompasso entre experiência anterior e a do presente. Este artigo propõe compreen- der este descompasso a partir da categoria do espaço, e suas implicações antropológicas no contexto do Vale do Jequitinhonha. A partir de uma breve etnografia e reunindo análises teóricas sobre o estudo do espaço humano, será esboçada uma análise de elementos da organização espacial de duas comunida- des ribeirinhas atingidas. O texto conclui com uma interpretação das transformações espaciais e suas implicações na socialidade dos reassentamentos.