O presente relato pretende fazer uma análise de trabalhos da antropóloga Zora Neale Hurston, tanto etnográficos quanto literários, que serviram como inspiração e referência para refletir sobre experiências próprias na pesquisa antropológica. Zora usou de diferentes recursos narrativos, linguísticos e audiovisuais para compor suas publicações e, mesmo enfrentando diversos obstáculos, construiu inúmeras possibilidades dentro da Antropologia. Discorro sobre elas neste trabalho a partir da minha pesquisa etnográfica para Monografia, em que estudei a tradição da Folia de Reis e do boi de janeiro na cidade de Rubim (MG). A transcrição de entrevistas e músicas foi um dos pontos principais em que pude traçar uma conexão com o trabalho de Zora, ao pensar sobre a conservação da oralidade na escrita, que está presente nos textos da autora e no meu. Além disso, a utilização da visualidade também foi algo presente nas pesquisas da autora e que considero muito importante, sendo abordada neste relato.