A dominação e opressão da mulher pelo homem ocorrem de diversas formas, como na própria negação da sua sexualidade, sua exploração pelo trabalho doméstico não remunerado, o controle através dos lhos, nas privações e con namentos físicos, no uso da mulher como objeto, na restrição da criatividade feminina dada às limitações de acesso a elas impostas, seja no traba- lho, na educação e à participação social, como também na privação ao conhecimento e das suas mais inimagináveis e diversas realizações.
Essa manutenção do poder masculino tem sua base na desigualdade e na idealização social de posse e propriedade, estando presente no dia a dia, sendo desenvolvida e reforçada a todo mo- mento e tão naturalizada na sociedade que muitas vezes nem as próprias mulheres são capazes de percebê-la, exercendo controle até na consciência feminina. E se tal dominação exerce in uência em diversos aspectos da vida das mulheres, não seria diferente com relação à divisão do trabalho e do tempo, seja no âmbito pro ssional ou no doméstico.
Este artigo versa, a partir de dados da realidade das mulheres portuguesas e brasileiras, como essa divisão se apresenta, mesmo com suas diferenças estruturais.