Este artigo tem por objetivo apresentar os elementos do matriarcado e o papel da mulher negra na atualidade, em duas comunidades remanescentes quilombolas da Bahia: a primeira situada no Recôncavo Baiano e a outra, em um bairro periférico de Salvador. Inspirado na fenomenologia e utilizando como método a Análise do Discurso, o presente trabalho se desenvolve a partir dos principais conceitos dos elementos que constituem/constituíram o matriarcado, nas vivências nas duas comunidades e na análise das mídias cedidas pelo grupo de pesquisa CAOS (Conhecimento: análise cognitiva, ontologia e socialização), além de discutir sobre o que é ser mulher negra numa sociedade patriarcal. A matriarcalidade tratada aqui se refere às mulheres fortes, autônomas, determinadas, donas da casa onde residem e dos recursos para manter suas
extensas famílias e mulheres como Luisa Mahin, sem "terreiros", mas guerreiras, que, mesmo libertas, permanecem com o balaio na cabeça, nas ruas, lutando pela libertação das suas, até que todas sejam livres. À guisa da conclusão, o objetivo deste trabalho foi mostrar a s mulheres enquanto mulheres, líderes de si mesmas e, especialmente, como representantes do matriarcado negro dentro do sistema patriarcal vigente.