O rap, ao longo da primeira década de sua evolução, firmou-se como uma arte pensada e produzida das periferias para as periferias. Nesse contexto, o grupo Racionais Mc’s consagrou-se como expoente na arte de resistir por meio das rimas, trazendo à tona, denúncias de uma realidade corrosiva, fruto de uma violência estrutural e estruturante, exímia na arte de reinventar-se. O presente ensaio visa refletir acerca das possíveis aproximações entre a obra produzida pelo grupo e o pensamento dos intelectuais Frantz Fanon e Achille Mbembe. Qual o impacto do tempo nas feridas sociais que se assumem curadas? O quão longe estamos, afinal, do colonizador?