
Este trabalho discute o pensamento de Oliveira Vianna, especialmente acerca do sufrágio universal, do Estado e da democracia. Na contramão da interpretação de Wanderley Guilherme dos Santos, que considera o autoritarismo de Vianna instrumento transitório para modernização nacional, defende-se aqui que o autoritarismo marca ontologicamente a sua obra, sem pretensões de abertura democrática posterior. Tal afirmação se justifica pois Vianna deslegitima o sufrágio universal e as aptidões cívicas do povo-massa; seu Estado é corporativo, autocrático e não representa os interesses coletivos, mas das corporações que o integram; sua democracia restringe a atuação no campo político a uma elite esclarecida.