A importância de um protocolo preventivo no atendimento odontológico de pacientes fissurados:

uma revisão sistemática da literatura

Autores

  • Bruna Regina Rodrigues Alves Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Luana Gabriela Lopes Duarte Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Grasieli de Oliveira Ramos Universidade do Oeste de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2019.55.e17

Palavras-chave:

Fenda labial, Fissura palatina, Odontólogos, Protocolos, Assistência odontológica

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente na literatura publicações relacionadas ao protocolo de atendimento do cirurgião-dentista frente a pacientes com fissura labiopalatal.

Métodos: Foram revisados artigos publicados até março de 2018, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola, obtidos por meio de buscas nas bases eletrônicas PubMed, Scopus, LILACS, Bireme, SciELO e busca manual nas referências dos artigos encontrados.

Resultados: A busca resultou em 141 artigos, onde após a aplicação dos critérios de exclusão foram obtidos quatro artigos. Os artigos selecionados eram de revisão de literatura, o que impossibilitou a realização de uma revisão sistemática da literatura. Todos os artigos foram lidos na íntegra e resultaram em um protocolo de atendimento dividido de acordo com as fases de erupção dental, com ênfase na prevenção. O protocolo foi separado em: fase pré-eruptiva e de dentição decídua, dentadura mista e dentição permanente. Na fase pré-eruptiva e de dentição decídua a orientação é dar ênfase na prevenção, na fase de dentadura mista tem-se o início da ortodontia preventiva além da manutenção das ações preventivas e na fase de dentição permanente trabalha-se novamente com a prevenção inicia-se a ortodontia fixa e quando necessário a realização de cirurgia ortognática.

Conclusão: Em relação aos achados, fica evidente a importância da prevenção durante todas as fases, visando a manutenção do perímetro da arcada, e manutenção da integridade dos dentes permanentes. O cirurgião-dentista deve estar apto a realizar o atendimento tendo como base um protocolo para efetuar o manejo correto conforme a faixa etária e a fase de erupção dental em que o paciente se encontra. O aprimoramento do cirurgião-dentista na abordagem aos pacientes portadores de fissura labiopalatal deve ser constante, bem como a criação de vínculo afetivo com o paciente e a família visando um tratamento preciso e humanizado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Martelli DRB, Machado RA, Swerts SO, Rodrigues, LAM, Aquino SN, Júnior, HM. Non sindromic cleft lip and palate: relationship between sex and clinical extension. Braz J Otorhinolaryngology. 2012;78(5):116-20.

Nagem Filho H, Moraes N, Rocha RGF. Contribuição para o estudo da prevalência das más formações congênitas labio-palatais na população escolar de Bauru. Rev Fac Odontol São Paulo. 1968;6(2):111-28.

Loffredo LCM, Freitas JAS, Grigolli AAG. Prevalência de fissuras orais de 1975 a 1994. Rev Saúde Pública. 2001;35(6):571-5.

Souza-Freitas, JA et al. Tendência familiar das fissuras labiopalatinas. R Dental Press Ortodon. Ortop. Facial. 2004;9(4):74-8.

Almeida AMFL et al. Atenção à pessoa com fissura labiopalatina: proposta de modelização para avaliação de centros especializados, no Brasil. Saúde em Debate. 2017; 41:156-66.

Shaye D, Liu CC, Tollefson TT. Cleft lip and palate. Facial Plast Surg Clin North Am. 2015;23(3):357-72.

Worley ML, Patel KG, Kilpatrick LA. Cleft lip and palate. Clin Perinatol. 2018;45(4):661-78.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fissura labiopalatal no sistema único de saúde. Brasilia, DF; 05 jul 2017.

Borges AR, Mariano L, SÁ J, Medrado AP, Veiga PC, Reis SRA. Fissuras labiais e/ou palatinas não sindrômicas: determinantes ambientais e genéticos. Revista Bahiana de Odontologia. 2014;5(1):48-58.

Costa B. Odontopediatria na reabilitação de crianças com fissura labiopalatina. Curso de anomalias congênitas labiopalatinas, 44. Universidade de São Paulo: Bauru; 2011.

Tuji FM, Bragança TA, Rodrigues CF, Pinto DPS. Tratamento multidisciplinar na reabilitação de pacientes portadores de fissuras de lábio e/ou palato em hospital de atendimento público. Biblioteca Virtual em Saúde. 2013;23(2).

Dixon MJ et al. Cleft lip and palate: understanding genetic and environmental influences. Nat Rev Genet. 2011;12(3):167-78.

Figueiredo IMB, Bezerra AL, Marques, ACL, Rocha, IM, Monteiro NR. Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas. Rev Bras Promoção da Saúde. 2004;17(3):154-60.

Spina V, Psillakis,JM, Lapa,FS, Ferreira MC. Classificação das fissuras lábio-palatina: sugestão de modificação. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo. 1972;27(1):5-6.

Araruna RC, Vendrúscolo DM. Nutrition of children with cleft lip and cleft palate, a bibliographic study. Rev Lat Am Enfermagem. 2000;8(2):99-105.

Ribeiro EM, Moreira ASCG. Atualização sobre o tratamento multidisciplinar das fissuras labiais e palatinas. Rev Bras Promoção da Saúde. 2005;18(1):31-40.

Roda SR, Lopes VLGS. Aspectos odontológicos das fendas labiopalatinas e orientação para cuidados básicos. Rev Cienc Med. 2008;17:95-103.

Rivkin CJ, Keith O, Crawford PJM, Hathorn IS. Dental care for the patient with a cleft lip and palate. Part 1: From birth to the mixed dentition stage. Br Dent J. 2000;188(2):78-83.

Rivkin CJ, Keith O, Crawford PJM, Hathorn IS. Dental care for the patient with a cleft lip and palate. Part 2: The mixed dentition stage through to adolescence and young adulthood. Br Dent J. 2000;188(3):131-4.

Silva HA, Bordon AKCB, Duarte DA. Estudo da fissura labiopalatal. Aspectos clínicos desta malformação e suas repercussões. Considerações relativas à terapêutica. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê. 2002;5(27):432-6.

Alvanhan D, Gonini CAJ, Rosa L, Benzoni S, Codato LAB. Manual de Saúde Bucal. Prefeitura municipal de londrina. 2009;1(4):214-62.

Montandon EM, Duarte RC, Furtado PGC. Prevalência de doenças bucais em crianças portadoras de fissuras labiopalatinas. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê. 2001;4(17):68-73.

Alonso N, Tanikawaa DYS, Junior JEL, Rocha DL, STERMAN S, Ferreira MC. Fissuras labiopalatinas: protocolo de atendimento multidisciplinar e seguimento longitudinal em 91 pacientes consecutivos. Rev Bras Cir Plast. 2009;24(2):176-81.

Mendes M. et al. Avaliação da percepção e da experiência dos cirurgiões-dentistas da rede municipal de Pelotas/RS no atendimento aos portadores de fissuras labiopalatais. Rev Fac Odontol: UPF. 2012;17(2):196-200.

Lorenzzoni D. Avaliação do sistema de referência e contra referência na atenção à saúde bucal ao portador de fissura de lábio e/ou palato no Estado de Santa Catarina. Florianópolis, SC. Dissertação [Mestrado em Odontologia em Saúde Coletiva] – Centro de Ciências da Saúde da UFSC; 2007.

Lorenzzoni D, Carcereri DL, Locks A. The importance of multi-professional, interdisciplinary care in rehabilitation and health promotion directed at patients with cleft lip/palate. Rev Odonto Ciênc. 2010;25(2):198-203.

Bathia SK, Collard MM. Access to primary dental care for cleft lip and palate patients in South Wales. Br Dental J. 2012;212(5):1-4.

Souza LCM. Fissura labiopalatina. Abordagem multidisciplinar. Rev Paul Odontol. 1985;7(3):54-60.

Ellis E. Tratamento de pacientes com fissuras orofaciais. In: Peterson LJ. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. Tradução Wladimir Cortezzi. 27. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 639-61.

National Clinical Guidelines. Paediatric Dentistry. Continuing Oral Care — Review and Recall: The Faculty of Dental Surgery of the Royal College of Surgeons of England; 1997.

Holt RD, Moynihan PJ. The weaning diet and dental health. Br Dent J. 1996;181(7):254-8.

Rock WP. Young children and fluoride toothpaste. Br Dent J. 1994;9(177):17-20.

Roberts-Harry D, Sandy JR. Repair of cleft lip and palate: 1. Surgical techniques. Dent Update. 1992;19(10):418-23.

Murray J, Nunn J. British society of paediatric dentistry: a policy document on fissure sealants. Int J Paediatr Dent. 1993;3(2):99-100.

Bergland O, Semb G, Abyholm FE. Elimination of the residual alveolar cleft by secondary bone grafting and subsequent orthodontic treatment. Cleft Palate J. 1986; 23(3):175-205.

Burke FJT, Shaw WC. Aesthetic tooth modification for patients with cleft lip and palate. Br J Orthod. 1992;19(4):311-7.

Downloads

Publicado

2019-12-03

Como Citar

Alves, B. R. R., Duarte, L. G. L., & Ramos, G. de O. (2019). A importância de um protocolo preventivo no atendimento odontológico de pacientes fissurados:: uma revisão sistemática da literatura. Arquivos Em Odontologia, 55. https://doi.org/10.7308/aodontol/2019.55.e17

Edição

Seção

Artigos