Prevalência da automedicação em acadêmicos de odontologia e enfermagem em uma instituição pública brasileira

Autores

  • Ayrton Galvão de Araújo Júnior Universidade Federal do Piauí
  • Vinícius da Silva Caetano Universidade Federal do Piauí
  • Italo José Zacarias Portela Universidade Federal do Piauí
  • Joyce Pinho Bezerra Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí
  • Maria Ângela Arêa Leão Ferraz Universidade Estadual do Piauí
  • Carlos Alberto Monteiro Falcão Universidade Estadual do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2021.57.e04

Palavras-chave:

Automedicação, Prevalência, Estudantes de odontologia, Estudantes de enfermagem

Resumo

Objetivo: Determinar a prevalência da automedicação em estudantes de Odontologia e Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí no município de Parnaíba e avaliar se existe associação dessa tal prática com o nível socioeconômico, o sexo dos acadêmicos, bem como com o nível de conhecimento teórico-prático.

Métodos: Consiste em uma metodologia quantitativa de natureza aplicada e de corte transversal. O levantamento contou com a participação de maiores de 18 anos de idade e fez o uso de um questionário autoaplicável com questões a respeito da automedicação e demais variáveis independentes. Os resultados obtidos foram tabulados e submetidos a testes estatísticos por meio de análise descritiva e bivariada. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney, ANOVA Kruskal-Wallis, com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21,0.

Resultados: A amostra contou com a participação de 70 acadêmicos, dos quais 41 (58,6%) são do curso de Odontologia e 29 (41,4%) do curso de Enfermagem, e a automedicação era praticada por 97,1% dos acadêmicos, predominantemente entre aqueles que estavam no início do curso (92,3%) (p < 0,05) e eram do sexo feminino (98,1%) (p < 0,05), não havendo variação estatisticamente significativa quanto a renda familiar ou curso em que estavam matriculados (p > 0,05). Além disso, a principal classe farmacológica utilizada foi a de analgésicos.

Conclusão: A prevalência de automedicação foi alta e frequentemente relatada para o combate da cefaleia, os acadêmicos relataram que conhecimentos e experiências prévias os auxiliaram na escolha dos fármacos autoadministrados, não havendo associação dessa pratica de automedicação com o curso e a renda mensal. Além disso, essa prática foi estatisticamente mais prevalente no sexo feminino e dentre aqueles estudantes que estavam no início do curso da graduação.

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Publicado

2022-03-15

Como Citar

Araújo Júnior, A. G. de ., Caetano, V. da S. ., Portela, I. J. Z., Bezerra, J. P., Ferraz , M. Ângela A. L., & Falcão, C. A. M. (2022). Prevalência da automedicação em acadêmicos de odontologia e enfermagem em uma instituição pública brasileira. Arquivos Em Odontologia, 57, 26–35. https://doi.org/10.7308/aodontol/2021.57.e04

Edição

Seção

Artigos