Perfil epidemiológico de cegueira e perda do globo ocular por traumatismos em pacientes reabilitados através de próteses

Autores

  • Silvana Orestes-Cardoso Universidade Federal de Pernambuco
  • Thaíza de Souza Magalhães Cirurgião-dentista
  • Jefferson Luis Freire de Almeida Cirurgião-dentista
  • Mirella Emerenciano Massa Universidade Federal de Pernambuco
  • Fernando Luiz Tavares Vieira Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.3.09

Palavras-chave:

Traumatismos oculares, Cegueira, Epidemiologia, Olho artificial

Resumo

Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico de cegueira e perda do globo ocular por traumatismos, considerando-se a prevalência e a etiologia dos traumas oculares, segundo variáveis sociodemográficas e econômicas, assim como os tipos de agentes que causaram a lesão, de acordo com gênero, espaço social e etiologia.

Materiais e Métodos: A amostra constituiu-se de 116 prontuários de pacientes reabilitados através de próteses oculares na Clínica de Prótese Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal de Pernambuco. A análise estatística descritiva envolveu cálculo de proporções e foram utilizados os testes estatísticos Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, quando indicados. O nível de significância estatística utilizado foi igual a 0,05.

Resultados: O perfil sociodemográfico e econômico evidenciou que os pacientes eram predominantemente adultos (73,7%), do gênero masculino (69,7%), procedentes do Recife e sua Região Metropolitana (64,9%), com baixa escolaridade (79,9%) e renda individual de até dois salários mínimos (75,4%). Quanto aos fatores etiológicos, os dois principais instrumentos que provocaram traumas oculares em ambos os gêneros foram os perfurantes e os contundentes, sendo que no gênero masculino o maior percentual correspondeu aos instrumentos contundentes (42,9%). Considerando-se o espaço social onde ocorreram os traumatismos, constatou-se que eles foram mais prevalentes na rua (53,6%) e em casa (36,4%), em indivíduos do gênero masculino (70,0%). Os traumas acidentais foram os mais comuns (76,0%).

Conclusão: Os danos provocados pelos traumatismos oculares estão relacionados a fatores passíveis de prevenção. Foram registradas associações significativas entre renda e etiologia e entre os tipos de agentes etiológicos com o espaço social e a etiologia dos traumas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Araújo AAS, Almeida DV, Araújo VM, Góes MR. Urgência oftalmológica: corpo estranho ocular ainda como principal causa. Arq Bras Oftalmol. 2002; 65:223-7.

Abreu RAM, Moreira BC, Silveira ACL, Faria JCM. Estudo prospectivo dos traumas orbitários e suas repercussões oftalmológicas no hospital de referência regional da PUC-Campinas. Rev Soc Bras Cir Craniomaxilofac. 2009; 12:60-3.

Silber PC, Souza LB, Tongu MTS. Perfil epidemiológico do trauma ocular penetrante antes e após o novo código de trânsito. Arq Bras Oftalmol. 2002; 65:441-4.

Cabral LGM, Martelli Júnior H, Leite DM, Sabatini Júnior D, Freitas ABDA, Miranda RT, et al. Perfil biopsicossocial de portadores de anoftalmia no sul de Minas Gerais, Brasil. Arq Bras Oftalmol. 2008; 71:855-9.

Barbi JSR, Figueiredo ARP, Turrer CL, Bevilaqua ER. Análise da frequência de trauma ocular em pacientes de 0-10 anos no setor de plástica ocular do Hospital São Geraldo. Rev Med Minas Gerais. 2009; 19:127-31.

Oliveira PRP, Nutels MJSC, Giongo F, Moretti GRF, Sakae TM. Trauma ocular contuso envolvendo o segmento posterior: qual a melhor conduta? Arq Catarin Med. 2008; 37:85-90.

Côas VR, Neves ACC, Rode SM. Evaluation of the etiology of ocular globe atrophy or loss. Braz Dent J. 2005; 3:243-6.

Goiato MC, Mancuso DN, Fernandes AUR, Dekon SFC. Estudo sobre as causas mais freqüentes de perdas oculares. Arq Odontol. 2004; 40:273-84.

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Notificação de acidentes do trabalho fatais, graves e com crianças e adolescentes [internet]. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2006. [acesso em 2010 abril 17]. Disponível em: http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/06_0442_M.pdf.

Lima MA, Caetano JA, Pagliuca LMF. Limitação visual pós-trauma: repercussões na autoimagem. Rev Enferm UERJ. 2011; 19:9-13.

Leal FAM, Silva e Filho AP, Neiva DM, Learth JCS, Silveira DB. Trauma ocular ocupacional por corpo estranho superficial. Arq Bras Oftalmol. 2003; 66:57-60.

Oliveira LR, Jorge MHPM.Análise epidemiológica das causas externas em unidades de urgência e emergência em Cuiabá, Mato Grosso. Rev Bras Epidemiol. 2008; 11:420-30.

Rose J, Raju R. Cause and clinical profile of 379 cases of ocular trauma. Delhi J Ophthalmol. 2010; 21:48-50.

Mansouri M, Faghihi H, Hajizadeh F, Rasoulinejad AS, Rajabi MT, Tabatabaey A, et al. Epidemiology of open-globe injuries in Iran: analysis of 2,340 cases in 5 years (report nº 1). Retina. 2009; 29:1141-9.

Netto AA, Wayhs LF, Rodrigues IK, Astolfi M, Neumaier R, Aguiar UJ, et al. Estudo de 434 casos de corpos estranhos corneais no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Arq Catarin Med. 2006; 35:56-62

Aragaki GN, Inada ET, Teixeira MF. Estudo epidemiológico dos traumas oculares graves em um Hospital de São José do Rio Preto-SP. Arq Bras Oftalmol. 2003; 66:473-6.

Mesquita Filho M, Jorge MHPM. Características da morbidade por causas externas em serviço de urgência. Rev Bras Epidemiol. 2007; 10:679-91.

Downloads

Publicado

2016-06-10

Como Citar

Orestes-Cardoso, S., Magalhães, T. de S., Almeida, J. L. F. de, Massa, M. E., & Vieira, F. L. T. (2016). Perfil epidemiológico de cegueira e perda do globo ocular por traumatismos em pacientes reabilitados através de próteses. Arquivos Em Odontologia, 48(3). https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.3.09

Edição

Seção

Artigos