Gerenciamento dos resíduos radiológicos em consultórios odontológicos da cidade de Pelotas (RS, Brasil)

Autores

  • Flávia Pôrto de Barros Kaster Universidade Federal de Pelotas
  • Rafael Guerra Lund Universidade Federal de Pelotas
  • Elaine de Fátima Zanchin Baldissera Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.4.06

Palavras-chave:

Resíduos odontológicos, Resíduos tóxicos, Desenvolvimento sustentável, Radiografia

Resumo

Objetivo: Avaliar a segregação, tratamento e destino dos resíduos radiológicos dado pelos cirurgiões- dentistas de Pelotas que possuem aparelhos de raios-X em uso no consultório odontológico e cadastrados na Vigilância Sanitária; e analisar o conhecimento dos mesmos acerca de sustentabilidade.

Materiais e Métodos: Quarenta cirurgiões-dentistas de Pelotas-RS responderam um formulário contendo 16 perguntas que abordaram o conhecimento destes profissionais sobre a sustentabilidade, separação dos componentes sólidos do filme radiográfico, tratamento das soluções processadoras no consultório, destino final dos resíduos e uso correto do gerenciamento como ferramenta de marketing.

Resultados: Verificou-se que 35,0% da amostra relatou lançar o revelador e o fixador em esgoto comum sem antes neutralizá-los. A maioria dos participantes (67,5%) afirmou acreditar no potencial poluidor da água de lavagem do filme durante o seu processamento, embora 65,0% deles relataram descartar o material diretamente em esgoto comum. Com relação à segregação dos resíduos sólidos, 37,5% dos dentistas disseram não separar os componentes do filme radiográfico. A maior parte deles (90,0%) afirmou ter conhecimento sobre desenvolvimento sustentável, 95,0% tentavam preservar o meio ambiente quando descartavam os resíduos do seu consultório e 70,0% acreditavam que a destinação apropriada dos resíduos poderia se mostrar economicamente viável.

Conclusões: A maioria dos profissionais afirmou ter conhecimento de desenvolvimento sustentável e tentar preservar o meio ambiente quando descartavam os resíduos produzidos no consultório. Há dificuldade, por parte dos cirurgiões-dentistas, no descarte dos efluentes líquidos, mas grande parte consegue classificar e segregar adequadamente os resíduos do filme radiográfico.

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Publicado

2016-06-10

Como Citar

Kaster, F. P. de B., Lund, R. G., & Baldissera, E. de F. Z. (2016). Gerenciamento dos resíduos radiológicos em consultórios odontológicos da cidade de Pelotas (RS, Brasil). Arquivos Em Odontologia, 48(4). https://doi.org/10.7308/aodontol/2012.48.4.06

Edição

Seção

Artigos