Hábitos relacionados à saúde bucal em crianças nascidas prematuras
uma preocupação para equipes multiprofissionais de saúde
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2013.49.3.06Palavras-chave:
Nascimento prematuro, Saúde bucal, HábitosResumo
Objetivo: Identificar hábitos alimentares, de sucção não nutritiva e de higiene bucal nos primeiros três anos de vida de crianças nascidas prematuras.
Materiais e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo baseado em dados secundários obtidos de prontuários odontológicos das 109 crianças com história de nascimento prematuro, acompanhadas no Ambulatório Odontológico de Prematuridade do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, de fevereiro de 2011 a julho de 2012. Consideraram-se informações da primeira consulta odontológica: idade atual, sexo, idade gestacional, hábitos alimentares (tipo de aleitamento, ingestão de açúcar extrínseco), hábitos bucais não nutritivos (sucção de chupeta e sucção digital) e hábitos de higiene bucal. Os dados foram analisados por estatística descritiva com auxílio do software IBM SPSS versão 20.0.
Resultados: No primeiro exame odontológico, as crianças nascidas prematuras tinham de 1 a 33 meses de idade (média de 8,6±7,2), sendo 49 (45,0%) meninas e 60 (55,0%) meninos. A ocorrência de aleitamento natural em menores de 6 meses foi de 22,8%, com predominância de aleitamento artificial (45,6%). Do total de nascidos prematuros, 79,8% utilizavam mamadeira e 58,7% realizavam sucção de chupeta. Em relação à higiene bucal, 73,4% da amostra realizava higiene bucal e 44,4% utilizava a fralda como instrumento.
Conclusão: Os percentuais de aleitamento materno exclusivo foram baixos. A maioria das crianças apresentou algum hábito de sucção não nutritiva. A prática de higiene bucal mostrou-se insatisfatória. Assim, o estabelecimento de programas educativo-preventivos é essencial no apoio às famílias para os cuidados bucais a essas crianças, visando à promoção de saúde e prevenção de alterações no sistema estomatognático.
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