A cidade e a natureza em Paisagem matinal de Cida Pedrosa
DOI:
https://doi.org/10.17851/2238-3824.27.2.41-58Palavras-chave:
Cidade e Natureza, Paisagem, Poesia contemporânea brasileira, Cida PedrosaResumo
O artigo propõe uma leitura do poema Paisagem matinal de Cida Pedrosa evidenciando os jogos de sentido presentes na paisagem urbana os quais revelam a relação entre a cidade e o sujeito e a presença silenciosa da natureza nesse espaço tão hostil. Para tanto, considera-se algumas noções que contemplem a paisagem enquanto jogo de visível e invisível (BESSE, 2006; DIDI-HUBERMAN, 1998; MERLEAUPONTY, 2003) e a relação da cidade com o campo (WILLIAMS, 1990). Indo um pouco além do caminho dos estudos da lírica brasileira, o trabalho se justifica na possibilidade de se enxergar a natureza não como uma dicotomia do espaço urbano, mas também, como uma importante presença participativa na construção dos sentidos aqui ali circulam. Portanto, em meio ao ritmo acelerado da urbe, elementos naturais se confundem e são raramente, ou nunca, notados como como corpos marcados pela opressão daquele espaço moderno.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
ALVES, Ida. Poesia e paisagem urbana: diálogos do olhar. In: NEGREIROS, Carmem; LEMOS, Masé. Literatura e paisagem em
diálogo. Rio de Janeiro: Edições Makunaima, 2012. p. 169-192. Disponível em: http://www.edicoesmakunaima.com/catalogo/2-critica-literaria/12-literatura-e-paisagem-em-dialogo. Acesso em: 2 abr. 2022.
BESSE, Jean-Marc. Vapores no Céu: a paisagem italiana na viagem. In: ______. Ver a terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. Trad. Vladimir Bertalini. São Paulo: Perspectiva, 2006. p. X-Y.
CORRÊA, Roberto Lobato. Paisagem e geografia. In: NEGREIROS,
Carmem; LEMOS, Masé; ALVES Ida. Literatura e paisagem em diálogo. Rio de Janeiro: Edições Makunaima, 2012. p. 29-43. Disponível em: http://www.edicoesmakunaima.com/catalogo/2-critica-literaria/12-literatura-e-paisagem-em-dialogo. Acesso em: 2 abr. 2022.
DIDI-HUBERMAN. Georges. A inelutável cisão do ver. In: ______. O
que vemos, o que nos olha. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Editora 34,
p. X-Y.
FERNANDES, Ulisses da Silva. Paisagem: uma prosa do mundo em
Merleau-Ponty. Geo UERJ, v. 2, n. 20, p. 23-47, 2009. Disponível
em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/
viewFile/1427/1205. Acesso em: 2 abr. 2022.
GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. 4. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2003.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e
para ninguém. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das
Letras, 2019.
PEDROSA, C. Gris. Recife: Cepe Editora, 2018.
PROUST, 2016.
RAMOS, Wellington Furtado. A literatura no horizonte da perversão
e da abjeção. In: SANTOS, Rosana Cristina Zanellato; BENATTI, André Rezende (orgs.). O lugar do abjeto: do perverso e do animal na historiografia e no cânone literário. Pelotas: Editora UFPel, 2019. p. X-Y.
TOM. In: DICIONÁRIO HOUAISS. [S.l.: s.n., 201-?]. Disponível em:
https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v60/html/index.php#2. Acesso em: 2 abr. 2022.
WILLIAMS, R. O campo e a cidade na história e na literatura. São
Paulo: Editora Schwarcz, 1990.