Rachel de Queiroz, Nouveau Roman e a literatura brasileira dos anos 1970
uma análise da recepção crítica do romance Dôra, Doralina e o seu lugar na ficção da época
DOI:
https://doi.org/10.17851/2238-3824.27.2.59-74Palavras-chave:
Rachel de Queiroz, Nouveau Roman, ficção, recepção crítica, literatura brasileiraResumo
No presente texto, analisamos um dos assuntos correntemente tocados pela recepção crítica de “primeira onda” do romance Dôra, Doralina (1975), de Rachel de Queiroz: a sua posição em relação à literatura brasileira desenvolvida na altura dos anos 1970, período em que o Nouveau Roman exerceu certa influência sobre a nossa ficção. Tomando por base o que escreveram estudiosos dessa tendência francesa, no que destacamos a contribuição de Leila Perrone-Moisés (1966); e também indicações teóricas dadas pelos próprios autores, uma vez que os “novos romancistas” dedicaram parte de sua produção intelectual à meditação sobre a arte que produziram, do que é exemplo Alain Robbe-Grillet (1969), delimitamos o que foi o Novo Romance e qual a sua proposta de reforma do gênero. Superado esse momento, detemo-nos sobre o que escreveu a imprensa da época a propósito do tão aguardado livro de Rachel de Queiroz, constantemente colocado como representante de uma tradição romanesca burguesa, em posição contrária, portanto, à emergente renovação ficcional que se fazia notar na literatura da década.
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