O gênero policial como jogo metaficcional em “El jardín de senderos que se bifurcan” de Jorge Luis Borges
DOI:
https://doi.org/10.17851/2238-3824.28.2.139-155Palavras-chave:
gênero policial, metaficção, autodesnudamento, Borges, El jardín de senderos que se bifurcanResumo
Debruça-se, aqui, sobre o estilo metaficcional da escrita de Borges, perceptível em grande parte de seus contos, e que é enfatizado nesta análise do conto “El jardín de senderos que se bifurcan”, revelando o magistral pensamento do autor sobre a ficção e sobre sua própria escrita. Trazem-se outras narrativas que podem elucidar esta perspectiva de análise, como “La flor de Coleridge” e “Kafka y sus precursores”. No entanto, o objeto de discussão é o conto de 1941, que faz parte de Ficciones (1944). Nesse conto, o gênero policial é trabalhado em duas vertentes: no clássico desvendamento de um mistério que envolve as personagens, mas, sobretudo, na função metaficcional; ou seja, Borges confronta o seu leitor quanto à sua escrita ficcional. A designação de “metaficção”, para aquelas obras que revelam preocupação em deflagrar e problematizar seu próprio processo de construção, é cunhada por William Gass, em 1970, muito em função de classificar a escrita de Borges. Defende-se, aqui, que em “El jardín de senderos que se bifurcan”, Borges desnuda sua ficção por meio do gênero policial. Dois universos são, então, colocados em paralelo nesse conto: o enigma que envolve a personagem principal e os mecanismos da narrativa borgiana, que são deflagrados nesse processo de solução do mistério policial.
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