O rastaquera, visão estorvada do brasileiro na Paris Belle Époque
DOI:
https://doi.org/10.17851/2238-3824.28.2.236-260Palavras-chave:
rastaquera, Belle Époque francesa, personagem literário, tipo socialResumo
Paris seduz pela herança de séculos de prestígio e notoriedade, atrai pelo patrimônio artístico, cultural e arquitetônico, e agrega toda sorte de visitantes. Dentre os seduzidos pela cidade, encontra-se o rastaquera, estrangeiro afortunado que se destaca em meio a outros forasteiros, e que, ao longo do século XIX, se torna recorrente personagem das literaturas ficcional e jornalística. Respaldados numa perspectiva que dialoga com a história cultural, examinaremos alguns aspectos da representação da figura do rastaquera, personagem urbano e literário: “estrangeiro parisiense” (Lamure, 2018), notável figura que contribui à “lisibilidade da cidade” (Stierle, 2001; Benjamin, 1985b), e exemplo do lado sombrio do cosmopolitismo de Paris (Charle, 1998). O rastaquera é objeto e alvo tanto da ópera bufa quanto da crônica periodística nacionalista. Flâneur às avessas, a menção ao herói baudelairiano reforça sua diferença e alteridade (Baudelaire, 1885).
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