O “canil” e nenhum esquecimento

ditadura chilena e testemunho em La casa de los espíritus, de Isabel Allende

Autores

  • Evandro Figueiredo Candido Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2238-3824.28.3.106-124

Palavras-chave:

ditadura, Chile, testemunho, Isabel Allende

Resumo

Este artigo tem como objeto de análise a obra La casa de los espíritus, da chilena Isabel Allende. Seu foco é a chegada de Alba, narradora do romance, à prisão, lugar em que é torturada pelo regime ditatorial. Ali, ela vê sua vida quase se extinguir em meio ao desespero. A salvação está no contato com a amiga Ana Díaz, também torturada, e na presença do espírito de sua avó Clara, que a exorta a sobreviver para dar seu testemunho. O argumento central consiste em pensar nessa imagem da jovem torturada na prisão, sua morte iminente, e as novas significações acerca da necessidade de sobreviver e testemunhar o horror. Para tanto, considera-se o aporte teórico de Gagnebin (2006), com a possibilidade de ampliação da ideia de testemunho; Rosa (2013), com importantes contribuições sobre os encontros que aumentam ou diminuem a potência dos sujeitos; bem como Sarlo (2007), Todorov (2008) e Seligmann-Silva (2003) no que se refere ao dever do testemunho em tempos de exceção. Conclui-se que o testemunho se torna fundamental em momentos de violência de Estado, de forma a evitar a repetição do horror.

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Publicado

2024-08-04

Como Citar

Candido, E. F. (2024). O “canil” e nenhum esquecimento: ditadura chilena e testemunho em La casa de los espíritus, de Isabel Allende. Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 28(3), 106–124. https://doi.org/10.17851/2238-3824.28.3.106-124

Edição

Seção

Dossiê: 50 anos do golpe militar no Chile