Disjecta membra, as profanidades de H. G. Cancela
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.41.65.47-66Palavras-chave:
antropofagia, palavra, profano, H. G. CancelaResumo
Este texto lê as narrativas de H. G. Cancela como um ritual antropofágico de apropriação e interdiscurso, e a escrita enquanto eterno rito de sedimentação e recomeço, paródia transgressiva, lugar da dúvida e do possível. Numa tessitura alegórica, o discurso desenha-se no âmbito da matéria ela mesma da palavra, da relação da mão que escreve consigo, com as outras, na ambivalência da literatura maiusculizada. Pervertendo-a e dominando-lhe o corpo sacro, o autor confronta-a no seu domínio. A escrita como parafilia macula e subverte: quem muito profana, sagra.
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